25
Curso Completo VoIP Autor: Daniel Eron Pereira Cavalcante Dos Santos

Curso completo voip

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Curso completo voip

Curso Completo VoIP

Autor: Daniel Eron Pereira Cavalcante Dos Santos

Page 2: Curso completo voip

O cenário de transformação do mercado de telecomuni cações

O mercado de telecomunicações brasileiro, representado pelo sistema Telebrás até 1998, sofreu grandes mudanças com a privatização do sistema. A abertura do setor de telecomunicações trouxe novas perspectivas para operadoras locais e internacionais, que formaram consórcios e compraram licenças da Anatel, a agência reguladora das telecomunicações, para atuar nas regiões brasileiras por meio de leilões.

Essa iniciativa trouxe grande perspectiva para a telefonia fixa brasileira, que ganhou características de mercado competitivo, principalmente com a obrigatoriedade da presença de empresas-espelho em todas as regiões, evitando a volta de um mercado monopolista. Chegou a Intelig para competir com a Embratel na longa distância; a Vésper com a Telefônica, em São Paulo; a GVT com a Brasil Telecom, na região que compreende o Sul, Centro-Oeste e parte do Norte do País e a Vésper com a Telemar, em parte das regiões Sudeste, Nordeste e Norte do Brasil.

Com a nova perspectiva, os fornecedores de equipamentos de telecomunicações vivenciaram momentos de grande lucratividade. Empresas como Ericsson, Nortel, Siemens e Lucent vendiam equipamentos de infra-estrutura e comunicação para as operadoras num volume tão alto que foi preciso contratar um grande número de profissionais para atender ao mercado emergente. Passada a onda da privatização, o consumo se estabilizou, mas novas necessidades se instalaram.

A melhoria de performance das conexões de Internet e das redes em geral, trouxe a viabilidade da convergência para dados, voz, fax, imagem, vídeo, todos trafegando por uma mídia comum. Dessa forma, o uso de voz sobre protocolo de Internet (VoIP) despontou como uma alternativa interessante para a implementação de uma série de novos serviços a preços competitivos. Mas para isso houve a necessidade de mudança da tecnologia utilizada em redes telefônicas.

Até então, era utilizada a comutação por circuitos, que se trata de uma técnica de alocação do meio onde todos os recursos necessários em todos os subsistemas de telecomunicação (que conectam origem e destino) são reservados durante o tempo de duração da conexão. É o tipo de comutação tradicionalmente usado em sistemas com alto índice de utilização como o de telefonia.

Para a comunicação de dois dispositivos, a central de comutação dedica um circuito exclusivo para os mesmos e o libera no final da comunicação. A dedicação exclusiva de circuitos faz a rede ineficiente, uma vez que dificilmente dois dispositivos trocam informações durante 100% do tempo em que ficam conectados. Sempre há tempos ociosos que não podem ser aproveitados por outros. Além disso, é complexa a tarefa de interligar mais de dois dispositivos.

Comutação por pacotes

Devido às limitações do modelo anterior para a troca de dados, foi desenvolvida uma técnica na qual os dados a serem transferidos são divididos em uma sucessão de segmentos, os chamados pacotes, que fluem por uma rede na qual os circuitos ou canais são comuns a todos os dispositivos conectados. Ela é projetada para sistemas com fator de utilização baixo, em que os recursos são aplicados apenas por pequenos espaços de tempo. Atualmente é muito empregado para a comunicação entre computadores, incluindo a transmissão de voz e imagem.

Trata-se de um método de transmissão de dados desenvolvido na década de 60 em que a informação é dividida em pequenos pacotes antes de ser enviada. Cada pacote carrega o endereço de origem e o de destino. Esses pacotes viajam pela rede como unidades independentes de informação, podendo tomar rotas diferentes até o computador de destino. Ao chegarem ao destinatário, eles são ordenados e checados e a informação é então reconstituída. A comutação de pacotes permite que diversos usuários compartilhem um mesmo canal de comunicação. O TCP/IP, protocolo de comunicação da Internet, é baseado na comutação de pacotes.

Pode-se definir convergência como a utilização do mesmo meio para transmissão de mais de um tipo de fluxo de informação. Ou seja, na mesma rede onde são trafegados dados, trafega voz, o que se traduz na chamada Voz sobre IP ou simplesmente VoIP (Voice over Internet Protocol).

Surgimento do VoIP

O conceito de VoIP nasceu da junção de duas vertentes: uma partiu do mundo das redes públicas de telecom, com digitalização do tráfego entre centrais telefônicas; a outra é oriunda do mundo da Internet, para reduzir custos em telefonia de longa distância. Assim surgiu a normalização de VoIP atual.

VoIP vem do termo em inglês Voice Over Internet Protocol ou, traduzindo, Voz Sobre o Protocolo da Internet. Esta tecnologia unifica dois mundos – telefonia e dados – numa só rede convergente. Aqui, o tráfego telefônico é levado para as redes de dados.

Page 3: Curso completo voip

As companhias telefônicas já transportam boa parte de seu tráfego de voz por VoIP. A idéia básica é estabelecer uma conexão IP entre dois "terminais", cada um com seu IP e/ou identificação própria, e trocar pacotes de dados em tempo real com a informação de áudio, de forma bidirecional.

O resultado final é muito similar a uma ligação telefônica comum. Para que isso seja possível, são realizados entre os terminais dois tipos de conexão. Um para o tráfego de voz (normalmente utilizando UDP-IP) e outro para o controle desse processo (normalmente em TCP-IP). Os protocolos de controle mais utilizados são o SIP, mais identificado com a Internet, uma tendência mundial; e o H.323, um protocolo com o perfil de telefonia pública. Podem existir regulamentações específicas para o uso desses protocolos em cada País. Quem já usou algum daqueles softwares de vídeo conferência, ou de mensagens instantâneas com áudio, já utilizou algum tipo de VoIP.

Os principais requisitos para que um sistema de VoIP funcione bem são: o tempo reduzido de propagação dos dados entre os terminais (se este tempo for maior que alguns décimos de segundo, temos uma sensação de desconforto pelo atraso da voz entre os terminais); a estabilidade das redes envolvidas – podem gerar falhas no áudio ou perda das ligações, a banda disponível na conexão / rede – o áudio da ligação pode ficar picotado; tipos de terminais envolvidos compatíveis e recursos de cancelamento de eco.

Como VoIP é muito relacionado com software, os terminais podem assumir formas diferentes, como por exemplo:

• IP Phone

É um aparelho de telefone de aparência comum, mas com o hardware e o software necessários embutidos, e uma interface RJ45 para rede Ethernet. Assume um IP na rede interna e precisa ser configurado cuidadosamente. É um equipamento dedicado, simples de usar como um telefone e estável. Sua desvantagem é o preço e por vezes equipamentos diferentes não se conectam bem entre si, não muito flexíveis.

• SoftPhone

É um software que roda em um PC comum, fazendo uso de seus recursos de multimídia para tratar o áudio. Algumas soluções utilizam também um equipamento adicional, parecido com um telefone, conectado a alguma interface do PC (normalmente USB) para evitar problemas de performance de áudio ou processamento do PC. É mais barato, mais flexível, pode ter mais features. Porém, como roda em um PC compartilhando processamento, é mais suscetível a falhas, travamentos e perda de performance.

Cenário atual

A tecnologia VoIP foi desenvolvida ao longo da década de 90. Hoje, devido aos acessos de banda larga domésticos, não só no Brasil mas também em outros países do mundo, esse novo meio de comunicação está se expandido entre os usuários domésticos. O grande forte dessa tecnologia é a redução de custos que pode ser atingida por uma empresa de telecomunicações ou até mesmo por companhias de outros ramos de atividade que precisam interligar seus escritórios espalhados geograficamente.

As vantagens intrínsecas do VoIP, como a qualidade, funcionalidade e custo, ultrapassarão rapidamente os sistemas analógicos existentes e devem se tornar uma norma empresarial. Uma implementação de VoIP em toda a empresa pode reduzir significativamente o custo das comunicações de voz e melhorar o controle de custos, tornando o uso da voz e os custos de administração mais previsíveis.

Mas VoIP não é necessariamente a escolha ideal para todas as empresas. Antes de adotar a solução, é necessário analisar diversos fatores. Costuma-se recomendar esse caminho para uma organização que esteja procurando um novo sistema de comunicações, ou que queira reformar o escritório, ou abrir uma subsidiária. Nesses casos, o VoIP pode ser realmente uma boa alternativa.

Uma implementação bem-sucedida pode melhorar a competitividade da organização em geral, reduzindo o custo-base e melhorando a produtividade por meio das funcionalidades melhoradas do VoIP. Permite acelerar processos em todos os departamentos, desde as vendas ao suporte ao cliente. Possibilita ainda melhorar a eficiência em toda a organização, facilitando a integração entre sistemas de informação e aplicações baseadas em voz. Em contrapartida, uma implementação inadequada pode paralisar toda a organização.

Benefícios do sistema

Sem dúvida, as vantagens que a implementação dessa tecnologia representa é perceptível a vários níveis. Por um lado, reduzem-se os custos de pessoal dedicado e de formação, assim como os consumidos com contratos de manutenção e de ampliação, já que todas as mudanças podem ser realizadas pelo administrador da LAN e não por um especialista em sistemas PBX, um serviço que normalmente teria de ser subcontratado. Há também a vantagem de

Page 4: Curso completo voip

obter significativa redução de custos das chamadas entre as diferentes localizações ou sucursais da empresa, já que são consideradas internas ao passarem por meio de uma rede privada virtual que elimina a necessidade de aluguel de linhas externas.

A implementação de aplicações de convergência permite também otimizar os processos de trabalho e obter melhores resultados, graças ao controle das chamadas dos clientes. Dessa forma, as empresas de call center, por exemplo, podem oferecer melhor serviço, em razão do atendente ter a possibilidade de integrar toda a informação crítica na tela do seu computador (mensagens de voz, e-mail e fax). Outra vantagem proporcionada pela tecnologia VoIP é a integração com as tecnologias wireless da organização para facilitar a mobilidade dos usuários dentro de uma instalação empresarial ou para conectar os sistemas de telefonia de vários edifícios. Além disso, ainda há a escalabilidade dos sistemas ou a fácil integração com aplicações de terceiros.

Assim que começou a popularizar-se, o VoIP foi entendido como um "inimigo" das empresas de telefonia tradicionais, principalmente as de longa distância. Essas operadoras previram a queda de suas receitas em função da tecnologia mais barata. Mas, em seguida, perceberam que essa tecnologia é, na verdade, um novo produto a ser explorado. Além das vantagens relativas aos custos, há ainda a questão do constante aumento de qualidade. Já há casos em que a qualidade sonora do VoIP supera a de uma ligação telefônica convencional.

Atualmente, a tecnologia VoIP não se limita às empresas. Graças ao programa Skype, criado por Niklas Zennström (o criador do KaZaA), o uso de Voz sobre IP está sendo estendido também a usuários domésticos. Isso é um sinal evidente de que o VoIP pode se tornar um dos fenômenos da Internet, assim como é o e-mail. Certamente, assistiremos uma grande mudança na forma como utilizamos o telefone.

Definitivamente, a tecnologia VoIP será uma revolução nas telecomunicações, obrigando as operadoras locais e de longa distância a adaptarem-se a essa nova realidade. Sem dúvidas, é uma forma moderna de comunicação a baixo custo que atrai não somente o mercado corporativo como o doméstico. Desde o seu surgimento, esse recurso tem evoluído de forma surpreendente e hoje já consegue operar no mundo das tecnologias sem fio, baseado em padrões que oferecem conexões em banda larga. Neste caso, trata-se da tecnologia emergente conhecida como WiMAX, que nada mais é do que um acesso sem fio de banda larga. Ela permite a transmissão de dados por longas distâncias e está estrategicamente posicionada para suportar aplicativos que exigem avançada qualidade de serviço, como telefonia por Internet, ou VoIP. Módulo II

O mundo VoIP

VoIP ou Voz sobre IP é uma tecnologia que permite a transmissão de voz por IP, tornando possível a realização de chamadas telefônicas pela Internet. Na prática, o VoIP faz com que as redes de telefonia se misturem às redes de dados, de tal forma que se torna possível fazer uma ligação para telefones convencionais por meio de seu computador, usando um microfone, caixas ou fones de som e um software apropriado, no caso dos usuários domésticos.

