Reprodução proibida MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA FUNDAMENTOS DA CORROSÃO DISCIPLINA : ELETROQUÍMICA APLICADA E CORROSÃO TQ - 417 Prof. Dr. Haroldo de Araújo Ponte Curitiba 2003
Apostila relacionada à corrosão de materiais relacionados à construção civil
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1. pr oi bi da MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARAN SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA
QUMICA pr od u o FUNDAMENTOS DA CORROSO DISCIPLINA : ELETROQUMICA
APLICADA E CORROSO TQ - 417 Re Prof. Dr. Haroldo de Arajo Ponte
Curitiba 2003
2. pr oi bi da 2 SUMRIO 1.
INTRODUO..................................................................................................
1 1.1. DEFINIO DO PROBLEMA
.................................................................................1
1.2. CLASSIFICAO
...................................................................................................1
1.2.1. Classificao segundo o Meio
.......................................................................................1
1.2.2. Classificao segundo a Morfologia
..............................................................................2
1.3. PROBLEMAS DA CORROSO
..............................................................................4
2. FUNDAMENTOS DA
CORROSO...................................................................
6 2.1. INTRODUO GERAL
...........................................................................................6
o 2.2. POTENCIAL DO
ELETRODO.................................................................................7
pr od u 2.3. SRIES DE FORA ELETROMOTRIZ,
FEM.........................................................9 2.4.
APLICAO..........................................................................................................10
2.5. TIPOS FUNDAMENTAIS DE CORROSO
..........................................................12 Re 3.
BIBLIOGRAFIA
..............................................................................................
16 Fundamentos da Corroso
3. 1. INTRODUO 1.1. DEFINIO DO PROBLEMA pr oi bi da 1 O
corrosionista tem por objetivo estudar a deteriorao dos materiais
pela ao do meio em que so usados. Existe um grande interesse prtico
neste estudo uma vez que a corroso causa um prejuzo estimado em
torno de 1,5 a 3,5% do PIB nos pases industrializados. Sem que seja
necessrio recorrer a meios agressivos tem-se que a maioria dos
materiais em contato com o meio ambiente, como por exemplo a
atmosfera, formam um sistema termodinamicamente instvel. Com a nica
excesso dos metais nobres (ouro, platina, etc.), todos os demais
metais em contato com o ar devem reagir e transformarem-se em
xidos, hidrxidos ou outras formas semelhantes. Em alguns casos
(alumnio, magnsio, cromo, etc.) o tal transformao em xidos implica
numa grande reduo da energia livre. Assim, de acordo com a
termodinmica, os metais no poderiam ser utilizados numa atmosfera
como a terrestre. pr od u Entretanto, apesar da termodinmica
indicar a possibilidade de uma reao, no diz nada a respeito da
velocidade com que esta reao ocorre. E precisamente devido ao fato
de que certas velocidades de reao so lentas que se pode utilizar os
metais no cotidiano. "Todos os metais podem ser utilizados sempre
que sua velocidade de deteriorao seja aceitavelmente baixa". 1.2.
CLASSIFICAO Para seu estudo, os processos de corroso podem ser
classificados segundo o MEIO em que ocorrem e segundo sua
MORFOLOGIA. A seguir so apresentadas as classificaes e Re suas
definies. 1.2.1. Classificao segundo o Meio a) Corroso Qumica So os
casos em que o metal reage com um meio no inico como, por exemplo,
ocorre no caso de oxidao ao ar a alta temperatura. Fundamentos da
Corroso
4. 2 b)Corroso Eletroqumica pr oi bi da Em todos os casos de
corroso ocorre a participao de ons metlicos. No entanto, defini-se
corroso eletroqumica para os casos em que ocorre um transporte
simultneo de eletricidade atravs de um eletrlito. A este importante
grupo pertencem a corroso em solues salinas e gua do mar, a corroso
atmosfrica, a corroso em solos, etc. 1.2.2. Classificao segundo a
Morfologia A classificao segundo o meio til no estudo dos
mecanismos de ataque, entretanto, querendo-se avaliar os danos
causados pela corroso torna-se mais conveniente se fazer uma
classificao segundo conforme apresentado na Figura 1. a) Corroso
Uniforme a forma menos agressiva de corroso. O ataque, neste caso,
se estende de forma o homognea sobre toda a superfcie metlica, e
sua penetrao mdia igual em todos os pr od u pontos. b) Corroso em
Placas Abrange os casos intermedirios entre a corroso uniforme e a
corroso localizada. Ocorre em algumas regies da superfcie. c)
Corroso Alveolar A corroso alveolar se processa na superfcie
metlica produzindo sulcos ou escavaes semelhantes a alvolos,
apresentando fundo arredondado e profundidade geralmente menor que
seu dimetro. d) Corroso Puntiforme (pite) Este tipo de ataque,
assim como a intergranular e intragranular, uma das formas mais Re
perigosas em que a corroso pode-se apresentar. Neste caso a
quantidade de material afetado no guarda relao com a magnitude dos
incovenientes. Durante a corroso puntiforme, ou pite, o ataque se
localiza em um ponto isolado da superfcie metlica e se propaga at o
interior do metal, muitas vezes transpassando. Uma variao deste
tipo de corroso a corroso em frestas, ou Crevice Corrosion.
