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COLÉGIO ESTADUAL SENADOR LUIS VIANA FILHO DERALDO LUANA BEATRIZ CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA CRISE NO EGITO ALMADINA – BA ABRIL/2011

Causas da crise no egito

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Page 1: Causas da crise no egito

COLÉGIO ESTADUAL SENADOR LUIS VIANA FILHO

DERALDO

LUANA

BEATRIZ

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA CRISE NO EGITO

ALMADINA – BA

ABRIL/2011

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CAUSAS E CONSEQÜÊNCIAS DA CRISE NO EGITO

O Egito passa por uma mudança na administração do país provocado por uma

revolta popular. O presidente Hosni Mubarak renunciou. A decisão ocorre após 18 dias de

violentos e crescentes protestos de rua que deixaram mais de 300 mortos e 5.000 feridos.

Mubarak estava há 30 anos no poder. O movimento popular tem inspiração no levante que

derrubou o presidente da vizinha Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, cujo governo se

prolongava havia 23 anos.

Além do Egito, os levantes no mundo árabe inspirados no exemplo da Tunísia se

espalharam por Jordânia, Iêmen, Argélia, Mauritânia, Sudão e Omã. Desde 1981, o Egito

tem sido governado pelo presidente Hosni Mubarak, dentro de um presidencialismo ditatorial

que durante anos reprimiu qualquer tipo de manifestação popular e política nas ruas.

Inspirados pela derrubada do presidente da Tunísia, Zine Al-Abidine Ben Ali, jovens e

políticos oposicionistas começaram a ocupar as ruas das principais cidades do Egito contra

Mubarak.

Aos 82 anos, Mubarak já apresentou alguns problemas de saúde e, depois da

pressão popular, admitiu que não seria candidato a um sexto mandato na eleição

presidencial, prevista para setembro deste ano. Analistas acreditavam que ele iria tentar

emplacar seu filho, Gamal Mubarak, como sucessor no comando do Partido Nacional

Democrático (PND), o maior partido do país. Entretanto, Gamal e parte das lideranças

deixaram o partido.

O partido domina o Parlamento e esteve todos estes anos a serviço do presidente,

que também comanda as Forças Armadas. Mas a estabilidade deste ex-militar da

Aeronáutica, principal aliado do Ocidente entre os países árabes, se viu pela primeira vez

ameaçada. No final de janeiro, a oposição no Egito se uniu pela primeira vez para integrar

os protestos iniciados em 25 de janeiro. Principal força oposicionista, a Irmandade

Muçulmana, que tinha deixado aos seus membros a possibilidade de participar dos

protestos, anunciou seu apoio oficial dias depois.

O posicionamento da Irmandade Muçulmana, organização da qual se originou a

facção palestina Hamas, representou um novo desafio ao governo de Mubarak.

Somou-se a isto o retorno ao país do Nobel da Paz e ex-presidente da Agência

Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU, Mohamed Elbaradei. Ele, que conta com a

simpatia do Ocidente, expressou sua disposição de assumir um eventual governo de

transição caso Mubarak seja deposto e não descartou concorrer nas eleições de setembro.

O presidente dos EUA, Barack Obama, que tem no Egito o principal aliado no mundo árabe,

também pressionou pela saída imediata de Mubarak. Líderes da União Europeia se

juntaram aos apelos pela renúncia.

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Até mesmo aliados de Mubarak, como o presidente da Comissão de Relações

Exteriores da Assembleia, Mostapha al Fekki, também membro do Partido Nacional

Democrata, pediu ao presidente egípcio “reformas sem precedentes” para evitar uma

revolução no Egito.

Pressionado, Mubarak anunciou que não iria disputar a reeleição, nem mesmo tentar lançar

o filho como sucessor. O governo também anunciou concessões, como um aumento de 15%

nos salários do funcionalismo e nas aposentadorias.

Pela primeira vez em 30 anos de regime, Mubarak nomeou um vice-presidente,

Omar Suleiman, que assumiu o comando das negociações com a oposição, e novos

ministros. Em sua primeira reunião, o novo gabinete ministerial prometeu investigar casos

de fraude eleitoral e corrupção no serviço público.

As medidas, no entanto, foram consideradas “vagas” pela oposição, que continou a

reunir centenas de milhares de manifestantes na Praça Tahrir, local que se tornou símbolo

dos protestos antigoverno.

Quanto às conseqüências, a situação no Egito pode desencadear um novo choque

de petróleo e levar as economias avançadas à estagflação, pois se o petróleo subir mais,

essas economias podem desacelerar fortemente e algumas podem até experimentar um

duplo mergulho na recessão.

A commodity já estava em tendência de alta, gerada não apenas pela demanda

emergente, como também pela elevada liquidez produzida pelos juros baixos no exterior. O

comportamento puxa a inflação em economias emergentes já superaquecidas, onde o

petróleo e os alimentos representam até dois terços da cesta de consumo.

Cinco recessões globais aconteceram como resultado de problemas geopolíticos no

Oriente Médio, que concentra dois terços das reservas provadas de petróleo. A Guerra do

Yom Kippur, em 1973, levou à estagflação global de 1974 e 1975. A revolução iraniana de

1979 gerou processo semelhante, com a recessão de 1980. A invasão do Kuwait pelo

Iraque em 1990 também puxou os preços do petróleo e provocou contração econômica nos

Estados Unidos. Até na crise de 2001, motivada pelo estouro da bolha da internet, a

commodity teve papel, ainda que modesto, pois a Segunda Intifada palestina e o aumento

da tensão pelo Oriente Médio provocaram alta dos preços.