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Outubro 2012 | Informativo Jurídico 1 UNINORTE JURÍDICO Outubro 2012 | Nº 007

Boletim UniNorte Jurídico #7

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Outubro 2012 | Informativo Jurídico 1

UNINORTEJURÍDICO

Outubro 2012 | Nº 007

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“Comunidade Acadêmica,

Estamos há poucos dias da prova do ENADE. Neste ano, implementamos diversas estratégias para que, no dia 25/11, os nossos alunos tenham pleno êxito nesta prova.

Queremos agradecer a todos vocês, pelo apoio, pelas críticas construtivas, pelas conversas, enfim, por todo e qualquer ato que, de alguma forma, contribuiu para o crescimento de todos.

O resultado do ENADE não é somente da IES, é de todos nós, do corpo docente, discente e administrativo. É o resultado do nosso trabalho, do nosso esforço, seja ele coletivo ou individual. Levar, junto com o seu diplo-ma, a chancela de qualidade do MEC, é um diferencial competitivo de mercado.

O comprometimento de toda equipe é essencial para alcançarmos um resultado de excelência. Estamos cer-tos de temos o melhor time, completamente engajado em alcançar o melhor resultado para o nosso curso.

Lembrem, fazem as prova os alunos finalistas devidamente inscritos pela IES. Confira a lista de inscritos no site do Uninorte. A prova é dia 25/11/12, às 13h (horário de Brasília). Para saber o seu local de provas é preciso responder ao questionário sócio-econômico disponível na página do INEP - www.inep.gov.br. O preenchimen-to do questionário é obrigatório. Qualquer dúvida ou dificuldade procure a sua Coordenação.

Um forte abraço,

Prof. Geraldo Harb e Profa. Marklea Ferst”

EDITORIAL

Profa. Marklea Ferst, M.Sc. Coordenadora do Curso de Direito.

Prof. Dr. Antonio Geraldo HarbDiretor da Escola de Ciências Humanas e Sociais.

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Na edição anterior, levamos ao conhecimento da comunidade acadêmica a decisão de primeiro grau repudiando a petição inicial pela forma pela qual foi elaborada – em seu con-teúdo havia expressões ofensivas, o uso exagerado de letras maiúsculas etc. Ela corroborou com as orientações constantes acerca da importância de se escrever de forma simples, clara, objetiva, ética e correta (respeitando-se, inclusive, as normas gramaticais).

Em agosto de 2005, a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) lançou a Campanha Pela Simplificação da Linguagem Jurídica utilizada pelos operadores do direito, com base no mote “ninguém valoriza o que não conhece”.

Segundo a Comissão da AMB para a Efetividade da justiça Brasileira, para que o Poder Ju-diciário fique mais próximo dos cidadãos, é necessário “reeducação linguística nos tribunais e nas faculdades de Direito, com uso de uma linguagem mais simples direta e objetiva”. (cf. http://www.amb.com.br/?secao=campanha_juridiques)

Com o intuito de divulgar a campanha e conscientizar sobre a relevância da simplificação da linguagem jurídica, a AMB criou concurso para premiar os melhores trabalhos dos alunos de Direito relacionados ao tema da campanha. Abaixo, o texto na íntegra, do segundo colo-cado, Pedro Carvalhaes Vieira, acadêmico da UFMG (Belo Horizonte/MG).

COM COMPLEXIDADE NÃO HÁ IGUALDADE.

José e sua mulher estavam inquietos com a realização do julgamento que definiria se se-riam (ou não) indenizados pela morte de seu filho, um jovem que, no auge dos seus 25 anos, caíra de um andaime enquanto trabalhava como pedreiro na construção de um prédio. José – um agricultor nordestino – tinha 70 anos e nunca havia pisado num tribunal em toda sua vida, assim como sua mulher, a faxineira Dona Maria.

O advogado do casal dava como certa a vitória judicial, posto que o andaime utilizado pela construtora, que empregava o rapaz, fora considerado impróprio pelo laudo de um perito. Desde o início da audiência, José não entendia quase nada do que era dito, tanto pelos advo-

Prof. Maria LenirMestra em Ciências Jurídicas pela UNIVALI

Escreva DIREITO!

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Escreva DIREITO!gados quanto pelo juiz. Para o agricultor, aquelas expressões e palavras mais pareciam pertencer a um outro idioma, oriundo de um lugar distante e de uma cultura muito antiga, da qual ele nunca havia ouvido falar.

– Data venia, senhores, creio que depois de ouvir um argumento tão arietino em relação ao ino-pinado óbito do jovem trabalhador, não haverá outra solução, que não seja o deferimento do pedido de seus pais. O aresto não pode mais ser procrastinado ! Fiat justitia ! – disse o magistrado em tom profético.

Mais uma vez, as palavras do juiz intrigaram José. Sentia-se mal por não conseguir compreen-der o que estava sendo dito, ainda mais pelo fato de que o objeto da discussão era uma questão tão importante para a sua vida. “Parece que eu sou incapaz de entender os meus próprios direi-tos!”, sussurrou para Dona Maria. Não fica com essa cara não! Logo, logo, o advogado vai dizer o resultado do julgamento para a gente! É claro que a gente não entende essas coisas que eles estão dizendo. Eles passaram anos estudando e lendo esses livros “mais grossos do que as listas telefônicas”! E você Zé?! Você pouco foi à escola, nunca leu um livro, não sabe de nada, assim como eu! E, para falar a verdade, acho tão bonita e chique a forma como eles falam! – disse ela.

“Pode ser que ela tenha razão.”, pensou o agricultor. Mesmo assim, a curiosidade em relação ao que estava sendo dito pelo juiz e pelos advogados incomodava sua mente. Lembrou-se de ter ouvido, num certo momento, a expressão “actori incumbit probatio”. “Será que eles querem dizer que um ator encobriu algumas provas?”, se indagou. Depois, recordou-se de outra ex-pressão utilizada pelo magistrado, algo como “dies ad quem computatur in termino”. “Será que querem me dar só um computador como indenização?! Acho que ele está dizendo que assim eu vou terminar a minha luta por justiça!”, concluiu irritado. E os aforismos jurídicos não pararam por aí. Muitas outras máximas e palavras exóticas foram ditas pelo juiz e pelos advogados, como por exemplo “ubi eadem est ratio, idem jus” (que José interpretou como uma proposta de inde-nização, onde ele e a esposa receberiam o direito de comprar um rádio, financiado e sem juros). Já quase no final do julgamento, refletiu e deduziu que não havia entendido praticamente nada daquela audiência, tão aguardada por ele. “Já ouvi falar que a justiça é cega, mas quem parece cego aqui sou eu, desnorteado nesta conversa tão complicada!”, pensou. Não conseguia aceitar a explicação de sua mulher e, num ato de ousadia, resolveu interromper a fala do juiz, dando-lhe o troco “na mesma moeda”:

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Escreva DIREITO!– Senhor Juiz, veja só: estou aqui “na rosca da venta” com o senhor e não entendo nada do

que o senhor fala! Estou me sentindo um verdadeiro “ ababacado”! Para entender o que o senhor e os advogados dizem, só “filando” a tradução de um papel. Que “vuco-vuco” mais danado! Estou me sentindo como um “xeleléu” qualquer! É de “lascar o cano”! Isto já está me “abufelando”!

