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CIBERESPAÇO ECIBERCULTURA
Unidade 3
Ciberspaço e cibercultura
ORIGEM DO TERMO
"Ciberespaço. Uma alucinação consensual diariamente experimentada por bilhões de operadores legítimos, em
cada país, por crianças a quem são ensinados conceitos matemáticos... Uma representação gráfica de
dados extraídos de bancos de cada computador do sistema humano. Complexidade impensável. Linhas de
luz alinhadas no não-espaço da mente, clusters e constelações de dados. Como luzes da cidade,
afastando-se..." - William Gibson, Neuromancer (1984)
CIBERESPAÇO SEGUNDO PIERRE LÉVY
O ciberespaço (que também chamarei de rede) é o novo meio de comunicação que surge da interconexão
mundial dos computadores. O termo específica não apenas a infra-estrutura material da comunicação
digital, mas também o universo de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e
alimentam esse universo.
(Cibercultura, pág. 17)
CIBERESPAÇO SEGUNDO PIERRE LÉVY
Para Lévy, o Ciberespaço pode ser considerado como a virtualização da realidade, uma migração do mundo real
para um mundo de interações virtuais.
Existe uma desterritorialização do tempo-espaço e essa migração à uma nova espaço-temporalidade
estabelece uma realidade virtual, com seus próprios códigos e estruturas.
CIBERESPAÇO SEGUNDO PIERRE LÉVY
Para Levy, o virtual é uma nova modalidade do ser.
Segundo a filosofia, os estados possíveis do ser estão ligados ao par de oposição potencia/ato, assim uma
semente é uma árvore em potência, que se atualiza no momento em que vira uma árvore.
CIBERESPAÇO SEGUNDO PIERRE LÉVY
Pierre Lévy utiliza a distinção de Deleuze entre possível e virtual. O possível associa-se ao real, na medida em
que aquele é este sem a existência. A realização, passagem do possível para o real, portanto, não
envolve nenhum ato criativo. A diferença entre possível e real reside no plano da lógica, consistindo em um
mero quantificador existencial
CIBERESPAÇO SEGUNDO PIERRE LÉVY
O virtual, por outro lado, distingue-se do atual na medida em que, diferentemente do possível, não
contém em si o real finalizado, mas sim um complexo de possibilidades que, de acordo com as condições e
os contextos, irá se atualizar de maneiras
CIBERESPAÇO SEGUNDO PIERRE LÉVY
O objetivo de Levy, ao fazer esta migração entre o par de conceitos possível x real para a díade virtual x atual,
é conseguir associar ao processo de atualização o devir, com a interação entre o atual e o virtual
CIBERCULTURA SEGUNDO PIERRE LÉVY
Cibercultura é o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de
pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço.
Intangível, imaterial, abstrato
PRÉ-HISTÓRIA DA INTERNET
• Origem na Arpanet – Anos 60s - rede de computadores militares• Computadores acadêmicos são agregados• 1983 surge o protocolo IP• 1985 surge o FTP• 1991 – Tim Bernerners-Lee cria o HTML• 1993 – Surge o Mosaic 1.0• 1994 – Passa a ter interesse público
Não tenhamos ilusões, a internet não veio para salvar o
mundo - José Saramago
REFLEXÕES SOBRE A INTERNETCARLOS NEPOMUCENO
Sempre vivemos em redes de conhecimento. Tivemos a rede da fala, a rede impressa (livro industrial), do som
(rádio) e da imagem (tevê). A Internet é uma evolução das anteriores, ainda mais horizontal, veloz e com mais
alternativas. É a mais complexa criada, até então.)
