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Epistemologia e Ciência – EGC 5004 UFSC Comunicação Científica, Comunicação Científica, Tecnologia e Epistemologia Tecnologia e Epistemologia Epistemologia e Ciência – EGC Epistemologia e Ciência – EGC 5004 5004 Isadora dos Santos Isadora dos Santos Garrido Garrido Florianópolis, Agosto 2009

Comunicação Científica, Tecnologia e Epistemologia

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Trabalho apresentado em 17 de agosto de 2009, para a disciplina isolada do mestrado em Engenharia em Gestão do Conhecimento, "Epistemologia e Ciência".

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Comunicação Científica, Comunicação Científica, Tecnologia e EpistemologiaTecnologia e Epistemologia

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Isadora dos Santos GarridoIsadora dos Santos Garrido

Florianópolis, Agosto2009

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• Comunicação Científica como objeto de estudo (Jornalismo, Biblioteconomia)

• Temas específicos: periódicos científicos, portais de periódicos científicos brasileiros, Arquivos Abertos e Acesso Livre/Aberto ao conhecimento.

• Biblioteconomia é também, “um estudo sobre estudos” ou seja, as práticas de pesquisa também são inerentes ao ensino da biblioteconomia, o que faz do bibliotecário um pesquisador de ponta em seu campo de atuação: o auxílio em pesquisa e o desenvolvimento da ciência.

• Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs): o impacto social e metodológico das novas tecnologias. Conceito de “tecnologia”. Aplicações das TICs. Que necessidades buscam atender?

• Perceber e demonstrar brevemente de que modo a perspectiva epistemológica de Feyerabend se identifica, em partes, com o pensamento de alguns autores contemporâneos sobre o desenvolvimento da ciência.

Introdução

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• Com advento da Internet e do mundo digital, estamos vivendo, muito mais do que antigamente, uma era mitológica na Comunicação Científica.

• Colégios invisíveis? Círculos Sociais VIRTUAIS?• Pierre Lévy, “Inteligência Coletiva” (1998)

A Comunicação Científica – e alguns mitos

• A Convergência Digital é inevitável, no entanto isso não significa que os livros acabarão, nem que o papel vai acabar.

• A humanidade encontra-se numa época onde a possibilidade do uso de mídias híbridas é concreta.

• Está cada vez mais difícil conseguir definir as diferenças entre comunicação formal e comunicação informal.

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A Comunicação Científica – e alguns mitos

• Ao longo da história da Comunicação Científica, os periódicos se tornaram o canal de comunicação por excelência entre cientistas e também indicadores de produtividade de pesquisadores e instituições, especialmente pós-graduações.

• Decadência dos Periódicos Científicos nos anos 80. – “A noite é sempre mais escura antes de amanhecer”

• A comunicação científica evoluiu acompanhando os suportes informacionais, mas mantendo como cerne do processo a confiabilidade dos resultados das pesquisas, por meio da avaliação cega entre pares.

• As novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) já são uma realidade no mundo todo e a tecnologia não irá retroceder de onde está, apenas progredir.

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As Tecnologias – um não tão novo paradigma

• Os computadores, suas funções (Web 1.0) e serviços (web 2.0) proporcionaram a humanidade a criação de um novo paradigma tecnológico.

• Com a popularização da Internet no mundo, o uso de computadores para atividades de comunicação de pesquisa tornou-se mais efetivo. Exemplo: ArXiv.org, Física, Cornell University Library.

• As ferramentas Web derrubam barreiras cruciais como as do tempo e espaço. A questão econômica também viabiliza uma série de questionamentos e preocupações, em todos os atores do processo.

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As Tecnologias – um não tão novo paradigma

• Acesso Livre e/ou Acesso Aberto (Open Access) de Arquivos Abertos (Open Archives)

• Algumas mudanças:– Mercado editorial;– Na segurança e preservação dos arquivos;– Aceitação e legitimação do meio digital por parte dos pesquisadores;

• Na academia, o periódico científico (impresso, híbrido e eletrônico) ainda tem papel fundamental na disseminação das pesquisas. No entanto...

• As mudanças impulsionadas pelas TICs marcam significativamente a forma com que as instituições de ensino e pesquisa lidam com as publicações acadêmicas.

• “A essência da tecnologia não é essencialmente uma coisa tecnológica” – Martin Heidegger.• As TICs são um meio, mas não são um fim e si mesmas. O que define o rumo (uso) das novas

tecnologias não são os objetos e suas funcionalidades, mas as pessoas e seus desígnios.

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As Tecnologias – e seus novos paradigmas

• Design não é mais tecnológico, mas sim SOCIAL. Exemplo: o impacto das Mídias Sociais da Web 2.0, aproximando pessoas com interesses em comum e criando comunidades.

• Internet: hoje, quem consome também pode produzir informação. Nos periódicos científicos: o fluxo editorial é exclusivamente online e existe a possibilidade de os leitores participarem do processo de avaliação.

• A colaboratividade (uma característica em destaque da Web 2.0) faz com que as informações disponibilizadas e compartilhadas cresçam exponencialmente.