– Data venia, Senhor José. O senhor poderia repetir o que acabou de dizer?– Não entendi! – falou o magistrado ao ouvir aquelas curiosas palavras, quebrando assim

o protocolo. – Se, como eu, o senhor tivesse nascido no Nordeste, saberia o significado de tudo isso que

acabei de dizer. Saberia que na “rosca da venta” é o mesmo que “cara a cara”, que “vuco--vuco” é “confusão” , que “xeleléu” é “pessoa sem valor” e que abufelar” é “irritar”. Viu só como é ruim ouvir uma pessoa e não entender nada do que ela fala, principalmente quando ela está falando algo relacionado com sua vida?! Garanto que se eu também tivesse tido a oportunidade de estudar, como o senhor e estes advogados tiveram, entenderia todas estas “coisas” complicadas que os senhores estão falando aí. Por um acaso, a intenção do senhor é fazer com que eu não entenda o que está sendo julgado? É algum tipo de código? Não são os senhores mesmos que vivem dizendo que o poder deve vir do “povo e para o povo”?! Falando desse jeito eu acho meio difícil! – respondeu o agricultor.

Naquele instante, o juiz se deu conta da importância da manifestação de José. Como po-deria um cidadão de pouca instrução entender um vocabulário tão erudito, dominado por pouquíssimos setores da sociedade brasileira? Não era aquela uma forma de garantir poder sobre aqueles que não conseguiam entender a complexa linguagem usada no meio jurídico?

Percebeu que toda aquela “pompa verbal” (até então vista por ele como apenas uma tra-dição do ritual jurídico) reforçava ainda mais a opressão e a gritante disparidade social exis-tentes no Brasil. Tratava-se de uma afronta à democracia, posto que (na prática) impedia a compreensão e a utilização do Poder Judiciário por grande parte do povo brasileiro. Assim sendo, daquele dia em diante, resolveu contribuir ainda mais para a formação de uma socie-dade verdadeiramente igualitária e justa: aposentou” para sempre o “juridiquês”.

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Escreva DIREITO!Pedro Carvalhaes Vieira

Muitas mensagens, via correio eletrônico, são enviadas com exemplos do que chamamos de “pérolas da linguagem jurídica”; frases com linguagem altamente rebuscadas e termos arcaicos, em desuso e outros, verdadeiros atentados à língua culta. Veja alguns exemplos:

“Em ressunta, sob pena de se ter uma interpretação inversa ao que pretendeu o texto”. (artigo escrito por advogado)

“O imóvel está uma boneca”. ( Frase de um laudo pericial de avaliação)“...penhorei uma mesa de comer velha de quatro pés...” (Certidão lançada por um oficial de

justiça, em Passo Fundo, após efetuar uma penhora) No primeiro exemplo nos deparamos com uma palavra considerada em desuso (ressunta),

poderia simplesmente ser substituída por “resumo” que o texto ficaria mais elegante e com com-preensão imediata; na segunda frase, o uso indevido de gíria, deve-se primar pela língua culta, substituição sugerida: “em boas condições”; na terceira oração, o regionalismo “mesa de comer” e a ausência de vírgulas separando os adjetivos, pode levar à interpretações diversas - nossa su-gestão: “...mesa de jantar, velha, de quatro pés...”

O texto de Pedro Carvalhaes Vieira nos traz, de forma simples, a importância do uso de lin-guagem simples, mas não simplória, pelos profissionais da área do direito, tanto na elaboração de peças quanto em audiências, cumprindo assim, realmente, a garantia do acesso à justiça, posto que este se dá, principalmente pela compreensão.

Não basta apenas ler, o ato de redigir de forma correta é exercício. Exercite e escreva direito. Caso tenha dúvidas, escreva-nos, pois teremos a maior sa-

tisfação em atendê-lo.

Até a próxima edição!

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Por Evelyn Freire de CarvalhoProcuradora do MPC/AM e Presidente da AMPCON

Recentemente aprovada pelo Supremo Tribunal Fe-deral (STF), a aplicação da Lei Complementar n. 135, de 04 de junho de 2010, conhecida como Ficha Lim-pa, já acontecerá nas eleições municipais deste ano. No julgamento, o STF referendou o dispositivo que valida o julgamento de prefeitos pelos Tribunais de Contas sempre que figurarem como ordenadores de despesa, fortalecendo a posição dos TCs no âmbito do controle externo e preservando uma de suas relevantes compe-tências, já que possibilita a reparação do dano causado através do julgamento daqueles que ordenam despesas.

O regramento consta da parte final da alínea g, do inciso I , do artigo 1º da Lei Complementar nº 64/90 (Lei das Inelegibilidades), com a redação dada pela Lei Complementar nº 135/10, aplicando-se o disposto no inciso II, do artigo 71 da Constituição Federal a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatá-rios que tenham agido nessa condição. Esse dispositivo constitucional dispõe sobre o julgamento dos ordena-dores de despesa pelo Tribunal de Contas.

A redação da sobredita norma assevera:

“Art. 1º São inelegíveisI - para qualquer cargo:......................................................................g) os que tiverem suas contas relativas ao

exercício de cargos ou funções públicas rejeita-das por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Po-der Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de manda-tários que houverem agido nessa condição;”

O legislador intencionou submeter os Chefes do Po-der Executivo, especialmente os Prefeitos, nos casos em que acumulam as funções de governo com a de gestor público (ordenador de despesas), a julgamento de suas

Lei da Ficha Limpa: STF confirma a constitucionalidade do julgamento pelos Tribunais de Contas de prefeitos ordenadores de despesa

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contas, com caráter de exclusividade, pelos Tribunais de Contas, nos termos do inciso II do art. 71 da Carta Magna.