Fundamentos da Corroso
5. pr od u o pr oi bi da 3 FIGURA 1 - FORMAS DE CORROSO e)
Corroso em Frestas Este tipo de corroso uma variao da corroso
puntiforme e se apresenta em unies ou zonas em que a renovao do
meio corrosivo s pode ser obtida por difuso (movimento de ons
causado por um gradinte de concentrao). Esta condio de no renovao
do meio Re corrosivo (estagnao) pode ser obtida tambm quando se tem
sedimentao ou quando se utilizam juntas de material absorvente ou
poroso. De uma maneira geral este tipo de corroso ocorre em frestas
com espessura de poucos centsimos de milmetro ou menor . f) Corroso
Intergranular Fundamentos da Corroso
6. 4 Este tipo de corroso localiza-se entre os gros da
estrutura cristalina do material (contorno de gros) metlico, o qual
perde suas propriedades mecnicas e pode fraturar pr oi bi da quando
submetido a esforos mecnicos menores que o esperado, como o caso da
corroso sob tenso fraturante (stress corrosion cracking, SCC). g)
Corroso Intragranular Este tipo de corroso se processa no interior
dos gros cristalinos do material metlico o qual, pela perda de suas
propriedades mecnicas, assim como na caso da corroso intergranular,
poder fraturar menor solicitao mecnica com efeitos muito mais
catastrficos que o caso da intergranular. h) Corroso Filiforme A
corroso filiforme se processa sob a forma de finos filamentos que
se propagam em diferentes direes e que no se cruzam. Ocorre
geralmente em superfcies metlicas revestidas com filmes polimricos,
tintas ou metais ocosionando o deslocamento do pr od u i) Corroso
por Esfoliao o revestimento. A corroso por esfoliao ocorre em
diferentes camadas e o produto de corroso, formado entre a
estrutura de gras alongados, separa as camadas ocasionando um
inchamento do material metlico (vide Fig.1.i). 1.3. PROBLEMAS DA
CORROSO Alguns dos problemas associados corroso esto listados e
discutidos a seguir. a) Aparncia A aparncia de um material pode ser
importante de forma que a corrosodo mesmo se torna indesejavel.
Dependendo da aplicao do material pode-se, apartir de uma anlise de
Re custo-benefcio, se eleger um material resistente corroso ou uma
forma de proteo que pode ser um revestimento polimrico, cermico ou
metlico ou ainda atraves de processos de proteo andica ou catdica.
Como exemplo da utilizao de materiais resistentes corroso, por
motivo de aparncia, pode-se citar a utilizao de ao inoxidvel em
esquadrias na construo civil. Fundamentos da Corroso
7. 5 b) Manuteno A manuteno de uma planta industrial pode ter
seu custo sensivelmente reduzido pela pr oi bi da utilizao de
materiais resistentes corroso. Neste caso necessrio um estudo de
custo benefcio pois muitas vezes se torna economicamente mais vivel
a utilizao de materiais resistentes corroso, mesmo que mais caros,
que se ter que fazer uma manuteno peridica de pintura, por exemplo.
