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F F I I T T O O T T E E R R A A P P I I A A PARA ASMA E BRONQUITE NA M M E E D D I I C C I I N N A A A A Y Y U U R R V V É É D D I I C C A A

Dash asma e_bronquite

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FFIITTOOTTEERRAAPPIIAA

PARA

ASMA

E

BRONQUITE

NA

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FITOTERAPIA

PARA

AASSMMAA EE

BBRROONNQQUUIITTEE

NA

MEDICINA

AYURVÉDICA

Dr. Bhagwan Dash D.A.M.S., H.P.A., M.A., Ph.D.

Traduzido por: Williams Ribeiro de Farias

Dra. Yeda Ribeiro de Farias

EDITORA CHAKPORI

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Título Original: Herbal Treatment for Asthma and Bronchitis Impresso em 1998

2000 Direitos autorais adquiridos por

EDITORA CHAKPORI

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NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO Meu interesse em produzir esta série de livros sobre o tratamento fitoterápico para doenças comuns desenvolveu-se a partir de minha ligação com o Dr. Bhagwan Dash, cujos livros anteriores eu já havia publicado. Ambos

sentimos que estes remédios mereciam um público mais amplo e mais receptivo. A idéia era ensinar a população a viver mais próxima à natureza e a pensar em termos de conduzir suas vidas de uma forma normal e saudável ao invés de perder muito de seu tempo tratando doenças. Os remédios, em seu sentido verdadeiro, devem promover a boa saúde; não devem ficar restritos à cura de doenças. Esta não é apenas uma mera iniciativa comercial; é um esforço genuíno para levar estes notáveis remédios ao alcance de todos, onde quer que estejam. Expus minhas idéias ao Dr. Dash que prontamente concordou em escrever vinte livros simples sobre as doenças mais comuns, descrevendo simultaneamente as ervas, dietas e

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condutas comumente disponíveis e potencialmente efetivas. Esta é a essência purificada de seus trinta anos de prática, pesquisa e profundos estudos sobre o Ayurveda e outros sistemas de medicina tradicional. Nossos leitores são os melhores juízes de nossas realizações. Concluímos com uma citação do grande poeta Kalidasa: Aparitosad vidusam na sadhu manye prayoga-vijñanam “Nós não levamos em consideração o nosso esforço em sermos úteis até que nossos leitores, para quem ele é direcionado, estejam satisfeitos.”

Prem Nath Jain

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ÍNDICE

NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO ................................. 4

ÍNDICE ................................................................................... 6

INTRODUÇÃO ...................................................................... 8

DESCRIÇÃO DA DOENÇA ................................................ 11

O QUE É ASMA? ................................................................... 12

FATORES CAUSAIS ............................................................... 15

O QUE É ALERGIA? .............................................................. 15

O CONCEITO AYURVÉDICO ........................................... 17

POR QUE É ESSENCIAL LIVRAR-SE DA PRISÃO DE VENTRE? .... 20

CONCEITO DE AMA ............................................................. 21

O JEJUM E O USO DE ESTIMULANTES DIGESTIVOS E

METABÓLICOS ..................................................................... 23

Por que evitar a coalhada e o iogurte? ...................... 24

Banana madura é um veneno para asmáticos ............ 24

Bebidas frias e sucos de frutas ácidas........................ 25

PAZ MENTAL, CONDIÇÃO IMPRESCINDÍVEL ........................... 26

REGRAS DIETÉTICAS ............................................................ 27

USO REGULAR DE DROGAS PREVENTIVAS ............................. 29

Açafrão – uma panacéia universal ............................ 30

Dieta e bebidas ......................................................... 31

Medicamentos ........................................................... 32

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FITOTERÁPICOS ............................................................... 36

