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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA BIOQUÍMICA CLÍNICA Prof. Antonio Vicente Mundim Uberlândia – MG.

Bioquimica clinica roteiro

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA

BIOQUÍMICA CLÍNICA

Prof. Antonio Vicente Mundim

Uberlândia – MG.

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BIOQUÍMICA CLÍNICA INTRODUÇÃO O conhecimento das variações fisiológicas e patológicas dos vários constituintes bioquímicos do sangue é de grande interesse para o clínico, sendo estas de grande valor no diagnóstico e prognóstico das doenças, principalmente as de caráter metabólicos. MATERIAL Soro sangüíneo isento de hemólise, plasma ou sangue integral aproximadamente 2 mL. Para os monogástricos, devemos observar jejum de 12 horas antes da colheita. Alguns testes devem ser feitos com material recentemente colhido, como a dosagem de glicose e eletroforese das proteínas séricas. Com freqüência amostras sanguíneas são encaminhadas ao laboratório para análises apresentando: hemólise ou lipemia; colhidas com anticoagulantes inadequados; acondicionadas em temperaturas incorretas; com tempo de estocagem prolongado e às vezes com volumes insuficientes, gerando dúvidas e resultados inconsistentes com os sinais clínicos e com o problema apresentado pelo animal. A hemólise na maioria das vezes causa aumento nos valores da maioria dos constituintes bioquímicos sangüíneos, enquanto que a lipemia causa aumento em alguns e redução em outros. DESVANTAGEM DO USO DAS ANÁLISES BIOQUÍMICAS: Tendência da pessoa confiar ao laboratório toda a responsabilidade na obtenção do diagnóstico. O laboratório é apenas uma arma a mais disponível ao clínico para auxiliá-lo no diagnóstico. VANTAGENS: ∗ Detecção precoce da doença (maior vantagem),

∗ rapidez na execução das análises (resultado obtido em poucas horas),

∗ volume de sangue (soro) a ser coletado é pequeno, permitindo sua execução em animais muito pequenos,

∗ custo relativamente baixo. ELEMENTOS BIOQUÍMICOS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA

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1. PROTEÍNAS TOTAIS

As proteínas séricas representam um grupo heterogêneo de substâncias de alto peso molecular que podem ser fracionadas por precipitação em albuminas e globulinas. Com a eletroforese consegue-se obter até 22 frações protéicas distintas. Na eletroforese comum separa-se:

∗ a albumina,

∗ as globulinas (alfa, beta, gama),

∗ o fibrinogênio (plasma).

Origem:

∗ São sintetizadas a partir dos aminoácidos da dieta.

∗ O fígado sintetiza: as albuminas, as globulinas (alfa e beta) e parte do fibrinogênio.

∗ O sistema monocítico fagocitário (SMF) sintetiza as gamaglobulinas.

∗ A medula óssea sintetiza a outra parte do fibrinogênio.

FRAÇÕES DAS PROTEÍNAS SANGUÍNEAS E SUAS FUNÇÕES Pré-albumina� só as aves tem, transporte de tiroxina. Aumento: síndrome nefrótica Diminuição: doenças hepáticas e deficiências protéicas. Albumina ���� proteína de transporte, ligandina, importante na manutenção da pressão oncótica. αααα globulinas Antitrombina III���� inibidora da trombina.

Ceruloplasmina ���� transporte do cobre.

Haptoglobina ���� ligante da hemoglobina.

Proteína C ���� protease, anticoagulante, aumenta nas doenças inflamatórias agudas.

αααα1 antitripsina ���� fração inibidora da tripsina.

αααα1 glicoproteína ácida (seromucoide ou mucoproteína) ���� aumenta nas doenças inflamatórias agudas sépticas ou assépticas, neoplasias, doenças do colágeno, embora não tenha grande especificidade.

αααα1 lipoproteínas de alta densidade (HDL) ���� transporte de lipídeos.

αααα2 lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL) ���� transporte de lipídeos.

αααα2 macroglobulina ���� transporte de insulina, é inibidora da tripsina.

ββββ globulinas

ββββ2 lipoproteína de baixa densidade (LDL) ���� transporte de lipídeos.

Transferrina (ou siderofilina) ���� transporte de ferro.

Ferritina ���� transporte de ferro e principal forma de estocagem do Fe+ no baço, fígado e MO.

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Hemopexina ���� transporte do heme.

Complemento C3 e C4���� fator de complemento.

Plasminogênio ���� pro-enzima da plasmina, aumenta na coagulação intravascular disseminada (CID).

Fibrinogênio ���� precursor da fibrina, fator de coagulação, aumenta nas doenças inflamatórias agudas.

Amilóide A (AA) ���� importante proteína de fase aguda.

Proteína C reativa (PCR) ���� ativa complemento. Proteína de fase aguda, aumenta nas reações inflamatórias agudas mediadas por neutrófilos e monócitos e necrose tissular.

γγγγ Globulinas IgA, IgD, IgG, IgE, IgM. Proteína de Bence Jones ���� globulina de cadeia curta, parte da molécula da imunoglobulina.

Presente no mieloma. Proteínas positivas de fase aguda: αααα globulinas: α1-antitripsina, α1-glicoproteína ácida, α2-macroglobulina, ceruloplasmina e

haptoglobina. ββββ globulinas: fibrinogênio, complemento C3 e C4, proteína C reativa, ferritina e amiloide A. Proteínas negativas de fase aguda: pré-albumina, albumina e transferrina. INTERPRETAÇÃO a) Hiperproteinemia É um achado raro e pouco acentuado. Pode ocorrer nas doenças febris, choque, desidratação, neoplasias (mieloma múltiplo, plasmocitoma e linfossarcomas), doenças infecciosas agudas. b) Hipoproteinemia ocorre com freqüência em: a. Dietas pobres em proteínas, b. Má absorção intestinal, c. Perda excessiva de proteínas (queimaduras, parasitoses, afecções renais e gliconeogêneses), d. Afecções hepáticas crônicas,

e. Hemorragias graves, f. Inanição.

