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E.E. PROFª IRENE DIAS RIBEIRO Língua Portuguesa Profª: Maria Inês Souza Vitorino Joyce Avilar Ferreira Letícia Iote Fonseca Luana Victória D. de Jesus 3º A – 2015

Clara dos Anjos 3º A - 2015

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Page 1: Clara dos Anjos   3º A - 2015

E.E. PROFª IRENE DIAS RIBEIRO

Língua PortuguesaProfª: Maria Inês Souza Vitorino

Joyce Avilar Ferreira Letícia Iote Fonseca

Luana Victória D. de Jesus

3º A – 2015

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*BIOGRAFIA

*Afonso Henrique de Lima Barreto (1881-1922) nasceu no Rio de Janeiro no dia 13 de maio. Filho de Joaquim Henriques de Lima Barreto e Amália Augusta, ambos mestiços e pobres. Sofreu preconceito a vida toda. Seu pai era tipógrafo e sua mãe professora primária. Logo cedo ficou órfão de mãe.

*Estudou no Liceu Popular Niteroiense e concluiu o curso secundário no Colégio Pedro II, ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde iniciou o curso de Engenharia. Em 1904 foi obrigado a abandonar o curso, pois, seu pai havia enlouquecido e o sustento dos três irmão agora era responsabilidade dele.

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*Em 1904 consegue emprego de escrevente copista na Secretaria de Guerra, ao mesmo tempo que colabora com quase todos os jornais do Rio de Janeiro. Ainda estudante já colaborava para a Revista da Época e para a Quinzena Alegre. Em 1905 passa a escrever no Correio da Manhã, jornal de grande prestígio.

*Com uma linguagem descuidada, suas obras são impregnadas da justa preocupação com os fatos históricos e com os costumes sociais. Torna-se uma espécie de cronista e um caricaturista se vingando da hostilidade dos escritores e do público burguês. Poucos aceitam aqueles contos e romances que revelavam a vida cotidiana das classes populares, sem qualquer idealização.

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LIMA BARRETO

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*RESUMO

*Em Clara dos Anjos relata-se a estória de uma pobre mulata, filha de um carteiro de subúrbio, que apesar das cautelas excessivas da família, é iludida, seduzida e, como tantas outras, desprezada, enfim, por um rapaz de condição social menos humilde do que a sua. É uma estória onde se tenta pintar em cores ásperas o drama de tantas outras raparigas da mesma cor e do mesmo ambiente.

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*O romancista procurou fazer de sua personagem uma figura apagada, de natureza "amorfa e pastosa", como se nela quisesse resumir a fatalidade que persegue tantas criaturas de sua casta: "A priori", diz, "estão condenadas, e tudo e todos parecem condenar os seus esforços e os dos seus para elevar a sua condição moral e social." É claro que os traços singulares, capazes de formar um verdadeiro "caráter" romanesco, dando-lhe relevo próprio e nitidez hão de esbater-se aqui para melhor se ajustarem à regra genérica. E Clara dos Anjos torna-se, assim, menos uma personagem do que um argumento vivo e um elemento para a denúncia."

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*PERSONAGENS

*Clara dos Anjos: Protagonista e narradora. Mulata do subúrbio carioca, era admirada por sua, beleza e inocência. Tinha por ambição arranjar um belo casamento, tivera uma vida simples, porém o melhor que seus pais podiam lhe oferecer.

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* Ex:

“Era tratada pelos pais com muito desvelo, recato e carinho; e, a não ser com a mãe ou pai, só saía com Dona margarida, uma viúva muito séria, que morava nas vizinhanças e ensinava a Clara bordados e costuras.”

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*Marrameque : Semiparalítico, padrinho de Clara, compadre de Joaquim dos Anjos, frequentara uma pequena roda de boêmios e literatos e poetas.

*Ex:

“(...)devido a seu estado de invalidez, de semi-aleijado e semiparalítico do lado esquerdo, tinha, entretanto, pertencido a uma modesta roda de boêmios literatos e poetas, na qual, a par da poesia e de coisas de literatura, se discutia muita política, hábito que lhe fico(...).”

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*Cassi Jones: Andava na moda, seduzia as damas com seu irresistível violão, seguido de escândalos, nos jornais e nas delegacias. Pelo fato de sedução em senhoras casadas. Porém a mãe sempre o defendia.

*Ex:

“Era Cassi um rapaz de pouco menos de trinta anos, branco, sardento, insignificante, de rosto e de corpo; e, conquanto fosse conhecido como consumado "modinhoso", além de o ser também por outras façanhas verdadeiramente ignóbeis, não tinha as melenas do virtuose do violão, nem outro qualquer traço de capadócio(...).”

