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4ª Fase – Memorialista Equipe Beatriz Almeida, 2 Fernanda Freitas, 13 Isabelle Lunna, 20 Kaynan Rolim, 25 Lucas Lima, 32 Marynara Barros, 34 Carlos Drummond de Andrade 2ª Semana de Arte Moderna

Carlos Drummond de Andrade - 4ª fase (Memorialista)

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4ª Fase – Memorialista

Equipe

Beatriz Almeida, 2

Fernanda Freitas, 13

Isabelle Lunna, 20

Kaynan Rolim, 25

Lucas Lima, 32

Marynara Barros, 34

Carlos Drummond de Andrade

2ª Semana de Arte Moderna

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Escritor de várias fases e maneiras, sem nunca abdi-car do fino humor e do lirismo, Carlos Drummond de Andrade é um dos maiores poetas brasileiros contemporâneos.

Nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja me-mória viria a permear parte de sua obra, Itabira. Posterior-mente, foi estudar em Belo Horizonte e Nova Friburgo com os Jesuítas no Colégio Anchieta. Formado em farmácia, com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil.

Carlos Drummond de Andrade

Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas.

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4ª Fase - MemorialistaComo o próprio nome já diz, as

obras desta fase (década de 70 e 80), são cheias de recordações de Carlos Drummond de Andrade. Os temas in-fância e família são retomados e apro-fundados além dos temas universais já discutidos nas fases anteriores.

Alguns exemplos de ObrasBoitempo I,Boitempo II - Menino Antigo,Boitempo III - Esquecer para Lembrar,A Falta que Ama,A Paixão Medida,Corpo,Amar se Aprende Amando,O Amor Natural.

Drummond também escreveu contos ecrônicas:

ContoContos de Aprendiz

CrônicaPasseios na Ilha,Cadeira de Balanço,Os Dias Lindos.

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Boitempo I, II e IIICarlos Drummond de Andrade acabou com a estrutura

tradicional da linguagem literária quando inventou uma palavra composta para dar nome aos seus poemas memorialísticos: Boitempo.

Trata-se de um livro de recordações poéticas da infância, um momento em que o menino faz a passagem do mundo rural para o colégio interno. A roça está representada pelo boi, um animal calmo, que rumina indefinidamente os alimentos – simbolizando também a própria condi-ção memorialística deste “eu” que não termina nunca de digerir suas recordações.

O boi é a encarnação de um tempo perdido e materializa uma idade campestre que se perdeu mas que continua viva na lenta trituração da linguagem lírica de Drummond.

A temática era sua infância e adolescência, emolduradas pela tradição de tempo e de lugar. São páginas que despertam emoção e valem como testemunho social. A vida do interior ressurge com espontaneidade e graça, ora jovial ora melancólica.

A Série de Boitempo é constituída por ‘Boitempo’ (1968), ‘Menino Antigo’ (1973) e ‘Esquecer para lembrar’(1979).

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ObrasBoitempo I

BoitempoEntardece na roça de modo diferente. A sombra vem nos cascos, no mugido da vaca separada da cria. O gado é que anoitece e na luz que a vidraça da casa fazendeira derrama no curral surge multiplicada sua estátua de sal, escultura da noite.Os chifres delimitam o sono privativo de cada rês e tecem de curva em curva a ilha do sono universal. No gado é que dormimos e nele que acordamos. No gado é que dormimos e nele que acordamos. Amanhece na roça de modo diferente. A luz chega no leite, morno esguicho das tetas, e o dia é um pasto azul que o gado reconquista.

Boitempo II

A montanha pulverizadaChego à sacada e vejo a minha serra,

a serra de meu pai e meu avô, de todos os Andrades que passaram e passarão, a serra que não passa.Era coisa dos índios e a tomamos para enfeitar e presidir a vidaneste vale soturno onde a riqueza maior é a sua vista a contemplá-la.De longe nos revela o perfil grave. A cada volta de caminho aponta uma forma de ser, em ferro, eterna, e sopra eternidade na fluência. Esta manhã acordo e não a encontro. Britada em bilhões de lascas deslizando em correia transportadora entupindo 150 vagões no trem-monstro de 5 locomotivas - trem maior do mundo, tomem nota -

foge minha serra, vai deixando no meu corpo a paisagem mísero pó de ferro, e este não passa.