A tecnologia VoIP também tem sido aplicada nos PABX (Private Automatic Branch Exchange), os conhecidos sistemas de ramais telefônicos. Dessa forma, muitas empresas estão deixando de gastar com centrais telefônicas por substituírem estas por sistemas VoIP.

Para que a transmissão de voz seja possível, o VoIP captura a voz, que até então é transmitida de forma analógica e a transforma em pacotes de dados, que podem ser enviados por qualquer rede TCP/IP (Transport Control Protocol/Internet Protocol). Assim, é perfeitamente possível trabalhar com esses pacotes pela Internet. Quando o destino recebe os pacotes, estes são retransformados em sinais analógicos e transmitidos a um meio no qual seja possível ouvir o som.

Em seu primeiro estágio, a tecnologia VoIP podia ser entendida como uma conversação telefônica entre dois usuários de uma rede privada usando conversão de voz para dados (exclusivamente em redes corporativas). Mais tarde, essa tecnologia chegou ao seguinte conceito: uma conversação telefônica entre um usuário de Internet e um usuário da telefonia convencional, sem necessidade de acesso simultâneo.

Padrões de mercado

Apesar de ganhar destaque recentemente, o VoIP não é uma tecnologia nova. Ela já era trabalhada antes mesmo da popularização da Internet e chegou a ser considerada um fracasso pelo fato de a velocidade de transmissão de dados ser baixa naquela época, impedindo-a de se tornar funcional na maioria das redes. Como

Page 5: Curso completo voip

a tecnologia de banda larga avançou, esta deixou de ser uma barreira.

Apesar dos vários padrões de VoIP, praticamente todas as empresas adotaram o protocolo RTP (Real Time Protocol), que, basicamente, tenta fazer com que os pacotes sejam recebidos conforme a ordem de envio. O RTP organiza os dados, de forma que seja possível sua transmissão em tempo real. Caso algum pacote chegue atrasado, o RTP causa uma interpolação entre o intervalo deixado pelo pacote e este não é entregue.

Só como exemplo, imagine que para transmitir a palavra informática seja usado um pacote por letra. Se o pacote da letra “o” se atrasar, é melhor que o destinatário receba infrmática do que infrmaticao. O atraso de pacotes pode ocorrer porque estes podem seguir caminhos diferentes para chegar ao destino. Isso não é um problema se você estiver transmitindo um arquivo, pois seus pacotes são encaixados no destinatário. Mas com voz e vídeo, em tempo real, isso não poderia acontecer.

Tal fato deixa claro que o RTP é um recurso muito útil em aplicações que envolvem som e vídeo. Devido a essa característica, seu funcionamento é atrelado a outro protocolo, o RTCP (Real Time Control Protocol). Este é responsável pela compressão dos pacotes dos dados e também atua no monitoramento destes. Por ainda serem necessárias melhorias, a IETF (Internet Engineering Task Force), entidade responsável pelo RTP e pelo RTCP, sugeriu a aplicação do protocolo RSVP (Resource Reservation Protocol), que tem como principal função alocar parte da banda disponível para a transmissão de voz.

Mais qualidade

Imaginemos uma empresa que deseja interligar sua matriz a uma de suas filiais e que para isso sejam necessários 30 canais de conversação disponíveis. Assim, cada canal de conversação utilizaria um padrão específico, o codec G711A, requisitando uma banda de 64Kbps por canal. Dessa forma, usando ou não as 30 linhas, terão de ser mantidos disponíveis 2Mbps (esse é o padrão E1 da telefonia convencional para 30 canais) para tal serviço.

Agora, se utilizarmos a tecnologia VoIP, pode ser empregado outro codec, o G.729, por exemplo, que precisa de, no máximo, 32kbps para transmitir o fluxo de voz e o cabeçalho IP em cada pacote, dispondo do dobro de canais de conversação e utilizando a mesma banda de 2Mbps. Outra vantagem é que a rede IP não é uma rede comutada por circuitos e sim, por pacotes, descartando a necessidade de manter o meio dedicado para a conversação, permitindo que o tráfego IP possa fluir livremente, como acontece na Internet.

Os codecs são protocolos extras que adicionam funcionalidades e maior qualidade à comunicação. Entre eles, tem-se o G.711, o G.722, o G.723 e o G.727. O que os diferencia são os algoritmos usados, a média de atraso e principalmente a qualidade da voz. Neste último aspecto, o G.711 é considerado excelente. Todos esses codecs são recomendados pela entidade ITU-T (International Telecommunications Union – Telecommunications standardization sector) e geralmente trabalham em conjunto com mais outro protocolo: O CRTP (Compressed Real-Time Protocol), responsável por melhorar a compressão de pacotes e assim dar mais qualidade ao VoIP.

Para que seja possível a interligação das redes telefônicas convencionais com o VoIP, geralmente usa-se um equipamento denominado Gateway. Ele é responsável por fazer a conversão do sinal analógico em digital e vice-versa, além de fazer a conversão para os sinais das chamadas telefônicas. Existe ainda o Gateway Controller (ou Call Agent), que é responsável por controlar as chamadas feitas pelo Gateway. Para as ligações em longa distância, são utilizados equipamentos conhecidos por Gatekeeper. Eles gerenciam uma série de outros equipamentos e podem autorizar chamadas, fazer controle da largura de banda utilizada. Enfim, em linhas gerais, ele pode ser entendido como uma central telefônica para VoIP.

VoIP e Telefonia IP

É muito comum o VoIP ser confundido com telefonia IP. Ambos são diferentes: a Telefonia IP é uma espécie de versão evoluída do VoIP. Na verdade, para um serviço ser caracterizado como Telefonia IP, é necessário que este tenha, no mínimo, funcionalidades e qualidade equivalentes à telefonia convencional.

A tecnologia VoIP, basicamente, converte sinal de voz (analógico) para o formato digital, utilizando tanto a infra-estrutura de dados, quanto a infra-estrutura analógica. A Telefonia IP, por sua vez, também faz uso de aparelhos telefônicos específicos e utiliza de maneira efetiva as redes computacionais (como a Internet). Tais dispositivos, geralmente, são sofisticados o suficiente para a transmissão de voz em tempo real e com

Page 6: Curso completo voip

qualidade que muitas vezes supera a telefonia convencional.

O fato mais interessante é que a Telefonia IP consegue essa eficiência sem necessitar de centrais telefônicas e ainda pode apresentar integração com outros serviços de dados, como vídeo e e-mail.O sucesso da implementação da telefonia IP ocorre na maioria dos casos devido ao baixo preço pago nos serviços de ligação de longa distância e por causa das novas funcionalidades para a telefonia, aumentando a produtividade dos funcionários.

Os PABXs IP estão presentes nas empresas desde o início dos anos 80 com pouca evolução das funcionalidades e é anterior à rede de dados e ao microcomputador PC. Depois de tantos anos de estabilidade, entretanto, a maioria dos fabricantes e vendedores de PABXs está introduzindo uma radical mudança em sua arquitetura, provocada pela ascensão do VoIP.

Essa nova tecnologia está redefinindo a arquitetura de um PABX. Muito dos componentes são distribuídos ao longo da rede IP para transmitir informações de voz e controle da ligação.

1. Controlador de processo: é um servidor que executa uma aplicação num sistema operacional padrão (Microsoft, UNIX ou Linux). Existe um grande benefício em se utilizar um hardware e um software comercial, permitindo uma grande redução nos custos de desenvolvimento e de fabricação;

2. Os dispositivos de ponta: são os telefones IPs que conectam-se diretamente na rede IP em vez de interligarem-se nos cartões de interfaces dedicadas dos módulos. Esses equipamentos necessitam de um endereço IP e podem ser atualizados (firmware) por meio de um servidor TFTP com novas funcionalidades. Diferente do PABX tradicional, dois telefones IPs conversam diretamente, sem utilizar recursos do servidor;

3. Gateways: são interfaces ou equipamentos que convertem a sinalização e o canal de voz para a rede IP, fazendo a integração com a rede STFC e para permitir utilizar os telefones analógicos ou digitais existentes, reduzindo os custos da migração para a nova arquitetura;

4. Módulos de interconexão: eles operam por meio da rede IP. Vai haver uma degradação na qualidade da voz se acontecer algum congestionamento ao longo do trajeto dos dados, normalmente no link WAN.

Desvantagens do VoIP

Como a Internet é uma rede sem gerência, os usuários da telefonia IP via Internet podem ficar sujeitos a algumas eventualidades que podem até mesmo comprometer toda a conversação. Todavia, se a telefonia IP é usada em uma rede privada dedicada, a qualidade final da voz, garantindo qualidade a esse serviço, é a mesma da telefonia convencional.

Ainda assim, é preciso conhecer um pouco mais as características do tráfego de voz para entender os problemas que podem surgir na utilização da VoIP, tais como:

• Atraso ou Delay: Este problema ocorre devido ao tempo despendido para a chegada de um pacote que pode gerar eco quando o tempo de ida e de volta do pacote for maior que 50ms. Esse problema pode ser corrigido utilizando-se mecanismos de cancelamento de eco. Outro problema é a sobreposição de sinal, uma espécie de linha cruzada que ocorre quando a demora for de mais de 250ms. Além dos problemas da rede, existem outras fontes de atraso, como a digitalização e a codificação da voz.

• Variação do atraso ou jitter: a variação do atraso ocorre devido às próprias características da rede IP, a qual pode entregar uma seqüência de pacotes com diferentes atrasos. A remoção desse efeito requer que os pacotes sejam armazenados por tempo suficiente em buffers, porém, isso gera atraso na transmissão que também acarreta problemas de qualidade de voz.

• Perda de pacotes: as redes IP não podem assegurar que todos os pacotes serão entregues, muito menos na ordem correta de envio. Alguns pacotes podem ser perdidos durantes as transmissões quando a rede estiver congestionada. A tecnologia VoIP possui maneiras de minimizar esse problema, porém, perdas de pacote maiores que 10% geralmente não são toleradas.

Segurança ainda compromete

Page 7: Curso completo voip

A comunicação de voz por meio de transmissão de dados por redes de computadores pode sofrer de falta de privacidade. Trata-se de um novo tipo de monitoração, diferente do tradicional grampo. Tendo acesso a um segmento de rede por onde o tráfego de voz é transmitido, seria possível capturar os pacotes e praticamente “gravar” a conversação realizada. O mesmo processo é ou seria usado para monitoração de outros tipos de tráfego como e-mails e acessos à Web.

É importante dizer que mecanismos existentes na VoIP, por si só, não garantem a confidencialidade das informações. Alguns usuários possuem a falsa sensação de que teriam uma comunicação segura pelo simples fato de utilizar um telefone IP. Não é verdade. Já existem programas disponíveis livremente na Internet que capturam e remontam chamadas telefônicas realizadas por VoIP, demonstrando apenas a “ponta do iceberg” em produtos e mecanismos existentes. Esse quadro muda sensivelmente com a adoção de criptografia. A voz, nesse caso, tratada como um pacote de dados, pode ser criptografada, utilizando tecnologias de alto nível de segurança.

Utilizando-se redes de computadores e VoIP, ao contrário da telefonia tradicional, é possível interagir de forma mais simples com a transmissão da voz, incluindo novas camadas de segurança, como autenticação e criptografia. A criptografia disponível atualmente, como o algoritmo “rijnadel”, novo AES – Advanced Encryption Standard – escolhido para substituir o antigo DES no governo americano, é apenas um exemplo do que poderia ser utilizado para garantia de sigilo em VoIP.

