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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº 1179 Julho/2013 Cisterna-enxurrada fortalece a produção no quintal de dona Alice Na comunidade Trindade, distante 12 quilômetros da sede do município de Pereiro, mora dona Alice Oliveira da Silva. Ela é casada com seu José Plácido, conhecido por Zeca. Até bem pouco tempo eles viviam apenas da agricultura de sequeiro, com o cultivo de feijão, milho, mandioca, e um dinheirinho a mais da confecção de renda. Em 2011, com o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), executado pela Organização Barreira Amigos Solidários (Obas), Alice e seu esposo começaram a traçar novos planos. Com 52 mil litros de água, da cisterna-enxurrada, almejaram ter em seu quintal, hortaliças e frutíferas. Ter uma produção permanente ao redor de casa era o maior sonho da família de Alice, segundo conta, mas a falta de água impedia a efetivação da plantação. Tendo que ir buscar o recurso hídrico distante até para beber, era difícil pensar em produzir alimentos. “A gente não tinha como plantar nada, como molhar nada, não tinha como irrigar nada”, disse dona Alice. Atualmente, a família tem em seu quintal uma produção de hortaliças e frutíferas de dar gosto. “A gente já começou nossas plantações, e já estão ficando bonitas, já temos nosso cheiro verde para comer... As outras coisas ainda não chegaram, mas já está a caminho... E tá andando. Tá muito bom”, afirmou, recordando a chuva que havia caído naquele dia. “Graças a Deus, com essa chuva a cisterna tá cheia”. Pereiro

Cisterna enxurrada fortalece a produção no quintal de Dona Alice

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O Candeeiro - Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas, nº 1179 Na comunidade Trindade, distante 12 quilômetros da sede do município de Pereiro, mora dona Alice Oliveira da Silva. Ela é casada com seu José Plácido, conhecido por Zeca. Até bem pouco tempo eles viviam apenas da agricultura de sequeiro, com o cultivo de feijão, milho, mandioca, e um dinheirinho a mais da confecção de renda.

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Page 1: Cisterna enxurrada fortalece a produção no quintal de Dona Alice

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº 1179

Julho/2013

Cisterna-enxurrada fortalece a produção no quintal de dona Alice

Na comunidade Trindade, distante 12 quilômetros da sede do município de Pereiro, mora dona Alice Oliveira da Silva. Ela é casada com seu José Plácido, conhecido por Zeca. Até bem pouco tempo eles viviam apenas da agricultura de sequeiro, com o cultivo de feijão, milho, mandioca, e um dinheirinho a mais da confecção de renda.

Em 2011, com o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), executado pela Organização Barreira Amigos Solidários (Obas), Alice e seu esposo começaram a traçar novos planos. Com 52 mil litros de água, da cisterna-enxurrada, almejaram ter em seu quintal, hortaliças e frutíferas.

Ter uma produção permanente ao redor de casa era o maior sonho da família de Alice, segundo conta, mas a falta de água impedia a efetivação da plantação. Tendo que ir buscar

o recurso hídrico distante até para beber, era difícil pensar em produzir alimentos. “A gente não tinha como plantar nada, como molhar nada, não tinha como irrigar nada”, disse dona Alice.

Atualmente, a família tem em seu quintal uma produção de hortaliças e frutíferas de dar gosto. “A gente já começou nossas plantações, e já estão ficando bonitas, já temos nosso cheiro verde para comer... As outras coisas ainda não chegaram, mas já está a caminho... E tá andando. Tá muito bom”, afirmou, recordando a chuva que havia caído naquele dia. “Graças a Deus, com essa chuva a cisterna tá cheia”.

Pereiro

Page 2: Cisterna enxurrada fortalece a produção no quintal de Dona Alice

Articulação Semiárido Brasileiro – Ceará

Dona Alice comenta que mesmo diante de uma estiagem prolongada como foi a de 2012, conseguiu manter viva sua plantação. E para que as plantas não morressem, ela e seu Zeca utilizaram uma técnica simples e fácil de fazer: a aguação de salvação. Essa tecnologia se dá da seguinte forma: numa garrafa pet, fura-se um orifício na tampa, enche-a de água e amarra de boca para baixo na planta, de forma que fique gotejando e molhando a terra.

A técnica do gotejamento para a família de dona Alice e seu Zeca se torna importante para plantar mais, utilizando menos recursos hídricos. “Com essa prática a gente economiza a água”. Mesmo no período de chuva e com a cisterna sangrando a família não abandonou a garrafa. “É porque o tempo está comprido ainda, estamos no mês de junho e as chuvas demoram pra chegar. A gente economizando a água vai render ainda mais e pode até ir aumentando as plantas ”, enfatizou.

“A gente também molha de regador o canteiro de cebola, alface e coentro. E o pimentão, cebola de cabeça, o tomate e as frutas como a graviola, a gente enche a garrafinha, bota lá, vai controlando, só pingando e assim economiza muita água”.

Dona Alice recorre também a outra prática bastante utilizada por agricultores e agricultoras da região: a cobertura morta. Com talos, folhagens e restos secos, a família cobre o caule da planta, de forma que a umidade permanece por mais tempo, evitando a evaporação da água.

“A cisterna tá cheia. A pequena é só para beber e cozinhar e essa outra para plantação. Uma coisa linda, a água. Já plantamos e deixamos para ir fazendo mudas, pois o coentro cresce ligeiro. Daqui pra frente vai melhorar cada vez mais. Eu acredito que vai dar certo. A gente vai continuar plantando pra comer e também pra vender”, conclui a agricultora.

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