Destaquemos as diferenças entre contas de governo e contas de gestão. Segundo José de Ribamar Caldas Furtado, “existem dois regimes jurídicos de contas pú-blicas: a) o que abrange as denominadas contas de go-verno, exclusivo para a gestão política do chefe do Po-der Executivo, que prevê o julgamento político levado a efeito pelo Parlamento, mediante auxílio do Tribunal de Contas, que emitirá parecer prévio (CF, art. 71, I, c/c art. 49, IX); b) o que alcança as intituladas contas de gestão, prestadas ou tomadas, dos administradores de recursos públicos, que impõe o julgamento técnico realizado em caráter definitivo pela Corte de Contas (CF, art. 71, II), consubstanciado em acórdão que terá eficácia de título executivo (CF, art. 71, § 3º), quando imputar débito (reparação de dano patrimonial) ou apli-car multa (punição)” (“Os regimes de contas públicas: contas de governo e contas de gestão”, artigo publicado na Revista do TCU, nº 109, maio/agosto 2007).

Inclusive, na ADI n. 849/MT o Supremo Tribunal Federal reconheceu a distinção entre contas de governo (art. 71, I, da CF/88) e contas de gestão (art. 71, II, da CF/88). Vejamos a ementa do acórdão:

“Tribunal de Contas dos Estados: com-petência: observância compulsória do modelo federal: inconstitucionalidade de subtração ao Tribunal de Contas da competência do julgamen-to das contas da Mesa da Assembléia Legislativa - compreendidas na previsão do art. 71, II, da Constituição Federal, para submetê-las ao regime do art. 71, c/c. art. 49, IX, que é exclusivo da prestação de contas do Chefe do Poder Execu-

tivo. I. O art. 75, da Constituição Federal, ao in-cluir as normas federais relativas à “fiscalização” nas que se aplicariam aos Tribunais de Contas dos Estados, entre essas compreendeu as atinen-tes às competências institucionais do TCU, nas quais é clara a distinção entre a do art. 71, I - de apreciar e emitir parecer prévio sobre as contas do Chefe do Poder Executivo, a serem julgadas pelo Legislativo - e a do art. 71, II - de julgar as contas dos demais administradores e responsá-veis, entre eles, os dos órgãos do Poder Legislati-vo e do Poder Judiciário. II. A diversidade en-tre as duas competências, além de manifesta, é tradicional, sempre restrita a competência do Poder Legislativo para o julgamento às contas gerais da responsabilidade do Chefe do Poder Executivo, precedidas de parecer prévio do Tribunal de Contas: cuida-se de sistema especial adstrito às contas do Chefe do Governo, que não as presta unicamente como chefe de um dos Poderes, mas como responsável geral pela execução orçamentá-ria: tanto assim que a aprovação política das contas presidenciais não libera do julgamen-to de suas contas específicas os responsáveis diretos pela gestão financeira das inúmeras unidades orçamentárias do próprio Poder Executivo, entregue a decisão definitiva ao Tribunal de Contas.” (STF, Tribunal Pleno, rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, pub. no DJ de 23.04.1999, p. 01)

Na prestação de contas de governo o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos Municipais expressam os resul-

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tados da atuação governamental em referido exercício financeiro. Nesta situação, como o chefe do Executivo não é considerado o ordenador de despesas da máqui-na pública, o Tribunal de Contas não tem competência para julgar o seu exercício financeiro anual. Logo, o jul-gamento dessas contas compete totalmente ao Poder Legislativo (art. 71, I c/c 49, IX da CF/88), que poderá ou não seguir o parecer prévio, pela aprovação ou rejei-ção das contas, emitido pelo Tribunal de Contas.

Ainda pelo magistério de José de Ribamar Caldas Furtado, “tratando-se de exame de contas de governo o que deve ser focalizado não são os atos administrati-vos vistos isoladamente, mas a conduta do administra-dor no exercício das funções políticas de planejamento, organização, direção e controle das políticas públicas idealizadas na concepção das leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA), que foram propostas pelo Poder Exe-cutivo e recebidas, avaliadas e aprovadas, com ou sem alterações, pelo Legislativo. Aqui perdem importância as formalidades legais em favor do exame da eficácia, eficiência e efetividade das ações governamentais. Im-porta a avaliação do desempenho do chefe do Executi-vo, que se reflete no resultado da gestão orçamentária, financeira e patrimonial” (“Os regimes de contas públi-cas: contas de governo e contas de gestão”, artigo pu-blicado na Revista do TCU, nº 109, maio/agosto 2007).

Já as contas de gestão, por sua vez, submetem-se a julgamento direto pelos Tribunais de Contas, que têm competência para julgar, com exclusividade, as contas dos administradores e demais responsáveis por dinhei-ros, bens e valores públicos, podendo gerar imputação de débito e multa (art. 71, II e § 3º da CF/88). Logo, o Prefeito, assumindo também a função de ordenador de despesas, submeter-se-á a um duplo julgamento: um pela Câmara Municipal mediante exame do parecer pré-

vio emitido pelo Tribunal de Contas nas contas de go-verno e, portanto, um julgamento político e outro pelo próprio Tribunal de Contas, mas agora em julgamento técnico nas chamadas contas de gestão. Este fator é o que tem gerado o grande número de prefeitos afasta-dos, ou sob julgamento.

Contudo, a interpretação até então proferida pelo Su-premo Tribunal Federal não era essa, mas a de que os Chefes do Poder Executivo, ainda quando investidos na condição de ordenadores de despesas, apenas se sub-metem ao julgamento político do Poder Legislativo, não cabendo aos Tribunais de Contas julgarem suas contas com base no inciso II do art. 71 da Carta Magna. (RE 597362/BA – repercussão geral)

Com a Lei da Ficha Limpa e o recente julgamento emitido pelo Supremo Tribunal Federal, penso ter sido a matéria superada, passando a haver, no plano infra-constitucional, preceito expresso prevendo a necessi-dade de duplo julgamento no caso de Chefe do Poder Executivo acumulando a função de ordenador de des-pesas. Assim, passou a ser inelegível o mandatário que, na condição de ordenador de despesas, tem suas contas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa pelo Tribunal de Contas, no exercício da competência prevista no inciso II do art. 71 da Carta Magna.

Desta feita, salvo se o Supremo Tribunal Federal mo-dificar seu entendimento no julgamento do RE 597362/BA, reconhecido como de repercussão geral, conclui-se ser constitucional a expressão “aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de manda-tários que houverem agido nessa condição”, acrescida ao texto da alínea “g”, do inciso I do art. 1º da LC nº 64/90 pela LC nº 135/10.

