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Tiragem: 8000 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Regional Pág: 6 Cores: Cor Área: 27,16 x 26,55 cm² Corte: 1 de 1 ID: 42838695 17-07-2012 BRAGA > “Um exemplo para o país”, assim define Sérgio Figueiredo o trabalho desenvolvido pela instituição. CRUZ VERMELHA CENTRO DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO > libânia pereira “Preocupações e desafios cons- tantes. a que votamos um perma- nente esforço, mas que simul- taneamente nos revigora para prosseguir de cabeça bem ergui- da”, assim classificou Ferreiri- nha Antunes, membro da direc- ção da Cruz Vermelha, o traba- lho desenvolvido junto da popu- lação sem abrigo, na cerimónia de inauguração formal da horta solidária do Centro de Acolhi- mento Temporário da Cruz Ver- melha, da delegação de Braga. Este projecto, que teve início há nove meses, recebe o apoio da Fundação EDP, em parceria com a Fundação Calouste Gul- benkian, no âmbito do seu pro- grama EDP Solidária 2011. Fer- reirinha Antunes, que deu início à cerimónia, aproveitou ainda para lembrar que “dadas as cres- centes dificuldades de gestão de orçamento e dos recursos en- volvidos, esta oportunidade da- da pela Fundação EDP, surge co- mo uma ferramenta indispen- sável”. Na cerimónia, que decorreu durante a manhã de ontem, em Nogueira, foi inaugurada a horta solidária, e ainda o Centro de Lavagem Automóvel. Os 1200 m2 da horta solidária são explorados pelos utentes do Centro de Acolhimento Tem- porário, que dessa forma con- tribuiem para a “subsistência e sustentabilidade do próprio cen- tro, com a produção de hortíco- las para autoconsumo e venda de cabazes”. Os membros da organização deste projecto garantem ainda que esta horta surge também co- mo “uma experiência terapêuti- ca capaz de se constituir como um factor protector de compor- tamentos de risco a que a maio- ria está sujeito”. Além disto. este projecto “pretende contribuir para a desconstrução do comum estereótipo associado à popu- lação sem abrigo, que constitui um obstáculo para a reinserção socio-profissional destes cida- dãos”. Sérgio Figueiredo, do conselho de administração da Fundação EDP, frisou que “esta instituição tenta perceber o que está por trás de cada vida e transformar um caso desviante, numa pessoa que é digna da vida que leva”. “Este é um caso de sucesso que merece ser seguido, um ver- dadeiro exemplo para o país”. “Estamos aqui para ajudar a construir um pouco da história deste país que tem futuro. Teve passado, o presente está um pouco nubloso, mas no dia de hoje, com projectos como este, nós acreditamos que a saída não é assim tão difícil, e que de- pende sobretudo de nós”, acres- centou aquele. Paula Rodrigues, da equipa da Cruz Vermelha, garante que este projecto “tem mudado a vida dos utentes que aqui vivem e dos técnicos que aqui trabalham. Os utentes são a nossa inspiração, eles são o próprio projecto”. “Com esta dinâmica o potencial deles é despertado diariamente e verifica-se uma alteração da auto-estima destas pessoas”. “Nestes locais de ocupação e ca- pacitação, os utentes conseguem redescobrir o seu valor”. A horta, que assenta no princí- pio da agricultura biológica, en- contra-se implantada numa creche e conta com a colabo- ração do curso de Jardinagem e Espaços Verdes da EB 2,3 Fran- cisco Sanches. FLÁVIO FREITAS Horta solidária foi formalmente inaugurada ontem lll “Com esta actividade o po- tencial deles é despertado diariamente e verifica-se uma alteração da auto-es- tima destas pessoas”, de- clarou Paula Rodrigues, da equipa da Cruz Vermelha da delegação de Braga. Horta solidária proporciona “experiência terapêutica” Realizou-se, ontem, a cerimónia de inauguração formal da horta solidária do Centro de Aco- lhimento Temporário da Cruz Vermelha. O projecto, que conta com o apoio da Fundação EDP, tem funcionado como uma “experiência terapêutica” para os utentes da instituição.

