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Ferramenta Cartografia Social

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Projeto Nova Cartografia Social (PNCS)OBJETIVOS

•Objetiva à auto-cartografia dos povos e comunidades tradicionais na Amazônia •Conhecimento do processo de ocupação, maior ênfase e um novo instrumento para o fortalecimento dos movimentos sociais regionais•Possibilita maior visibilidade, auto-afirmação social de identidades coletivas•Cada mapa é resultado de uma relação social específica entre a equipe de pesquisadores e um povo ou comunidade tradicional que foi em busca do PNCS

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FORMA DE TRABALHO – CARTOGRAFIA SOCIALApós a busca, há oficina de mapas: ensina técnicas de GPS e de mapeamento, conversa com atores locais, coletando depoimentos sobre a história social e problemas da comunidade

1) Atores sociais produzem croquis, mapeando sua região e indicando quais os elementos relevantes para a sua composição.

2) Sem a presença dos pesquisadores, os atores sociais marcam, com GPS, os pontos do que consideram significativo de seu território.

3) Pesquisadores recolhem as informações das marcações de ponto e as georeferencia na base cartográfica, inserindo as ilustrações produzidas nos croquis

Indígenas na construção de croquis.Oficina de mapas na cidade de Tapauá Jan 2011

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Nova Cartografia Social da Amazônia aplicada aos Povos Indígenas do Município de Lábrea

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Usando a ferramenta

Cartografia Social

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Depoimentos Indígenas“(...) esse mapa aqui foi feito rapidinho não ficou muito bonito não. Mas o importante é estar aqui na reunião. Aqui é a comunidade e a gente sobrevive é da produção do roçado, banana, açaí. Aqui tem também o igarapé, e aqui tem outro, aí que esta tendo invasão do pessoal da cidade pra pescaria, ninguém pode fazer nada também. A gente pede, mas eles falam que ninguém pode fazer nada (...). A gente também acha importante este trabalho para poder mostrar isso”. Manuel Pereira da Silva, Comunidade Caju Preto (PNCS Tapauá, p. 9).

Oficinas de mapas em Lábrea, outubro 2010

“Agora a gente tem voz, podemos conversar com a FUNAI e outras organizações porque também eles vêem que a gente está incentivando nossos próprios parentes, pois se quer incentivar o uso da nossa língua e cerimônias. Este trabalho do mapeamento vai ajudar as pessoas entenderem o que os indígenas na cidade passam e como os indígenas das aldeias vivem, suas dificuldades.” Edilson Paumari, p. 8

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Interrupção no arrendamento de lagos

“Atualmente, em consequência desta nova visão dos Paumari proporcionada pelo projeto, alguns pais de família tem tentado manter seus filhos dentro dos territórios indígenas, “trabalhando para mim” ao invés de para os barqueiros. Isto já é uma grande mudança nas relações sociais iniciadas há um século no primeiro ciclo da borracha”

G. Paumari, PNCS, p.10

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Depoimentos• “No segundo ano de projeto paramos de matar pirarucu em

alguns lagos e um ano depois vimos como a população se recuperou. Hoje temos 10 lagos de reserva, sabemos fazer a contagem do pirarucu, temos tudo para tirar todo o nosso peixe de forma legal e sem impacto”

Germano Cassiano da Silva (Paumari), após o intercâmbio na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (único

local onde o manejo de pirarucu era licenciado na Amazônia)

MAS: Todo o esforço de capacitação e conscientização para o manejo sustentável do pirarucu nas terras Paumari corre o risco de não ser levado adiante se a Funai não se articular com órgãos ambientais licenciadores.•“Os Paumari sabem manejar sem prejudicar os estoques. Agora precisamos de solução de curto prazo para comercialização até que haja um marco legal do governo, senão eles serão obrigados a vender o peixe a preço baixo para pesqueiros sem licenciamento”

Miguel Aparicio, da OPAN, gestor Projeto Aldeias.

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• Consórcio entre Visão Mundial e Operação Amazônia Nativa, Fin: USAID• Finalidade: apoiar a conservação da biodiversidade e ao manejo de recursos

naturais nas terras indígenas Katukina do Biá, Deni, Paumari do Rio Cuniuá, Paumari do Lago Paricá e Paumari do Lago Manissuã, além do fortalecimento das organizações indígenas locais e regionais.