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Informativo Jurídico | Outubro 201210

Resumo: O presente artigo aborda a proposta contida no anteprojeto do Código Penal de nova redação para o Homicídio Eutanásico e suas possíveis conseqüências jurídicas.

Palavras-chave: Anteprojeto do Código Penal, Homicídio Eutanásico.Abstract: This article discusses the proposal contained in the draft of the new Criminal Code wording for Euthanasia’s

Murder’s and possible legal consequences.Keywords: Draft Penal Code, Euthanasia’s Murder’s.

O anteprojeto do Código Penal em discussão no Poder Legislativo traz nova redação e nova disciplina para o homicídio eutanásico.

Conceitualmente o homicídio eutanásico deve ser entendido como aquele que é praticado para abreviar piedosamente o irremediável sofrimento da vítima, e a pedido ou com o assentimento desta (Nélson Hungria, Comentários ao Código Penal, 3. ed., Forense, 1955, v. V, p. 125).

Segundo a proposta contida no referido projeto, tal crime passa a ser tratado como crime co-missivo, punido de maneira mais branda se comparado às outras modalidades ilícitas precedentes

O anteprojeto do Código Penal e a nova proposta de pena para o Homicídio Eutanásico. Prof. Raphael DouglasAdvogado Criminalista, Professor Universitário Pós Graduado em Ciências Criminais pela Universidade Gama Filho--RJ, Pesquisador e Colaborador junto ao Instituto de Pesquisa e Aprimoramento do Direito, dentre eles o IBCCRIM (Instituto Brasileiro de Ciências Criminais) e o IBGF (Instituto Brasileiro Giovanni Falcone).

Anteprojeto do novo Código Penal

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na ordem de disposição do artigo em que figura, e até mesmo em relação ao crime de lesão corporal seguida de morte (art. 128, § 4.º).

A nova redação legislativa proposta não isenta a eutanásia de pena, como fizeram no passado os Códigos da Rússia, Noruega e Peru, entre outros. Há apenas a atenuação da pena levando-se em consideração a motivação para a prática criminosa.

Pelo texto proposto, trata-se de um “homicídio por compaixão, praticado por cônjuge, companheiro, ascendente, descendente, irmão ou pessoa ligada por estreitos laços de afeição à vítima, a pedido desta, desde que imputável e maior de dezoito anos, para abreviar-lhe sofrimento físico insuportável, em razão de doença grave e em estado terminal, devidamente diagnosticados”. Pena: reclusão, de dois a cinco anos. (grifo nosso)

Contudo, a consumação do crime apenas se dará com a ocorrência de todas as circunstâncias dispostas acima. Do contrário tratar-se-á de homicídio, simples, qualificado ou privilegiado, dependendo da particular situação, decorren-do daí várias implicações, notadamente no campo da dosimetria da pena e regime de seu cumprimento.

Ao meu sentir, data vênia, se aprovada tal redação em sede legislativa, haverá violação de regras legais (notada-mente o art. 5.º, caput, da CF, que determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida), morais e religiosas.

Isso porque a vida das pessoas acometidas de moléstias graves e que por um determinado instante possam estar mais próximas da morte não perdeu (e nem é possível que isso ocorra Constitucionalmente) a qualidade de bem jurídico constitucionalmente tutelado.

Não podemos confiar à dor a influência decisiva de determinar a eutanásia. A medicina moderna não está demar-cada perante as dores mais agudas.

A incurabilidade é um dos conceitos mais duvidosos. Para as situações em que a morte não é imediata a eutanásia não deve ser praticada, ainda que a enfermidade continue a destruir o organismo e acabe por fim com a existência humana.

Estou certo de que o Homicídio Eutanásico não encontra fundamento nos princípios sociais, morais e religiosos, assim sendo, a redução da pena para o homicídio eutanásico deve ser combatida, repelida, principalmente, em nome do direito. Defendê-la é, ao meu sentir, fazer apologia de um crime, desvalorizando a vida, bem maior em quaisquer searas existentes.

Anteprojeto do novo Código Penal

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Informativo Jurídico | Outubro 201212

Prof. Maurilio Casas Maia* *Mestre em ciências jurídicas pela UFPB. Pós-graduado em “Direito Público” e em “Direitos Civil e Processual Civil”. Professor Universitário e de Curso Preparatórios para Concursos.

No dia 1º de março de 2012, o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o Recurso em Mandado de Segurança n. 28.470, emi-tiu juízo de valor acerca da legitimidade do Estatuto dos Militares do Estado do Amazonas (Lei n. 1.154/1975), conforme ementa a seguir transcrita:

“RECURSO ORDINÁRIO EM MAN-DADO DE SEGURANÇA. MILITAR. INCAPACIDADE TOTAL E PERMA-NENTE PARA QUALQUER TRABA-LHO. REFORMA NA MESMA GRA-DUAÇÃO COM REMUNERAÇÃO

CALCULADA COM BASE NO SOLDO CORRESPONDENTE AO GRAU HIE-RÁRQUICO IMEDIATO. 1. A Consti-tuição Federal e a Constituição do Esta-do do Amazonas remetem à lei ordinária estadual o regramento da transferência dos militares estaduais para a inatividade, não tendo aplicação os dispositivos relati-vos aos servidores públicos civis, exceto quando expressamente mencionados.

2. O artigo 98 do Estatuto dos Poli-ciais Militares do Estado do Amazonas assegura o direito do militar considerado

O soldo da patente superior na reforma por invalidez dos mi-litares amazonenses: o STJ, o TJ/AM e o Estatuto dos Policiais Militares do Estado do Amazonas.

Opinião

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incapaz total e permanentemente para qualquer trabalho à reforma na mesma graduação mas com remuneração calcu-lada com base no soldo corresponden-te ao grau hierárquico imediato ao que possui na ativa, o que não é estranho à disciplina legal da reforma dos militares das Forças Armadas (cf. artigo 110 da Lei Federal nº 6.880/80).

3. A doutrina, a legislação e a jurispru-dência pátrias distinguem a promoção de militar por ocasião de sua reforma, que é efetivamente vedada (cf. art 109, inciso XXII da CE/AM, art. 60 da Lei Estadual nº 1.154/75 e art. 62 da Lei Fe-deral nº 6.880/80), da hipótese em que a reforma se dá na mesma graduação, conquanto a remuneração seja calculada com base no soldo correspondente ao grau hierárquico imediato ao da ativa, sem qualquer promoção, não sendo in-constitucional o art. 98 da Lei Estadual nº 1.154/75. 4. Recurso ordinário pro-vido.” (RMS 28470/AM, Rel. Min. MA-RIA THEREZA DE ASSIS MOURA, 6ª Turma, j. 1/3/2012, DJe 19/3/2012).

