1

Click here to load reader

Concurso - 3.º ciclo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Concurso - 3.º ciclo

Ver o Mar com outro olhar Hoje, dia 16 de novembro, celebra-se em Portugal , o Dia Nacional do Mar. Sabemos que este constitui 71%

da Terra e que abriga dentro dele imensas espécies e organismos que sustentam e embelezam o ser humano.

No entanto, reiteradas vezes, o equilíbrio da Natureza marítima é posto em causa por atitudes

inconsequentes de todos nós, que levam a que o Mar se revolte e mostre todo o seu poderio.

Convido os meus leitores, a escutarem um insólito diálogo, entre o Mar e a Lua, captado no observatório da

estação espacial, Stella Maris, que nos revela beleza, conhecimento e preocupações atuais na preservação do

espaço marítimo.

“Lua: Era quase meio-dia, quando despertei de um grande sono mascarado de monstros marinhos que perfuravam as entranhas do meu mundo sem vida e me projetavam num vaivém de perguntas que ouso, agora que acordei, sobre ti lançar. A partir do nosso satélite natural é possível desvendar contos de sereias encantadas, ninfas bailando sobre as águas cristalinas e hidras sinistras. De onde te vem tanta beleza e encanto nesse teu manto de azul celeste? Dizem que és o mar, mas porque o és realmente? Porque te vejo eu sempre deste meu pedestal sem nada dizeres? Serás tu o outro lado de mim? E vejo-te baloiçando no ritmo cadente das marés em corridas tranquilas… Que se passa entre nós? Mar : Tenho te escutado silencioso, como silencioso é o pôr do Sol em minhas águas transparentes de ouro fundido. Que te direi? Que direi de mim? Que posso dizer de ti? Não serás tu a espectadora mais fiel desta dança sem fim que anima a vida escondida no imenso Oceano? Lua: Sim, contemplo a Terra e nela essa imensurável mancha anil que no conjunto dos demais planetas chamam de “Planeta Azul”. Mar : E que vês mais? O que sentes por mim? Lua: Não vês que esta força gravítica que parte de mim e do Sol, atraem as tuas águas permitindo cenários tão diferentes como a preia-mar e a baixa-mar. Quanta beleza permite àqueles que chamam de homens estas nuances paisagísticas ... Escuta!? Acabei de ouvir um grande estrondo… Até as minha vísceras estremeceram! Que se passa? Mar : Desculpa, querida amiga, mal te posso responder… Não vês que estou revolto?! Lua: Deixa-me adivinhar– foram as Placas Tectónicas que colidiram, no mais profundo de ti próprio… E agora? Mar : Repara, em breve serei motivo de grande preocupação...quem sabe, farei juntar a mim muitas lágrimas salgadas de um bem que se perdeu… Lua: Estás-me a deixar preocupada… e vislumbro que algo muito terrível está para a acontecer, mas até me custa perguntar-te! Mar (Em surdina): Tsunami, tsunami, tsunami… (Fez-se um grande silêncio…) Lua: Em que te transformaste, querido amigo Mar! Quisera cessar a minha força gravítica para te deixar repousar no teu abafo de amontoados de detritos… Mar :Obrigado por estares aí...obrigado. Estou sempre sozinho...as crianças despegam-se de mim, os adultos mancham-me de petróleo, de sujidade, de ódio, de falta de amor... Sinto-me miserável e sombrio… Lua: Anima-te, anima-te...Vejo que novas consciências despertam; novos esforços se conjugam; novas ações se hasteiam; uma nova vida se avizinha… Mar: Como? Será ainda possível um novo retorno a esse estado original em que Natureza, Mar, Lua, Animais Marinhos e Humanos coabitam em perfeita harmonia?! Responde… responde… responde!”

Inês Araújo Ribeiro Abranches Figueiredo, nº13 7º Ano – Turma A

Palavras para quê?- dirão os meus leitores! Cabe a cada um de nós, responder e agir assertivamente,

respeitando a harmonia, e reaprender a ter um novo OLHAR sobre a beleza e a verdade da CRIAÇÃO.