ADHATODA VASICA (VASAKA) ........................................... 36

CLERODENDRUM SERRATUM (BHARGI) ............................... 42

CURCUMA LONGA (HARIDRA) ............................................. 47

EPHEDRA VULGARIS (SOMALATA) ....................................... 52

INULA RACEMOSA (PUSKARA MULA) ................................... 56

PIPER LONGUM (PIPPALI) .................................................... 60

Pippali Rasayana ...................................................... 62

RHUS SUCCEDANEA (KARKATA SRNGI) ............................... 65

SOLANUM XANTHOCARPUM (KANTAKARI) .......................... 69

SOLANUM INDICUM (BRHATI) ............................................. 72

TERMINALIA BELERICA (BIBHITAKI) ................................... 75

TERMINALIA CHEBULA (HARITAKI) .................................... 80

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INTRODUÇÃO A ciência médica tem feito consideráveis progressos em várias áreas da medicina. A era da especialização e a tendência a ver o homem como um aglomerado físico-químico de muitas partes separadas está dando lugar a um novo gênero de pensamento biológico. Esta nova escola de pensamento está direcionada ao conceito do homem como um ser por inteiro, com seus inseparáveis aspectos físico, emocional e espiritual, unidos em um indivíduo vivo. O lugar do homem, como uma parte orgânica do universo cósmico e biológico, sujeito a todas as imutáveis e irrevogáveis leis da natureza, está se tornando cada vez mais evidente. Apesar destas profundas mudanças estarem ocupando seu lugar no pensamento médico, a abordagem terapêutica convencional de hoje é incapaz de resolver o problema de um aumento catastrófico de doenças como câncer, distúrbios cardiovasculares, diabetes, asma, artrites, insônia, etc. Muitas destas doenças são consideradas “incuráveis”. Os praticantes de antigos sistemas de medicina indígenas possuem, verdadeiramente, curas para

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doenças como asma e bronquite, mas são ridicularizados como curandeiros, devido ao grande número de charlatães que exploram os tratamentos mais naturalistas. A denúncia sistemática de tais tratamentos está sendo feita através da moderna influência da mídia audiovisual. Os pacientes são levados a acreditar que o uso constante de broncodilatadores e cortisona, que dão alívio temporário aos sintomas agudos são a única solução para estas doenças. Estas drogas proporcionam um alívio apenas temporário e seu uso continuado torna-as menos efetivas. Na verdade, existem sérios efeitos colaterais tóxicos provocados pelo uso prolongado de tais drogas convencionais. O resultado desta negligência criminosa para com os pacientes portadores de asma tem deixado milhares de homens, mulheres e crianças improdutivos e mentalmente aflitos em todo o mundo. O outro lado da história é que em muitas partes do mundo, particularmente no berço da civilização antiga, há remédios à base de ervas que têm sido empregados há milhares de anos para o tratamento da asma e da bronquite. Estas ervas não são empregadas apenas empiricamente; praticantes iluminados em medicina tradicional na Índia, Nepal, Sri Lanka,

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Butão, Burma, China, Bangladesh e Paquistão podem transmitir o raciocínio existente por detrás do uso destas ervas no tratamento destas doenças. O Ayurveda, a medicina tradicional da Índia, que tem prestado assistência ao sofrimento da humanidade há mais de três mil anos, é um repositório de experiência médica e de fitoterápicos já muito bem examinados e testados. A asma e a bronquite são consideradas doenças psicossomáticas e não apenas físicas. O conceito de mente, sua atividade e morbidade são bem desenvolvidos. Portanto, em associação às terapias para corrigir os desequilíbrios corporais, o médico ayurvédico sempre prescreve terapias para corrigir também os desequilíbrios da mente de tais pacientes. Algumas destas drogas foram cientificamente testadas em animais e seres humanos sob condições controladas e provaram ser efetivas. Alguns destes fitoterápicos estão incluídos neste trabalho. Talvez, algum dia, no futuro próximo, o Ocidente seja capaz de aprender o conhecimento do Oriente, da maneira como tem se enriquecido com a filosofia e as artes orientais.

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DESCRIÇÃO DA DOENÇA

Pessoas aparentemente saudáveis sofrem subitamente de asma e bronquite quando expostos ao vento frio, à chuva, às irregularidades dietéticas e à tensão mental. Algumas vezes a crise de asma torna-se tão aguda que o paciente não consegue caminhar ou dormir e nem mesmo falar. Isto cria uma situação de alarme entre seus parentes e familiares.

A asma pode ser causada por alterações nos pulmões, no coração, fígado e nos rins. Apesar do fenomenal desenvolvimento nas ciências médicas, o tratamento da asma tem permanecido obscuro exceto por alguns medicamentos paliativos sintomáticos. Drogas poderosas têm sido descobertas para dilatar a árvore brônquica e produzir expectoração. Mas todos os seus efeitos são temporários e o paciente entra em crise regularmente e repetidamente. Com o passar do tempo, o paciente que antes parecia absolutamente saudável torna-se fraco e emagrece. Ele perde sua capacidade produtiva e sua energia. Com o

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avanço da idade, ele desenvolve bronquiectasia, uma condição na qual o muco se acumula na estrutura terminal da árvore brônquica, os alvéolos pulmonares. Nestes pacientes, os alvéolos tornam-se dilatados e assim permanecem, interferindo por isso na troca entre dióxido de carbono e oxigênio que ocorre nos capilares dos pulmões. Para conseguir alívio, a dose de medicamentos é aumentada e, finalmente, os efeitos adversos destes medicamentos, mais do que o distúrbio original em si, levam a um estágio mais grave da doença.