Muito ainda esta por vir e o cenário mundial está em constante mudança no que diz respeito a Voz sobre IP. O importante é que enquanto profissionais e usuários de tecnologia precisamos ficar atentos aos impactos que podem ser causados em nossa vida profissional e pessoal. Módulo III

Oferta de Serviços de VoIP

O termo VoIP já está deixando de pertencer somente ao vocabulário das áreas de TI e telecomunicações para ficar na ponta da língua dos executivos de negócios preocupados com o constante desenvolvimento das organizações. As empresas e fornecedores já perceberam o potencial das soluções de voz e dados sobre protocolos de Internet como alternativa para aumentar a produtividade e reduzir custos, deixando de ser um conceito futurista para começar a virar realidade dentro das empresas.

O que está por trás dessa convicção é a certeza de que, para reduzir custos e tornar as equipes mais produtivas, a rede ideal precisa oferecer comunicações combinadas de dados e voz sobre uma única plataforma integrada, construída com tecnologia de pacote (IP). Nesse contexto, ganham destaque Voz sobre IP (VoIP), que consiste em trafegar voz e dados por meio da rede de pacotes no protocolo IP, e a telefonia IP, que, apesar de ser confundida com VoIP, não é uma tecnologia de transporte, mas sim um padrão de transmissão, em que a voz trafega pela rede de dados (intranet e/ou internet), utilizando recursos de telefonia.

Para se ter uma idéia desse mercado, no terceiro trimestre de 2002, em comparação com o mesmo período do ano anterior, os lançamentos de PBXs tradicionais caíram 3,5%, enquanto os de PBX IP subiram 40%. Os resultados mostram que os fabricantes estão conseguindo convencer seus usuários, principalmente nos Estados Unidos e no Canadá, a migrarem para novos sistemas convergentes. Essas soluções vão muito além da redução dos custos com ligações internacionais, pois permitem aos empregados contar com novas aplicações, como de colaboração e mensagens unificadas, para trabalhar mais e melhor.

Entre as muitas possibilidades de arquitetura e de serviços que podem ser agregados a sistemas de VoIP, temos:

• Integração de sistemas de VoIP com a rede pública de telefonia • Todo tipo de funcionalidades de PABX, sistemas de comunicação interna e entre escritórios • CRMs, Call Center e Voice Mail • Sistemas de auto-atendimento • Integração com outros softwares • Sistemas de bilhetagem e chamadas pré-pagas / pós-pagas • Sistemas de teleconferência • Sistemas de chamadas internacionais • Sistemas de chamadas de longa distância

Page 8: Curso completo voip

Operadoras em cena

Ironicamente, as companhias telefônicas foram precoces em usar tecnologias parecidas com a da Internet para enviar chamadas de voz. Mas nunca utilizaram protocolos de Internet – a tecnologia básica da Internet – para transmitir dados de voz, preferindo manter os dados dentro de suas próprias redes fechadas.

Com as companhias telefônicas adotando protocolos da Internet, a união dos telefones com televisões, computadores e quaisquer outros dispositivos digitais se tornará mais fácil. O sucesso dos serviços VoIP depende da proliferação das conexões de banda larga nos domicílios. Na Coréia do Sul e no Japão, onde mais de dois terços da população tem acesso à banda larga, o VoIP se espalha como epidemia.

A vantagem mais tangível dessa revolução na indústria telefônica global, que vale US$ 1 trilhão, é a redução radical no custo de um telefonema. Mas existe um limite no lucro que se pode tirar de telefonemas mais baratos. Por esse motivo, muitos especialistas esperam que as empresas ofereçam outros serviços pelo VoIP para aumentar seus lucros.

O VoIP permite que as empresas de TV a cabo e as provedoras de serviço de Internet entrem no negócio de telefone. E isso pode animar as companhias telefônicas a entrarem em outros serviços de dados, tais como televisão, vídeo sob encomenda ou áudio em tempo real.

VoIP e Mobilidade

A produtividade proporcionada pelo VoIP é impulsionada principalmente por aquela que é uma das primeiras conquistas da adoção das soluções IP: a mobilidade, possível a partir da união entre plataformas multisserviço e softswitches. Cada um cumpre o seu papel: as plataformas multisserviço, que saem dos fabricantes cada vez mais aperfeiçoadas, permitem concentrar em uma única infra-estrutura todo o tráfego de telecomunicações, tanto para oferta de serviços de voz como de dados. Já os softswitches respondem pelo gerenciamento e separação do tráfego de voz e dados que, geralmente, são feitos pelo PABX.

Essa união de tecnologias abre caminhos para a integração de outros dispositivos à rede, como handhelds e laptops, telefones fixos e celulares. Mas o mais adotado dos dispositivos é o telefone IP, que se conecta diretamente a uma rede IP, promovendo a independência dos ramais. Com todas essas funcionalidades, na prática, recados de voz, por exemplo, podem ser digitalizados e enviados para o e-mail de quem não atendeu a uma determinada chamada. A partir daí, o recado pode ser lido remotamente pelo destinatário, que acessa seu ramal por meio de um dispositivo móvel.

É por isso que os maiores interessados em VoIP e telefonia IP são as grandes companhias, que precisam garantir a conexão de equipes presentes nas mais distantes localidades. O VoIP pode proporcionar não somente as rotas mais econômicas, mas também a integração de voz e dados e a programação, a distância, de roteadores. A integração de ambientes, por exemplo, vai servir para tornar a videoconferência uma forma de comunicação utilizada de maneira mais ampla e com maior freqüência e a programação de roteadores facilita o gerenciamento dos equipamentos em áreas remotas.

De olho no filão

Muitos players entrarão nesse mercado, oferecendo serviços de Voz sobre IP. A qualidade do serviço e a tarifa praticada serão diferenciais para atrair e conquistar o cliente. Afinal, ninguém quer pagar, mesmo que poucos centavos, por algo que não funciona bem quando é preciso.

Alguns ITSPs (Internet Telephone Service Providers) são revendedores das operadoras e nem sempre possuem as melhores tarifas. Assim, sempre que possível, é recomendável contratar serviços de VoIP diretamente das operadoras que possuem a infra-estrutura de telefonia IP, pois estas geralmente podem oferecer as melhores tarifas e estão mais comprometidas com a qualidade do serviço.

Existem grandes fabricantes nesse segmento, como Ericsson, Nortel, Alcatel, Philips Telecom, Cisco e Avaya,

Page 9: Curso completo voip

principalmente no desenvolvimento de plataformas e terminais inteligentes, próprios para redes IP. A Cisco, por exemplo, aposta nos mercados de tecnologias emergentes, entre elas telefonia IP, que devem ser responsáveis pela nova onda de produtividade.

A 3Com oferece redes fáceis de interagir com aplicativos. E a Avaya quer ir além do relacionamento com grandes corporações, lançando soluções para pequenas e médias empresas, como o IP Office, um sistema convergente, e o MultiVantage, um aplicativo de voz com base em padrões abertos e que roda em diferentes ambientes operacionais.

Mercado corporativo x residencial

Mas se depender das grandes operadoras de telefonia brasileiras, usar a conexão com a Internet para conversar com outras pessoas pode demorar. Companhias como Brasil Telecom, Embratel, Telefônica e Telemar estão atentas à tecnologia de Voz sobre IP e já oferecem esses serviços para grandes clientes corporativos.

Enquanto as grandes operadoras não apresentam aos consumidores serviços com essa tecnologia, concorrentes menores apostam na Voz sobre IP para conquistar clientes. É o caso da Primeira Escolha, operadora que atua na mesma Região do País que a Telefônica. Assim como a Primeira Escolha, as operadoras estão oferecendo um serviço que trata-se de um telefone especial ligado à Internet, que pode fazer ligações para qualquer pessoa, não só para aquelas que estão conectadas à rede mundial. Ele permite que se converse com pessoas até na China, ao custo de uma ligação local.

Esse telefone não usa linha comum, como aquela que vem do poste e costuma usar quando faz a assinatura de uma operadora convencional. Ele funciona com a conexão da Internet, igual àquela que é ligada ao computador. E só. Uma vez conectado à rede mundial de computadores, o aparelho funciona como um telefone comum.

A vantagem é que ele pode ser usado de qualquer lugar do mundo. Por exemplo, se você tem um telefone desses em São Paulo, pode levá-lo para a Bahia e usá-lo de lá, como se ainda estivesse em São Paulo. Quem ligar para você, não vai precisar digitar nenhum código especial, só o seu número. Também não vai pagar interurbano. E o contrário também acontece. Ou seja, você pode ligar para qualquer pessoa que estiver na capital paulista, como se não tivesse saído da cidade. E pagando o mesmo preço de uma ligação local. Para isso, é só ligar o telefone Internet.

Nesse modelo, é possível ter mais de uma linha dentro do mesmo telefone. Dá para contratar uma linha no Rio de Janeiro, para ligar para quem mora lá, e uma outra linha em Nova York, para conversar com os contatos de trabalho. Ele funcionará como os cartões pré-pagos dos celulares. Você compra créditos que vão sendo debitados na medida em que telefona. O telefone poderá ser comprado ou alugado, dependendo do interesse do cliente.

De pequeno para pequeno

O interesse maior no oferecimento de serviços de Voz sobre IP ao consumidor final recai sobre operadoras menores. Para elas, é uma maneira de aumentar a carteira de clientes. Para as grandes operadoras, porém, a mudança de tecnologia é mais complicada.

Um dos problemas é conciliar a estrutura da telefonia convencional com a tecnologia de Voz sobre IP, o que significa mais gastos para as companhias. Há, ainda, o fato de que as operadoras perdem receita, principalmente nas chamadas de longa distância. Como a telefonia pela Internet mata o conceito das ligações de longa distância, ela reduz o faturamento das empresas.

A tecnologia oferece hoje varias opções para o mercado. Uma delas é o Soft-Phone, programa que simula um telefone em seu computador, como também faz o Skype. Esse tipo de serviço, embora bastante flexível, exige um computador para ser utilizado. É, portanto, mais focado no mercado doméstico e em executivos que se deslocam muito.

O IP-Phone, por sua vez, é mais prático. É um aparelho telefônico já com todos os programas instalados internamente. Basta configurá-los uma única vez e ligar o aparelho a uma rede com acesso Internet. Embora mais prático do que o Soft-Phone ou o Skype, ainda não é uma solução voltada ao mercado corporativo. Os

Page 10: Curso completo voip

equipamentos mais adequados ao ambiente de trabalho são os gateways, capazes de serem conectados diretamente ao PABX, com total transparência ao usuário final – onde ele mesmo pode gerenciar o serviço.

Para testar o VoIP

Uma das alternativas mais comuns atualmente é o Skype (www.skype.com). Ele permite conversar de graça com outras pessoas que usam esse programa, funcionando com um computador com acesso à Internet de banda larga, microfone, fone de ouvido e um software que pode ser copiado gratuitamente pela Web. Existem mais de 23 milhões de usuários cadastrados.

A vantagem do programa é que, além de encontrar outros amigos cadastrados na rede, é possível ainda ligar para telefones comuns, em vários países do mundo. A qualidade, entretanto, varia de acordo com a conexão com a Internet.

Uma versão nacional do Skype é o Voxfone (www.voxfone.com.br). Ele funciona de uma forma bastante parecida com o do concorrente, e as chamadas para telefones comuns são cobradas. Mas oferece como vantagem o suporte técnico em português. Nos dois casos, microfone e fone de ouvido são itens essenciais para usar o computador como telefone. Módulo IV

Convergência começa na Internet

O crescimento da banda larga – oferecida no mercado via ADSL, cabo ou wireless (conexão sem fio) – tem possibilitado o início da convergência de serviços de transmissão de dados para a Internet. Já temos computadores em rede, rádios transmitindo pela Internet e agora, Voz sobre IP.