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*Joaquim dos anjos: carteiro, acredita-se músico escreveu a polca, valsas, tangos e acompanhamentos de modinha. polca: siri sem unhas; valsa: magos do coração. Tiveram algum sucesso, a ponto de vender ele a propriedade de cada uma, por cinquenta mil-réis, a uma casa de músicas. O seu saber musical era fraco; adivinha mais do que empregava noções teóricas que tivesse estudo. Pai de Clara dos Anjos

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*Ex:

*“O carteiro Joaquim dos anjos não era homem de serestas e serenatas; mas gostava de violão e de modinhas. Ele mesmo tocava flauta, instrumento que já foi muito estimado em outras épocas, não o sendo atualmente como outrora.”

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* Mr. Shays: Chefe da seita bíblica, homem tenaz cheio de eloquência bíblica faz seus adeptos ouvir a palavra. Quando os adeptos se acham preparados põem-se a propagá-la.

*Ex:

“Era Shays Quick ou Quick Shays daquela raça curiosa de yankees fundadores de novas seitas cristãs. De quando em quando, um cidadão protestante dessa raça que deseja a felicidade de nós outros, na terra e no céu, à luz de uma sua interpretação de um ou mais versículos da Bíblia, funda uma novíssima seita, põe-se a propagá-la e logo encontra dedicados adeptos(...).”

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*Manuel borges de Azevedo e Salustiana Baeta de Azevedo: Pais de Cassi. O pai não gostava dos procedimentos do filho, enquanto a mãe, cobria-lhe as desfeitas com as proteções.

*“(...) Dona Salustiana, chorando e jurando a sua inocência, asseverando que a tal fulana – qualquer das vítimas – já estava perdida, por esse ou por aquele; que fora uma cilada que lhe armaram, para encobrir um mal feito por outrem, e por o saberem de boa família, etc.,etc.”

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*Ex:“O pai desse Cassi era verdadeiramente um homem sério. Estreito de ideias, familiarizado no emprego público, que, há cerca de trinta anos, exercia, ele tinha profundos sentimentos morais, que lhe guiavam a conduta no seu comércio com os filhos. Nunca fora afetuoso: evitava até todas as exibições e exageros sentimentais(...). ”

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*Doutor Meneses: es: O dentista da família. Intermediário dos bilhetes e cartas de Cassi para Clara. Senhor Monção - caixeiro vendedor; Belmiro Bernedes & Cia. - "tocava realejo", era um moço português, simpático, educado, e bom porte.

*Ex:

*“ - Foi para casa do carteiro. Está tratando dos dentes da filha e almoça quase sempre lá. Ele precisava, coitado do Doutor Meneses! – um homem ilustrado, velho, doente – quase não comia; era só beber (...).”

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*D.laurentina Jácome: gostava de rezar, ficar zelando a igreja.

*Ex:

“(...)Dona Laurentina Jácome, uma velha, sempre metida com rezas e padres, pensionista do ex Imperador e empregada numa capelinha da vizinhança, de cuja limpeza era encarregada, inclusive da lavagem das toalhas dos altares. . Não podia conversar outra coisa que não fossem acontecimentos eclesiásticos e, quase sempre, os de sua igreja.”

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*D. Vicêntina : cartomante.

*Ex:

“(...)Além desta, havia uma digna de nota: era Dona Vicência. Morava na vizinhança também e vivia a deitar cartas e cortar "cousas feitas". O seu procedimento era inatacável e exercia a sua profissão de cartomante com toda a seriedade e convicção.”

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*João pintor: Era um cidadão que visitava "os bíblias" aqueles que pregavam o evangelho.

*Ex:

“Era homem de pouca altura, trazia a cabeça sempre erguida, testa reta e alta, queixo forte e largo, olhar firme, debaixo de seu pince-nez de aros de ouro. “Era preto retinto, grossos lábios, malares proeminentes, testa curta dentes muito bons e muitos claros, longos braços, manoplas enormes, longas pernas e uns tais pés que não havia calçado”.

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*TEMPO*Tempo Psicológico: “(...) Hoje, é raro ver-se, no Rio de Janeiro, um muro coberto de hera; entretanto, há trinta anos, nas laranjeiras, na rua Conde de Bonfim, no Rio Comprido, no Andaraí, no Engenho Novo, enfim, em todos os bairros que foram antigamente estações de repouso e prazer, encontravam-se, a cada passo, longos muros cobertos de hera, exalando melancolia e sugerindo recordações (...)”