1.1. ALBUMINA: Representa 40 a 60% das proteínas totais. Funções:

∗ Mantêm a P.O. intravascular.

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∗ Agrupa com várias substâncias como a bilirrubina e vários medicamentos evitando sua rápida excreção.

∗ Inativa substâncias tóxicas ao organismo.

a) Hiperalbuminemia ocorre em choque, desidratação, doenças infecciosas agudas. b) Hipoalbuminemia ocorre freqüentemente em:

∗ ingestão deficiente de proteínas,

∗ síntese deficiente pelo fígado,

∗ nas quebras excessivas de proteínas (queima para mantença),

∗ nas perdas renais,

∗ nas parasitoses gastrointestinais, hemorragias graves.

1.2. GLOBULINAS Alfa globulinas Representam 10 a 20% das proteínas totais. São constituídas de lipoproteínas e glicoproteínas e responsáveis pelo transporte de lípides, hormônios lipossolúveis, vitaminas, hexoses, hexosaminas, cobre e hemoglobina.

Aumento das alfa globulinas ocorre nas reações inflamatórias de origem bacterianas e viróticas (principalmente as frações Alfa 2).

Beta globulinas: Representam 7,5 a 20% das proteínas totais. Constituição: lipo e glicoproteínas. Lipoproteínas: As lipoproteínas atuam na veiculação:

∗ do colesterol sangüíneo,

∗ dos hormônios estrogênicos, progesterona e corticóides,

∗ dos carotenóides e vitamina A. Estas se encontram aumentadas após ingestão de alimentos e na icterícia obstrutiva.

Glicoproteínas:

A mais importante é a siderofilina ou transferrina que capta e transporta o ferro e o cobre no plasma. Gama globulinas: Representam 5 a 40% das proteínas totais. Estão relacionadas com a imunidade do animal. Nos recém nascidos (bovinos, ovinos, suínos e eqüinos) sua taxa é muito baixa, aumentando após a ingestão do colostro.

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Causas de diminuição:

∗ deficiência congênita de Células T (cão, eqüino),

∗ doenças imunodepressivas,

∗ terapia com corticóides.

Causas de aumento: * infecções bacterianas, viróticas, parasitárias, algumas neoplasias (linfossarcoma, plasmocitoma).

1.3. FIBRINOGÊNIO

É encontrado em pequena quantidade no plasma dos animais (0,5 g%), é uma globulina e tem importante papel na coagulação sangüínea e se precipita em temperaturas entre 52° e 58°C.

Seu aumento é observado:

∗ nas doenças inflamatórias agudas,

∗ nas septicemias, na gestação, na necrose, mieloma múltiplo.

Sua diminuição é observada:

∗ na insuficiência hepática,

∗ nos tumores de estômago, intestino e fígado,

∗ nos processos inflamatórios fibrinosos,

∗ na coagulação intravascular disseminada (CID),

∗ nos casos de afibrinogenemia (defeito na síntese).

2. URÉIA É o principal produto do catabolismo das proteínas, é produzida no fígado e eliminada pelos rins. Sua excreção depende da velocidade de filtração glomerular (VFG) e da integridade funcional dos rins. Sua concentração no sangue nos informa sobre a capacidade funcional dos rins. É muito solúvel em água e facilmente transportada pelo sangue, excretada pelos rins. Aumento da uréia ocorrem quando 3/4 dos néfrons ou mais estiverem afuncionais. Bactérias intestinais atuam sobre os aminoácidos da dieta ���� amônia �absorvida ���� circulação ���� fígado convertida pela ação da arginase hepática � ornitina + uréia .

Interpretação

Causas de uremia a) Uremia pré-renal: Ocorre na desidratação, distúrbios circulatórios e dietas ricas em proteínas.

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b) Uremia renal: Ocorre nas nefrites agudas, sub-agudas e crônicas, com insuficiência renal. c) Uremia pós-renal: Urolitíases, estenose da uretra, cistites, retenção urinária, hipertrofia da próstata, tumores, abscessos e cistos prostáticos, etc. Causas de diminuição: a diminuição na concentração de uréia no sangue, ocorre nas

insuficiências hepáticas graves, nos distúrbios venosos porto-sistêmicos, nas poliúrias e polidipsias, no hiperadrenocorticismo, hiperhidratação, no final da gestação e nas dietas pobres em proteínas. 3. GLICOSE

O metabolismo da glicose e a manutenção da glicemia dependem de vários órgãos como: fígado, pâncreas, supra-renal, hipófise, tireóide, músculos, rins, etc.

Hormônios relacionados com a glicemia:

ABSORÇÃO Tireoidianos Glucagon (Glicogênio hepático) GLICOGENÓLISE Adrenalina (Glicogênio hepático e muscular) HIPERGLICEMIANTES Cortisona GLICONEOGÊNESE Corticosterona INIBIÇÃO DA INSULINA Somatotrófico Glicólise Insulina Hipoglicemiante a) Causas de hiperglicemia:

∗ Diabetes mellitus (mais freqüente nos cães e gatos)

∗ Pós-prandial (nos monogástricos)

∗ Hiperpituitarismo, hipertireoidismo, hiperadrenocorticismo.

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∗ nas anóxias pois o glicogênio hepático é instável diante a falta de 02.

∗ nas convulsões, exercícios, tétano, traumas cranianos, devido uma combinação de anóxia e a secreção de adrenalina.