• Desenvolvido em 7 terras indígenas nas bacias dos rios Purus, Juruá e Jutaí. • Com o povo Paumari: viabilização de oficinas e estudos para o plano de gestão

territorial• Estabelecimento de acordos internos e demandas claras de parceria,• Capacitação para Paumari entrar no mercado legal e manejado de pirarucu• Plano de Vida da Focimp e do Plano de Gestão das Terras Indígenas Paumari do rio

Tapauá, resultados do Projeto Aldeias (OPAN-Visão Mundial)• “Fizemos trabalhos em quatro municípios, oficinas de cartografia social, mapa das

terras indígenas do jeito que os indígenas querem, e temos material para mostrar aos governos”, ressaltou Zé Bajaga Paumari.

Projeto Raízes do

Purus

Projeto Raízes do

Purus

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Utilidade da Abordagem da Cartografia Social

• Contribuiu para a conservação da biodiversidade no sudoeste da Amazônia, fortalecendo iniciativas que promovam a gestão participativa e o uso sustentável dos recursos naturais

• Terras Indígenas Terras Indígenas (TI) Caititu, Jarawara/ Jamamadi/ Kanamanti, Paumari do Lago Manissuã, Paumari do Lago Paricá e Paumari do Cuniuá, dos povos indígenas Apurinã, Jamamadi e Paumari

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RESULTADOS: Licença do Ibama para manejo do pirarucu e Autorização da FUNAI (2013)

Após 3 anos de manejo nos lagos das terras indígenas Paumari do rio Tapauá, mantendo apenas a pesca para subsistência de outras espécies, foi realizada Out/ 2013 sua segunda pesca manejada, com autorização do Ibama e anuência da Funai.

Iniciativa apoiada pelo projeto Raízes do Purus, realizado pela OPAN com o patrocínio da Petrobras (após Aldeias – USAID).

Experiência única, que se tem notícia, realizada em terras indígenas na região do Purus, consolidando-se como uma alternativa para o povo Paumari garantir a gestão e a proteção do seu território.

Manual de Boas Práticas e Referência internacional

Resultados: 50 peixes foram pescados, 3.500 kg de pirarucu, renda total de R$ 26.422,50. Dos 39 lagos reservados pelo povo para a recuperação dos estoques, três foram para experiência da pesca manejada: Da cota de 99 peixes autorizados, foram pescados 89, sendo 85 pirarucus comercializados, três destinados à doação e um para a alimentação do povo.

- 84 indígenas, divididos em equipes: audiovisual, pescadores, transportadores, geladores, limpadores, monitores, responsáveis pelos registros de peso e medidas de cada peixe, e a equipe da cozinha, que reunia as mulheres e os meninos mais jovens.

Pescadores fazendo a

comboiagem em um dos

lagos.Foto: OPAN

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Cinegrafista Futebol, queimada, dominó, filmagens

Praia de água doce...

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ARTESANATO Paumari: Fogões de barro, abano, cestarias, remo, cestarias...

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Projeto Aldeias. Projeto Raízes do Purus.

Nova Cartografia Social da Amazônia : Terras indígenas de Tapauá (AM): lutando por uma vida melhor (Paumari, Apurinã, Mamori, Deni) /coordenação do projeto, Alfredo Wagner Berno de Almeida ; equipe de pesquisa, Ana Carla Bruno, Thereza Cristina Cardoso Menezes, Willas Dias da Costa. – Manaus : UEA Edições, 2013.

http://novacartografiasocial.com/apresentacao/

BONILLA, O. (2011), Os Paumari dos Rios Tapauá e Cuniuá in Album Purus (org. Santos, G.M.) pg. 206.

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VISÃO MUNDIAL BRASIL (2010), “Dados e Informações em Relação aos Indicadores da Linha de Base para Avaliação Final” do “Projeto Aldeias – Linha de Base elaborado em abril 2010 pela Gerencia de Informação para o Aprendizado e a Qualidade, Gerencia de Efetividade e Qualidade Ministerial, Diretoria de Programas e Ministério Integrado.

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Bibliografia