Pois bem, o litígio versava sobre a le-galidade e constitucionalidade da passa-gem do militar para reserva por invalidez com percebimento de soldo correspon-

dente ao grau hierárquico imediatamen-te superior. Nessa senda, entendeu a Corte da Cidadania que haveria distin-ção entre a situação sub judice e aquelas em que o servidor militar passaria para inatividade com automática promoção para patente superior. Dessa forma, o STJ reconheceu a regularidade da passa-gem para a inatividade remunerada com soldo da patente superior, desde que isso não implique promoção à patente superior por ocasião da reforma.

No mesmo sentido ainda o Superior Tribunal de Justiça: REsp 1291905⁄RS, Rel. Min. MAURO CAMPBELL MAR-QUES, 2ª Turma, j. 1⁄12⁄2011, DJe 9⁄12⁄2011; AgRg no REsp 1168919⁄RS, Rel. Min. LAURITA VAZ, 5ª Turma, j. 4⁄8⁄2011, DJe 16⁄8⁄2011; AgRg no REsp 1212668⁄RS, Rel. Min. LUIZ FUX, 1ª Turma, j. 17⁄2⁄2011, DJe 1⁄3⁄2011; RMS 27555/AM, Rel. Ministra LAURITA VAZ, 5ª Turma, j. 28/10/2008, DJe 17/11/2008.

Entretanto, era preciso atentar ao fato de que a interpretação do Superior Tri-bunal de Justiça era totalmente diversa da interpretação adotada pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ/AM), por meio de seu Plenário, no julgamento

Opinião

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da Arguição de Inconstitucionalidade nº 2007.001228-8/0001.00, julgada em 13/3/2008.

Atento a tal situação, o Plenário do TJ/AM, em 25/9/2012, reviu seu posiciona-mento e passou a adotar o mesmo enten-dimento do STJ, conforme se pode verifi-car da leitura do seguinte aresto:

“- ARGUIÇÃO DE INCONSTITU-CIONALIDADE EM MANDADO DE SEGURANÇA. REVISÃO DO ENTEN-DIMENTO DO TRIBUNAL PLENO.

- SERVIDOR MILITAR. INCAPA-CIDADE TOTAL E PERMANENTE PARA QUALQUER TRABALHO. RE-FORMA NA MESMA GRADUAÇÃO COM REMUNERAÇÃO CALCULADA COM BASE NO SOLDO CORRES-PONDENTE AO GRAU HIERÁRQUI-CO IMEDIATO.

- DISTINÇÃO ENTRE “PROMO-ÇÃO DO MILITAR POR OCASIÃO DA REFORMA” E DE “REFORMA NA MESMA GRADUAÇÃO COM REMU-NERAÇÃO CALCULADA COM BASE NO SOLDO DA PATENTE IMEDIA-TAMENTE SUPERIOR”.

- LEI ESTADUAL Nº. 1.154/1975. CONSTITUCIONALIDADE FEDE-RAL E ESTADUAL. REMISSÃO AO

REGRAMENTO POSTERIOR POR LEI INFRACONSTITUCIONAL ES-TADUAL, NORMA MILITAR ESPE-CÍFICA QUE AFASTA A APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DAS NORMAS DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS.

- PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E DO SU-PREMO TRIBUNAL FEDERAL.

- CONSTITUCIONALIDADE RE-CONHECIDA.” (TJ-AM, Arguição de inconstitucionalidade em MS n. 2008.003414-6/0001.00, Tribunal Pleno, Rel. Des. Cláudio Roessing, votação unâ-nime, j. 25/9/2012).

Em síntese, o Tribunal de Justiça do Amazonas deu grande passo no sentido de conferir aplicação isonômica do direi-to em território nacional. Valorizou-se a jurisprudência dominante superior – que inclusive já serve, há tempos, de funda-mento para decisões monocráticas finais dos relatores nos Tribunais, nos termos do art. 557, do Código e Processo Civil (CPC).

Opinião

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Outubro 2012 | Informativo Jurídico 15

Aconteceu

O mês de setembro foi marcado pelo início das atividades do Grand Prix de conhecimento Jurídico, do qual podem participar, voluntariamen-te, os alunos do 9º e 10º períodos. Precipuamente, o GP tem a finalidade de estimular os alunos a au-mentarem seus conheci-mentos para quem alcan-cem o primeiro lugar no mercado de trabalho, nos Exames da Ordem, em concursos públicos e no ENADE.

Uma jornada pelo aumento do conhecimento

Maria da Penha e Dignidade Humana

08 a 11 de Outubro - 1ª Semaneca

Preparando futuros advogados

Maria da Penha e Dignidade Humana - O professor Elvis de Paula, com o conhecimento peculiar que tem do âmbito penal, palestrou sobre a Lei 11.340/2006, em palestra intitulada “A Lei Maria da Penha e a dig-nidade humana”, no dia 11/09/2012, e foi muito bem recebida pela Comunidade Acadêmica.

Nos dias 08 a 11 de outubro aconte-ceu a 1a Semaneca - Semana sobre os Direitos da Criança e do Adolescente. Foram diversas atividades durante es-

tes dias. A semana teve encerramento com atendimento do Projeto Meu Pai é legal e doação dos brinquedos arre-cadados.

No dia 2 de setembro, o Curso de Direito do Centro Universitário do Norte efetivou uma importante ferra-mento de apoio ao aluno que deseja ser aprovado no Exame de Ordem (OAB), isso porque naquela ocasião realizou um Simulado OAB para a 1º fase, com todas

as disciplinas inerentes ao conteúdo programático respectivo. Participaram 66 (sessenta e seis) alunos, os quais, por certo, saem mais habituados com o es-tilo de prova proposto pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nos Exames da OAB.

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Informativo Jurídico | Outubro 201216

Aconteceu

Responsabilidade Social: “A gente vê por aqui”

Lei da Ficha Limpa

Acadêmicos e professores do UNN de-ram relevante contribuição para o meio social em que vivem, oferecendo, detre outros serviços, aconselhamento e assis-tência jurídica gratuita.

No dia 27 de setembro de 2012, Juiz Eleitoral dr. Abraham Peixoto Campos Filho palestrou sobre tema relevante para a democracia brasileira, que é a “Lei da Ficha Limpa”. A pales-tra foi um sucesso não somente pelo conhecimento ímpar do palestrante sobre o tema e pela sua importância política, como também por representar tema pouco abordado nos bancos de faculdade.