O que é asma?

Há centenas de pequenos e grandes tubos

nos pulmões que levam o ar para dentro com a inalação. O oxigênio entra no corpo através destes tubos e o dióxido de carbono sai do corpo através dos mesmos. Os tubos maiores são brônquios, os menores são bronquíolos. Estes brônquios e bronquíolos são circundados por pequenos músculos que fazem com que eles se abram e se fechem durante o processo de respiração. No final destes bronquíolos estão milhões de alvéolos que são estruturas semelhantes a delicados balões, ocupando toda a periferia dos pulmões. Estes alvéolos possuem paredes muito finas e eles permitem que o

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oxigênio vindo com o ar fresco inalado passe para o sangue. Da mesma forma, e ao mesmo tempo, o produto residual do corpo, dióxido de carbono, sai da corrente sangüínea através destes sacos e é expirado.

Durante um ataque de asma, há uma contração destes tubos quando o paciente quer expirar o ar poluído do corpo. Por causa desta contração ou espasmo, o paciente encontra dificuldade em expirar e procura por locais onde haja ar fresco, tais como janelas ou fora de casa, dando a errônea impressão de que a sensação de sufocação é por falta de ar dentro da sala. A posição deitada piora a condição e o paciente passa noites após noites sentado na cama. Quando o ar passa através destes tubos contraídos ou em espasmo, faz um som característico de chiado. Este sintoma piora quando grandes quantidades de muco, produzido nos tubos, obstruem a passagem do ar.

Como todos os demais músculos do corpo, a contração e relaxamento destes músculos que circundam os tubos bronquiais é controlada por dois grupos de nervos denominados simpáticos e parassimpáticos. São os nervos parassimpáticos que auxiliam na abertura dos brônquios e bronquíolos, e os nervos parassimpáticos causam sua contração. A ação dos nervos parassimpáticos é auxiliada por uma substância

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química denominada histamina. Esta substância causa inflamação do revestimento interno da membrana dos tubos bronquiais, causando assim obstrução da passagem do ar. As atividades dos nervos parassimpáticos e da histamina são sustentadas ainda pelos processos infecciosos que se instalam, pela fumaça, pela poeira, pela poluição do ar, pela umidade e pelo tempo frio.

Juntamente com as alterações pulmonares, o paciente também sofre de congestão e inflamação da membrana mucosa do nariz, sinusite, amigdalite e faringite. Na verdade, nos casos clássicos de asma, a doença começa no nariz. Os pacientes sofrem de resfriados, alguns acessos de espirros, coriza e lacrimejamento e sensação de peso na cabeça. Eles podem apresentar dores de cabeça, ulceração na garganta e também amigdalites. Esta reação na membrana mucosa do trato respiratório dissemina-se gradualmente, após alguns dias, para os bronquíolos. No início, há acessos de tosse com ou sem expectoração. Por causa do tratamento, ou mesmo sem qualquer procedimento, o distúrbio antes presente no nariz e na garganta desaparecem, mas continua a afetar os tubos de passagem de ar. Alguns acessos de tosse podem passar apenas por crises de bronquite comum. Mas, subseqüentemente, isto leva a problemas

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respiratórios, manifestando-se claramente os sinais e sintomas de asma.

Fatores causais

Apesar da pesquisa mundial, a causa exata

da asma é desconhecida pela medicina moderna. Considera-se que seja causada por certas substâncias que no conjunto são denominadas alérgenos. Estes alérgenos chegam, às vezes, através da poeira fina, do pólen, de fragmentos de pêlos e penas que caem de animais e aves e que flutuam no ar. Pacientes com asma são geralmente muito sensíveis a fumaças irritantes como a do cigarro, do bolor e ao cheiro de produtos de limpeza. Alguns pacientes são alérgicos a medicamentos tais como a penicilina, aspirina e alguns conservantes usados em enlatados e bebidas engarrafadas.

O que é alergia?

