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Contemporan eidade II Tendências da Poesia Contemporânea

Contemporaneidade

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Contemporaneidade II

Tendências da Poesia Contemporânea

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- Chamamos de tendências contemporâneas todas

as manifestações surgidas na literatura e nas

artes em geral a partir da década de 60.

- Segundo Faraco & Moura (1993), não há um estilo

predominante, mas uma simultaneidade de

tendências diferentes que convivem lado a lado.

- Houve uma divisão em cinco tendências: o

concretismo, a poesia de práxis, a poesia social, o

poema/processo, a poesia marginal.

Poesia Contemporânea

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- Teve início nos anos 50, em São

Paulo e firmou-se com a Exposição Nacional de Arte Concreta em 1956.

- A comunicação entre a poesia e o leitor é mais visual.

- Principais nomes concretistas: Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari, Ferreira Gullar.

O Concretismo

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1- Abolição dos versos: rompimento com a forma tradicional;

2- Aproveitamento do espaço: o branco da folha e a própria distribuição das palavras no papel tem um significado;

3- Exploração do significante: valorização do aspecto material, concreto da palavra, sua sonoridade, sua forma, como os poemas a seguir;

Características

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Desse dia de chuva

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Augusto de Campos, 1962

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4- Decomposição e montagem das palavras para reproduzir a ideia principal;

5- Rejeição do lirismo do tema: o poema passa a ser ele mesmo, como uma obra de arte, é um objeto de apreciação;

6- Possibilidade de leituras múltiplas: os poemas concretistas oferecem as possibilidades de leitura linear, de leitura vertical, de leitura diagonal .

Características (cont)

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Poema Concreto

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Augusto de Campos

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Millôr Fernandes

Utilizou as

características

concretistas para criar

os seus poemas. Ele

utilizava humor ao

produzi-los.

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Millôr Fernandes

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- Enquanto os concretistas levavam em consideração a palavra como objeto, os praxistas levavam em conta a palavra-energia.

- Os paraxistas acreditavam na palavra viva, não aceitavam a ideia da palavra vítima passiva de um contexto.

- Alguns autores reconhecidos da poesia-práxis são: Yone G. Fonseca, Arnaldo Saraiva, Carlos E. Brandão e Mario Chamie.

A Poesia-Práxis

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Mário Chamie

AGIOTAGEM umdoistrês

o juro:o prazoo pôr / o cento / o

mês / o ágiop o r c e n t a g i o.

dezcemmil

o lucro:o dízimoo ágio / a mora / a monta em péssimo

e m p r é s t i m o.

muitonadatudo

a quebra:a sobraa monta / o pé / o

cento / a quota

h a j a   n ota agiota.

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- Foi uma reação contra os excesso

da poesia concreta;

- Buscava maior comunicação com o leitor;

- Propunha a volta dos versos e uma temática voltada para os problemas sociais.

- Seus mais conhecidos autores: Ferreira Gullar, Afonso Ávila, Thiago Mello.

Poesia Social

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Ferreira Gullar

 Não há vagas

                                             O preço do feijão                                              não cabe no poema. O preço

                                             do arroz                                               não cabe no poema.

                                             Não cabem no poema                                             a luz o telefone  

                                             a sonegação                                             do leite

                                             da carne                                             do açúcar

                                             do pão

                                            O funcionário público                                            não cabe no poema

                                            com seu salário de fome                                            sua vida fechada

                                            em arquivos.                                            Como não cabe no poema

                                            o operário                                            que esmerila seu dia de aço

                                            e carvão                                            nas oficinas escuras

                                            - porque o poema, senhores,                                              está fechado:

                                             "não há vagas"

                                             Só cabe no poema                                             o homem sem estômago

                                             a mulher de nuvens                                             a fruta sem preço

               O poema, senhores,                                                            não fede

                                                            nem cheira.

                                           (Ferreira Gullar.Antologia Poética, Rio de Janeiro,

 O poema " Não há vagas", refere-se à poesia do passado e do presente, o texto, como andamento metalinguístico, discute a própria poesia. Está se discutindo a função da poesia e para que ela serve.

 Mensagem: a poesia não deve deixar de abordar questões sociais, nela sim "há vagas" para os dramas diários.

 Sentido real da poesia: o contrário do que nele é dito.

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- É uma forma mais radical do

poema concreto, pois utiliza sobretudo os signos visuais.

- Explora as possibilidades poéticas dos signos não-verbais;

- É feito mais para ser visto e não para ser lido;

- Principais autores: Álvaro de Sá, Neide Sá, Moacy Cirne e Wlademir Dias-Pino.

Poema Processo

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Moacy Cirne.

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Poema Processo

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- Recebeu o nome de marginal porque

não era editada ou distibuída por editoras.

- As cópias eram poucas e o material em que eram escritas era muito rústico;

- A venda era de mão em mão pelo próprio autor ou por amigos dele em locais fixos como, porta de cinema, restaurantes, bares, nas portas dos teatros e das universidades.

- Um dos autores mais conhecidos é Carlos Alberto Messeder Pereira.

Poesia Marginal

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- A linguagem é diversificada misturando prosa e verso.

- Os temas relacionam-se com o cotidiano;

- A linguagem é predominantemente coloquial;

- Tem influência do poema concreto e do poema processo;

- Ironiza e despreza o “bom gosto”.

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Poesia Marginal

- PEGA LADRÃO!

Alguém tirouum pedaçodo meu    ~P     O.      

( Kátia Bento)

- Quem teve a mão decepada

Levante o dedo.

(Nicolas Behr)

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Bibliografia

Faraco, C. E e Moura, F. M. (2010). Literatura Brasileira. São Paulo: Ática

Santiago, E. Poesia Concreta em: Infoescola Literatura - http://www.infoescola.com/literatura/poesia-concreta/

Rebouças, F. Poesia Marginal em: Infoescola Literaturahttp://www.infoescola.com/movimentos-literarios/poesia-marginal/

Gomes, C. Poesia Social em: Infoescola Literaturahttp://www.infoescola.com/movimentos-literarios/poesia-marginal/