Alunos no rumo da valorização do diploma no mercado No dia 24/9/2012, os alunos do Centro Universitário do Norte que estão na reta final do curso de direito

realizaram o “Primeiro Simulado de Habilidades Gerais”, um forte aliado desses alunos na obtenção da melhor certificação para seu futuro diploma no mercado. Isso porque o ENADE permite ao Ministério da Educação e ao mercado profissional a avaliação do nível educacional dos estudantes de cada Instituição de Ensino Superior.

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Outubro 2012 | Informativo Jurídico 17

Nesta edição do Informativo Jurídico, o foco das notas de jurisprudência são julgados recentes da Corte Maior Brasileira: O Supremo Tribunal Federal - STF.

AG. REG. NO AI N. 637.853-SPRELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSAEmenta: PROCESSO CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. DI-

REITOS INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO. AGRAVO REGI-MENTAL DESPROVIDO.

Esta Corte firmou entendimento no sentido de que o Ministério Público tem legitimidade ad causam para propor ação civil pública quando a controvérsia envolver a defesa de direitos individuais homogêneos.

Agravo regimental desprovido.

AG. REG. NO RE N. 534.909-PERELATOR: MIN. GILMAR MENDESAgravo regimental em recurso extraordinário. 2. Tempestividade do apelo extremo. Esta Corte, por ocasião do jul-

gamento do RE-AgR 626.358, rel. Min. Cezar Peluso, Tribunal Pleno, ocorrido em 22.3.2012, modificou sua juris-prudência para permitir a comprovação posterior de tempestividade do recurso extraordinário, quando reconhecida a extemporaneidade em virtude de feriados locais ou de suspensão de expediente forense no tribunal a quo. 3. No mérito, não assiste razão ao recorrente. 4. Não restou demonstrada de que forma o acórdão recorrido teria afrontado a Consti-tuição da República. Incidência da Súmula 284 Precedentes. 4. O STF firmou orientação no sentido de que municípios são competentes para legislar sobre segurança das edificações ou construções realizadas em seu território. Precedentes. 5. Agravo regimental a que se nega provimento.

AG. REG. NO RE N. 544.651-RSRELATOR: MIN. CEZAR PELUSOEMENTAS: 1. PROCESSO CIVIL. Execução. Penhora. Bem de Família. Possibilidade como garantia de

locação. A penhorabilidade do bem de família do fiador do contrato de locação, objeto do art. 3º, inc. VII, da Lei nº 8.009, de 23 de março de 1990, com a redação da Lei nº 8.245, de 15 de outubro de 1991, não ofende o art. 6º da Cons-tituição da República.

2. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consisten-tes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte.

Notas de Jurisprudência

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Informativo Jurídico | Outubro 201218

HC N. 100.515-SPRED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. LUIZ FUXEmenta: PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE DROGAS. ART. 38 DA LEI

Nº 10.409/2002. INOBSERVÂNCIA. NULIDADE. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FOR-MAS. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. NULIDADE SUPRIDA. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E, NESTA PARTE, DENEGADA.

1. O art. 38 da Lei nº 10.409/02, ao estabelecer um contraditório preliminar, pretendeu fornecer elementos de aferi-ção do juízo acerca da aptidão da denúncia.

2. É cediço na Corte que a declaração de nulidade decorrente da inobservância do procedimento de contraditório pré-vio previsto na Lei nº 10.409/02 depende da demonstração de prejuízo à defesa. Precedentes: HC 99441/SP, rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ de 18/3/2010; HC 95434/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, DJ de 1/10/2009.

3. O princípio geral do processo penal é o de que somente se proclama a nulidade de um ato processual quando há a efetiva demonstração de prejuízo, nos termos do que dispõe o art. 563 CPP, in verbis: “Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa”, sufragado pela Súmula nº 523 do Supremo Tribunal Federal: “No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu.”

4. A doutrina assenta, in litteris: “Constitui seguramente a viga mestra do sistema das nulidades e decorre da idéia geral de que as formas processuais representam tão-somente um instrumento para correta aplicação do direito; sendo assim, a desobediência às formalidades estabelecidas pelo legislador só deve conduzir ao reconhecimento da invalidade do ato quando a própria finalidade pela qual a forma foi instituída estiver comprometida pelo vício” (in Grinover, Ada Pellegrini - As nulidades no processo penal, Revista dos Tribunais, 7ª EDIÇÃO, 2001, p. 28).

5. O processo penal pátrio, no que tange à análise das nulidades, adota o Sistema da Instrumentalidade das Formas, em que o ato é válido se atingiu seu objetivo, ainda que realizado sem obediência à forma legal. É que o item XVII da Exposição de Motivos do Código de Processo Penal assenta: “não será declarada a nulidade de nenhum ato processual, quando este não haja influído concretamente na decisão da causa ou na apuração da verdade substancial. Somente em casos excepcionais é declarada insanável a nulidade.”

6. Outrossim, o princípio pas de nullité sans grief – corolário da natureza instrumental do processo – exige, sempre que possível, a demonstração de prejuízo concreto à parte que suscita o vício, ainda que a sanção prevista seja a de nu-lidade absoluta do ato” (HC 93868/PE, Rel. Ministra CÁRMEN LÚCIA, PRIMEIRA TURMA, DJe 16/12/2010). À guisa de exemplo, demais precedentes: HC 98403/AC, Rel. Ministro AYRES BRITTO, SEGUNDA , DJe 07/10/2010; HC 94.817, Rel. Ministro GILMAR MENDES, SEGUNDA TURMA, DJe 02/09/2010; HC 98403/AC, Rel. Ministro AYRES BRITTO, SEGUNDA TURMA, DJe 07/10/2010; HC 94.817, Rel. Ministro GILMAR MENDES, SEGUN-DA TURMA, DJe 02/09/2010.

7. In casu, depois de um longo processo em que a defesa dispôs de diversas oportunidades para manifestar-se não apenas sobre os aspectos substanciais da acusação, mas também sobre os formais, o paciente restou condenado a vinte e cinco anos de reclusão em decisão fundada no exame do conjunto fático-probatório dos autos, substituindo a do

Notas de Jurisprudência

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Outubro 2012 | Informativo Jurídico 19

Notas de Jurisprudência

recebimento da denúncia – em cujo contexto se insere o contraditório prévio previsto no art. 38 da Lei nº 10.409/02.8. A fortiori, conclui-se que, independentemente da participação do paciente na fase preliminar do processo-crime, a

denúncia seria recebida, não havendo prejuízo para a defesa.9. Parecer da PGR pela denegação da ordem.10. Ordem parcialmente conhecida e, nesta parte, denegada.

