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Comerciointernacional resumo

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Resumo de História 8ºano – Explicações Tânia Carvalho – 3º teste

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II – O IMPÉRIO PORTUGUÊS E A CONCORRÊNCIA INTERNACIONAL

2.1 OS IMPÉRIOS IBÉRICOS NA SEGUNDA METADE DO SÉC. XVI Durante a 2ª metade do séc. XVI, o Império Português enfrentou uma crise. As causas das dificuldades de manutenção do Império foram: - Os territórios dominados por Portugal eram vastos e dispersos e estavam constantemente sob vigia a ataques de Mouros e outros povos. - Era necessário manter numerosas fortalezas, uma armada e um exército português mas Portugal não conseguia obter recursos económicos de forma a financiar estas necessidades. - Administração do império não funcionava de forma eficaz. - A corrupção entre os altos funcionários encarregados de controlar a administração e o comércio do Império. - A população do Reino de Portugal era escassa para povoar as dispersas regiões do Império Português. - Grandes problemas, específicos do Comércio do Oriente:

As viagens da Rota do Cabo eram longas e perigosas devido aos ataques dos corsários e piratas e aos naufrágios

A política do MARE CLAUSUM, estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas, começou a suscitar dúvidas nos Holandeses, Franceses e Ingleses, que defendiam o MARE LIBERUM e, por isso, apoiavam os ataques de corsários e permitiam a pirataria.

- Apesar de dominar o monopólio do comércio das especiarias orientais, a Coroa não obtinha lucro que chegasse para manter e cobrir as despesas de manutenção do Império. - O monopólio português do comércio das especiarias orientais decai devido à recuperação das Rotas do levante, controladas pelos Muçulmanos. - Franceses, Ingleses e Holandeses, redobraram os ataques contra a armada proveniente da Índia. - A feitoria portuguesa de Antuérpia foi encerrada devido ao prejuízo que originava. - Em 1570, D. Sebastião pôs fim ao monopólio régio, permitindo a navegação de particulares portugueses. No entanto, a crise continuou. - As especiarias trazidas pelos portugueses eram de baixa qualidade. Como desta crise, Portugal, sobretudo no reinado de D. João III, abandonou consequênciasalgumas praças do Norte de África e feitorias (como a da Antuérpia). Para além disso, com a subida ao trono de D. Sebastião, surge a ideia de recuperar o esplendor perdido entre a Nobreza portuguesa, desenvolvendo-se a expedição a Alcácer Quibir. Por outro lado, Espanha alcançou o seu auge máximo, tornando-se a maior potência europeia. Durante o apogeu espanhol:

Os espanhóis conquistaram toda a América do Sul, exceptuando o Brasil.

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Fernão Magalhães e Sebastião D’Elcano fizeram a primeira viagem de circum-navegação.

Os espanhóis tomaram posse das Filipinas, estabelecendo a Rota de Manila entre o México (prata, ouro, açúcar) e as Filipinas (especiarias, drogas, sedas, porcelanas).

Adquiriram-se metais preciosos e especiarias orientais. Espanha tornou-se a maior potência colonial e comercial europeia na 2ª metade

do século XVI, sendo Sevilha o Centro da Economia Mundo. 2.1.2 A UNIÃO IBÉRICA

Com o agravamento da crise do Comércio do Oriente, surge a ideia de recuperar o esplendor perdido entre a Nobreza portuguesa, desenvolvendo-se a expedição a Alcácer Quibir. Esta expedição marca a partida de Portugal para a conquista de praças no Norte de África.

Na Batalha de Alcácer Quibir, em 1578, D. Sebastião desaparece/morre sem deixar descendentes directos. Assim, sucede-se-lhe o seu tio-avô Cardeal D. Henrique cuja morte (1580) despoleta uma crise de sucessão.

Destes, D. Catarina de Bragança foi, desde início, excluída de qualquer tentativa de se

tornar rainha, sendo apenas uma pretendente segundo a sua família e não segundo a sua vontade. Assim, os apoiantes dos restantes pretendentes eram:

D. Filipe II era apoiado pela nobreza e burguesia que pretendia ter acesso a cargos e ao próspero comércio do Império Espanhol.

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D. António, Prior do Crato era apoiado pelas classes populares e chegou mesmo a ser aclamado Rei por estas, em algumas cidades.

D. António chegou a preparar um pequeno exército para lutar contra a mais que

provável invasão das tropas de D. Filipe II. Como seria de esperar, os seus homens não resistiram e foram rapidamente derrotados.