Correio do minho

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Page 1: Correio do minho

Tiragem: 8000

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Regional

Pág: 6

Cores: Cor

Área: 27,16 x 26,55 cm²

Corte: 1 de 1ID: 42838695 17-07-2012

BRAGA

> “Um exemplo para o país”, assim define Sérgio Figueiredo o trabalho desenvolvido pela instituição.

CRUZ VERMELHACENTRO DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO

> libânia pereira

“Preocupações e desafios cons-tantes. a que votamos um perma-nente esforço, mas que simul-taneamente nos revigora paraprosseguir de cabeça bem ergui-da”, assim classificou Ferreiri-nha Antunes, membro da direc-ção da Cruz Vermelha, o traba-lho desenvolvido junto da popu-lação sem abrigo, na cerimóniade inauguração formal da hortasolidária do Centro de Acolhi-mento Temporário da Cruz Ver-melha, da delegação de Braga.

Este projecto, que teve iníciohá nove meses, recebe o apoioda Fundação EDP, em parceriacom a Fundação Calouste Gul-benkian, no âmbito do seu pro-grama EDP Solidária 2011. Fer-reirinha Antunes, que deu inícioà cerimónia, aproveitou aindapara lembrar que “dadas as cres-centes dificuldades de gestão deorçamento e dos recursos en-volvidos, esta oportunidade da-da pela Fundação EDP, surge co-mo uma ferramenta indispen-sável”.

Na cerimónia, que decorreudurante a manhã de ontem, emNogueira, foi inaugurada a hortasolidária, e ainda o Centro deLavagem Automóvel.

Os 1200 m2 da horta solidáriasão explorados pelos utentes doCentro de Acolhimento Tem-

porário, que dessa forma con-tribuiem para a “subsistência esustentabilidade do próprio cen-tro, com a produção de hortíco-las para autoconsumo e vendade cabazes”.

Os membros da organização

deste projecto garantem aindaque esta horta surge também co-mo “uma experiência terapêuti-ca capaz de se constituir comoum factor protector de compor-tamentos de risco a que a maio-ria está sujeito”. Além disto. este

projecto “pretende contribuirpara a desconstrução do comumestereótipo associado à popu-lação sem abrigo, que constituium obstáculo para a reinserçãosocio-profissional destes cida-dãos”.

Sérgio Figueiredo, do conselhode administração da FundaçãoEDP, frisou que “esta instituiçãotenta perceber o que está por trásde cada vida e transformar umcaso desviante, numa pessoa queé digna da vida que leva”. “Esteé um caso de sucesso quemerece ser seguido, um ver-dadeiro exemplo para o país”.

“Estamos aqui para ajudar aconstruir um pouco da históriadeste país que tem futuro. Tevepassado, o presente está umpouco nubloso, mas no dia dehoje, com projectos como este,nós acreditamos que a saída nãoé assim tão difícil, e que de-pende sobretudo de nós”, acres-centou aquele.

Paula Rodrigues, da equipa daCruz Vermelha, garante que esteprojecto “tem mudado a vidados utentes que aqui vivem e dostécnicos que aqui trabalham. Osutentes são a nossa inspiração,eles são o próprio projecto”.“Com esta dinâmica o potencialdeles é despertado diariamente everifica-se uma alteração daauto-estima destas pessoas”.“Nestes locais de ocupação e ca-pacitação, os utentes conseguemredescobrir o seu valor”.

A horta, que assenta no princí-pio da agricultura biológica, en-contra-se implantada numacreche e conta com a colabo-ração do curso de Jardinagem eEspaços Verdes da EB 2,3 Fran-cisco Sanches.

FLÁVIO FREITAS

Horta solidária foi formalmente inaugurada ontem

lll

“Com esta actividade o po-tencial deles é despertadodiariamente e verifica-seuma alteração da auto-es-tima destas pessoas”, de-clarou Paula Rodrigues, daequipa da Cruz Vermelhada delegação de Braga.

Horta solidária proporciona“experiência terapêutica”Realizou-se, ontem, a cerimónia de inauguração formal da horta solidária do Centro de Aco-lhimento Temporário da Cruz Vermelha. O projecto, que conta com o apoio da FundaçãoEDP, tem funcionado como uma “experiência terapêutica” para os utentes da instituição.