A idéia de ter uma única conexão para receber telefonia, Internet, televisão, rádio e tudo o mais que sair da imaginação dos fornecedores está cada vez mais próxima. Futuramente, no lugar de contratar os serviços de uma TV a cabo com um pacote pronto, será possível assinar a BBC diretamente da Inglaterra ou a TV local jamaicana, tudo via Internet, sem precisar contratar uma operadora específica de TV a cabo.

Para isso, basta ter uma conexão Internet. A partir daí, todos os seus equipamentos – TV, telefone e, quem sabe, até o microondas, estarão conectados nesse único fluxo de dados. É o fim das barreiras para a contratação de serviços.

Várias empresas com filiais espalhadas por cidades distantes e que têm necessidade de se comunicar com freqüência já utilizam canais de VoIP para suas conexões internas, reduzindo muito seus custos operacionais.

A onda mundial de hot-spots Wi-Fi para conexões sem fio à Internet também impulsiona muito esse mercado, pois telefones celulares já têm previsão de sair das fábricas com suporte a essas redes sem fio.

Mas isso tudo tem um longo caminho a ser trilhado. As operadoras já começam a enxergar seus lucros caindo no futuro e se estão mobilizando para não sofrer o mesmo que as distribuidoras e gravadoras de música com a venda direta de músicas via Internet e a pirataria. Dessa forma, o esforço dá-se no sentido de impor limitações de quantidade de KBytes transferidos, limitando os serviços que podem ser utilizados nessas conexões de banda larga, já visando uma maneira de compensar suas perdas com essa convergência.

Caminho sem volta

Assim como não existe diferença entre um e-mail local e um internacional, o sistema de telefonia tradicional passa por uma transformação que objetiva o rompimento das fronteiras (local, DDD e DDI). Alguns fabricantes já estão produzindo equipamentos, chamados de aparelhos multiplataforma, capazes de funcionar em Wi-Fi, Wi-Max e GSM. Trata-se de uma via só de ida – não há como retroceder.

Imagine um aparelho que, conectado a um cabo telefônico comum, atua como um telefone fixo. Quando você sair de casa e fizer uma ligação, ele tentará achar um hotspot, uma rede Wi-Fi de grande potência para se

Page 11: Curso completo voip

conectar à Internet e falar VoIP. Se não conseguir a rede Wi-Fi, de forma rápida e transparente para o usuário, uma rede GSM pode completar a ligação.

Ao chegar ao seu escritório você poderá ligá-lo à Internet para usá-lo com VoIP ou até mesmo como um handset. O VoIP traz a expectativa de iniciar uma nova era em que dados, som e imagem serão acessíveis todo o tempo.

Existe hoje um consenso de que a convergência nos serviços de telecomunicações é uma realidade do ponto de vista tecnológico,entretanto a oferta de serviços não tem um volume compatível com os benefícios potenciais. Muitas empresas já dispõem da infra-estrutura para prover os serviços da convergência, porém elas não conseguem ter um crescimento nas vendas de acordo com as expectativas dos mercados, investidores e clientes.

VoIP nas redes sem fio

As siglas Wi-Fi, Wi-Max, 802.11, Bluetooh e 3G são algumas das principais na área de redes sem fio que têm tornado real o sonho de oferecer um acesso público universal, tanto em lugares de grande população como em áreas remotas, integrando serviços e baixando custos.

Podemos imaginar pessoas andando de ônibus com seus laptops e navegando na Internet, pessoas falando com outras em palms integrados com Wi-Fi por meio de VoIP (Voz sobre IP) e sistemas inteligentes sem fio como máquinas de Coca-Cola com rede sem fio, podendo informar diretamente à empresa quando seu estoque de produtos está precisando de reposição.

Nesse cenário, não deve demorar a surgir o telefone via Wi-Fi, utilizando o protocolo de Voz sobre IP (VoIP). Empresas de telefonia estão começando a se preocupar com essa possibilidade, em que usuários, ligados a redes sem fio, poderão conversar livremente com pessoas por aparelhos telefônicos Wi-Fi. Tudo isso, sem a necessidade de pagar por minuto de conversação ou utilizar uma operadora telefônica para realizar suas chamadas nacionais ou internacionais.

Isso também será possível pela tecnologia Wi-Max, uma rede de conexão sem fio com alta performance, capaz de cobrir uma área muito grande com uma qualidade excelente e alta velocidade. Conhecido como um padrão Wireless 802.16, Wi-Max é uma extensão das redes Wi-Fi (redes sem fio), que permite cobrir áreas de até 50 quilômetros de distância com acesso à Internet sem fio, em velocidade de até 74 Mbps. É própria para áreas metropolitanas, pela performance e disponibilidade. Outras vantagens são a flexibilidade e a velocidade de instalação.

O padrão 802.16 (Wi-Max) tem qualidade de serviço para a transmissão de voz e vídeo, os quais requerem redes de baixa latência. Garantia de banda e criptografia estão previstas no padrão 802.16, o que permite transmissões seguras e procedimentos de autenticação, tudo o que o VoIP precisa para ser 100% funcional.

Como Funciona?

Na tecnologia de redes sem fio, todos os dados trafegam por ondas de rádio em freqüências consideradas não licenciadas, ou seja, não há regulamentação para seu uso, o que dispensa a necessidade de licenças para operar nessas faixas de freqüência. As freqüências utilizadas hoje pelos equipamentos Wi-Fi são as de banda 2,4GHz e 5GHz, sendo a primeira uma banda já utilizada por muitos dispositivos móveis, como telefones sem fio e microondas, tornando-a, assim, sujeita a uma série de interferências.

O sistema é relativamente simples. Pense em uma rede em sua casa ou empresa onde você tem um hub e cabos que saem dele conectando-se às placas de rede das máquinas da sua rede. Agora, elimine os cabos. A rede continua sendo desenhada logicamente igual, com hubs, roteadores e placas de rede para todas as máquinas, porém sem a necessidade de fios. A rede funciona exatamente igual a sua antiga rede Ethernet via cabo, apenas o meio de transmissão entre os computadores muda de “com fio” para “sem fio”.

Qual é a vantagem de criar redes com fio hoje? Alguns dos pontos a serem considerados :

• Performance – As redes sem fio hoje alcançam velocidades de até 54Mbps (megabits por segundo),

Page 12: Curso completo voip

muito abaixo das velocidades atingidas pelas redes com fios, que já superam a casa do 1Gbps (gigabit por segundo). Porém, para 99% das aplicações de Internet e troca de arquivos, a velocidade de 54Mbps é muito acima do necessário – se levarmos em conta que essa velocidade é quase mil vezes maior que uma conexão discada de 56Kbps.

• Alcance – A mobilidade tem seu preço. Um hub sem fio pode atender a computadores em um raio aproximado de 50 metros dentro de um escritório e 150 metros em um espaço aberto e ideal (um campo aberto, sem obstáculos).

O grande problema são os obstáculos que podem existir dentro de um escritório e que podem depreciar muito o sinal, como portas e paredes corta-fogo, água e interferência de equipamentos eletrônicos. Apesar disso tudo, em muitos casos, a tecnologia sem fio ainda é uma ótima solução para dar mobilidade e flexibilidade a sua rede, eliminando a necessidade de cabeamento ao mudar um micro de um ponto para outro.

Proteção aos dados

Segurança é um ponto bastante sensível das redes sem fio. Imagine as ondas de rádio do hub wireless de sua empresa navegando para fora de seu escritório, podendo ser capturadas por qualquer um que tenha uma placa de acesso sem fio. Essa pessoa poderia entrar na sua rede facilmente e roubar todas as suas informações, já que, ao contrário das redes com fio, não é mais necessário estar conectado à rede física (cabos) para ter acesso e não é possível conter os sinais de rádio para que não saiam da sua sala.

Nesse ponto, a rede sem fio evoluiu bastante. Em todos os sistemas é possível utilizar um protocolo criptografado (WEP), o que torna os dados ilegíveis para pessoas que não estiverem devidamente autorizadas a entrar em sua rede. Porém, não há 100% de confiança. Assim como a rede de dados baseada em cabeamento, a segurança não provém da estrutura de cabos, e sim da organização de sua rede interna – servidores, firewalls e máquinas de usuários.

Em relação ao custo dessas redes, se analisássemos há um ano a diferença de preços entre montar uma rede sem fios e uma rede com fios, já teríamos pessoas dizendo que, mesmo com o custo mais elevado, a mobilidade e a redução de mão-de-obra para manter e instalar os pontos de rede da empresa já compensavam o custo maior. Hoje, a realidade é melhor ainda.

No entanto, é essencial que uma análise cuidadosa seja feita em sua empresa para que se possa avaliar a real necessidade de uma rede sem fio. Os custos podem ser baixos, mas, dependendo da estrutura física do seu escritório, pode ser bem mais trabalhoso do que parece e necessitar de mais equipamentos do que um simples hub. Pode ser necessário colocar repetidores em determinados pontos ou até mais hubs para conseguir cobrir toda a área da empresa.

Uma das maiores vantagens das redes sem fio provavelmente é a redução quase que total da manutenção de sua rede. Após montada e configurada, a necessidade de manutenção é quase nula. Não é preciso refazer pontos, cabos ou conectores – apenas reposicionar, quando imprescindível, uma antena.

TV e Voz sobre IP

O que se conhece hoje como serviço de voz é apenas uma pequena parte do que será colocado à disposição do assinante em facilidades. A identificação de quem está chamando poderá ser vista na tela da TV enquanto o usuário assiste ao futebol ou na tela do PC, se ele estiver navegando na Internet e desviadas automaticamente para qualquer ponto da casa ou do planeta para ser atendida, com o mesmo custo de uma chamada local. E tudo isso poderá ser feito com o uso de um telefone mais inteligente, ou da combinação com o computador, ou mesmo da continuidade do velho aparelho telefônico.

Mas foi somente com o avanço da Internet banda larga no nível residencial é que foi possível a estruturação de novos negócios baseados em voz sobre Internet. Como os serviços residenciais de banda larga contemplam acessos com velocidade iguais ou superiores a 128 kbps, aquela capacidade antes restrita às redes corporativas, agora chega ao usuário doméstico.

Nesse aspecto, ficam evidentes a enorme vantagem competitiva e a importância estratégica das operações de TV a Cabo. Com sua capacidade de banda quase inesgotável e enorme capilaridade, atingido 10 milhões de residências no Brasil, e já com quase 300 mil assinantes de banda larga, as operações de TV a Cabo têm um

Page 13: Curso completo voip

grande potencial e uma oportunidade única de emergir com uma posição de destaque no novo cenário de telefonia proporcionado pela Voz sobre IP.

A evolução das redes de TV a cabo permite que os operadores ofereçam produtos que não concorram entre si. Já no caso das redes de telefonia, a oferta de serviços avançados de voz (VoIP) sobre ADSL estaria canibalizando o produto principal que é voz convencional. De toda forma, os operadores de telefonia esperam evoluir sua infra-estrutura para oferta de produtos de vídeo.

Apesar de as empresas de TV a cabo não terem recursos financeiros em abundância suficiente para oferecer uma solução de serviço de VoIP, não faltam operadoras de telefonia interessadas em aproveitar todo o investimento já realizado em rede de acesso em banda larga, para estarem concorrendo com a incumbent da região. Com a proliferação de sistemas proprietários de baixo custo, principalmente de PABX IP, qualquer empresa que tenha duas unidades conectadas à Internet pode investir nesses equipamentos e experimentar, no mínimo, reduções expressivas de custos de telefonia, mesmo com a provável queda de qualidade. Módulo V

Cenário Atual

Os serviços de telecomunicações brasileiros são regidos pela LGT – Lei Geral das Telecomunicações –, criada em 1998, quando o sistema foi privatizado. As características predominantes do setor de telecomunicações, até a década de 90, eram baseadas em monopólios, forte integração vertical e uso de tecnologias proprietárias. Com o surgimento de tecnologias abertas concorrentes, evolução dos microprocessadores e desregulamentação, as estratégias de negócios até então adotadas foram diminuindo para dar espaço a um mercado em que o privilegiado deve ser o usuário final.