∗ após anestesia geral (resultante da excitação)

∗ após administração de adrenalina, corticóides, morfina e soluções glicosadas. b) Causas de hipoglicemia:

∗ hiperinsulinismo (insulinomas ou neoplasias do pâncreas),

∗ inanição, lactação, gestação e acetonemia das vacas e ovelhas, (consumo)

∗ hipopituitarismo, hipotireoidismo, e hipoadrenocorticismo,

∗ hepatopatias em fase terminal (armazenamento de glicogênio),

∗ hipoglicemia idiopática em raças Toy,

∗ hipoglicemia dos recém-nascidos em suínos nos primeiros dias de vida,

∗ má absorção intestinal,

∗ glicosúria renal canina (casos graves) e

∗ amostras retidas com os eritrócitos e leucócitos (gasto da glicose).

4. CÁLCIO Encontrado em maior concentração nos ossos e dentes, embora esteja presente em todos os tecidos. Funções atua na:

∗ preservação da estrutura óssea,

∗ contração muscular,

∗ coagulação sangüínea e ativação enzimática,

∗ permeabilidade das membranas.

∗ transmissão de impulsos nervosos.

O cálcio no soro pode ser encontrado:

∗ parte combinada com as proteínas (45%), formando complexos com citrato e fosfato e parece ser fisiologicamente inativa.

∗ parte difusível através das membranas capilares (50%), é o cálcio ionizado e fisiologicamente ativo.

A calcemia é mantida pela ação: Vitamina D (Calcitriol ou D 3).

Atua na absorção intestinal do cálcio e fósforo e na excreção renal do fósforo. Paratormônio ( PTH) que atua:

∗ na eliminação do fósforo pelos rins (diminuindo a reabsorção tubular).

∗ na liberação do cálcio e fósforo dos ossos (aumento da osteólise)

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∗ aumentando a reabsorção tubular do cálcio. Calcitonina (tirocalcitonina):

∗ Produzida pelas células parafoliculares da tireóide. Quando a taxa de cálcio sangüíneo está alta, ela age inibindo a liberação de cálcio dos ossos.

∗ Aumento da concentração do cálcio plasmático suprime a secreção do PTH e estimula a secreção da calcitonina, que inibirá a reabsorção óssea de cálcio.

a) Hipercalcemia é achado raro, podendo ser observada: * no hiperparatireoidismo primário, devido a adenoma da paratireóide,

* nefropatias, devido a uma insuficiência renal grave e retenção de fósforo no organismo. Conseqüência: osteodistrofia fibrosa,

* na hipervitaminose D, * nas hiperproteinemias (hiperalbuminemias), * nas neoplasias ósseas pouco comum, * na osteopatia osteolítica.

b) Hipocalcemia é achado bastante freqüente, podendo ser observada: * no hipoparatireoidismo, * na inanição, diminui o cálcio ligado à proteína e o cálcio total, o cálcio ionizado está

normal,

∗ na acetonemia,

∗ na febre vitular - queda do cálcio ionizável e do Ca++ ligado à proteína,

∗ na eclampsia das cadelas,

∗ no raquitismo (animal jovem),

∗ na osteomalácea (adulto),

∗ na osteodistrofia fibrosa (cavalo),

∗ na rinite atrófica (suínos),

∗ na osteogênese imperfeita (gato) ou hiperparatireoidismo 2ario nutricional,

∗ na tetania hipomagnesiana (ruminantes),

∗ na deficiência de Vitaminas "A" e "D".

5. FÓSFORO O fósforo inorgânico é encontrado nos ossos e dentes combinado com o cálcio. Está presente também nas células e líquidos extracelulares (pequena quantidade). Grande quantidade acha-se em combinação orgânica intracelularmente (ATP, ADP, nucleoproteinas e fosfolípedes). A determinação da fração orgânica não tem grande valor diagnóstico, além disso dosá-lo é difícil, não sendo feito rotineiramente portanto, considerações são feitas apenas a respeito da fração inorgânica.

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Fatores que influenciam na fosfatemia: Vitamina D: Atua na absorção intestinal de Cálcio e em menor grau de Fósforo, além de sua relação na excreção renal de fósforo. Paratormônio (PTH) Aumenta a excreção renal de fósforo, promovendo ainda sua mobilização dos ossos, juntamente com o cálcio. Estado funcional dos rins: Ocorre retenção de fósforo nas lesões renais graves. Taxa de cálcio ionizável no soro: As taxas deste e do fósforo geralmente variam de uma maneira recíproca. a) Hiperfosfatemia ocorre: 1. nas insuficiências renais crônicas, constituindo um mau sinal no prognóstico, 2. nas recuperações de fraturas ósseas (ligeiro aumento), 3. na hipervitaminose B,

4. no hipoparatireoidismo (raro), 5. Diabetes mellitus (ins. renal).

b) Hipofosfatemia: está associada aos seguintes casos:

1. Ingestão deficiente (a fosforose) muito comum em nosso meio. Os bovinos parecem ser mais sensíveis.

2. Raquitismo e osteomalácea, causadas por ingestão deficiente, dificuldade na absorção, ou por inadequada utilização pelo organismo.

3. Hiperparatireoidismo primário, ocorre maior eliminação do fósforo pelos rins, levando a uma hiperfosfatúria e hipofosfatemia.

4. Hipofosfatemia pós-parto (vaca) ou hemoglobinúria pós-parto.

6. CREATININA É uma substância nitrogenada não protéica originada do metabolismo muscular da creatina e da fosfocreatina, excretada pelo glomérulo renal, não havendo nem excreção e nem reabsorção tubular significativa. Fornece índices grosseiros da filtração glomerular, assim como o BUN. Sua velocidade de excreção depende da velocidade de filtração glomerular (VFG). Sofre as mesmas influências da uréia. Causas de aumento: insuficiências renais, desidratação, doenças cardíacas, exercícios prolongados e rabdomioses.