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• Enquanto a mídia tradicional se pergunta “Como gerar mobilização relevante?” a mídia digital cria, recria e atualiza, diariamente e instantaneamente, mobilização espontânea através de suas redes. E isso também pode ser aplicado à Comunidade Científica.

• Blogs se afirmam como meios de comunicação científica, como ferramentas com grande potencial para comunicação de idéias, sentimentos, resultados. (BARROS, 2006)

• Nos últimos anos tem aumentado progressivamente o número de blogs voltados para as ciências. Se informação é poder, compartilhar informação não é perder poder? (SOARES, 2009)

• O problema da informação e do conhecimento hoje é sua efemeridade. “Armazenar” informação/conhecimento é uma atitude contra-produtiva. “Colocá-lo regularmente à prova e desenvolvê-lo em conjunto, faz com que sua essência não se perca”. (NEPOMUCENO, 2008). http://nepo.com.br/2008/10/22/compartilhar-e-perder-poder/

• Direitos Autorais - Licenças Creative Commons • A comunicação na Internet não é hierárquica, mas rizomática.• Profissionais/Pesquisadores Independentes – Como fica a questão da

confiabilidade?

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E a epistemologia?

• Epistemologia ou teoria do conhecimento (do grego ἐπιστήμη [episteme], ciência, conhecimento; λόγος logos], discurso) é um ramo da Filosofia que trata dos problemas relacionados à crença e ao conhecimento.

• Os mitos da Comunicação Científica precisam ser repensados de acordo com o paradigma das novas tecnologias.

• As tendências indicam que cada vez mais as pessoas terão tanto mais acesso, quanto mais oportunidade de se comunicarem (se fazerem ouvir, compartilhar informações, resultados de pesquisa, o que for) através da Internet.

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E a epistemologia?

• Da mesma forma que algumas pessoas acreditam no “fim do papel, no fim dos livros”, alguns autores também acreditam no fim das universidades, como as conhecemos hoje. Ou que ao menos elas entrarão em colapso se não acompanharem as mudanças tecno-sociais que são inevitáveis. (TAPSCOTT, Don. The Impending Demise of Universities)

• Alguns autores acreditam que as publicações científicas, como as conhecemos, estão por sofrer mudanças muito drásticas, num futuro muito próximo. (NIELSEN, Michael. Is scientific publishing about to be disrupted?) Outros ainda acreditam que é possível “não publicar e não perecer” (BARROS, 2009).

• Um questionamento: “por que um artigo de nível excelente publicado num blog teria um menor valor científico do que o pior artigo publicado em qualquer revista científica bem conceituada?” (BARROS, 2009)

• Críticas da ciência: “O único princípio que não inibe o progresso é: tudo vale (anything goes)” Paul K. Feyerabend.

• Ainda de acordo com Feyerabend, nenhuma descrição de método científico pode ser abrangente o bastante para incorporar todos os conceitos e métodos usados pelos cientistas.

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• Autonomia Intelectual: autodidatismo, responsabilidade intelectual são uma das premissas da Information Literacy (Literacia Informacional). Mas por que isso não acontece?

• “A passividade é uma maneira de conduzir a vida de estudante. O método de ensino como um todo (do ensino fundamental ao médio) tem uma estrutura fechada onde o aluno não pode se expressar ou dar sua opinião, tendo que aceitar passivamente o que o professor ensina, ou seja, a verdade vem de fora para dentro. Esta é uma cultura difícil de quebrar. Além de chegarem ao ensino superior limitadamente preparados, os alunos acabam lendo apenas o que o professor pede, o que aumentam as chances de ter uma única visão sobre o mundo.” (Edla Grisard, professora e psicóloga, por e-mail)

E a epistemologia?

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• A princípio, o “Anti-método” de Feyerabend parece um tanto quanto irracional. O autor faz uma crítica ao positivismo lógico, criticando autores como Popper, Kuhn e Imre Lakatos.

• Anarquismo epistemológico: todas as metodologias tem limitações, mas nem por isso o autor acredita que todas as regras e critérios são inúteis e devam ser postos de lado. (LEAL, Halina. Dissertação de Mestrado, “A racionalidade científica na perspectiva da epistemologica de Paul Feyerabend”. Grifo nosso.)

• Talvez as bibliotecas, universidades e outros centros de informação, pesquisa e conhecimento virem museus um dia. Mas enquanto isso não acontece, enquanto esse “futuro próximo” não chega, é de bom tom manter um discurso moderado e fazer uso de tudo o que parece interessante, buscando sempre SOMAR e não excluir/execrar os diferentes.

• O futuro do conhecimento é pluridisciplinar. É possível ser “contra o método” e ainda assim contribuir com a comunidade científica.

Algumas considerações

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Figure 1: The cross–disciplinary “knowledge flower” of technology use.

FRIEDMAN, Rob. WHITWORTH, Brian. Reinventing Academic Publishing Online Part I: Rigor, Relevance and Practice. “Pesquisa Interdisciplinar”.

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Obrigada

Isadora GarridoGraduanda em Biblioteconomia

Bolsista Pibic 2008-2010Orientadora: Rosangela Schwarz Rodrigues