Nos países onde a tecnologia de Voz sobre IP já chegou em larga escala, a tendência ainda caminha pela não-regulamentação. O grande receio dos reguladores é interferir no desenvolvimento de uma tecnologia potencialmente vantajosa para os usuários e para o mercado, ao impor regras cuja necessidade não se mostra clara e cujos benefícios são incertos.

Algumas das razões que costumam ser apontadas para a regulamentação dizem respeito à padronização de serviços ao usuário e à proteção ao consumidor, que deseja ter acesso a um serviço similar ao telefone tradicional. Os usuários devem ser alertados de que a VoIP necessita de energia elétrica para funcionar e os provedores da solução devem oferecer telefones de emergência.

Há, ainda, a questão do impacto nas tarifas e nas receitas das operadoras tradicionais que a introdução de serviços VoIP pode ter – mesmo se considerarmos que as próprias operadoras, pela sua posição privilegiada no fornecimento de acesso banda larga, devem manter uma posição confortável no processo.

Não podemos esquecer de que uma boa parte da formação do preço praticado pelas operadoras é fruto da própria regulação, que estabelece tarifas de interconexão com subsídios implícitos e impõe tributos com vistas a promover a universalização. Ao que parece, mais do que as operadoras tradicionais, o próprio modelo regulatório existente precisa ser adaptado à disseminação de serviços baseados em VoIP.

Evidentemente, o regulador não pode ignorar as inúmeras vantagens que a tecnologia IP traz aos usuários de telefone (portabilidade, convergência, custo, entre outras). Mas também é função do regulador proteger o modelo estabelecido pela legislação, fazendo com que novas tecnologias trabalhem sempre em benefício de todos.

Como sempre, o regulador deve buscar o equilíbrio. Talvez quando a VoIP estiver comprovadamente desequilibrando os agentes integrados ao modelo em vigor, o regulador deva agir para redistribuir o ônus que a legislação impôs aos que prestam serviço telefônico, de modo a não criar nenhuma desvantagem competitiva. A atuação (ou omissão) desbalanceada do regulador, em prejuízo de agentes regulados relevantes, pode resultar em um elevado grau de resistência de tais agentes, podendo, até mesmo, causar um atraso indesejado na implementação da nova tecnologia.

Principais barreiras e Anatel

Antes de avaliar como a voz sobre IP poderia evoluir no País, é importante destacar que ela vem sendo vista na

Page 14: Curso completo voip

Anatel como uma simples tecnologia. Não há nenhum regulamento ou proposta que trate de VoIP. Tudo o que a Anatel já produziu sobre o assunto é a definição contida no glossário da Agência, a qual confirma o seu tratamento como a tecnologia que possibilita o uso de redes IP como meio de transmissão de voz.

Assim sendo, como todos os atuais serviços de telecomunicações de acesso fixo no País (STFC e SCM) incluem invariavelmente a voz e a VoIP representa a tecnologia capaz de tornar as redes IP o meio para transmissão dessas funcionalidades. Não há como negar a faculdade de as concessionárias e de tais serviços utilizarem a referida tecnologia para a prestação de serviços de voz a seus usuários.

Logicamente, o fornecimento do serviço de voz, pelo uso de redes IP, ora sob o manto da concessão/autorização de STFC, ora sob o da autorização do SCM, deve observar as obrigações regulatórias de cada serviço, além das restrições a eles impostas.

No caso das obrigações regulatórias, tais como qualidade, universalização, tarifas de interconexão, configuração de área tarifária e plano de numeração, todos se lembram do STFC, que é muito mais regrado. . . Mas no caso das restrições regulatórias, logo vem em nossa mente aquelas que o SCM acabou por herdar do SLE (seu antecessor), entre outras, objeto de súmula da própria Anatel. E é no enfrentamento de todos esses aspectos e restrições regulatórias que a VoIP teria encontrado uma verdadeira barreira para se desenvolver satisfatoriamente.

Das duas licenças disponíveis, a primeira (STFC), de tão regulada e, portanto, onerosa, não teria agradado muitos interessados em explorá-la. Já a segunda (SCM), de tão restritiva e carente de regulamentação básica (numeração, remuneração etc), da mesma forma, não pôde servir de alternativa eficaz aos interessados. A Lei Geral de Telecomunicações determina, em muitas oportunidades, o dever da Anatel de fomentar a competição, criando, inclusive, os mecanismos para que ela seja alcançada. Portanto, se tal incumbência vier a ser levada em consideração pelo órgão regulador, uma solução haverá de ser proposta para o pleno desenvolvimento da VoIP no Brasil.

Portanto, hoje não há qualquer restrição à utilização da VoIP pelos atuais prestadores do STFC e do SCM. Entretanto, o que facilmente se conclui é que as obrigações e restrições regulatórias impostas a cada um desses serviços não teriam contribuído para o desenvolvimento pleno da VoIP no País, o que caberá à Anatel resolver, nos termos da lei.

Na prática, a teoria é outra

Tudo o que não é especificado em lei não está proibido. Valendo-se dessa afirmação, os provedores de Internet, carriers e operadoras SLE estão oferecendo serviços de Voz sobre IP (VoIP), localizados em uma seara que não pertence a ninguém e ao mesmo tempo pertence a todos, uma vez que não é regulamentado pela Anatel – o ponto central é a falta de fiscalização da qualidade dos serviços e da competência para oferecê-los.

A Anatel alega que não regulamenta tecnologia, mas vem regulamentando serviços de telecomunicações, entre eles, o mais recentemente Serviço de Comunicação Multimídia (SCM), no qual pode ser usado o IP nas condições dispostas no regulamento do serviço. Uma dessas condições é a que o SCM se deve distinguir do Serviço Telefônico Fixo Comutado. A agência conclui que há ainda muito a ser estudado e desenvolvido em relação ao IP, especialmente quanto a padronizações e interfuncionamento de redes.

Como a VoIP é considerada também um serviço de valor agregado, então pode ser embutida como um serviço adicional ao de conexão dos provedores de Internet, sem a caracterização principal dos serviços de voz. Essa caracterização abre uma brecha na lei e no mercado para que os provedores de acesso à Internet ofereçam essas soluções de VoIP, embora não sejam operadoras qualificadas no STFC. E nenhuma lei as impede de prover esse serviço, desde que não seja definido como de voz e nem utilize a rede pública.

O problema da Anatel está na fiscalização dos serviços, pois ela pode punir tanto a má qualidade de recursos, quanto empresas sem licença para oferecer serviços de telecomunicações, desde que haja pessoal para essa finalidade.

WiMax sai na frente

Page 15: Curso completo voip

Embora todos os países enfrentem problemas de alocação de espectro, com serviços menos nobres ocupando muita banda, no Brasil a Anatel está fazendo um trabalho avançado em relação às tecnologias modernas sem fio como Wi-Fi e WiMax. Assim que forem homologadas, já haverá empresas prontas para implementar a tecnologia, como a Neovia Telecomunicações. Trata-se da primeira operadora de transmissão de dados a oferecer no mercado brasileiro serviços baseados no padrão WiMax, a tecnologia de acesso sem fio de última geração.

Há um ano, a empresa iniciou os testes com a tecnologia e aguarda apenas a homologação dos equipamentos pela Anatel- para iniciar a implementação em sua rede. Os links que formam os anéis do backbone são baseados em rádios de tecnologia SDH (Synchronous Digital Hierarchy, na sigla em inglês), da empresa norueguesa Nera. Hoje, a rede possui 400 pontos de presença, dos quais cerca de 20% já estão preparados para receber infra-estrutura pré-WiMax.

Existem duas situações distintas em relação às freqüências de WiMAX: banda licenciada e não=licenciada. No primeiro caso, há uma tendência mundial fora dos EUA de utilizar as faixas de 3,5 GHZ e 10,5 GHZ. Nos EUA, até agora, a faixa de WiMax está entre 2,5 GHz e 2,7 GHz.

Em 2003, a Anatel fez um leilão de PMP (Ponto-Multiponto) e as bandas de 3,5 GHz e 10,5 GHz foram adquiridas por seis empresas. Entre elas estão Embratel, que ocupa 3,5 GHz no Brasil inteiro; Vant (19,9% da Brasil Telecom), com 3,5 GHz em 13 áreas e 10,5 GHz em quatro áreas; DirectNet, pertencente ao Grupo British Gas (Comgas) e Iqara Telecom, com 3,5 GHz no Estado de São Paulo; Universal, com 10,5 GHz em algumas áreas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais; WKVE com 3,5 GHz em seis áreas dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia; Grupo Sinos com 3,5 GHz na área metropolitana de Porto Alegre; e Inforwave com 10,5 GHz na área metropolitana de Juiz de Fora (MG).

Essas empresas podem lançar a qualquer momento um serviço de pré-WiMax no Brasil, desde que os equipamentos estejam homologados na Anatel. Os fornecedores da tecnologia pré-WiMax são vários como Alvarion, Aperto Networks, NextNet Wireless, Wi-LAN, Airspan Networks, Redline Comm, entre outros. Para as empresas de Telefonia Fixa ou Móvel que ainda não têm licença nessas faixas, elas podem adquirir “sobras” das licenças do referido leilão de PMP.

As características da banda de 3,5 GHz no Brasil são as seguintes:

Faixa de 3,5 GHz: Resolução no 309 (13/09/2002), abrangendo a faixa de 3400-3600MHz. Estabelece condições de uso da faixa para sistemas digitais serviço fixo (aplicações ponto-multiponto). A autorização de uso dos blocos poderá ocorrer de forma individual ou agregada. Admite o uso tecnologia FDD e TDD; segmentação em blocos 5MHz e 1,75MHz. Essa faixa pode ser utilizada pelo WiMAX.

As características da banda de 10,5 GHz no Brasil são as seguintes:

Faixa de 10,5 GHz: Resolução no 307 (14/08/2002), abrangendo as faixas 10,15-10,30/10,50-10,65MHz. Estabelece condições de uso da faixa para sistemas do serviço fixo (aplicações ponto-a-ponto e ponto-multiponto). A segmentação pode conter canalização e blocos: 42 canais (espaçamento 3,5MHz entre portadoras) e 16 blocos (7MHz largura).

Possibilidades de utilização

O VoIP vem a ser a entrega da voz digitalmente em pequenos pacotes de comunicação em vez dos tradicionais protocolos de circuitos comutados presentes em sistemas de redes públicas das operadoras de telefonia outorgadas por órgão competente. Existem três cenários possíveis para a utilização de serviços VoIP:

1. PC a PC 2. PC a telefone 3. Telefone a telefone

Nesse panorama, a convergência entre comunicação e computadores influencia sistemas regulatórios de maneira única, pois há diferenças intrínsecas no conjunto de regras de telecomunicações e sistemas de informação. Muitas dúvidas e controvérsias têm surgido a partir desse novo panorama vislumbrado com o surgimento de prestadores de VoIP.

Page 16: Curso completo voip

O que diz a Lei

Diante do quadro de controvérsia que se instala com o incremento do VoIP no Brasil, é necessário o exame sobre a Lei Geral de Telecomunicações - LGT, no que tange à definição do escopo de serviços de telecomunicações:

“Art. 60. Serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que possibilita a oferta de telecomunicação.”

§ 1° Telecomunicação é a transmissão, emissão ou re cepção, por fio, radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza.”"“Art. 61. Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de informações.

§ 1º Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicações, classificando-se seu provedor como usuário do serviço de telecomunicações que lhe dá suporte, com os direitos e deveres inerentes a essa condição.”