c) Interrupo do Processo Frequentemente uma linha de produo ou
parte de um processo para devido a falhas inesperadas provocadas
por corroso. d) Contaminao do Produto A contaminao do produto
ocasionado por resduos da corroso de parte da planta de produo gera
queda no preo final do produto sendo que em alguns casos, devido a
um efeito e) Perda de Material o cataltico do produto de corroso,
ocorre a decomposio do produto, causando perda total. pr od u A
perda de material, causada por corroso, ocorre principalmente por
vazamentos nos dutos e tanques. f) Sade e Segurana Quando a corroso
causa vazamento de materiais txicos, inflamveis ou radioativos Re
tem-se, conseqentemente, problemas ambientais, de segurana e de
sade. Fundamentos da Corroso
8. 6 2.1. INTRODUO GERAL pr oi bi da 2. FUNDAMENTOS DA CORROSO
Uma reao eletroqumica um processo qumico heterogneo (que envolve
uma interface slido/soluo) envolvendo a transferncia de cargas para
ou de um eletrodo, geralmente um metal ou semicondutor. Na Fig.2
est apresentada esquematicamente uma cela eletroqumica em que podem
ser identificados o catodo, o anodo e o sentido real do fluxo de pr
od u o eltrons. FIGURA 2 - REPRESENTAO ESQUEMTICA DE UMA CELA
ELETROQUMICA A transferncia de carga pode ser um processo catdico
no qual uma espcie reduzida pela transferncia de eltrons para o
eletrodo. Exemplos deste tipo de reao que ocorre num processo de
corroso inclui: (1) 2 H2 O + 2 e H2 + 2 OH (2) Cu 2 + + 2 e Cu Re
(3) 2 H + + 2 e H2 (4) O2 + 2 H2 O + 4 e 4 OH (5) O2 + 4 H + + 4 e
2 H2 O Ao contrrio, a transferncia de carga pode ser um processo
andico onde uma espcie oxidada pela remoo de eltrons do eletrodo e
exemplos deste caso so: (6) 2 H2 O 4 e O2 + 4 H + Fundamentos da
Corroso
9. 7 (7) Ce 3+ e Ce 4 + pr oi bi da Um processo eletroqumico s
possvel em um sistema que apresente ambas as reaes catdica e andica
de forma a se manter um balano de cargas, isto , a quantidade de
carga envolvida no processo de reduo tem que ser a mesma que a
envolvida no processo de oxidao. Qa = Qc A variao qumica total na
cela determinada pela adio de duas reaes individuais no eletrodo,
desta forma a variao qumica para a eletrlise da gua obtida pela
adio das reaes (1) e (6), isto : (1) 2 H2 O + 2 e H2 + 2 OH (6) 2
H2 O 4 e O2 + 4 H + o Reao Global : 2 H2 O 2 H2 + O2 pr od u 2.2.
POTENCIAL DO ELETRODO Considere um metal puro imerso numa soluo
aquosa (eletrlito), por exemplo cobre em sulfato de cobre ( CuSO4
), como indicado na Fig.3.. O que acontece na superfcie do metal?
FIGURA 3 - PEA DE COBRE IMERSA NUMA SOLUO DE SEU SAL. Na superfcie
do metal iro ocorrer duas reaes sendo uma catdica e outra andica.
As reaes so, respectivamente: Re Cu 2 + + 2 e Cu (reao catdica) Cu
Cu 2 + + 2 e (reao andica) Aps um certo tempo ser atingido um
equilbrio entre estas reaes de forma que a taxa de reduo (reao
catdica) se iguala taxa de oxidao (reao andica). Neste momento,
pode-se representar, esquematicamente, a interface eletrodo/soluo,
marcada pelo circulo na Fundamentos da Corroso
10. 8 Fig.4, como uma estrutura de dupla camada (vide Fig.4).
onde se observam os dipolos (molculas de gua) adsorvidos na
superfcie do metal bem como nions especficamente pr oi bi da
adsorvidos, isto , atrados por interaes qumicas e no eltricas.
Tambm esto representados os ctions metlicos que encontram-se
cercados por uma bainha de solvatao. Esta estrutura formada na
interface entre o metal e a soluo, que se assemelha a de um
capacitor, denominada de Dupla Camada. o FIGURA 4 - REPRESENTAO
ESQUEMTICA DA DISTRIBUIO DE CARGAS NA INTERFACE pr od u
METAL/SOLUO. A primeira linha, traada paralelamente superfcie do
metal, representa o plano que corta a regio central das cargas dos
dipolos. Este plano denominado de Plano Interno de Helmholtz, PIH.
