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COLETA, TRANSPORTE, RECEPÇÃO E PREPARO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE MICROBIOLÓGICA Prof. Samira Mantilla

Coleta E Transporte Pdf

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Aula de Microbiologia de Alimentos.

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COLETA, TRANSPORTE, RECEPÇÃO E PREPARO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

MICROBIOLÓGICA

Prof. Samira Mantilla

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INTRODUÇÃOA coleta de amostras para avaliação de lotes de alimentos processados deve obedecer a planos de amostragem

A obtenção correta das amostras, seu transporte para o lab e sua preparação são etapas fundamentais para o sucesso da análise.

O número de unidades a serem coletadas para análise e os critérios adotados para aprovação ou reprovação de um produto definem um plano de amostragem.

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INTRODUÇÃOLote: uma quantidade de alimentos de mesma composição e características, produzida sob as mesmas condições.

Amostra de lote: um determinado número de entidades individuais, escolhidas ao acaso, para representar o lote.

Lote inteiro não pode ser analisado (perda econômica)

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INTRODUÇÃOUnidades de amostras são cada uma destas entidades individuais.

Logo: uma amostra de lote é sempre composta de n unidades de amostra e cada uma é analisada individualmente.

Qualquer conclusão à respeito do lote depende do conjunto de resultados da análise das n unidades de amostra.

Unidade analítica: é a quantidade de alimento usada na análise de uma unidade de amostra.

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COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

1- Coleta de alimentos em embalagens individuais

Sempre que possível na embalagem original, fechada e intacta;

Se a embalagem unitária tiver uma quantidade de alimentos 2 x menor do que a unidade analítica = coletar várias embalagens

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COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

2- Coleta de alimentos em embalagens não individuais

Transferir porções representativas da massa total para frascos ou sacos estéreis, sob condições assépticas

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COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Critérios para seleção e preparação dos frascos de coleta:

Com tampas à prova de vazamentos

De material aprovado para contato com alimento e de preferência pré-esterilizados

Tamanho adequado

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COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Lembre-se:

1 unidade de amostra deve conter no mínimo 2x a unidade analítica (3 a 4 x para separação da contra-amostra)

200 g ou 300-500 mL são suficiente para a maioria dos alimentos

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COLETA DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Um frasco de coleta não deve ser completamente preenchido

Os frascos e utensílios devem ser esterilizados (autoclave, estufa, vapor fluente, flambagem em chama, imersão em etanol 70%)

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PROCEDIMENTOS PARA COLETACUIDADOS ASSÉPTICOS – NÃO CONTAMINAÇÃO DA AMOSTRA!!!!

Sempre misturar toda a massa antes de coletar

Quando não for possível = porções de diferentes partes do conteúdo

Ex: água de torneira

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PROCEDIMENTOS PARA COLETA

Para compor uma unidade de amostra com porções de diferentes pontos de alimento em grandes peças sólidas: usar facas, pinças estéreis para cortar pedaços menores do alimento.

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PROCEDIMENTOS PARA COLETA3- Coleta de alimentos envolvidos em surtos de ETA:

Tentar analisar o mais cedo possível

Não adianta coleta amostras de alimentos que tenham sofrido abuso de T°C ou deteriorados

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PROCEDIMENTOS PARA COLETASe não houver sobras: coletar os vasilhames, amostras dos ingredientes, amostras de refeições similares

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PROCEDIMENTOS PARA COLETA4- Coleta de amostras de água

Água clorada: neutralizar o cloro residual: 0,1 mL solução 10% tiossulfato de sódio para cada 100 mL de amostra.

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INFORMAÇÕES QUE DEVEM ACOMPANHAR AS AMOSTRAS

Tipo de amostra e processo usado na fabricação –lingüiça defumada

Fabricante, data fabricação, código do lote

Solicitante da análise

Data e local da coleta

Razão da análise

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TRANSPORTE E ESTOQUE DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Regra geral: transportar e estocar amostras de alimentos da mesma forma (comercialização).

Assim:A- alimentos comercialmente estéreis em embalagens

herméticas = t°C ambiente, proteger t°C maiores que 45°C

B- alimentos com baixa atividade de água: t°C ambiente e proteger umidade

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TRANSPORTE E ESTOQUE DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

C- alimentos perecíveis refrigerados: refrigeração até o momento da análise. Não ser congelado; tempo máximo entre coleta e análise= 36 h.

D- alimentos perecíveis congelados: congelados; temperatura de estocagem não > -10°C

E- transporte refrigerado de amostras perecíveis resfriadas ou congeladas: cx isopor com gelo (por até 24-30h)

Se for prolongado = gelo seco

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

RECEPÇÃO

Observar as condições da embalagem e do transporte

Amostra com embalagem já aberta (surtos): identificar o fato no laudo final de análise

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Estocagem das amostras até a análise:

Refrigeradas perecíveis: mantidas sob refrigeração. (máximo até o dia seguinte)

Congeladas: mantidas no máximo a -18 °C (máximo 7 dias)

Não perecíveis: estocadas em lugar fresco, protegidas da umidade e da luz

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

PREPARAÇÃO

Envolve duas etapasRetirada de unidade analítica (representativa)

Preparação das diluições decimais seriadas

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Manutenção das amostras após a análise:

Após a retirada das alíquotas para análise, as amostras devem ser embaladas em sacos plásticos de primeiro uso, identificadas e mantidas congeladas X amostras estáveis em temperatura ambiente.