É claro que estamos aqui discorrendo sobre VoIP em estado puro, vale dizer, o estabelecimento de conexão entre dois computadores conectados à Internet, com ausência de uma operadora nesse processo. Os modelos telefone a telefone e PC a telefone podem, em determinadas condições, serem passíveis de taxação pelas operadoras, de acordo com a configuração do Intercarrier e as condições de contratação de suas redes. Porém, o prestador de serviços VoIP, nesses casos, recebe o tratamento de usuário de serviços de telecomunicações.

Resta esclarecer, portanto, que serviços VoIP têm sua natureza direcionada pelo teor do artigo 61 da LGT. Deve ainda ser ressaltado o parágrafo primeiro do referido artigo, que indica categoricamente não se confundir com serviços de telecomunicações aqueles enquadrados como de valor adicionado. Módulo VI

Mercado de Voz sobre IP

O mercado de Voz sobre IP tem se mostrado uma importante fonte de receitas para os fabricantes de equipamentos de telecomunicações. De acordo com dados do instituto Synergy Research Group, o mercado de VoIP voltado a corporações, incluindo telefones, hardware e software, cresceu 78% em 2004 e pode representar até US$ 11 bilhões em vendas nos EUA até 2009.

A competição de preço nos chamados produtos corporativos VoIP, especialmente entre as três grandes do setor nos Estados Unidos, que também são os maiores players do Brasil – Cisco, Avaya e Nortel Networks – pode estar crescendo, estimulada por investimentos em tecnologia da informação e pelas medidas para aproveitar o ciclo de substituição de equipamento nos sistemas de telefonia.

No mundo, já existem 5 milhões de pessoas que fazem suas ligações com esse recurso e mais de mil companhias especializadas nesse serviço de telecomunicações. A maior delas, a americana Vonage, da poderosa AT&T, tem 200 mil clientes. Só em 2004 a empresa contratou 44 mil novas assinaturas. A marca de maior visibilidade desse novo mundo é a Skype, que já se tornou um dos ícones da telefonia VoIP no mundo da Internet. Possui mais de 13 milhões de usuários registrados e 295 mil já assinaram seu serviço SkypeOut – o serviço pago do Skype. Ele tem o objetivo de converter 5% da sua base de serviço grátis para o SkypeOut.

No Brasil, o movimento é parecido. Há mais de uma dezena de empresas e uma das mais recentes é a Taho, que pertence ao banqueiro Luiz Cezar Fernandes, criador do Pactual. A Taho oferece acesso de alta velocidade à Internet no Rio de Janeiro e passou a vender, entre outros, pacotes de telefonia por R$ 199,00, com o qual o usuário pode falar à vontade e fazer quantos interurbanos desejar.

A empresa, que investiu cerca de US$ 13,5 milhões no lançamento da operação e em uma campanha nacional de publicidade, pode se consolidar como a maior do País. Mas antes terá de superar alguns concorrentes estabelecidos no mercado.

Algumas operadoras tradicionais querem manter-se atualizadas com a novidade e um destaque é a GVT, com 2,6 mil contas de voz sobre IP, tanto corporativas quanto residenciais, embora tenha lançado o serviço há menos de um ano. A alternativa é oferecida em oito capitais, sendo que 60% dos clientes estão na Região Sul. A estimativa é que 150 mil linhas sejam instaladas até o final de 2006, representando 20% de toda a receita da empresa.

Page 17: Curso completo voip

Economia impulsiona mercado

O preço é especialmente importante porque as empresas instalam sistemas VoIP na esperança de economizar dinheiro com suas contas telefônicas, no longo prazo. A Synergy estima que, para uma empresa norte-americana média, com 200 estações de trabalho, a substituição de um sistema de telefonia convencional por equipamento VoIP custe US$ 100 mil. Além do custo, os clientes querem recursos VoIP inteligentes como acompanhamento sofisticado de chamadas e administração de estoques.

Conforme a tecnologia para produção de telefones IP torna-se mais simples e mais rivais asiáticos entram no setor, os preços dos aparelhos, ao redor de US$ 250 a unidade, vão ficar ainda mais baixos.

As promoções tornaram-se um padrão do mercado de telefonia pela Internet, algumas vezes usadas como estratégia para venda de outros produtos de rede. Além disso, há espaço para flexibilidade de preços, uma vez que as margens de lucro de equipamentos VoIP estão na casa dos 50% ou mais.

Entretanto, ainda não se sabe quanto espaço vai restar conforme agressivos e novos competidores ganham mercado. As vendas de equipamentos VoIP da Cisco, por exemplo, estão se aproximando da marca de US$ 1 bilhão.

Impacto no mercado

As aplicações de voz deixaram de ser uma curiosidade com qualidade sofrível para se transformarem em uma grande oportunidade de novos negócios. Se por um lado a tecnologia possibilita a entrada de novas empresas nos negócios da telefonia, também ameaça os lucros de empresas antigas e que até hoje vendem o serviço telefônico, cobrado pelos fatores tempo de uso e distância.

Com a introdução da tecnologia VoIP, o usuário pode escolher como código DDD aquele que mais lhe convier, independentemente do local onde reside. Ao conectar seu aparelho em um acesso de banda larga em qualquer lugar do mundo receberá suas chamadas locais sem pagar interurbanos nacionais ou internacionais. Além disso, poderá gerenciar sua conta, ouvir as mensagens de sua secretária eletrônica e programar a aceitação e desvios de chamada, tudo via web.

O desenvolvimento da tecnologia de VoIP ocorre em várias frentes. Inúmeros avanços foram incorporados pelas empresas tradicionais de telefonia, principalmente na interligação entre centrais, mas muito pouco disso é sentido pelo cliente final. Há aquelas empresas que, mirando o mercado corporativo, desenvolvem soluções para aplicações específicas e se valem das redes corporativas de seus clientes para conectar não só os computadores, mas principalmente os telefones, em qualquer lugar do mundo. E elas falam entre si sem pagar um centavo de impulso.

Oportunidades crescentes

As empresas que oferecem serviço de banda larga para o mercado doméstico, mas estão fora do negócio de voz, identificam uma oportunidade de abocanhar uma fatia considerável de clientes das telefônicas tradicionais. E muitos clientes que hoje são assediados por essas empresas mudam de provedor pela sedução dos novos serviços e também por não agüentarem mais a arrogância do monopólio.

Já as empresas de telefonia, que também oferecem banda larga, estão em uma encruzilhada. Ou mantêm as ofertas atuais de serviços de voz, correndo o risco de ver seus clientes irem para a concorrência, ou mudam radicalmente o modelo de negócio, que poderá fazer com que as margens de lucro auferidas pela conjugação dos fatores tempo e distância caiam vertiginosamente.

Afinal, quem quer pagar quase R$ 40 por mês somente para ter uma linha de telefone em casa? A tendência é a migração maciça da telefonia convencional para a VoIP. É só cancelar a linha de telefone e por alguns reais adquirir um kit VoIP, assinando um serviço de Internet e outro de VoIP. O custo das ligações cai

Page 18: Curso completo voip

assustadoramente, o usuário liga para o mundo inteiro sem custos adicionais e ainda tem Internet rápida.

Se as empresas de telefonia forem espertas, começarão a adotar o VoIP em sua infra-estrutura, sem que o cliente perceba, e passarão a cobrar menos pelo serviço de telefonia, sendo mais competitivas; além de oferecer o VoIP diretamente, como já faz a ATT. A linha de telefone vai ficar de graça e apenas o serviço vai ser cobrado.

O único custo ficará mesmo nos telefones celulares. Pelo menos até a onda dos PDAs (Palms, Pocket PCs, SmartPhones e semelhantes) pegar de vez e o WiMax tornar-se uma realidade.

Entendendo as transformações

Uma tendência crescente é o desenvolvimento de produtos e serviços cruzados entre empresas de diferentes setores da indústria de comunicação e entretenimento. Em alguns casos essa convergência concretiza-se em fusões e participações cruzadas no capital de corporações. Como exemplos, pode-se citar:

• Associação entre provedores de acesso à Internet com empresas de comunicação de massa, como editores de revistas, jornais e televisão;

• Companhias provendo serviços de comunicação de voz e vídeo via Internet; • Recebimento de correio eletrônico (e-mail), notícias e informações por meio de redes de telefonia

móvel; • Serviços de acesso em banda larga providos por empresas de TV por assinatura. • Associação entre empresas de TV aberta e provedores de Internet, possibilitando a transmissão de

programas televisivos via web.

Esses são exemplos concretos de uma nova sociedade da informação e mostram como os novos produtos e serviços podem entrar na vida do cidadão comum. Consolida-se uma mudança significativa na quantidade e na diversidade dos serviços de telecomunicações e de comunicação social.

Um fator relevante para permitir essas transformações foi o aumento considerável de conteúdos disponíveis em formato digital. Atualmente, quase todas as músicas, filmes de cinema, programas televisivos e vídeo são produzidos e distribuídos em meios digitais como CD e DVD. Revistas e jornais são produzidos em meios digitais antes de serem impressos.

No meio científico, todas as dissertações e os relatórios técnicos são gravados em meios eletrônicos. Pode-se dizer que o aumento de conteúdos digitais disponíveis foi uma revolução silenciosa e constante nos últimos 20 anos, atingindo quase a totalidade de formas e meios de produção cultural e científica. A codificação digital das fontes de informações é um dos pilares do fenômeno da convergência.

Atual modelo de negócios

As inovações nos meios de acesso possibilitaram a transmissão de grande volume de informação de forma rápida, confiável, com bons padrões de qualidade e conforto para os usuários. A convergência nas telecomunicações começou dentro das plataformas de redes, onde as inovações tecnológicas permitiram a junção de serviços de voz, dados e Internet. Entretanto, a maior transformação deu-se na conexão dos clientes finais, que permitiu o tráfego de conteúdos multimídias por meio de acessos em banda larga.

A disponibilidade de conteúdos digitais e a transmissão rápida para os usuários são os dois fatores mais característicos do modelo de negócios de serviços de telecomunicações no ambiente atual. Eles transformam a visão e apresentam novos requisitos para o planejamento estratégico das empresas.

As pesquisas científicas em geral destacam os aspectos tecnológicos da convergência e não os valores de utilidade e importância para o usuário do serviço. Em realidade, as tecnologias chamadas convergentes somente passaram a ter valor de mercado quando o cidadão comum percebeu a necessidade de ter acesso a uma vasta produção cultural e científica via rede de telecomunicações.

Já o mercado corporativo reage de forma diferente às inovações tecnológicas. As três ações estratégias mais usadas pelas empresas são: aumentar velocidade de resposta com o lançamento de serviços, propor produtos

Page 19: Curso completo voip

inovadores e aumentar o volume de variedade dos produtos oferecidos.

Esses fatores estão coerentes com uma reação lógica das empresas, no sentido de compensar as turbulências percebidas no ambiente. Não se sabe ainda se essas estratégias estão sendo colocadas em prática de forma competitiva, mas existe o risco de que essas ações em curso possam consumir recursos excessivos, sem que adicionem valor às empresas.

Na prática, os serviços de telecomunicações continuam a ser ofertados a partir de um portfólio de serviços em pacotes fixos, segmentados e pouco flexíveis às necessidades individualizadas de cada consumidor. Existem evidências de que a questão não está na tecnologia disponível, mas sim nos modelos de negócios das empresas. Módulo VII

Funcionamento das principais aplicações

As três principais aplicações do VoIP podem ser feitas de telefone para telefone, de PC para telefone e de telefone para PC. Para que a comunicação seja viável, é preciso implementar os gateways de VoIP, que possuem placas de processamento de voz e têm como função estabelecer a transição entre a Internet e a rede normal de telefonia comutada por circuitos (PSTN).

Tais gateways para telefonia IP aumentaram a economia e beneficiaram as características de VoIP a qualquer um que tem um telefone conectado à rede normal de telefonia à comutação de circuito (PSTN). O conceito é simples: os gateways manipulam as transmissões vocais (mas também do fax) da rede PSTN e as converte para a rede à comutação de pacotes (e vice-versa).