A segunda linha traada representa o plano que corta a regio central
das cargas dos ctions solvatados mais prximos da superfcie do
metal. Este plano denominado de Plano Externo de Helmholtz, PEH. A
regio compreendida entre o PEH e a superfcie do metal denominada de
Camada de Helmholtz ou simplesmente Camada Interna ou Compacta. A
regio compreendida entre o PEH e a regio em que a concentrao de
ctions solvatados passa a ser constante, isto , no seio da soluo,
denominada de Camada Difusa. A maior concentrao dos ctions, nas
proximidades da superfcie do metal, deve-se ao fato da existncia de
foras de atrao de origem eletrosttica entre a sua carga e a da Re
superfcie do metal. Porm, devido agitao trmica, quanto mais
distante se est da superfcie do metal, menor a influncia das foras
de atrao e, conseqentemente, mais uniformemente estes ctions estaro
distribuidos. Observa-se, portanto, que se forma, como j comentado,
uma estrutura semelhante a de um capacitor apresentando uma
diferena de potencial entre a superfcie do metal e a soluo. Esta
diferena de potencial tem uma variao como mostra o grfico a seguir
(vide Fig.5): Fundamentos da Corroso
11. pr oi bi da 9 FIGURA 5 - REPRESENTAO ESQUEMTICA DA VARIAO
DO POTENCIAL NA INTERFACE METAL/SOLUO. Neste grfico observa-se uma
diferena entre o potencial do metal, Ecu, e o potencial da soluo,
Esol, que corresponde ao potencial em que a concentrao de ctions se
torna constante. pela Equao de Nernst: o Esta diferena de potencial
que corresponde ao potencial do eletrodo e representada 2 , 3 RT
log C nF pr od u E = Eo + onde R a constante dos gases
(8,314j/molK), T a temperatura da soluo ( em Kelvin), "n" a valncia
do ction, F o Faraday (96.500C) e C a concentrao dos ctions em
soluo. O Eo o Potencial Padro do metal, isto , o potencial quando a
concentrao deste em soluo igual a 1 molar. Considerando-se que a
temperatura da soluo seja a ambiente, o termo 2,3RT/F assume o
valor de 0,059 de forma que a Equao de Nernst pode ser simplificada
para: 0, 059 log C n Re E = Eo + 2.3. SRIES DE FORA ELETROMOTRIZ,
FEM Baseado no discutido acima, para se determinar o valor do
Potencial Padro de um metal, basta introduzir uma amostra deste
metal puro numa soluo contendo uma Fundamentos da Corroso
12. 10 concentrao conhecida de seus ons, medir o potencial do
eletrodo e aplicar a equao de Nernst. pr oi bi da Surge aqui uma
questo. Como se medir o potencial do eletrodo? Logicamente, para se
medir o potencial do eletrodo (interface metal/soluo) utiliza-se um
voltmetro de alta impedncia (alta resistncia), para que no passe
corrente. Porm a medida tem que ser feita entre dois pontos, isto ,
entre dois eletrodos. Desta forma no mais se estar medindo o
potencial de um eletrodo e sim a diferena entre os potenciais dos
dois eletrodos. Para resolver este problema, convencionou-se que o
potencial de um eletrodo de hidrognio, numa soluo 1M de HCl a uma
presso de 1atm, seria zero. Sendo assim, ao se medir a diferena
entre o potencial do eletrodo de hidrognio, numa soluo 1 normal,
(EHN) e o de um metal, tem-se o "potencial do eletrodo". Um esquema
para a medida do potencial de um metal, pr od u o utilizando um EHN
est apresentado na Fig.6. FIGURA 6 - REPRESENTAO DE UM ESQUEMA PARA
MEDIDA DO POTENCIAL DE UM ELETRODO UTILIZANDO UM EHN. 2.4. APLICAO
a) Considere uma pea de zinco imersa numa soluo de HCl sem oxignio.