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7. COLESTEROL É sintetizado em qualquer parte do organismo, sendo os principais locais de síntese: o fígado, intestinos e pele. Existem duas frações:

∗ fração livre (CL) ∗ fração esterificada (CE) O colesterol é destruído e também excretado com a bile após ser convertido no fígado em

ácido cólico. Aproximadamente 60 a 80% do colesterol total é esterificado no fígado. Sofre muita influência da dieta, porém uma vez controlada a dieta, serve para avaliar a função da tireóide e a eficácia do tratamento do hipotireoidismo. Soro é estável 6 dias refrigerado.

Colesterol � ácido cólico + taurina e glicina � ácido glicólico e taurocólico � bile � íleo forma ácidos biliares 2ários � reabsorção intestinal � circulação entero-hepática � reexcretado com a bile. Elementos clássicos no metabolismo das lipoproteínas no cão

Lipoproteínas Função principal Quilomicrons Transporte dos lipídios alimentares (da dieta). VLDL Transporte dos lipídios (colesterol e triacilglicerois) endógenos

sintetizados pelo fígado para o tecido adiposo e para os músculos. LDL Distribuição do colesterol aos tecidos periféricos. HDL Transporte reverso do colesterol dos tecidos periféricos ao fígado.

Apolipoproteínas A-1 A nível das HDL, ativa a LCAT B 48 A nível dos quilomicrons B 100 A nível das VLDL, IDL e LDL, se liga aos receptores LDL. C II Ativação da liproteína lípase (LPL) E Ligação aos receptores de vestígios e receptores de LDL

Receptores Receptores de LDL (Apo B/E)

Reconhecem as LDL, vestígios de VLDL e HDL 1.

Receptores de vestígios (Apo E)

Reconhecem os vestígios de quilomicrons e as HDL 1.

Enzimas LPL Hidrólise dos triacilgliceróis dos quilomicrons e das VLDL. Lipase hepática Hidrólise dos triaceilgliceróis dos fosfolipídios das LDL e HDL 2. LCAT Esterificação e seqüestro do colesterol nas HDL. Tem atividade

elevada nos cães. CEPT Transferência dos ésteres de colesterol das HDL através dos

quilomicrons , VLDL e LDL. Tem pouca atividade no cão. Fonte: Jeusette et al. (2004). LCAT: lecitina colesterol aciltransferase. LPL: liproteína lípase, CEPT: proteína transportadora de éster de colesterol.

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a) Hipercolesterolemia: pode estar associada a um grande número de doenças (cão e gato), servindo apenas de apoio no diagnóstico. São causas de hipercolesterolemia:

∗ dieta rica em lípides (pós-prandial),

∗ obstrução biliar, disfunção hepática,

∗ diabetes mellitus (300 a 900 mg/dL),

∗ síndrome nefrótica,

∗ hipotireoidismo e hiperandrenocorticismo,

∗ hiperquilomicronemia primária em gatos.

b) Hipocolesterolemia: pode ser observada em:

∗ doenças hepáticas avançadas,

∗ inanição, enteropatia com perda protéica,

∗ ingestão deficiente de gordura e insuficiência pancreática exócrina. Nas Hepatopatias a relação CL/CE encontra-se mais elevada pela depressão na

esterificação. Os níveis do CT e CE caem nas hepatopatias avançadas, pois está comprometida a síntese e a esterificação do mesmo.

HDL => bom colesterol . Boa proteção. VLDL => lipoproteína de muito baixa densidade. LDL => lipoproteína de baixa densidade.

8. ENZIMAS

São proteínas complexas com várias modificações não protéicas. A determinação de sua concentração no sangue tem sido cada vez mais empregada ultimamente pelo seu grande valor no diagnóstico e prognóstico das doenças. Elas ocorrem em quantidades diminutas no sangue e sua presença não pode ser indicada usando unidades comuns, e sim, em termos de sua atividade num subtrato específico. O valor de seu estudo está relacionado com sua especificidade sobre o substrato e sua distribuição no organismo, quanto mais específico e localizado maior valor no diagnóstico terá. Distribuição na célula de algumas enzimas usadas clinicamente

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Localização celular Enzima

Citoplasma ALT

AST1 (isoenzima citosólica)

SD

CK (isoenzimas 1 a 3)

LDH (isoenzimas 1 a 5)

Mitocôndria AST2 (isoenzima mitocondrial)

Retículo endoplasmático GGT

Membrana ALP (FAL)

GGT

Grânulos zimogênios (intracitoplasmáticos) Amilase

Lípase

Tripsina imunorreativa.

Fonte: Boyd (1982).

Enzimas comumente usadas na clínica veterinária:

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8.1. FOSFATASES São enzimas que hidrolisam ésteres fosfóricos, liberando fosfatos inorgânicos. No sangue são encontradas duas fosfatases: 8.1.1. Fosfatase Alcalina Tem pH ótimo para sua atividade enzimática entre 9 a 10. Ela está largamente distribuída no organismo ocorrendo em maior quantidade nos ossos a nível de osteoblastos, mucosa intestinal, túbulos renais, fígado e placenta. Sua dosagem pode ser feita no soro ou plasma. O material para dosá-la tem uma estabilidade de 10 dias sob refrigeração, 30 dias sob refrigeração. É estável poucas horas na temperatura ambiente. O soro para dosá-la é estável 10 dias refrigerado, 1 mês congelado. A fosfatase alcalina possui as seguintes isoenzimas: Fosfatase alcalina óssea - é termolábil, quando aquecemos o soro, ela reduzirá até 75%.