O início de uma sessão acontece da seguinte forma: suponha que o cliente A quer se comunicar com o cliente remoto B que, como é muito distante pertence a um outro PSTN geralmente. O cliente A conecta-se ao gateway de VoIP interno e este a sua própria rede local PSTN. Para que sejam operados, de fato, os gateways são vistos pela PSTN como um número de telefone simples.

O gateway exige a ligação com o número do telefone que o cliente A quer se comunicar (o mesmo que aconteceria se a ligação fosse feita de um telefone normal). Ao ser recebido tal número, o gateway consultará várias tabelas a fim de localizar um outro gateway local de VoIP ao cliente de B. Isto de acordo com o gateway, tentará pelo telefone estabelecer o início de uma sessão que chama B ao interior de sua PSTN. Assim que o início de uma sessão for estabelecido, a voz viaja no meio A para o B, saindo de uma PSTN, entrando na Internet e sucedendo de algum jeito a fim chegar a outra PSTN.

Já que as comunicações de telefone para telefone demandam dois gateways do mesmo tipo, situados bem distantes um do outro. Os de VoIP levam vantagem, por exemplo, nas comunicações entre escritórios de uma mesma companhia que possua filiais remotas.

A comunicação, no entanto, continua amarrada à presença ou, ainda menos, ao interior de duas redes PSTN, aos gateways de VoIP. Se estes não estiverem eficazmente presentes ao interior da PSTN local, todas as vantagens de custo que seriam proporcionadas, ficam reduzidas. Muitos grupos empresariais, entretanto, os estão usando a fim de reunir e para cooperar entre eles todas as vantagens que oferecem o serviço de telefonia por IP por meio de gateways. Dessa maneira, a probabilidade de encontrar um gateway de VoIP no interior da PSTN remota, aumenta consideravelmente.

Muitas organizações que controlam centros da chamada (call centers), permitem o acesso da rede a tais centros por meio, exatamente, do uso de gateways de VoIP. Qualquer um que tenha um software de telefonia pode conseqüentemente aproveitar todas as ofertas de serviços do centro da chamada.

Qualidade em telefonia IP

O problema fundamental da troca de voz por uma rede como a Internet é que o gerenciamento dos pacotes de protocolo IP envolve restaurar, ao final do caminho, a ordem em que foram enviados. Se ocorrerem erros como várias transmissões simultâneas ou atrasos, esse processo de reorganização dos pacotes pode tornar-se bem lento. Para aplicações clássicas, como, por exemplo, e-mail, esse atraso não significa um problema, mas para aplicações telefônicas, onde a interação em tempo real entre os usuários é fundamental, isto pode provocar

Page 20: Curso completo voip

uma significativa degradação na qualidade da conversação.

Para garantir a qualidade de serviços para os usuários de VoIP, existe ainda uma dependência da velocidade de acesso à Internet nos dois lados da comunicação, além do tráfego total na rede. Existem duas características principais que determinam a qualidade de um telefone ligado à Internet:

A primeira característica é o tempo de latência. Tal grandeza mede o tamanho do atraso desde o momento em que as palavras são pronunciadas de um lado até o momento que estas são eficazmente ouvidas do outro.

A outra característica importante que determina a qualidade do início de uma transmissão do telefone via Internet, é, simplesmente, o grau de correspondência da voz transmitida com a voz natural de quem fala.

Se os pacotes vocais se perderem ou atrasarem além de um limite predefinido, o software de telefonia IP tenta repor os dados que faltam por meio dos índices dos pacotes adjacentes. Naturalmente, quanto mais o software recorre a essa técnica de interpolação, mais a qualidade será comprometida (distorção da mensagem vocal).

Tecnologia em evolução

O protocolo TCP/IP, em princípio, não garante aos clientes a transmissão de um número certo dos dados em um período de tempo preciso. Os desempenhos da rede podem flutuar de momento em momento. Por vezes, os dados são transmitidos imediatamente, em outras atrasam demais ou apenas não chegam completos.

Em muitos aspectos, os problemas que os planejadores têm são similares àqueles que foram encontrados no planejamento das redes celulares digitais, onde não há garantias de que os dados cheguem intactos. Conseqüentemente, os planejadores devem supor que os níveis abaixo do esperado não são confiáveis, e compensar esses erros eventuais com técnicas de interpolação e correção.

Conseqüentemente, torna-se uma tarefa árdua predizer a qualidade de serviço que pode ser esperada pelos usuários de uma transmissão de telefonia pela rede, mas, geralmente, essa qualidade está correlacionada diretamente à largura de banda disponível para a conversação e para o tráfego da rede.

Quase que a totalidade das companhias atuais fez suas redes com grande largura de banda. Essas conexões de banda larga são capazes de garantir qualidade suficiente para que seja oferecido o VoIP para longas distâncias.

Apesar de tudo, a qualidade no campo da telefonia via IP vem apresentando melhorias notáveis. O protocolo RSVP, da Cisco, por exemplo, já foi planejado a fim de reservar uma parcela certa da banda apenas para as aplicações que demandem respostas em tempo real, que é o caso do VoIP. Cada roteador que suporta tal protocolo tem a habilidade de reconhecer perfeitamente a prioridade nos pacotes que estão enfileirados, distinguindo entre os urgentes (pacotes real-time) e os menos, agindo conseqüentemente.

Ao mesmo tempo, muitos estudantes de Internet sustentam que a proliferação de grandes quantidades de banda a baixo custo renderá o desenvolvimento do RSVP e, posteriormente, trará qualidade de todos os serviços prestados via Web.

Ponto nevrálgico: QoS

Tempo real de envio é o ponto-chave para VoIP em redes IP onde trafegam pacote de dados que necessitam de uma rede estável de baixa latência com mínimos atrasos (delay). Por isso, a importância de QoS na rede – sigla em inglês de Quality of Service, ou Qualidade de Serviço. A prioridade para os dados e a garantia de envio são os responsáveis pela qualidade.

Por meio do QoS, fluxos de dados das aplicações são categorizados em classes de serviço e recebem tratamento diferenciado, de acordo com a importância do pacote. Esse tratamento acontece por mecanismos de controle e priorização de fluxo.

Mas precisamos realmente de QOS na rede? Sim. Imagine uma rede IP onde trafegam vários pacotes de diferentes serviços, como FTP, http, DNS, MP3, RDP e SMTP, em um link de 256Kbps. Um computador

Page 21: Curso completo voip

conectado à Internet consome em média de 8 Kbps a 10Kbps (se não estiver fazendo download). Já uma ligação VoIP consome em média 8Kbps de codificação, utilizando codec (G.729) mais 16Kbps para o IP+RTP+UDP+Payload. Somando tudo, encontramos 24Kbps em média por uma ligação VoIP.

Agora imagine nessa mesma rede 12 máquinas conectadas à Internet, com quatro ligações VoIP simultâneas e um computador fazendo FTP. Teríamos o link saturado com toda a banda praticamente consumida e as ligações VoIP seriam com certeza prejudicadas, porque não haveria prioridade para os pacotes de VoIP na rede.

Ou seja, os pacotes de VoIP precisam sair da rede em tempo real sem atraso (ou com o mínimo de atraso possível), mas se a rede não possuir prioridade, simplesmente os pacotes que chegarem primeiro terão preferência. Os de VoIP esperariam outros pacotes que estivessem na sua frente, disputando a banda disponível e teriam sua saída atrasada.

Na prática, a idéia é colocar tudo que é sinalização ou pacote VoIP (no caso H323, SIP, RTP) na frente de todos os outros pacotes saída/entrada de throughput, ou disponibilizar uma quantidade específica de banda para os pacotes que possuírem preferência na rede.

Métodos QoS

Em um método de QoS, em que aplicamos enfileiramento, os pacotes sem prioridade ficam aguardando a sua vez para serem transmitidos, enquanto os prioritários utilizam toda a banda ou uma parte predefinida dela. As outras aplicações ou pacotes ou aguardam sua vez ou recebem uma porcentagem menor da banda.

Assim, caso uma pessoa tente fazer um download ao mesmo tempo em que uma outra estiver realizando uma ligação VoIP na mesma rede, o QOS dará preferência para a ligação VoIP. Se estiver definida no QOS uma parte da banda para as outras aplicações, o download acontecerá de forma lenta, pois utilizará uma parte menor da banda e sem prioridade, enquanto a aplicação VoIP ganha a maior parte do link com prioridade de saída.

Mecanismos básicos que formam a arquitetura QoS:

Classificação: pacotes são classificados por classes de serviço. Podemos, por exemplo, classificá-los por endereço IP, ou porta TCP da aplicação.

Marcação: a classe de serviço de cada pacote é identificada por marcação de cada pacote. A marcação no campo ToS do cabeçalho do pacote IP é o padrão mais utilizado hoje.

Policiamento: tráfego excedente ao requisito de serviço pode ser descartado.

Enfileiramento: filas são criadas para cada classe e a banda do enlace pode ser dividida para cada fila.

Claro que devemos levar em consideração o tipo de acesso à conexão IP que temos – se o link para a Internet é uma conexão ADSL, frame relay, Wi-Fi (wireless), pois existem diferenças bem grandes para cada uma, principalmente em qualidade.

Quem são os pioneiros

Cientes de que a qualidade é um ponto ainda controverso nas soluções de VoIP, várias companhias do ramo passaram a pesquisar soluções que garantissem a melhor qualidade possível na comunicação por VoIP. É natural que isso fosse acontecer, afinal, se uma organização (ou um conjunto de empresas) obtivesse os melhores resultados, certamente sairia na frente na disputa por clientes. Essa situação fez com que surgisse uma série de soluções para VoIP.

Na NetSul, revendedora gaúcha de soluções de tecnologia, a implementação de uma solução de VoIP da Avaya já rende frutos. Uma das metas principais, a de reduzir custos, foi atendida: o gasto com comunicações remotas (por meio de celular, por exemplo), caiu 70%. Outros objetivos também foram realizados, como o de facilitar o gerenciamento da informação. Pelo fato de a empresa focar muito no oferecimento de suporte pós-venda, lidando com clientes que possuem ambientes críticos, é preciso reforço para garantir a disponibilidade 24 horas,

Page 22: Curso completo voip

sete dias por semana.

Outro projeto que deve mostrar resultados é o da Schincariol. A cervejaria, com sede em Itu, no interior de São Paulo, conseguiu, desde 1989, dobrar o número de fábricas e montar uma estrutura de 20 centros de distribuição. Para apoiar todo esse crescimento, a cervejaria gerencia um ambicioso projeto de integração das comunicações entre todas suas unidades e distribuidoras.

A revisão estrutural passa não só por mudanças de hardware e software, mas também de comunicações, fundadas em um projeto de telefonia IP. Duas unidades, uma em Goiás e outra no Maranhão, além da distribuidora de Recife, contam com telefonia IP. Nessas duas unidades, já é possível perceber ganhos, como a mobilidade trazida pela tecnologia.

A expectativa é que a tecnologia VoIP proporcione não só rotas mais econômicas, mas também permita a integração de voz e dados e a programação, a distância, de roteadores. A integração de ambientes, por exemplo, vai servir para tornar a videoconferência uma forma de comunicação utilizada de maneira mais ampla e com maior freqüência na empresa, enquanto a programação de roteadores facilitará o gerenciamento desses equipamentos em áreas que estão muito distantes da fábrica principal, em Itu.

Na USP, o sistema também está em processo de implementação e além da economia em ligações VoIP/VoIP, o sistema poderá reduzir os custos de outras ligações, principalmente daquelas realizadas para São Paulo. Uma pessoa no campus de Bauru, por exemplo, poderá realizar chamadas para toda a cidade de São Paulo ao custo de uma chamada local, pois o sinal viaja pela rede até a central de distribuição, localizada na Cidade Universitária. Chegando na capital, a ligação é transposta para a rede normal de telefonia, dispensando os serviços interurbanos.