O que acontecer? Re Inicialmente deve-se verificar quais reaes iro
ocorrer e qual o potencial padro correspondente a cada uma. Zn 2 +
+ 2e Zn Eo=-0,76 V 2 H + + 2 e H2 Eo= 0,0 V Fundamentos da
Corroso
13. 11 Observa-se, portanto, que o zinco apresenta uma
potencial mais negativo que o do hidrognio de forma que eltrons iro
fluir do zinco, oxidando-o, para a reao de reduo do pr oi bi da
hidrognio. b) Considere agora o mesmo exemplo anterior s que com
oxignio dissolvido na soluo ( efeito da adio de oxignio). O que
ocorrer? Como o oxignio em soluo passa a ocorrer mais uma reao; O2
+ 4 H + + 4 e 2 H2 O Eo= 1,23 V de forma que a demanda por eltrons
aumenta, aumentando a taxa da reao de oxidao do zinco, que a fonte
de eltrons por ter um potencial mais negativo. Conclui-se,
portanto, que o oxignio quando dissolvido numa soluo aumenta a taxa
de corroso de alguns metais. c) Considere ainda o mesmo exemplo (a)
sendo que agora foi conectada, ao zinco, uma pea de platina, com
mesmas dimenses. O que ocorrer com o zinco? A pea de platina inerte
na soluo de HCl, pois seu potencial padro muito mais o positivo, de
forma que ela atuar como um catodo onde ir ocorrer a reao de reduo
do hidrognio. Desta forma toda a superfcie do zinco, que antes
estava dividida em zonas pr od u catdicas e zonas andicas, estar
disponvel para a reao andica, intensificando a taxa de corroso do
zinco. Alm do aumento da rea disponvel para a reao andica, uma vez
que a platina apresenta um potencial mais positivo que o do zinco,
forma-se uma pilha eletroltica que induz um processo de corroso,
conhecido como galvnico, aumentando ainda mais a taxa de corroso do
zinco. d) Considere o mesmo exemplo (c) sendo que a rea da pea de
platina foi aumentada. O que ocorrer com o zinco? Uma vez que a rea
disponvel para a reao catdica foi aumentada e que a quantidade de
reao catdica tem que ser a mesma que a de reao andica, haver um
aumento da intensidade da corroso do zinco. e) Considere, agora,
uma tubulao de ao imersa verticalmente no mar. O que Re acontecer,
considerando-se que a concentrao de oxignio no mar varia com a
profundidade, sendo maior na superfcie? De acordo com a equao de
Nernst, quanto maior a concentrao da espcie reagente, no caso o
oxignio, mais positivo se torna o potencial padro. Portanto, na
superfcie do mar a tubulao apresentar um potencial mais positivo
que na parte mais submersa gerando o que se chama de pilha de
concentrao (aerao diferencial). Conseqentemente, ocorrer um
Fundamentos da Corroso
14. 12 processo de corroso localizada na regio da tubulao logo
abaixo da linha d'gua, conforme pr oi bi da esquema apresentado na
Fig.7. FIGURA 7 - DESENHO INDICANDO A LOCALIZAO DAS ZONAS CATDICAS
E ANDICAS, NUM o TUBO IMERSO EM GUA DO MAR, CAUSADAS PELA AERAO
DIFERENCIAL. pr od u 2.5. TIPOS FUNDAMENTAIS DE CORROSO a) Corroso
em Frestas Freqentemente ocorre corroso localizada em frestas. Este
tipo de ataque est normalmente associado com um pequeno volume de
soluo estagnada causada por furos, depsitos superficiais de
sedimentos, frestas em unies, utilizao de juntas porosas ou que
retenham soluo, etc. Para funcionar como um stio de corroso, a
fresta deve ser ampla o suficiente para permitir a entrada da
soluo, mas deve ser suficientemente estreita para manter uma zona
de estagnao. Como comentado anteriormente, a dimenso destas frestas
Re deve se situar em torno de alguns centsimos de milmetro.
Fundamentos da Corroso
15. pr oi bi da 13 FIGURA 8 CORROSO POR AERAO DIFERENCIAL, EM
COMPONENTE DE FLANGE, o OCASIONADA POR JUNTA QUE POSSIBILITOU A
FORMAO DE FRESTA pr od u Inicialmente considerou-se que o processo
de corroso por frestas era causado por aerao diferencial. Porm,
observou-se que mesmo com a total eliminao do oxignio, no interior
da fresta, o processo de corroso prosseguia. Atualmente a hiptese
mais aceita para o mecanismo de corroso por fresta considera as
seguintes etapas: i) Inicialmente ocorre um processo uniforme de
oxidao do metal por todo a superfcie, inclusive o interior da
fresta, como representado na Fig.8. A conservao de carga mantida
tanto no metal quanto na soluo. Todo eltron produzido durante a
formao de um on metlico imediatamente consumido pela reao de reduo
do oxignio. Tambm um on hidroxila produzido para cada on metlico em
soluo. M M+ +e O2 + 2 H2 O + 4 e 4OH Re ii) Com a diminuio da
concentrao de oxignio no interior da fresta, devido a seu consumo e
no renovao, comea a haver um desequilbrio entre a quantidade de
cargas positivas (ons metlicos, M+) e cargas negativas (ons
hidroxilas, OH-). Entretanto a reao de oxidao do metal no interior
da fresta prossegue j que existe oxignio disponvel na soluo externa
fresta. Fundamentos da Corroso
16. 14 iii) Com o desequilbrio de cargas, os ons cloreto, por
apresentarem maior mobilidade que os ons hidroxila, migro
preferencialmente para o interior da fresta restaurando o equilbrio
pr oi bi da das cargas (vide Fig.9). iv) Com o aumento da
concentrao de ons cloreto no interior da fresta, aumenta tambm a
concentrao de cloreto metlico. Este cloreto metlico reage com a gua
dissociando-se em hidrxido insolvel e cido livre, conforme equao
abaixo M + Cl + H 2 O MOH + H + Cl v) Por razes que ainda no so
compreendidas, ambos os ons cloreto e hidrognio aceleram a taxa de
dissoluo do metal. Este aumento da dissoluo aumenta a migrao, e o
resultado um processo rapidamente acelerado, ou autocataltico. b)
Corroso por Pites Esta uma forma extrema de ataque localizado que
resulta em furos no metal. uma das formas de corroso mais
destrutivas e perigosas. Ela causa a falha de um equipamento o pela
perfurao com a perda de apenas uma pequena quantidade de material.