REFLEXÕES SOBRE A INTERNETCARLOS NEPOMUCENO
As redes são elementos fundamentais para nossa sobrevivência e sua topologia define as estruturas de
poder social. Muda-se a topologia, muda-se, a médio e longo prazo a gestão das instituições, de um modelo de rede mais hierárquica para outra mais descentralizada,
o que chamei até de uma nova forma de abordar o problema: Gestão por rede;
REFLEXÕES SOBRE A INTERNETCARLOS NEPOMUCENO
Esse fenômeno, apesar de parecer espontâneo, natural e despertar o encanto, é sistêmico. Não é a primeira vez que as redes mudam sua topografia, não será a última. Isso ocorre, a
meu ver, toda vez que a quantidade de habitantes e sua demanda informacional é maior do que a capacidade da rede
atual em permitir, em tempo hábil, a troca de ideias. Quanto mais formos, mais exigências teremos e mais complexos
canais precisaremos para gerar inovação e novos produtos, necessitando, para isso, horizontalizar a rede, eliminando
gradativamente intermediários, para abrir novas pontos de troca e reduzir a pressão pela demanda de informação;
REFLEXÕES SOBRE A INTERNETCARLOS NEPOMUCENO
Mudanças topográficas na rede, então, não alteram padrões humanos na relação com outros seres humanos, mudam as cognições, mas não a forma que nos relacionamos com nós
mesmos. Ou seja, se apostarmos apenas na revolução social, baseado na tecnologia, teremos novas estruturas de
poder renovadas, com novas injustiças, no lugar das antigas. Vale a pena brigar por elas? Claro que sim, mas
são limitadas ao se pensar num cenário maior. Colocaremos mais um rei (Google, no caso, e os poderes agregados que
vêm e se aliam com eles – vide China) no mesmo trono, com os nossos antigos novos problemas;
REFLEXÕES SOBRE A INTERNETCARLOS NEPOMUCENO
As redes sociais na Internet, hoje tão badaladas, não são o primeiro exemplo mundial de colaboração
horizontal. A rede social da escrita, do livro impresso, a partir de 1500, que nos possibilitou inventar a
academia, por exemplo, tinha também seus links (citações), o somatório de experiências, um grande Orkut do papel, que mudou o mundo com ideias e,
depois, produtos.
REFLEXÕES SOBRE A INTERNETCARLOS NEPOMUCENO
Vejam o que informa Burke, após o surgimento do livro industrial, o que foi considerado por MacLuhan como a
primeira mídia de massa, como todas as outras que vieram depois:
REFLEXÕES SOBRE A INTERNETCARLOS NEPOMUCENO
Cerca de três ou quatro milhões de almanaques foram impressos no século XVII na Inglaterra, bem como em
Veneza, com quase dois milhões de cópias, resultando, no geral, através do trabalho de 500 editores, na produção de
mais de 16 mil títulos com 18 milhões de cópias na Europa. Para comprovar a mencionada “explosão”, registra-se que,
por volta de 1600, aproximadamente 400 academias haviam sido fundadas apenas na Itália e poderiam ser encontradas por toda a Europa, de Portugal à Polônia. (Uma história social do Conhecimento. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2003.)
AS REDES SÃO FUNDAMENTAISPARA SE ENTENDER O
CIBERESPAÇO E A CIBERCULTURA
EVOLUÇÃO DAS REDES SOCIAISACOMPANHA A EVOLUÇÃO DA
TECNOLOGIA• Escrita• Correios• Telégrafo• Telefone• Computador (BBS, comunidades online, email)• Chat• IMS• Web 2.0• Redes Sociais online (Friendster – 1ª RS Online)• Redes Sociais Presenciais (Twitter)
RS – INDIVÍDUOS CONECTADOS POR UM OU
MAIS TIPOS ESPECÍFICOS DE INTERDEPENDÊNCIA
• Amizade• Parentesco• Proximidade/Afinidade• Trocas financeiras• Ódio/Antipatia• Relações sexuais• Relacionamento de crenças, conhecimento ou prestígio
MÍDIAS SOCIAIS
Conteúdo online criado por pessoas usando tecnologia de publicação altamente acessível e escaláveis.
LAÇOS IMPORTANTES NAS REDES SOCIAIS
Tipos de laços nas redes socias:
Fortes: quando se caracterizam pela intimidade e proximidade dos pontos
Fracos: quando caracterizam-se por relações superficiais e esparsas
LAÇOS IMPORTANTES NAS REDES SOCIAIS
Os laços fracos devem tomar maior parte de nossas atenções, uma vez que apresentam pontos de
mutações constantes, gerando oportunidades e revelando possíveis ameaças iminentes.
Independentemente dos tipos de laços, quanto maior o número de laços, maior a densidade da
rede, pois mais conectados estão os indivíduos que fazem parte dela.
CAPITAL SOCIAL
Conexões entre indivíduos: redes sociais e normas de reciprocidade e confiança que emergem dela
(Putnam)
Futuro em que o dinheiro não é mais o ponto central das preocupações dos indivíduos e uma nova
moeda movimenta as relações sociais, os Whuffies.
WHUFFIES
É a reputação que os indivíduos tem sobre determinado assunto, as respectivas conexões
feitas por eles entre as redes, o grau de influência que exercem sobre as redes em que participam, o
histórico de realizações notórias efetivadas no passado e o grau de confiabilidade adquirida e
reconhecida.
EXERCÍCIO EM GRUPO
Considerando o tema do seu grupo no Projeto Interdisciplinar, determinar ao menos duas redes
sociais onde seu público se relaciona.
Quais as interdependências existem entre os membros da rede? São laços fortes ou fracos?
Quem são os indivíduos com maior whuffies dentro do grupo?