Fosfatase alcalina hepática- é termoestável, reduzirá em menos de 20% quando aquecido o soro.

Fosfatase alcalina intestinal - é termoestável, reduzirá em menos de 20% quando aquecemos o soro, durante 10' a 15' a 56oC.

Causas de aumento: o aumento da fosfatase alcalina pode ocorrer nos casos de:

∗ afecções ósseas (raquitismo e osteomalácea, sarcoma osteogênico),

∗ hiperparatireoidismo, consolidação de fraturas,

∗ estase biliar (colestase),

∗ tumores mamários mistos, panosteíte em cães e

∗ pequeno aumento na gestação.

A produção da fosfatase alcalina é induzida por aumento da pressão hidrostática intracanalicular. A duração de seu aumento depende da persistência de sua saída dos hepatócitos e de sua velocidade de saída do plasma.

8.1.2. Fosfatases Ácidas Tem sua atividade máxima num pH em torno de 5. Ela aumenta no carcinoma da próstata do homem. Nos animais a hipertrofia da próstata determina seu aumento no líquido seminal. Tem uma estabilidade de 4 horas a temperatura ambiente, 3 dias sob refrigeração e/ou congelamento.

ESPÉCIE ANIMAL VALORES NORMAIS Cão 5 a 25 U/L Gato 0,5 a 24 U/L 1 U King Armstrong x 1,85 = 1 U/L

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8.2. Aminotransferases ou transaminases São enzimas catalisadoras da transferência de um grupamento amina (NH

2) dos alfa

aminoácidos para um alfa cetoácido e vice-versa. As duas aminotransferases clinicamente importantes são: * Alanina aminotransferase (ALT) ou Transaminase glutâmica pirúvica (TGP) * Aspartato amiotransferase (AST) ou Transaminase glutâmica oxalacética (TGO).

Estas duas enzimas têm uma ampla distribuição no organismo, estando presente em pequenas quantidades no soro, como resultado da destruição de tecidos e liberação das enzimas. 8.2.1. Aspartato aminotransferase (AST) Produzida no citoplasma e mitocondrias das células perilobulares. É estável no soro ou plasma por 3 dias à temperatura de 25ºC, uma semana sob refrigeração e um mês sob congelamento. Possui meia vida de 50 horas.

Aspartato + α cetoglutarato oxalacetato + glutamato. É de pouca especificidade, pode estar aumentada no soro nos casos de:

∗ necrose do músculo esquelético como: contusões, miosites, azotúria;

∗ necrose do músculo cardíaco (enfarte do miocárdio);

∗ necrose hepática (embora não seja específica para o fígado);

∗ aumento devido alteração da permeabilidade das membranas celulares do fígado, músculo esquelético e cardíaco causadas por anóxia, toxinas, inflamação e distúrbios metabólicos;

∗ exercícios intensos,

∗ esteatose hepática na vaca e cabra. 8.2.2. Alanina aminotransferase (ALT) Localização: células perilobulares no aparelho citosol. É estável por dois dias a 25ºC, uma semana sob refrigeração e um mês sob congelamento. Possui uma meia vida de 50 horas.

Alanina + α cetoglutarato piruvato + glutamato. Está aumentada no soro nos casos de:

∗ necrose do fígado,

∗ aumento da permeabilidade das membranas dos hepatócitos causadas por anóxia, toxinas, inflamação e distúrbios metabólicos,

∗ ocorre ligeiro aumento nas lesões musculares.

ASTT

ALT

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8.3. Sorbitol desidrogenase (SDH) É uma enzima hepato específica em todas as espécies, sendo produzida no aparelho citosol das células centro lobulares, sendo de localização intra-hepática. É instável à temperatura ambiente, porém estável um dia sob refrigeração e dois dias sob congelamento. Mais usada para eqüinos e ruminantes, sendo de pouco valor para cães e gatos. 8.4. Creatina fosfoquinase (CPK) ou Creatina quinase (CK) Estável dois dias à temperatura ambiente. É uma enzima proveniente do tecido muscular, sua atividade aumenta poucas horas após a lesão e com 12 horas atinge seus valores máximos. Retorna a seus valores normais 24 a 48 horas após cessar o aumento da permeabilidade muscular. Sua meia vida é curta, com 6 horas reduz 50% de sua atividade. CPK Creatina + ATP ADP + fosfocreatina.

O fosfato inorgânico liberado é proporcional a atividade enzimática. Possui as seguintes isoenzimas:

∗ CK1 ou CK-BB - tecido cerebral,

∗ CK2 ou CK-MB - musculatura e cardíaca (< 6% da CK total)

∗ CK3 ou CK-MM - musculatura esquelética (dominante ≅ 94% da CK total).

Taxas altas de CPK sérica indica doença muscular ativa ou recente. Taxas altas e persistentes indicam continuidade da doença.

Causas de aumento da CPK: ∗ exercícios ou treinamentos rigorosos;

∗ miosites por clostrídios, purulenta, eosinofílica;

∗ contusões e traumas musculares;

∗ convulsões;

∗ infarto do miocárdio;

∗ hiperazotúria dos cavalos;

∗ encefalomalácia (LCR). Aumentos da CPK + TGO indica alterações musculares.

Pi

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8.5. Desidrogenase láctica (DHL) ou lactato desidrogenase (LDH) O soro para dosá-la não pode ser congelado, pois ocorre inativação da enzima. Encontrada na maioria dos tecidos corporais, não tendo especificidade por órgãos.