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* Tempo Cronológico: “(...)Chegou Cassi Jones à casa de Lafões quase à noite. Era uma pequena casa, mas bem tratada e limpa(...)”

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*ESPAÇO

*Rio de Janeiro: sob o impacto das mudanças estruturais impostas à cidade, surgem através de aspectos relevantes para a constituição do espaço da narrativa. A idealização do espaço urbano, de seu planejamento, e as diferentes estratégias de intervenção que fizeram parte do Rio de Janeiro, no começo do século XX, pareceu-nos transformar a cidade em denúncia de uma sociedade injusta e racista.

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*Ex:

“O subúrbio é um refugio dos infelizes. Os que perderam o emprego, as fortunas; os que faliram nos negócios, enfim, todos os que perderam a sua situação normal vão se alinhar ali (...).”

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*FOCO NARRATIVO

*O narrador é observador e em 3ª pessoa. Em outras palavras, conta a historia e, ao mesmo tempo, vai descrevendo as personagens e o espaço para nós, leitores, termos informação para formar o perfil social e psicológico de cada personagem e também para conseguirmos perceber como eram os subúrbios.

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*Ex:

“[...] O carteiro Joaquim dos Anjos não era homem de serestas; mas gostava de violão e de modinhas. Ele mesmo tocava flauta, instrumento que já foi muito estimado em outras épocas, não o sendo atualmente como outrora[...]”

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*ESTILO

*O autor procura usar uma linguagem simples, aproximando-se da língua falada da época. O estilo da narrativa é objetivo, incorporando a linguagem do texto jornalístico, com frases espontâneas. Foi muito criticado por escrever desse modo e mostra a questão social do uso da linguagem em trechos do livro.

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*Ex:

“O violeiro leu o que quis, fechou a carta e deu ao pobre velho. A sua resolução já estava tomada. Havia forçosamente de se entregar que o arrastava. Ela o havia levado até ali; era inútil resistir. Entregou a carta a clara. No dia seguinte, recebeu a resposta. Entregou-a Cassi. Assim, durante um mês e tanto, e ele foi o intermediário dos dois(...).”

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*VEROSSIMILHANÇA*Questão racial... que até hoje muitas pessoas sofrem com o problema de preconceito racial. e clara sofria com isso.

*Ex:

“ (...) repugnava-lhe ver o filho casado com uma criada preta, ou com uma pobre mulata costureira(...).“

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*MOVIMENTO LITERÁRIO*Preconceito racial-social

*Realismo e naturalismo

*Cultural brasileira

*Ex:

“(...) não haveria um talvez, entre toda aquela gente de ambos os sexos, que não fosse indiferente á sua desgraça... Ora, uma mulatinha, filha de um carteiro! O que era preciso, tanto a ela como ás suas iguais, era educar o caráter (...)“

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*CONCLUSÃO

*A narrativa literária nos propicia estabelecer a intersubjetividade entre a obra, autor e leitor, fato que nos orienta para o real e que se estabelece de maneira concreta pela escritura. As múltiplas visões que uma história pode vir a ter são criadas nesse momento, projetando aspectos sociais de dadas culturas que, nesse caso, mostrado por Clara dos Anjos, assume o imaginário vivido no Brasil do século passado,marcado pelo racismo.

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*Lima Barreto descrevia, em seus textos, tudo aquilo que caísse na sua inconformidade com a sociedade. Em Clara dos Anjos, o autor não separa a obra literária dos acontecimentos reais, representando as crenças, o comportamento e a tradição popular das pessoas. Barreto faz uma fusão do real com a ficção, narrando acontecimentos e fatos que demonstram a situação das famílias cariocas no início do século XX, atentando para a maneira de agir de alguns grupos sociais, que contribuiriam direta ou indiretamente na formação da nova sociedade que estava por vir.

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*Não é preciso, portanto, mencionar todos os capítulos desse romance para que se chegue a uma consideração, aqui já dita, de que Lima Barreto contempla o imaginário social que se forma pela base de pessoas comuns, conseguindo, assim, revelar a busca por uma sociedade igualitária, embora se mostre esfacelada e caótica perante o olhar do autor.

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*REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

*http://www.e-biografias.net/lima_barreto/

*http://livroseresumos.com.br/clara-dos-anjos/

*http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2436095

*file:///C:/Users/User/Downloads/2438-10109-1-PB.pdf