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

1- Preparação de alimentos sólidos ou líquidos concentrados

A- abertura da embalagem

B- retirada da unidade analítica: 25 g –homogeneização com diluente

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Cuidados:Assépticos: câmara de fluxo laminar, instrumentos estéreis

Alimentos congelados- sempre que possível não descongelar

Análise de Salmonella (enriquecimento prévio)= unidade analítica adicional

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

C- homogeneização e preparo da 1° diluição da unidade analítica:

A homogeneização é precedida por uma diluição inicial (10-1)= 25g + 225 mL

Diluente: água peptonada 0,1%; água salina peptonada ou tampão fosfato pH 7,2

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

OBS: Salmonella: diluição inicial é feita no caldo de enriquecimento

Homogeneização pode ser feita:Agitação manual – 25 xAlimentos sólidos em peça: trituração liquidificador (8000 a 15000 rpm/1-2 mim) ou “stomacher”Alimentos gordurosos: toucinho defumado = diluente suplementado com Tween 80 ou Triton X-100 (emulsificação) – liquidificador bx rotação

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

O INTERVALO ENTRE A HOMOGENEIZAÇÃO DA UNIDADE ANALÍTICA E A PREPARAÇÃO DAS DILUIÇÕES POSTERIORES NÃO DEVE ULTRAPASSAR 3 MINUTOS!!!

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

D- diluições seriadas da amostra homogeneizada

Preparação da 2° diluiçãoUsar o mesmo diluente (alimentos gordurosos não adicionar Tween novamente)Seleção do número das diluições

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Transferência de volumes entre as diluições:

Pipetas diferentes para cada diluiçãoPipetas com capacidade no máximo 10 x superiorAgitar o tubo 25 xLiberação do volume com a ponta da pipeta na parede do tuboNão flambar a pipeta

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

2- Preparação de amostras para análise pela técnica da lavagem superficial ou pela técnica do esfregaço de superfície

Alimentos cuja contaminação é predominantemente superficial

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

2 a- Técnica da lavagem superficial

Aplicação: carcaça aves, cortes de aves, cascas de ovos

Procedimento: amostra para o fraco + diluente (1:1), agitar vigorosamente 50 x

Salmonella: o diluente é a solução de enriquecimento e este é usado para realização das outras análises

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Carcaça de aves: não se usa 1:1 e sim 300 mL do diluente independente do peso da carcaça

Cálculo dos resultados: expressos em UFC/g ou NMP/g

Inicialmente calcular UFC/mL de água de lavagem. Depois converter em UFC/g. Se a diluição for 1:1 o resultado será o mesmo.

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

2 b- Técnica do esfregaço de superfície

Aplicação: carcaças bov, suínos, aves, superfície equipamentos

Procedimento: molde estéril delimitar área a ser amostrada. Aplicar o “swab” com pressão.

No exame de superfícies secas: umedecer o “swab”

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Técnica do esfregaço de superfície

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RECEPÇÃO E PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISE

Esfregaço de ½ carcaça de bovino e suínos:

Selecionar 5 pontos demarcados com moldes estéreis de 10 cm2 e aplicar o “swab”. Colocar o 5 “swab”num frasco com 25 mL, vortex 2 min ou manual –análises

Carcaça aves: 5 pontos de 10 cm2 (dorso, asas,antecoxas e pescoço). Idem

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MÉTODOS DE ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ALIMENTOS

A avaliação de qualidade microbiológica de um produto fornece informações que permitem avaliá-lo quanto às condições de processamento, armazenamento e distribuição para o consumo, sua vida útil e quanto ao risco à saúde coletiva.

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Plano de amostragem

n= número unidades retiradas de um único lote de produto, analisadas independentemente

c= número total de unidades analisadas que podem apresentar resultados superior ao limite m

m= limite inferiorM= limite superior

MÉTODOS DE ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ALIMENTOS

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Um alimento é considerado aceitável se o resultado for menor que m e inaceitável se for maior que M.

Exemplo: M= 106; m= 105; n=5; c=3

Se uma unidade der resultados > 106, o lote deve ser rejeitado; ou se 4 ou + unidades derem resultados > 105

MÉTODOS DE ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE ALIMENTOS

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1- Contagem por plaqueamento

• Plaqueamento de alíquotas do alimento homogeneizado e de suas diluições em meios de cultura sólidos selecionados em função do microrganismo a ser enumerado.

• Pode ser feito por: semeadura na superfície do meio ou semeadura em profundidade.

MÉTODOS DE CONTAGEM DE MICRORGANISMOS

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MÉTODOS DE CONTAGEM DE MICRORGANISMOS

As placas são incubadas, depois as colônias são enumeradas.

Enumeração manualmente ou com auxilio do contador automático

É a metodologia mais usada em laboratórios.

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2- Determinação do Número Mais Provável

• Técnica dos tubos múltiplos• Muito usada para estimar a contagem de alguns tipos de microrganismos (coliformes, Enterococcus)

MÉTODOS DE CONTAGEM DE MICRORGANISMOS

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O produto á submetido a pelo menos três diluições decimais seriadas

Alíquotas iguais de cada uma das diluições são transferidas para tubos contendo meios específicos.

Os tubos são incubados e os tubos positivos são identificados

MÉTODOS DE CONTAGEM DE MICRORGANISMOS

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A positividade pode ser indicada pela formação de gás e turvação do meio

Pelo número de tubos positivos determina-se o NMP por grama do produto, tendo como base a tabela estatística.

Resultados imprecisos, permite apenas uma estimativa do número de microrganismos presentes.

MÉTODOS DE CONTAGEM DE MICRORGANISMOS

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Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa Nº 62, DE 26 DE AGOSTO DE

2003.Oficializa os Métodos Analíticos Oficiais para Análises Microbiológicas para Controle de Produtos de Origem Animal e

Água.

FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo: Editora Atheneu, 182 p., 2004.

SILVA, JUNQUEIRA, SILVEIRA. Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos. 2 ed. São Paulo: Livraria Varela,

317 p., 1997.