Catalisa a oxidação reversível do lactato para piruvato com o co-fator NAD+. Pela eletroforese cinco isoenzimas podem ser identificadas: DHL 1, DHL 2, DHL 3, DHL 4 e DHL 5. A LDH 1 é de origem da musculatura cardíaca. A LDH 5 é de origem hepática e musculatura esquelética. Sua atividade máxima ocorre entre 48 a 72 horas e volta ao normal lentamente. Pouco usada na ClínicaVeterinária. Causas de aumento da DHL sérica:

∗ doenças do músculo cardíaco e esquelético;

∗ hepatopatias (alteração da permeabilidade dos hepatócitos);

∗ nas doenças hemolíticas. 8.6. Gama glutamiltransferase (GGT) Conhecida também como gama-glutamiltranspeptidase. L-γ-glutamil-p-nitroanilide + glicilglicina glutamilglicina + p-nitroanilina.

A quantidade de nitroanilina liberada é diretamente proporcional a atividade da GGT na amostra.

Esta associada à membrana e citosol especialmente nas células do epitélio dos ductos biliares e túbulos renais, sendo também encontrada no pâncreas e intestino delgado.

A GGT plasmática é de origem hepática e indicativa de colestase e proliferação dos ductos biliares em todas as espécies animais.

A GGT urinária provém dos túbulos renais, sendo indicativa de dano renal, suas concentrações nos cães e gatos e muito baixa. Esta enzima é indicadora de colestase tanto intra como pós-hepática. Está elevada no sangue somente nas doenças do fígado ou da vesícula biliar. Sendo de valor no diagnóstico em cães, cavalos e bovinos, não tem valor nos gatos. Tem maior especificidade que a fosfatase alcalina e AST para avaliar doença hepática, não aumenta nas doenças ósseas como a fosfatase alcalina e nas musculares como a AST.

GGT

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BOYD, J. W. The mecanism relating to increases in plasma enzimas and isoenzymes in diseases in animals. Veterinary Clinical Pathology, v. 12, n. 1, p. 9-24, 1982. DUNCAN, J.R., PRASSE, K. W. Patologia clínica veterinária. Rio de Janeiro: Ed.

Guanabara Koogan S/A, 1982. 217 p. FERREIRA NETO, J. M., VIANA, E. S., MAGALHÃES, L. M. Patologia clínica veterinária.

B. Horizonte: Rabelo Ltda, 1982. 293 p. GONZÁLEZ, F. H. D.; SILVA, S. C. Introdução à bioquímica clínica Veterinária. Porto Alegre:

Gráfica da UFRGS, 2003. 198 p. KANEKO, J. J.; HARVEY, J. W.; BRUSS, M. L. (Eds.) Clinical biochemistry of domestic

animals. 5 ed. New York: Academic Press, 1997, 972 p. JEUSETTE, I; ISTASSE, L.; DIEZ, M. Métabolisme lipidique et hyperlipémies chez le chien.

Ann. Méd. Vet., v. 148, n. 2, p. 79-89, 2004. MEYER, D. J., COLES, E. H., RICH, L. J. Medicina de Laboratório Veterinário. São Paulo:

Ed. Roca Ltda, 1995. 308 p.

Page 19: Bioquimica clinica   roteiro

19

EFEITO DA HEMÓLISE SOBRE OS RESULTADOS LABORATORIAIS∗∗∗∗

Exame Efeito da hemólise Hematologia Contagem de eritrócitos Redução. Hemoglobina Aumento em relação à contagem de eritrócitos e hematócrito. CHCM Aumento VCM Redução Proteínas plasmáticas Aumento Bioquímica sérica AST Aumento ALT Aumento LDH Aumento CK (CPK) Aumento Amilase Redução Lipase Aumento FAL (ALP) Aumento ou redução (dependendo da metodologia utilizada

para análise). Proteína total Aumento Albumina Aumento Cálcio Aumento (método complexo da cresolftaleina. Fósforo Aumento Creatinina Não se altera/aumenta (método de Jaffe)

Redução (dependendo do método). Potássio Aumenta (eqüino, bovino, cão da raça Akita). Bilirrubina Leve aumento ∗∗∗∗ O efeito pode variar de acordo com a metodologia utilizada na análise e com a severidade da hemólise. Cada laboratório deve estabelecer o efeito da hemólise sobre o resultados da análise. CHCM = concentração de hemoglobina celular média; VCM= volume celular médio.

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TABELA PARA CONVERSÃO DOS VALORES DO SISTEMA CONVENCIONAL PARA O SISTEMA INTERNACIONAL (SI) Elementos bioquímicos Fator de conversão Ácidos biliares µg/ml x 2,45 = µmol/L

Ácido úrico mg/dL x 59,5 = µmol/L

Albumina g/dL x 144,9 = µmol/L g/ dL x 10 = g/L

Alanina aminotransferase (ALT) U/mL x 0,482 = U/L URF/mL x 0,482 = U/L

Aspartato aminotransferase (AST) U/mL x 0,482 = U/L URF/mL x 0,482 = U/L

Amilase U/L x 0,0167 = µmol/L

Bilirrubina mg/dL x 17,1 = µmol/L

Cálcio mg/dL x 0,25 = mmol/L

Capacidade de ligação do ferro µg/dL x 0,179 = µmol/L

Colesterol mg/dL x 0,026 = mmol/L

Cloretos mEq/L x 1 = mmol/L

Cobre µg/dL x 0,1574 = µmol/L

Creatinina mg/dL x 88,4 = µmol/L

Desidrogenase láctica (DHL) U/L x 0,0167 = µmol/L

Ferro sérico µg/dL x 0,179 = µmol/L

Fibrinogênio mg/dL x 0,001 = g/L

Fósforo mg/dL x 0,323 = mmol/L

Hemoglobina g/dL x 1,61 = µmol/L

Glicose mg/dL x 0,0556 = mmol/L

Gama glutamiltransferase (GGT) U/L x 16,7 = nkat/L (SI)