sempre muito difcil de se detectar um pite devido a seu pequeno
tamanho e porque ele est sempre coberto pr od u por produtos de
corroso. Tambm difcil de se estimar, quantitativamente, e comparar
a extenso dos pites devido grande variao em sua profundidade e
nmero que pode ocorrer numa mesma condio. A corroso por pite o nico
tipo de reao andica. Ela um processo autocataltico. Isto , o
processo de corroso dentro de um pite produz as condies que so
tanto estimulantes quanto necessrias para a contnua atividade do
pite. Isto est ilustrado esquematicamente na Fig.10. Aqui o metal M
est piteado por uma soluo de cloreto de sdio aerada. Rpida dissoluo
ocorre dentro do pite, enquanto a reao de reduo do oxignio ocorre
nas reas adjacentes da superfcie. Este processo auto-estimulado e
auto-propagvel. A rpida dissoluo do metal dentro do pite tende a
produzir um excesso de cargas positivas nesta rea, resultando na
migrao de ons cloretos para reestabelecer a eletroneutralidade.
Desta forma, se atinge uma alta concentrao de cloreto metlico no
interior do pite e, como Re resultado da reao de hidrlise, uma alta
concentrao de ons hidrognio. Tanto o on hidrognio quanto o cloreto
estimulam a dissoluo da maioria dos metais e ligas, e todo o
processo se acelera com o tempo. Fundamentos da Corroso
17. pr oi bi da 15 c) Corroso Intergranular o FIGURA 9 CORROSO
POR PITE EM AO INOXIDVEL pr od u A natureza mais reativa do
cortorno dos gro, de uma maneira geral, no tem conseqencias na
maioria das aplicaes ou uso dos metais. Se um metal se corroe,
haver um ataque uniforme uma vez que os cortornos deos gros so
geralmente apenas pouco mais reativos que a matrix. Entretanto,sob
certas condies, a interface dos gros se torna muito mais reativa e
desenvolve-se um processo de corroso intergranular. A liga
desintegra-se e/ou perde sua resistncia a tenses. A corroso
intergranular pode ser causada por impurezas nos contornos dos
gros, enriquecimento ou empobrecimento de algum dos elementos de
liga nas reas dos contornos dos gros. Um exemplo de material muito
sugeito a falhas provocadas por corroso intergranular o ao
inoxidvel 18-8 . Isto ocorre em ambientes onde esta liga exibiria
excelente resistncia corroso. O problema surge quando esta liga
aquecida numa faixa de temperatura que varia de 510 a 790 oC e se
tornam sensitizadas ou suceptveis a corroso intergranular. Re A
teoria aceita, universalmente, para a corroso intergranular est
baseada no enriquecimento ou empobrecimento do cromo nas reas dos
contornos dos gros. Na faixa de temperatura indicada o carbeto de
cromo se torna insolvel e precipita. O cromo ento removido da soluo
slida em que se encontrava criando um gradinte de concentrao entre
a regio central da matrix e do contorno do gro. Esta situao est
apresentada Fundamentos da Corroso
18. 16 esquematicamente na Fig.11. A rea empobrecida protege o
gro, dissolvendo-se o pr oi bi da rapidamente. pr od u FIGURA 10
CORROSO EM TORNO DE CORDO DE SOLDA EM AO INOXIDVEL 3. BIBLIOGRAFIA
Vicente Gentil, Corroso Jos R. Galvele, Corrosion M.G. Fontana e
N.D. Greene, Corrosion Engineering Re J.C. Scully, The Fundamentals
of Corrosion Fundamentos da Corroso