Sentindo-se apoiado, D. Filipe II vence, portanto, a diminuta oposição pelas tropas de D. António e nas Cortes de Tomar faz-se aclamar Rei, iniciando-se assim a União Dinástica ou União Ibérica (o mesmo Rei para duas coroas independentes).

Assim, de forma a assegurar a confiança depositada pelos Portugueses nele, este compromete-se a:

_ Manter a língua portuguesa como língua oficial _ Cunhar moeda portuguesa _ Os altos cargos nacionais ou do Império seriam desempenhados por portugueses _ Respeitar as leis e liberdades

Desta forma, os primeiros anos do Domínio Filipino, sob a chefia de D. Filipe II, foram de alguma prosperidade económica para Portugal. 2.2 IMPÉRIO HOLANDÊS

Províncias do Norte como Holanda, Zelândia, Guelres e Utreque constituíram a Confederação das Províncias Unidas e, em 1518, esta Confederação recusou a supremacia de Filipe II, transformando-se numa república. Este conflito só viu fim em 1648 com o Tratado de Munster, onde Espanha dá a independência às Províncias Unidas do Norte. Razões para o crescimento da Holanda:

_ Desenvolvimento Agrário: aumento da área cultivada através da construção de diques e canais para secar as terras, eliminação do pousio, melhoria da rotação de culturas, introdução de novas culturas como trevo e outras plantas.

_ Parlamentarismo: toda a sociedade (os estratos sociais mais elevados) estava representada, o que trazia um aspecto mais prático e próxima das pessoas à administração.

_ Crescimento demográfico: provocado pelo desenvolvimento agrário. _ Construção Naval desenvolvida: abundância de madeiras bálticas, aperfeiçoamento

da vela e uso dos moinhos na serração, originando a construção de um novo tipo de barco. _ Manufacturas e pesca desenvolvidas: recorrendo a mão-de-obra especializada de

artesãos dos Países Baixos do Sul. _ Tolerância Religiosa: permite o acolhimento dos judeus que eram perseguidos nos

países peninsulares e que, assim, levavam para a Holanda os conhecimentos comerciais e os capitais indispensáveis para o desenvolvimento comercial.

_ Bolsa de Amesterdão _ Banco de Amesterdão:

Garante as transferências de capital entre as principais praças europeias.

Assegura aos seus depositantes todas as operações de câmbio. Desconta títulos por endosso que permite ao portador realizar o capital.

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_ Companhia das Índias Ocidentais e Orientais: A responsabilidade dos sócios era limitada. Os empreendimentos eram realizados em nome colectivo, anulando a

responsabilidade individual. A concorrência entre sócios era impossível. A direcção dos negócios competia a uma administração autónoma eleita.

Desta forma, Amesterdão torna-se o centro da Economia Mundo.

2.3 IMPÉRIO INGLÊS As condições que definiram o sucesso do Império Inglês foram:

_ Desenvolvimento agrário: selecção de sementes, utilização de fertilizantes, rotação de culturas, aumento da área cultivada.

_ Mercado Interno: devido ao desenvolvimento das vias de comunicação (estradas) existe um verdadeiro mercado interno, o que facilita o progresso económico e a especialização da produção em cada área.

_ Parlamentarismo: favorecimento da livre iniciativa. Mas o grande problema de Inglaterra foi o confronto perante a Holanda e a França. Assim, o início da supremacia inglesa deveu-se:

- Vitória perante a Armada Invencível de Filipe II.

- Criação da Companhia das Índias Orientais (fundação de feitorias em Bombaim, Calcutá, Madrasta) e da Companhia das Índias Ocidentais (América do Norte).

- Promulgação do Acto de Navegação em 1651 por Cromwell (esta lei estabelecia o facto de produtos das colónias inglesas só poderem ser transportados por barcos ingleses enquanto as embarcações estrangeiras só poderiam atracar com produtos das suas regiões). Esta lei afectou principalmente os Holandeses que eram comerciantes e intermédios nas trocas comerciais entre a Europa e cujos negócios decrescem drasticamente. A Inglaterra passa a ser, então, na 2ª metade do século XVII, a “Rainha dos Mares” e Londres passa a ser o centro da Economia Mundo. Em relação à França: - Inglaterra vence a Guerra dos 7 Anos, com a França, apropriando-se de alguns territórios coloniais franceses (como parte do Canadá, por exemplo). 2.4 CAPITALISMO COMERCIAL

Capital: bens monetários (ou outros) que podem ser investidos para produzir rendimentos.

