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Curso Modular de Gestão Cultural - Aula 01 - Parte 01 - resumo - Curso Ministrado por Marcelo Miguel (Quixote Art & Eventos)
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Marcelo MiguelJaneiro 2013
Módulo 01
Introdução aoEstudo da Produção Cultural
Parte 01
O Brasil é um país que concentra uma importante riqueza cultural, pela sua extensão, pela sua
diversidade e pela miscigenação dos povos e das manifestações culturais.
Todos os anos são realizados em vários pontos do território nacional milhares de projetos, programas
e ações de caráter cultural.
Mas apesar de todo este potencial e desta produção pujante o número de gestores culturais ainda é insuficiente para atender a toda a demanda.
FALTAM PROFISSIONAIS PARA ATUAR NA GESTÃO DA CULTURA !!!!
Faltam administradores para organizar e gerenciar todos estes processos e ações.
Mas as dificuldades do setor cultural não estão baseadas somente na falta de profissionais e de profissionalização. Outras questões prejudicam a
produção cultural no Brasil:
•Preconceito para com a arte e com a cultura;•Falta de investimentos do setor público e privado;•Falta de políticas públicas de médio e longo prazo;
•Falta de uma padronização dos processos de gestão;•Diversidade Cultural e Pluralidade das ações;
Perfil e formação dos gestores e produtores culturais
Não existe uma regulamentação que oriente e define com exatidão o perfil adequado ou o processo de formação para a
atuação de um gestor ou produtor cultural.
É somente a partir dos anos 90 que o debate e a reflexão sobre a formação dos gestores culturais começa a ganhar
corpo e chamar a atenção.
O Professor José Carlos Garcia Durand no texto “Profissionalizar a Administração da Cultura”, afirma que
muitas vezes o próprio artista é obrigado a desempenhar o papel de gestor, assumir o controle e a administração de
suas ações e de seus projetos, sem ter uma formação adequada para esta função.
Dois pecados são cometidos:1.O artista não tem a formação adequada para isso e
compromete o trabalho de gestão;2.O artista deixa de fazer o que realmente sabe fazer: Criar!
Segundo Maria Helena Cunha, basicamente existem duas formas de ingresso no campo da
Gestão da Cultura:
O primeiro grupo, é constituído pelas pessoas que aprenderam o oficio na prática. Este grupo é
composto por muitos artistas e profissionais que migraram de outros segmentos como a educação e a comunicação e acabaram se fixando como produtores
e gestores culturais.
O segundo grupo, que começa a surgir a partir dos anos 90, é composto por profissionais que desde o início tinham a intenção de ingressar neste campo,
e para tanto, foram buscar uma formação mais acadêmica e adequada para atuarem no setor.
Podemos dizer que o primeiro grupo partiu da prática para buscar mais tarde auxilio na teoria,
enquanto o outro grupo, partiu da teoria para depois tentar entender a prática.
O surgimento das Leis de Incentivo à Cultura nos anos 80 despertou a percepção da necessidade de
uma profissionalização mais efetiva do setor.
Num primeiro momento, o choque causado pelo contato com os empresários e a constatação do amadorismo existente no setor cultural obrigou gestores e produtores a adotarem uma postura
mais profissional.
No entanto, até os dias de hoje, ainda não existe uma regulamentação do setor.
Mas apesar de todas as dificuldades , contrariando a percepção da grande maioria, a Cultura tem
características marcantes e uma relevante importância. De forma geral todas ações e projetos culturais apresentam
uma dimensão:
Social, Política e EconômicaSocial, Política e Econômica
Característica marcante da ação cultural: • Transversalidade da CulturaTransversalidade da Cultura
Sob o ponto de vista social e político, a cultura gera os chamados:
PertencimentoPertencimentoEmpoderamentoEmpoderamento
Auxilia na construção da identidade culturalidentidade cultural
SimbólicoSimbólicoNa consolidação do conceito de naçãoNa consolidação do conceito de nação
Sob o ponto de vista econômico
Em 1996 a Fundação João Pinheiro, a pedido do Ministério da Cultura, realizou uma pesquisa
apresentando a importância da cultura na Economia Nacional.
O resultado desta pesquisa indicava que 0,8% do PIB era oriunda da atividade cultural e naquela ocasião, em função desta pesquisa, existiam
pouco menos de 600 mil pessoas que trabalhavam com carteira assinada .
Mais tarde, novas pesquisas e estimativas apontavam que a indústria da cultura era na verdade
responsável por 1,5% do PIB nacional e gerava aproximadamente 800 mil empregos com carteira
assinada e mais de 10 milhões de empregos informais sendo que deste total, 08 milhões de
trabalhadores estariam ligados e dependentes a produção do artesanato.
Em 2002, o Instituto Genesis, em pesquisa realizada no Estado do Rio de Janeiro, indicou que a produção cultural naquele estado era responsável por
3,8% do PIB Estadual, sendo que só o carnaval respondia sozinho por pouco mais 2,2% do PIB total.
No ano de 2010 o carnaval carioca, gerou em termos de riquezas, pouco mais de 8 bilhões de reais,
mesmo volume gerado por toda a indústria da pesca no Brasil no ano de 2009 considerando toda extensão
costeira e rios navegaveis.
A musica “Garota de Ipanema” traz anualmente para o Brasil, cerca de
2 milhões de dólares em divisas.
Na década de 80, o grupo musical ABBA, levou mais divisas e recursos para a Suécia do que toda a produção da empresa Volvo em todo o planeta.
A última pesquisa do IBGE, divulgada em 2006, mostra que 5,7% da população ativa atua na área
da produção cultural.
Esta mesma pesquisa também indica que aproximadamente 5,1% do PIB brasileiro é
originário da indústria da cultura.
A partir da década de 90 surge um novo conceito: A chamada economia criativa ou indústria criativa.
A produção cultural esta abrigada dentro deste conceito e dentro desta nova concepção.
A ECONOMIA CRIATIVA ECONOMIA CRIATIVA é a terceira maior do planeta, sendo a que apresenta maior crescimento nos últimos anos.
Na Europa, enquanto outros setores apresentaram quedas média de 12%, a economia criativa cresceu 14%