Existe ainda um leque de vantagens no uso da tecnologia VoIP, que promoverá o acesso a recursos que não estão disponíveis no sistema normal. Uma delas é a possibilidade da realização de audioconferências, permitindo a conexão de mais de duas linhas em uma mesma conversação. Outro recurso é a transferência de chamadas, com a possibilidade de transferir as ligações de um ramal da USP para um telefone digital em qualquer lugar do mundo.

Como acontece com toda nova tecnologia, o preço inicial do sistema é comparativamente acima do que custaria a instalação do mesmo número de aparelhos convencionais. Por outro lado, o investimento inicial permitirá que sejam acrescentados posteriormente até 10 mil outros ramais a baixo custo. No caso das linhas analógicas, semelhante expansão demandaria mais recursos destinados à infra-estrutura, como a aquisição de novas centrais. De qualquer forma, como a tecnologia VoIP representa a tendência mundial da telefonia, ela tende a ficar cada vez mais barata.

Módulo VIII

Panorama atual

O serviço de voz sobre IP pode trazer vários benefícios para o Brasil. Entre eles, a otimização dos custos, com a convergência de voz e dados em uma só rede e a extensão da discagem DDD e DDI para qualquer ramal virtual ou físico do PBX. Além da economia, a integração real de voz e dados permite que as instituições possam investir em novas soluções internas, buscando o uso intensivo de telefones IP, virtuais e integração de VoIP com ambientes Web, como SAC via Internet.

A possibilidade de testar, dominar e evoluir uma tecnologia que deverá substituir a telefonia tradicional em pouco tempo não é somente um desafio, mas uma necessidade para o futuro das nossas telecomunicações. A adoção da tecnologia VoIP pelas operadoras em substituição à telefonia tradicional será enormemente facilitada com a disseminação do uso, formação de recursos humanos e domínio tecnológico do VoIP pelas universidades e centros de pesquisa.

Existem alternativas e soluções para possibilitar a escalabilidade do serviço VoIP, tornando-o viável para suporte a um número crescente de instituições. Um serviço VoIP estendido, envolvendo muitas instituições, requer a implementação de um controle de admissão de chamadas integrado com a oferta de qualidade de serviço (QoS) pela rede. O uso de monitoração e gerência pró-ativos para planejamento de engenharia de tráfego e reconfiguração de QoS são essenciais para um ambiente complexo de telecomunicações.

Page 23: Curso completo voip

Outras vantagens

Um engano sobre a telefonia IP é pensar que seu maior benefício é para chamadas de longa distância de baixo custo. Apesar de as ligações de longa distância realmente promoverem o uso da telefonia IP, as razões pelas quais as companhias são atraídas são a facilidade de criação de serviços e a consolidação de suas redes.

A principal vantagem de Voz sobre IP (VoIP) sobre a rede telefônica pública comutada é a facilidade de adição de novos serviços e funcionalidades, assim como a significativa diminuição dos custos de adoção e de manutenção por parte das companhias telefônicas. Por exemplo, pode-se criar uma videoconferência pela definição de como o fluxo de vídeo é codificado e decodificado. A segunda vantagem para a telefonia IP é a consolidação das redes de dados.

Atualmente, companhias telefônicas mantêm duas redes, uma para voz e outra para dados. Como redes de voz são quatro ou cinco vezes mais caras do que as redes de dados, o uso de VoIP elimina a rede de voz, gerando grande redução de custos. Pode-se ainda prever a integração de diversos serviços sobre o sistema telefônico, com o uso de tecnologias agregadas como reconhecimento e síntese de voz. Por exemplo, é possível ouvir todos os e-mails recebidos por um telefone convencional, por intermédio da síntese de voz e da transmissão sobre IP para que esses e-mails cheguem por telefone.

Dessa forma, serviços como fax, Internet e outros podem ser acessados por telefones comuns. Será possível também a unificação das três redes hoje existentes para manutenção do sistema telefônico: a de transporte de voz, a de sinalização e a de gerência. Essas redes possuem hoje infra-estruturas independentes e muitas vezes sobre redes físicas diferentes. Com o uso da telefonia IP, unificam-se todas essas redes sobre a mesma infra-estrutura, sempre com o mesmo protocolo de rede: o IP.

Um engano comum referente ao VoIP é a qualidade final de transmissão de voz. Se a rede estiver sobrecarregada, podem ser inseridos atrasos que podem atrapalhar a qualidade final da voz. Todavia, se a telefonia IP é usada em uma rede privada dedicada, a qualidade final de voz está bem próxima do nível desejado pelos clientes.

Adoção de VoIP tende a crescer

Segundo a IDC, apesar de 52% das companhias utilizarem VoIP, principalmente para comunicação interna, hoje 37% já realizam ligações externas pelo sistema. De acordo com uma pesquisa realizada com companhias da América Latina, 40% delas ainda têm como prioridade a economia, mas 25% colocaram a flexibilidade em primeiro lugar, 22% a ordem corporativa e 11% a acessibilidade da ferramenta.

Hoje, 60% das companhias ainda usam sistemas tradicionais de telefonia, contudo mais de 20% adotaram a VoIP, com cerca de 12% optando pela telefonia IP pura e não soluções híbridas.

Segundo números da IDC, o mercado de telefonia IP na América Latina terminou o ano de 2004 com US$ 116 milhões, e apresenta altas tendências de crescimento nos próximos cinco anos. No Brasil, dados mostram que os investimentos na tecnologia no primeiro semestre do ano tiveram crescimento de 100% em relação a 2003. Do total de receitas do mercado de TI, 48% são destinadas a hardware. Aproximadamente 11%, ou US$ 439 milhões, são destinados para equipamentos de rede que por sua vez têm 5% para telefonia IP.

A previsão é que o mercado chegue a US$ 450 milhões em três anos, mas a telefonia IP vai representar uma porcentagem muito maior, com perspectivas de crescimento ano-a-ano de 22% até 2008. Outro destaque atual é que, de todo o tráfego das operadoras, 120 bilhões de minutos são tradicionais e 50 bilhões de dados empacotados, sendo que o ponto de inflexão, quando a tradicional será ultrapassada, deve ocorrer entre 2006 e 2007 no resto do mundo e em 2010 no Brasil.

Segurança e infra-estrutura são desafios

Se pensarmos que a voz vai passar a utilizar a rede de dados e que essas redes são tradicionalmente menos seguras que as de voz, podemos antever algumas desvantagens de curto prazo que o tempo e a evolução tecnológica tenderão a resolver.

Page 24: Curso completo voip

Se a informação não for criptografada, existem riscos de segurança e confidencialidade que normalmente não existem em sistemas tradicionais. Os sistemas de telefonia IP são baseados em servidores tradicionais com plataformas padronizadas, sujeitos aos mesmos tipos de ataques e vulnerabilidades sofridas por qualquer servidor.

Projetar bem é fundamental. Tecnologias de autenticação forte, firewall, VPN, antivírus, prevenção e detecção interna e externa de intrusos e filtragem de conteúdo são estratégias que devem ser utilizadas para proteção da integridade das informações. Um grampo IP, em uma rede sem segurança, é bastante fácil de ser feito, podendo qualquer sniffer, por exemplo, capturar e gravar pacotes de voz. Mas uma vez implementado um sistema de segurança eficiente em IP, o sistema com certeza será bastante seguro, mais seguro até do que a telefonia tradicional.

É necessário um conjunto de cuidados para que uma solução de telefonia IP seja adotada com sucesso, como a infra-estrutura, que precisa ser previamente preparada com requisitos fundamentais como a Qualidade de Serviço, de forma a ser dado tratamento preferencial ao tráfego de voz versus o tráfego de dados. Também o acompanhamento da solução ao nível da segurança, com as atualizações do sistema operacional e versões de software das aplicações, juntamente com um antivírus, são fatores essenciais ao bom funcionamento da solução.

Tudo isso, combinado com a escolha de um fornecedor/integrador experiente e especializado em convergência de infra-estrutura e integração de voz sobre IP, permite a qualquer empresa uma evolução natural da sua infra-estrutura. Se houver a manutenção de um número considerável de extensões analógicas, o servidor fica subaproveitado e a organização não consegue usufruir de todas as vantagens dos serviços de VoIP.

A caminho da massificação

O que se tem observado ultimamente é uma generalização da procura resultante da introdução de soluções mais simples e mais baratas no mercado. Embora seja uma tecnologia consolidada, muitas operadoras de telecomunicações ainda encararam o IP como uma ameaça e não como uma oportunidade de negócio, o que vem retardando a adoção da tecnologia.

Apesar de ter deixado de ser uma solução futurista e alcançado o patamar de uma alternativa tecnologicamente viável às soluções tradicionais de voz, no segmento empresarial, os clientes distinguem hoje as diversas abordagens VoIP do mercado. Sabem que existem soluções de voz sobre Internet que exigem apenas acesso de banda larga, e que geralmente não oferecem qualquer garantia de qualidade de serviço, mas não as confundem com as soluções empresariais que, por serem aplicações de missão crítica, devem assegurar disponibilidade e qualidade de serviço.

Um dos fatores responsáveis pelos baixos investimentos em VoIP é a crise no setor de TI. A menor capacidade de investimento das organizações obriga a análises mais cuidadas do retorno do investimento nessa tecnologia. Além disso, a maneira como a tecnologia foi inicialmente apresentada ao mercado poderá ter contribuído para adiar algumas decisões, pois muitas empresas estavam convencidas de que teriam de substituir a totalidade dos seus sistemas de voz e reformular completamente as suas infra-estruturas de dados.

Para que VoIP e aplicações de telefonia IP sejam implementadas com sucesso, as redes IP têm de oferecer confiabilidade. Esse problema está sendo endereçado por duas frentes: a primeira, na fabricação de dispositivos IP preparados para uma operação ininterrupta; e a segunda, nos projetos. Uma rede IP pode ser configurada com vários possíveis caminhos entre origem e destino. Um projeto bem feito elimina pontos únicos de falha, aumentando muito a disponibilidade da rede de dados e conseqüentemente suas aplicações.

Um bom exemplo disso é o PBX tradicional e suas aplicações atuais de alta confiabilidade. Muitos desses sistemas operam dentro do que chamamos os cinco noves, ou 99,999% do tempo. Empresas comumente têm problemas do tipo: “o servidor está fora do ar”, “o link da Internet voou”, “ERP está sem acesso”, mas normalmente o PBX está sempre funcionando.

Conclusão

O uso da Internet como meio de transporte de voz tem alguns casos de sucesso, principalmente nas chamadas de longa distância. Hoje, o usuário que faz uma chamada desse tipo não consegue identificar a tecnologia que

Page 25: Curso completo voip

está sendo usada, e nem mesmo qual o caminho que a sua conversa está seguindo.

Entretanto, nem todas as aplicações têm o mesmo resultado. O mercado corporativo, e mesmo o residencial, ainda tem dificuldades para usar de forma generalizada esse tipo de tecnologia. Na medida em que o mercado for demandando novos serviços por meio da Internet, a estrutura de precificação desses serviços poderá ser aperfeiçoada de forma a definir o custo do acesso de acordo com a aplicação do usuário.

Esse novo formato de remuneração pode permitir o aperfeiçoamento da própria arquitetura da Internet, por meio da adoção de protocolos mais sofisticados que possibilitem a definição de prioridades para o transporte dos pacotes de dados, de acordo com o tipo de aplicação do usuário.

Nesse novo contexto, tanto provedores quanto usuários terão oportunidade de usar a Internet para as aplicações de telefonia IP (e para outras mídias) com custos um pouco superiores aos atuais, porém com a qualidade de serviço adequada. E, para isso, é preciso vencer os diversos desafios que a tecnologia VoIP enfrenta para passar do estágio atual de adoção para uma escala de mercado maior, como a confiabilidade das soluções convergentes, segurança, custos compatíveis, suporte técnico dos fabricantes e dos canais de comercialização e QoS na rede.