Assim, o Capitalismo Comercial é um novo sistema económico cuja base mentalizava-se numa dedicação exclusiva ao trabalho e à expansão dos negócios.

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A afirmação do Capitalismo comercial entre os séculos XVI e XVIII deveu-se essencialmente a:

Abertura de novas Rotas: Das especiarias (de Goa a Lisboa e Antuérpia): Rota do Cabo Dos escravos (do Golfo da Guiné às Antilhas): parte das Rotas do Comércio

Triangular Do Pacífico (do México às Filipinas): Rota de Manila

Desenvolvimento do Comércio Colonial:

Mercadorias ultramarinas rumo à Europa (especiarias, algodão, açúcar, seda, café, tabaco, madeiras)

Aumento da Circulação Monetária:

A exploração do ouro e prata da América leva à cunhagem de mais e melhor moeda e à acumulação de capitais

Novos Instrumentos Comerciais:

Companhias de Comércio (por acções) Bancos (de depósito, empréstimos e financiamentos) Bolsas (locais de compra e venda de acções abertas aos homens de negócios)

2.5 IMPÉRIO ATLÂNTICO PORTUGUÊS

Portugal, no entanto, nuca deixou de ser uma importante potência colonial a nível mundial.

Assim, com o agravamento da situação no Comércio Oriental, Portugal submete-se a uma viragem atlântica, focando-se em São Tomé e Brasil.

O Brasil atraía inúmeros colonos devido às suas plantações de cana-de-açúcar e aos engenhos (instalações com aparelhos apropriados para moer a cana e fabricar o açúcar), principalmente no litoral nordeste. A mão-de-obra utilizada era escrava proveniente de África, devido à desobediência e menor capacidade. Para além disso, os Índios sujeitos à escravidão eram protegidos por comunidades jesuítas.

O interior brasileiro também despertou muito interesse, organizando-se expedições designadas de Bandeiras (expedições de colonos que partiam para o interior armados e transportando, geralmente, uma bandeira na frente). Para além das explorações, o trabalho dos bandeirantes foi igualmente importante para a delimitação das fronteiras desta colónia.

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2.6. RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL No início do século XVII, Espanha viveu uma fase de crise económica devido a alguns problemas internacionais e comuns a outras potências como:

Queda da produção agrícola Ataques de corsários ingleses e holandeses Endividamento resultante das grandes despesas de manutenção de dois tão

grandes Impérios Redução demográfica, devido à emigração Diminuição da produção industrial (originada pelo ponto anterior) Diminuição dos metais preciosos provenientes da América Problemas com as Províncias Unidas do norte e a sua Independência (ver 2.2

Império Holandês) Concorrência de outros países com interesses coloniais despertos (Inglaterra,

Holanda e França) No reinado de Filipe IV foi visível a incompetência e a incapacidade deste rei a governar Espanha e o seu Império e, por isso, entregou o poder ao Conde-Duque de Olivares. Para além dos problemas referidos acima, Espanha viveu igualmente problemas de carácter político e militar:

Envolveu-se na Guerra dos 30 Anos (conflitos militares europeus relacionados com motivos políticos e religiosos)

O Conde-Duque de Olivares recrutou tropas de diferentes regiões para lutar nos conflitos armados espanhóis o que foi mal aceite pelos povos dessas regiões.

Para fazer face às despesas de guerra, o Conde lança inúmeros impostos, desagradáveis à população.

Desenvolveu-se uma política centralizadora, que retirava privilégios a regiões que gozavam de alguma autonomia.

Originaram-se várias revoltas, como a de Catalunha que declarou a tentativa de

independência. Perante estas e outras razões, como o facto de as tropas e as embarcações

portuguesas terem sido envolvidas nas guerras europeias de Espanha contra a Holanda, França e Inglaterra, a criação de impostos e a conquista de territórios do Império Português por outras potências, surgiram, igualmente, várias revoltas em Portugal, com principal destaque à Revolta do Manuelinho em Évora. A 1 de Dezembro de 1640, em Lisboa, um conjunto de nobres aclamou D. João de Bragança Rei de Portugal, com o título de D. João IV. Iniciou-se a Dinastia de Bragança.

A esta declaração seguiram-se 28 anos de guerra contra Espanha que terminou com a assinatura de um tratado, que deu fim às Guerras da Restauração.