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Crateús/CE COESÃO TEXTUAL COESÃO TEXTUAL Disciplina: Português Educador: Edson Alves

COESÃO TEXTUAL

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Page 1: COESÃO TEXTUAL

Crateús/CE

COESÃO TEXTUALCOESÃO TEXTUAL

Disciplina: PortuguêsEducador: Edson Alves

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Um texto não é uma simples soma de frases aleatórias, distribuídas por parágrafos.

A coesão é fundamental para que o tecido verbal se assuma como texto.

É necessário que as suas diferentes partes estejam interligadas e articuladas, através de mecanismos linguísticos.

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Mecanismos linguísticos responsáveis pela coesão textual

1. Cadeias de referência2. Repetições3. Substituições lexicais4. Conectores interfrásicos5. Compatibilidade entre as informações

temporais e aspetuais.© Edições ASA II, SA

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1. Cadeias de referência Em todos os textos há vocábulos ou

expressões linguísticas que não são autónomos, que só se percebem pela relação que estabelecem com outros termos.

O João é simpático. Ele tem muitos amigos. Tem também muitas meninas que o adoram…

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Os termos sublinhados remetem todos para a mesma entidade extralinguística, materializada, no início, na expressão nominal – o João.

Há ainda omissão do sujeito na terceira frase, cujo verbo se encontra na terceira pessoa gramatical, o que remete para a mesma expressão nominal.

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Processos que se integram nas cadeias de referência

a) Anáforab) Catáforac) Elipsed) Correferência não anafórica

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a) Anáfora Expressão linguística que remete para outra

anteriormente apresentada, designando-se esta por antecedente.

Sophia de Mello Breyner Andresen é uma poetisa fantástica. Os seus poemas cantam o mar, a floresta, a liberdade, o amor… © Edições ASA II, SA

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a) Catáfora Expressão linguística que remete para

outra posteriormente apresentada no contexto verbal, originando uma certa expectativa.

Como eu gosto dela!... Da poesia da Sophia.© Edições ASA II, SA

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Há várias classes de palavras que podem funcionar como anáfora ou catáfora, a saber:• Pronomes: indefinidos, relativos, pessoais,

demonstrativos, possessivos;• Determinantes possessivos;• Advérbios ou locuções adverbiais de lugar;• Adjetivos Numerais (também como

Pronome).© Edições ASA II, SA

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c) Elipse Omissão de uma expressão que

facilmente se subentende no contexto, evitando, assim, repetições indesejáveis.

Miguel Torga é um dos autores representativos da literatura portuguesa do séc. XX. [ ] Nasceu em S. Martinho da Anta.

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d) Correferência não anafórica As expressões linguísticas são autónomas; só

no contexto é que remetem para o mesmo referente.

Miguel Torga é um homem fantástico. O poeta nasceu em S. Martinho de Anta.

“Miguel Torga” e “O poeta” remetem para a mesma personagem. É o conhecimento do mundo que, aqui, está em causa.

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2. Repetição Nem sempre é possível recorrer a outros

processos linguísticos para evitar a repetição da mesma palavra ou expressão, sob pena de gerar ambiguidade. Outras vezes, a repetição é propositada e contribui para a intenção comunicativa do enunciador, como se comprova com o poema de Sophia de Mello Breyner Andresen.

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“Porque os outros se mascaram mas tu nãoPorque os outros usam a virtudePara comprar o que não tem perdãoPorque os outros têm medo mas tu nãoPorque os outros são os túmulos caiadosOnde germina calada a podridãoPorque os outros se calam mas tu não(…)”

Sophia de Mello Breyner

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3. Substituições lexicais Substituição de um termo ou expressão linguística

por outro/outra com que estabelecem relações de:• Sinonímia/Antonímia;• Hiperonímia/ Hiponímia;• Holonímia/Meronímia. Este processo de coesão textual, em relação à

repetição, é mais enriquecedor em termos de conteúdo, porque permite a introdução de mais informação.

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1. Miguel Torga redigiu vários diários, mas também escreveu imensos poemas. (sinónimos)

2. Da sua obra literária (hiperónimo)

constam poemas, ensaios, contos. (hipónimos)

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3. Os seus poemas (holónimo) são, frequentemente, compostos por uma ou mais estrofes. (merónimo)

O termo “estrofes” não substitui, na frase, o termo “poemas”, mas retoma-o.

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4. Conectores interfrásicos (coesão interfrásica)

Os conectores interfrásicos são responsáveis pela interdependência semântica entre as frases que constituem o texto e orientam a interpretação do leitor/ouvinte.

Gosto muito da obra de Eugénio de Andrade, porque tem uma escrita muito metafórica.

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Podem ser conectores:• Conjunções coordenativas e subordinativas;

• Advérbios conectivos (agora, assim, depois, então, enfim…);

• Complexos verbais (quer dizer…);

• Locuções preposicionais e adverbiais (com efeito, do mesmo modo, a jeito de conclusão, por outro lado…);

• Orações (para concluir, pelo que referi acima, resumindo…)

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Os conectores estabelecem relações entre as diversas frases ou partes do texto, assumindo diferentes valores, a saber:

1. Relação temporal;2. Relação de contraste (oposição/concessão);3. Relação de adição;4. Relação de causa-efeito (causal/consecutiva);5. Confirmação/exemplificação;6. Explicação/reformulação;7. Síntese/conclusão;8. Alternância/alternativa.

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1.Apesar de Miguel Torga e Sophia serem poetas contemporâneos, a sua poesia é bastante diferente!

2.Com efeito, tanto um como o outro abordam a temática da liberdade, no entanto fazem-no de modo distinto.

3.Enquanto em Torga sentimos o pulsar do mundo rural, perdido na infância, em Sophia partimos da urbe e sonhamos horizontes marinhos, por vezes de esperança, por vezes de desalento.

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5. Compatibilidade entre as informações temporais e aspetuais.

Para que um texto seja coeso, as informações temporais têm de ser compatíveis com a informação aspetual, verificando-se:

Correlação entre os tempos verbais: Quando Miguel Torga publicou Novos Contos da

Montanha, dedicou a obra às gentes transmontanas.

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Correlação entre a localização temporal e os tempos verbais:

Ontem, assisti a um seminário sobre o Modernismo Português.

No próximo período, faremos uma ação de formação sobre Eugénio de Andrade

Compatibilidade entre o valor aspetual dos verbos e o valor semântico dos conectores utilizados:

Enquanto lia o poema, o aluno sublinhava as palavras –-chave.

Ordenação textual linear dos factos representados no texto:

Mal comprei o livro, li-o. (E não: Mal li o livro, comprei-o)© Edições ASA II, SA