Magnésio mg/dL x 0,41 = mmol/L

Osmolaridade Osm/kg x 1 = mmol/L

Proteínas totais g/dL x 10 = g/L

Triglicérides mg/dL x 0,0113 = mmol/L

Uréia mg/dL x 0,166 = mmol/L

mmol/L = mEq/L mU/mL = U/L

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Journal of Feline Medicine and Surgery (2009) 11, 39

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FATORES PARA CORREÇÃO DA ATIVIDADE DAS ENZIMAS COMUNS, CONFORME A TEMPERATURA DE PROCESSAMENTO

Temperatura

(º C)

FAL

CK

DHL

SDH

AST/ALT 20 2,61 2,05 2,10 1,48 2,29 21 2,37 1,82 1,96 1,42 1,85 22 2,15 1,70 1,80 1,37 1,71 23 1,95 1,59 1,67 1,32 1,59 24 1,77 1,49 1,55 1,27 1,45 25 1,61 1,39 1,45 1,22 1,37 26 1,46 1,31 1,33 1,17 1,29 27 1,33 1,23 1,26 1,12 1,21 28 1,21 1,15 1,16 1,08 1,12 29 1,10 1,07 1,07 1,04 1,05 30 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 31 0,90 0,93 0,93 0,96 0,95 32 0,81 0,87 0,86 0,93 0,89 33 0,73 0,81 0,80 0,89 0,85 34 0,66 0,75 0,74 0,85 0,80 35 0,59 0,70 0,68 0,82 0,77 36 0,53 0,65 0,64 0,79 0,73 37 0,48 0,50 0,59 0,76 0,70

Fonte: Kaneko et al. (1997). Se a atividade da FAL a 27º C é 48 U/L, corrigido para 30 º C será:

FAL (30ºC) = 48 x 1,33 ���� FAL (30ºC) = 63,8 U/L

Se a atividade da FAL a 22º C é 38 U/L, corrigido para 37º C será:

FAL (37ºC) = 38 x 2,15/0,48 ���� FAL (37ºC) = 170,2 U/L

****************************** avmundim

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VALORES NORMAIS DAS PROTEINAS SÉRICAS

ESPÉCIE

UNIDADES

ALBUMINA

GLOBULINAS PROTEINAS

ANIMAL ALFA 1 ALFA 2 BETA GAMA TOTAIS

Eqüinos g% 2,5 - 3,8 0,5 - 0,9 0,6 - 1,2 0,4 - 0,8 0,7 - 1,6 6,0 - 8,0

Bovinos g% 2,8 - 3,9 0,2 - 0,4 0,4 - 1,2 0,4 - 0,9 1,1 - 2,3 6,2 - 8,2

Ovinos g% 2,5 - 3,8 0,1 - 0,3 0,2 - 0,5 0,9 - 2,2 1,3 - 2,8 5,0 - 7,8

Caprinos g% 3,0 - 3,4 0,2 - 0,7 0,4 - 1,3 0,4 - 1,3 0,4 - 2,7 6,0 - 8,0

Suínos g% 2,4 - 3,6 1,1 - 1,5 0,3 - 0,6 0,8 - 0,9 1,3 - 2,1 7,0 - 7,5

Caninos g% 2,6 - 4,0 0,1 - 0,5 0,5 - 0,6 1,0 - 2,7 1,0 - 2,8 5,5 - 7,5

Felinos g% 2,4 - 3,7 0,3 - 1,4 0,3 - 1,4 0,3 - 1,7 0,2 - 2,2 5,7 - 8,0

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V A L O R E S N O R M A I S

Elemento Unid. Bovino Canino Equino Suino Felino Ovino Caprino

Uréia mg/dL 23,0 - 58,0 21,0 - 60,0 21,0 - 51,0 8,0 - 24,0 43,0 - 64,0 17,0 - 43,0 13,0 - 69,0

Creatinina mg/dL 1,0 - 2,0 1,0 - 1,7 1,0 - 2,0 1,0 - 2,7 0,8 - 1,8 1,2 - 1,9 l,0 - 2,8

Glicose mg/dL 45,0 - 75,0 65,0 - 118,0 75,0 - 115,0 55,0 - 100,0 73,0 - 134,0 50,0 - 80,0 30,0 - 60,0

Colesterol total mg/dL 80,0 - 120,0 135,0 - 270,0 75,0 - 115,0 77,0 - 137,0 95,0 - 130,0 52,0 - 76,0 80,0

Colesterol Esterificado mg/dL

49,0 - 120,0

80,0 - 180,0

30,0 - 120,0

70,0 - 106,0

68,0 - 120,0

----

----

Triglicérides mg/dL 0,0 - 14,0 20,0 - 112,0 4,0 - 44,0 ----- 10,0 - 114,0 ---- ----

Fibrinogênio g/dL 0,3 - 0,7 0,1 - 0,5 0,1 - 0,5 0,2 - 0,4 0,1 - 0,4 0,1 - 0,5 0,1 - 0,4

Cálcio mg/dL 8,5 - 11,6 9,0 - 11,3 11,2 - 13,6 9,0 - 11,9 6,2 - 10,2 11,5 - 12,8 l0,7

Fósforo mg/dL 3,4 - 7,1 2,6 - 6,2 3,1 - 5,6 3,1 - 5,6 4,5 - 8,1 5,0 - 7,3 6,8 - 84

Magnésio mg/dL 1,7 - 3,0 1,8 - 2,4 2,2 - 2,8 2,7 - 3,7 1,4 - 3,1 2,2 - 2,8 2,8 - 3,6