HC N. 109.213-SPRELATOR: MIN. CELSO DE MELLOE M E N T A: ADVOGADO – CONDENAÇÃO PENAL MERAMENTE RECORRÍVEL – PRISÃO

CAUTELAR – RECOLHIMENTO A “SALA DE ESTADO-MAIOR” ATÉ O TRÂNSITO EM JULGA-DO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA – PRERROGATIVA PROFISSIONAL ASSEGURADA PELA LEI Nº 8.906/94 (ESTATUTO DA ADVOCACIA, ART. 7º, V) – INEXISTÊNCIA, NO LOCAL DO RE-COLHIMENTO PRISIONAL, DE DEPENDÊNCIA QUE SE QUALIFIQUE COMO “SALA DE ESTA-DO-MAIOR” – HIPÓTESE EM QUE SE ASSEGURA, AO ADVOGADO, O RECOLHIMENTO “EM PRISÃO DOMICILIAR” (ESTATUTO DA ADVOCACIA, ART. 7º, V, “IN FINE”) – SUPERVENIÊNCIA DA LEI Nº 10.258/2001 – INAPLICABILIDADE DESSE DIPLOMA LEGISLATIVO AOS ADVOGADOS – EXISTÊNCIA, NO CASO, DE ANTINOMIA SOLÚVEL – SUPERAÇÃO DA SITUAÇÃO DE CONFLI-TO MEDIANTE UTILIZAÇÃO DO CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE – PREVALÊNCIA DO ESTA-TUTO DA ADVOCACIA – CONFIRMAÇÃO DA MEDIDA LIMINAR ANTERIORMENTE DEFERIDA – PEDIDO DE “HABEAS CORPUS” DEFERIDO.

- O Estatuto da Advocacia (Lei nº 8.906/94), em norma não derrogada pela Lei nº 10.258/2001 (que alterou o art. 295 do CPP), garante, ao Advogado, enquanto não transitar em julgado a sentença penal que o condenou, o direito de “não ser recolhido preso (...), senão em sala de Estado-Maior (...) e, na sua falta, em prisão domiciliar” (art. 7º, inciso V).

- Trata-se de prerrogativa de índole profissional – qualificável como direito público subjetivo do Advogado regular-mente inscrito na OAB – que não pode ser desrespeitada pelo Poder Público e por seus agentes, muito embora cesse com o trânsito em julgado da condenação penal. Doutrina. Jurisprudência.

Essa prerrogativa profissional, contudo, não poderá ser invocada pelo Advogado, se cancelada a sua inscrição (Lei nº 8.906/94, art. 11) ou, então, se suspenso, preventivamente, o exercício de sua atividade profissional, por órgão discipli-nar competente (Lei nº 8.906/94, art. 70, § 3º).

- A inexistência, na comarca ou nas Seções e Subseções Judiciárias, de estabelecimento adequado ao recolhimento prisional do Advogado confere-lhe, antes de consumado o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, o direito de beneficiar-se do regime de prisão domiciliar (RTJ 169/271-274 – RTJ 184/640), não lhe sendo aplicável, considerado o princípio da especialidade, a Lei nº 10.258/2001.

- Existe, entre o art. 7º, inciso V, do Estatuto da Advocacia (norma anterior especial) e a Lei nº 10.258/2001 (norma posterior geral), que alterou o art. 295 do CPP, situação reveladora de típica antinomia de segundo grau, eminente-

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Informativo Jurídico | Outubro 201220

mente solúvel, porque superável pela aplicação do critério da especialidade (“lex posterior generalis non derogat priori speciali”), cuja incidência, no caso, tem a virtude de preservar a essencial coerência, integridade e unidade sistêmica do ordenamento positivo (RTJ 172/226-227), permitindo, assim, que coexistam, de modo harmonioso, normas em relação de (aparente) conflito. Doutrina. Consequente subsistência, na espécie, não obstante o advento da Lei nº 10.258/2001, da norma inscrita no inciso V do art. 7º do Estatuto da Advocacia, ressalvada, unicamente, por inconstitucional (ADI 1.127/DF), a expressão “assim reconhecidas pela OAB” constante de referido preceito normativo.

HC N. 111.442-RSRELATOR: MIN. GILMAR MENDESHabeas corpus. 2. Homicídio de trânsito. Embriaguez. Alta velocidade. Sinal vermelho. 3. Pronúncia. Homicídio sim-

ples. 4. Dolo eventual não se compatibiliza com a qualificadora do art. 121, § 2º, IV (traição, emboscada, dissimulação). 4. Ordem concedida para determinar o restabelecimento da sentença de pronúncia, com exclusão da qualificadora.

HC N. 107.219-MGRELATOR: MIN. MARCO AURÉLIOHABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DO RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL. A teor do disposto

no artigo 102, inciso II, alínea “a”, da Carta da República, contra decisão proferida em processo revelador de habeas corpus, a implicar a não concessão da ordem, cabível é o recurso ordinário. Evolução quanto à admissibilidade do subs-titutivo do habeas corpus.

FLAGRANTE – TRÁFICO DE ENTORPECENTES – INSUBSISTÊNCIA – PRISÃO PREVENTIVA OU MEDIDA CAUTELAR – APRECIAÇÃO PELO JUÍZO. Uma vez afastada do cenário jurídico a vedação à liberda-de – inconstitucionalidade do artigo 44 da Lei nº 11.343/06, assentada no julgamento do Habeas Corpus nº 104.339/SP –, cumpre a concessão da ordem para que o Juízo observe o disposto no artigo 310 do Código de Processo Penal, considerada a redação imprimida pela Lei nº 12.403/11.

RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL – PRONUNCIAMENTO EM HABEAS CORPUS. A cláusula da alínea “a” do inciso II do artigo 102 da Constituição Federal, a contemplar o recurso ordinário contra pronunciamen-to denegatório de ordem, há de ser tomada com concretude maior, apanhando as situações concretas em que processo atinente a impetração foi extinto sem julgamento do mérito. Precedentes do Supremo quanto ao mandado de seguran-ça: Questão de Ordem no Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 24.237, relator ministro Celso de Mello, Segunda Turma, Diário da Justiça de 3 de maio de 2002, e Recurso Ordinário em Mandado de Segurança nº 24.802, de minha relatoria, Primeira Turma, Diário da Justiça de 19 de novembro de 2004.