AntologiaGuardo na boca os sabores da gabiroba e do jambo,

cor e fragrância do mato, colhidos no pé. Distintos. Araticum, araçá, ananás, bacupari, jatobá... todos reunidos congresso verde no mato,e cada qual separado, cada fruta, cada gosto no sentimento composto das frutas todas do mato que levo na minha boca tal qual me levasse o mato.

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A Falta que AmaEntre areia, sol e grama

o que se esquiva se dá,

enquanto a falta que ama

procura alguém que não há.

Está coberto de terra,

forrado de esquecimento.

Onde a vista mais se aferra,

a dália é toda cimento.

A transparência da hora

corrói ângulos obscuros:

cantiga que não implora

nem ri, patinando muros.

Já nem se escuta a poeira

que o gesto espalha no chão.

A vida conta-se inteira,

em letras de conclusão.

Por que é que revoa à toao pensamento, na luz?E por que nunca se escoao tempo, chaga sem pus?O inseto petrificadona concha ardente do diaune o tédio do passadoa uma futura energia.No solo vira semente?Vai tudo recomeçar?É falta ou ele que senteo sonho do verbo amar?

Carlos Drummond de Andrade

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A paixão medida surgiu em 1980. Dois anos depois, ao completar 80 anos, Drummond viu-se surpreendido por uma seqüência de homenagens, às quais, quebrando seu habitual retraimento, compareceu, emocionado. A emoção, naturalmente, devia-se a ter se tornado explícito o quanto ele era conhecido e admirado pelo público, e, algo extraordinário dentro de nosso panorama cultural, o quanto e por quanta gente era amado.

Corpo foi publicado original-mente em 1984, este é um dos últimos livros escritos pelo poeta, no qual faz uma deliciosa reflexão sobre o amor.

Amar se Aprende Amando. Há de tudo neste desconcertante e caliente "mafuá" que agora se lê sob o título de Amar se aprende amando, no qual se colhem de imediato duas raras lições: uma primeira, de ousada simplicidade e que se dá logo à tona de seu enunciado, onde o autor permite a audácia de reunir três verbos, cada um deles em voz distinta; e uma outra, mais funda e talvez difícil, que nos ensina essa prática (tão trivial não fosse hoje absurdamente anacrônica) cuja eficácia reside apenas na elementar e irretorquível verdade de que só se aprende mesmo fazendo.

O Amor Natural é sem dúvida o livro mais ousado do poeta. Publicado após a morte do autor, trata do amor com uma linguagem desnuda, quase pornográfica, dividindo as opiniões sobre seu conteúdo: seria uma obra obscena ou um exercício estético do erotismo? Muitos dos poemas foram compostos antes mesmo da década de 1970, e já freqüentaram revistas eróticas como Homem, Ele&Ela e Status.

Outras Obras Memorialistas

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Contos de Aprendiz

Contos de Aprendiz remexe em lembran-ças da infância do poeta, passando mui-tas vezes a falsa impressão de um livro de memórias. As histórias reunidas em Contos de Aprendiz parecem simples, por vezes quase ingênuas, contudo, permitem a fantasia e estimulam o imaginário. Exer-cem uma relação franca como mundo, mexendo com os encantos da memória para desencantá-los e permitir que eles se mostrem como o que de fato são: mitos.

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Crônicas

Cadeira de Balanço é um conjunto delicioso de crônicas do escritor mineiro, a maioria redigida no Rio de Janeiro, sua segunda pátria. Motivos e temáticas variadas, estilo singelo e claro, como uma conversa com o leitor, “aquelas conversas que são um recordar contínuo e calmo, passeio em terreno firme, conhecido, os dois sabendo cada folha de arbusto, o lugar da sombra a cada hora da tarde”.

Os dias Lindos.Não basta sentir a chegada dos dias lindos. É necessário proclamar: "Os dias ficaram lindos."

No relato da viagem a Ouro Preto, incluído em Passeios na Ilha, vemos o viajante deter-se, em dado momento, diante das ruínas do Morro da Queimada

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NTD de Literatura

Organização Educacional Farias BritoProfessora Maria Gordiano2º ano 7 do Ensino Médio

Turno ManhãEquipe

Beatriz Almeida, 2Fernanda Freitas, 13

Isabelle Luna, 20Kaynan Rolim, 25

Lucas Lima, 32Marynara Barros, 34

4ª Fase (Memorialista)

Carlos Drummond de Andrade