AST U/L 0,0 - 132,0 0,0 - 66,0 0,0 - 336,0 9,0 - 113,0 0,0 - 43,0 0,0 - 90,0 167,0 - 513,0

ALT U/L 0,0 - 38,0 0,0 - 102,0 0,0 - 23,0 32,0 - 84,0 0,0 - 83,0 0,0 - 30,0 24,0 - 83,0

Fosfatase ácida U/L ------ 5,0 - 25,0 ------ ------ 0,5 - 24,0 ------ -----

ALP U/L 0,0 - 196,0 0,0 - 156,0 0,0 - 395,0 26,0 - 362,0 0,0 - 93,0 0,0 - 387,0 0,0 - 386,0

GGT U/L 11,0 - 24,0 1,0 - 10,0 4,0 - 13,4 10,0 - 60,0 1,0 - 10,0 20,0 - 52,0 20,0 - 56,0

CK U/L 0,0 - 94,0 0,0 - 125,0 0,0 - 140,0 2,4 - 22,5 0,0 - 125,0 0,0 - 40,0 0,0 - 40,0

SDH U/L 0,0 - 15,3 0,0 - 8,0 0,0 - 6,0 1,0 - 6,0 0,0 - 8,0 0,0 - 28,0 0,0 - 28,0

LDH U/L 692,0 - 1445,0 50,0 - 495,0 162,0 - 412,0 96,0 - 160,0 75,0 - 490,0 238,0 - 440,0 123,0 - 392,0

Fonte: Kaneko et al. (1997) e Meyer et al. (1995).

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Valores de referência

Metabólitos

Unid. Caninos Felinos Bovinos Eqüinos Ovinos Ácidos graxos livres mmol/L SIL SIL 8,8 - 20,6 2,9 - 11,8 2,9 - 14,7 Beta-hidroxibutirato mg/dL 0,24 - 0,36 SIL 0 - 10 0 - 10 0 - 10 Colesterol mg/dL 135 - 270 95 - 130 80 - 120 75 - 150 52 - 76 Frutosamina umol/L 170 - 338 219 - 347 SIL SIL SIL Glicose mg/dL 65 - 118 73 - 134 45 - 75 75 - 115 50 - 80 Triglicerídeos mg/dL 38,1* 35,4* 0 - 14 4 - 44 SIL

Proteínas totais g/L 54 - 71 54 - 78 66 - 75 52 - 79 60 - 79 Albumina g/L 26 - 33 21 - 33 27 - 38 26 - 37 26 - 42 Globulinas g/L 27 - 44 26 - 51 30 - 52 26 - 40 35 - 57

Bilirrubina total mg/dL 0,1 - 0,5 0,15 - 0,5 0,01 - 0,5 1,0 - 2,0 0,1 - 0,5

Bilirrubina direta (conjug.)

mg/dL 0,06 - 0,12 SIL 0,04 - 0,44 0-0,4 0 - 0,27

Creatinina mg/dL 0,5 - 1,5 0,8 - 1,8 1,0 - 2,0 1,2 - 1,9 1,2 - 1,9 Hemoglobina g/dL 12 - 18 8 - 14 9 - 15 11 - 19 9 - 14 Lactato mg/dL 2 - 13 SIL 5 - 20 10 - 16 9 - 12 Uréia mg/dL 21 - 60 43 - 64 23 - 58 21 - 51 17 - 43

* Valores médios SIL: valores sem informação na literatura. Fonte: KANEKO et al. (1997)

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* Valores médios SIL: valores sem informação na literatura. Fonte: KANEKO et al. (1997)

Enzimas

Unid. Caninos Felinos Bovinos Eqüinos Ovinos Amilase U/L 185 - 700 0 - 500 SIL 75 - 150 SIL ALT (TGP) U/L 0 - 102 0 - 83 0 - 38 0 - 23 0 - 30 Arginase U/L 0 - 14 0 -14 0 - 30 0 - 14 0 - 14 AST (TGO) U/L 0 - 66 0 - 43 0 - 132 0 - 366 0 - 90 Colinesterase U/L 270* 540* 1270 - 2430 450 - 790 640 Creatina quinase (CK) U/L 0 - 125 0 - 125 0 - 94 0 - 140 0 - 40 Fosfatase alcalina U/L 0-156 0 - 93 0 - 196 0 - 395 0 - 387 GGT U/L 0 - 10 0 - 8 0 - 39 0 - 62 0 - 32 Lactato desidrogenase U/L 45-233 63 - 273 692 - 1445 162 - 412 238 - 440 Sorbitol desidrogenase U/L 0 - 8 0 - 8 0 - 15 0 - 6 0 - 28

Minerais

Unid. Caninos Felinos Bovinos Eqüinos Ovinos

Cálcio mg/dL 9,0 - 11,3 6,2 - 10,2 8,0 - 12,4 11,2 - 13,6 11,5 - 12,8

Cobre ug/dL 100 - 200 SIL 63 - 140 76 - 127 58 - 160

Ferro ug/dL 30 - 180 68 - 215 57 - 162 73 - 140 166 - 221

Fósforo mg/dL 2,6 - 6,2 4,5 - 8,1 3,4 - 7,1 3,1 - 5,6 5,0 - 7,3

Magnésio mg/dL 1,8 - 2,4 1,4 - 3,1 1,7 - 3,0 2,2 - 2,8 2,2 - 2,8

Potássio mmol/L 4,4 - 5,3 4,0 - 4,5 3,9 - 5,8 2,4 - 4,7 3,9 - 5,4

Sódio mmol/L 141 - 152 147 - 156 132 - 152 132 - 146 139 - 152