PROCESSO – CONSTRANGIMENTO ILEGAL – LIBERDADE DE IR E VIR. Se for constatada a prática de ato ilegal a alcançar, direta ou indiretamente, a liberdade de ir e vir do cidadão, incumbe implementar a ordem de ofício.

Notas de Jurisprudência

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Outubro 2012 | Informativo Jurídico 21

Notas de Jurisprudência

MS N. 30.689-DFRELATOR: MIN. MARCO AURÉLIOAPOSENTADORIA – ATOS SEQUENCIAIS – DECADÊNCIA. Ante a precariedade do ato de aposentadoria

formalizado na origem, a gerar situação jurídica provisória, a ser submetida ao Tribunal de Contas, imprópria é a norma revelada no artigo 54 da Lei nº 9.784/99, sempre a pressupor o aperfeiçoamento da prática administrativa.

APOSENTADORIA – REGISTRO – REVISÃO – DIREITO DE DEFESA. Surgindo do processo notícia sobre a ciência do beneficiário do registro da aposentadoria revisto, tem-se como observado o devido processo administrativo.

APOSENTADORIA – TEMPO DE TRABALHO RURAL. Sendo o sistema de aposentadoria contributivo, cabe exigir, relativamente ao tempo de serviço rural, a comprovação do recolhimento das contribuições.

HC N. 111.608-RSRELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEmenta: PENAL. HABEAS CORPUS. PACIENTE DENUNCIADO PELO CRIME DE RECEPTAÇÃO. PRIN-

CÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. REPROVABILIDADE DA CONDUTA DO AGENTE. ORDEM DENEGADA.

I – A aplicação do princípio da insignificância, de modo a tornar a ação atípica, exige a satisfação, de forma concomi-tante, de certos requisitos, quais sejam, a conduta minimamente ofensiva, a ausência de periculosidade social da ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a lesão jurídica inexpressiva.

II – Embora o valor do bem adquirido, à primeira vista, possa parecer pouco expressivo (R$ 50,00), à época dos fatos correspondia a quase 25% do salário mínimo vigente, o que não pode ser considerado ínfimo. Deve-se destacar, tam-bém, que, para o reconhecimento da insignificância da ação, não se pode levar em conta apenas a expressão econômica da lesão.

III – Impossível o reconhecimento do delito de bagatela, porquanto a conduta narrada reveste-se de significativa reprovabilidade, o que demonstra a necessidade da tutela penal.

IV – O delito de receptação (art. 180 do CP) traz consigo um enorme número de outros crimes, inclusive mais graves, pois é nele que se encontra incentivo para a prática de diversos crimes contra o patrimônio, a exemplo do furto e do rou-bo. É nesse contexto que se deve avaliar a reprovabilidade da conduta, e não apenas na importância econômica do bem subtraído ou, como no caso sob exame, no valor pago pelo paciente para, ilicitamente, adquirir um produto de crime.

V – Os autos dão conta da reiteração criminosa. Conforme ressaltado pelas instâncias anteriores e pelo Ministério Público Federal, na certidão de antecedentes criminais que instrui os autos da ação penal, verifica-se que o paciente responde a outras cinco ações penais em curso, sendo: uma pelo crime de homicídio qualificado, duas pela prática de furto, uma pelo delito de violência doméstica e outra pelo suposto cometimento de roubo/extorsão.

VI – Ordem denegada.

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Informativo Jurídico | Outubro 201222

AG. REG. NO RE N. 694.298-SPRELATOR: MIN. LUIZ FUXEmenta: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO DIRETA DE IN-

CONSTITUCIONALIDADE PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA LOCAL. LEI MUNICIPAL. ES-TABELECIMENTOS PORTADORES DE SERVIÇOS BANCÁRIOS. INSTALAÇÃO DE PAINEL OPA-CO ENTRE OS CAIXAS E OS CLIENTES EM ESPERA.PREQUESTIONAMENTO. INEXISTÊNCIA. COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO PARA LEGISLAR SOBRE ATIVIDADE BANCÁRIA. INTERESSE LOCAL. POSSIBILIDADE. INOCORRÊNCIA DE USURPAÇÃO DA COMPETÊNCIA LEGISLATIVA FEDERAL. VÍCIO DE INICIATIVA. REEXAME DA LEGISLAÇÃO LOCAL. IMPOSSIBILIDADE. SÚ-MULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAOR-DINÁRIO.

1. O requisito do prequestionamento é indispensável, por isso que inviável a apreciação, em sede de recurso extraor-dinário, de matéria sobre a qual não se pronunciou o Tribunal de origem.

2. A simples oposição dos embargos de declaração, sem o efetivo debate acerca da matéria versada pelo dispositivo constitucional apontado como malferido, não supre a falta do requisito do prequestionamento, viabilizador da abertura da instância extraordinária. Incidência da Súmula n. 282 do Supremo Tribunal Federal, verbis: é inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada na decisão recorrida, a questão federal suscitada.

3. Os Municípios possuem competência para legislar sobre assuntos de interesse local (artigo 30, I, da CF), tais como medidas que propiciem segurança, conforto e rapidez aos usuários de serviços bancários. (Precedentes: RE n. 610.221-RG, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe de 20.08.10; AI n. 347.717-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, 2ª Turma, DJ de 05.08.05; AC n. 1.124-MC, Relator o Ministro Marco Aurélio, 1ª Turma, DJ de 04.08.06; AI n. 491.420-AgR, Relator o Ministro Cezar Peluso, 1ª Turma, DJ de 24.03.06; AI n. 574.296-AgR, Relator o Ministro Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJ 16.06.06; AI n. 709.974-AgR, Relatora a Ministra Cármen Lucia, 1ª Turma, DJe de 26.11.09; AI n. 747.245-AgR, Relator o Ministro Eros Grau, 2ª Turma, DJe 06.08.09; RE n. 254.172-AgR, Relator o Ministro Ayres Britto, 2ª Turma, DJe de 23.09.11, entre outros).

4. Deveras, para se chegar a conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido – como deseja o recorrente – quan-to à ocorrência de vício de iniciativa no diploma municipal (Lei n. 1.933/09), necessário seria o reexame da legislação local que o orientou, o que inviabiliza o extraordinário, a teor do Enunciado da Súmula 280 do Supremo Tribunal Fe-deral, verbis: “por ofensa a direito local não cabe recurso extraordinário”.

5. Agravo regimental a que se nega provimento.

Notas de Jurisprudência

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Outubro 2012 | Informativo Jurídico 23

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