Alergia é um tipo de reação do corpo às

substâncias externas que podem ou não ser de alguma forma prejudiciais. Um corpo saudável é protegido contra a invasão de germes por certas células especiais que formam o sistema imunológico. Como reação a qualquer corpo estranho, anticorpos são produzidos dentro do

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indivíduo que envolvem e eliminam o primeiro. Algumas vezes, este sistema imune responde de forma exacerbada a algumas substâncias aparentemente não prejudiciais, tais como pólen, pedaços de cabelo, partículas de poeira e mesmo perfume. A alergia é considerada uma causa de asma e bronquite pela medicina moderna.

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O CONCEITO AYURVÉDICO As substâncias alérgicas que são as

principais responsáveis pela causa da asma estão flutuando no ar, mas nem todos os indivíduos que inalam estas substâncias sofrem de asma. Apenas algumas poucas pessoas dentre elas sofrerão desta doença. Por que então esta seletividade? Por que apenas algumas pessoas em uma dada comunidade sofrem de asma brônquica quando todas estão expostas ao mesmo tipo de ar, de alimentos e outras condutas? De acordo com o Ayurveda, um organismo individual é composto de sete categorias de elementos teciduais e as funções de todo esta estrutura são controladas por três fatores: vayu, pitta e kapha. Estes três fatores são, em conjunto, denominados tridoshas ou simplesmente doshas1. Em uma pessoa saudável

1 N. do T.: O corpo humano, segundo a fisiologia ayurvédica é composto de três grandes grupos de elementos fundamentais denominados doshas, dhatus e malas. Os doshas governam as atividades fisiológicas e físico-químicas do corpo e são três: vayu, pitta e kapha. Os dhatus são os elementos teciduais básicos do organismo, ou seja, entram na formação da estrutura básica do corpo. Os malas são as substâncias parcialmente utilizadas pelo organismo e parcialmente excretadas, são os produtos residuais das reações

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todos os três devem estar em um estado de equilíbrio. Durante diferentes fases do dia e da noite, durante as diferentes faixas etárias, durante diferentes estágios do processo digestivo e nas diferentes estações, estes três doshas realizam algumas alterações. Quando permanecem dentro destes limites, o corpo tem o poder de mantê-los em seu estado normal de funcionamento. Apenas quando eles excedem tal limite, por várias razões, tais como erros dietéticos, condutas inadequadas, fatores psíquicos e medicamentos, as doenças são causadas.

Existem milhões de canais no organismo, de forma a transportar nutrientes dos intestinos para os tecidos e excretar os produtos residuais destes tecidos através dos diferentes orifícios, para o exterior, tais como o reto, a bexiga e as glândulas sudoríparas. Estes canais são denominados srotas. Uma doença pode se manifestar em um órgão em particular do corpo, mas ela não necessariamente se originou neste mesmo órgão.

O Ayurveda concebe distintamente três diferentes estágios deste processo patogênico denominados: (1) O sítio de origem; (2) O canal de circulação e (3) O sítio de manifestação da

corporais cuja eliminação adequada é essencial para a manutenção da saúde.

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doença. No caso da asma brônquica, o sítio de origem está no estômago e nos intestinos. A causa raiz da doença está localizada basicamente aí. As substâncias patogênicas para a manifestação das doenças originam-se deste locais. Como estas substâncias patogênicas viajam do sítio de origem para o sítio de manifestação? Elas são transportadas, de acordo com o Ayurveda, através de um grupo de canais denominados rasavaha srotas. Por que estes canais transportam estas substâncias patogênicas para os pulmões e não para qualquer outra parte do corpo? Porque será afetado por este processo o ponto mais frágil do corpo que tenha uma afinidade com o tipo de morbidade já criada no estômago. Se os tecidos pulmonares, a musculatura do tubo bronquial e a membrana de revestimento mucoso destes tubos estão fracos, então eles se tornam afetados.

Portanto, de acordo com o Ayurveda, o sítio de origem da asma brônquica está no estômago e nos intestinos. Os canais de circulação dos produtos residuais do corpo são os rasavaha srotas, ou seja, canais que transportam plasma, e o sítio de manifestação da doença são os pulmões. A pessoa desenvolve a asma se estes três fatores são alterados e isto só ocorre se houver tensão mental, ingestão de dieta

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inadequada e se as condições climáticas forem pouco comuns.

De acordo com o Ayurveda, a alergia não é a causa primária da doença. As causas primárias são hábitos alimentares incorretos, tensão mental e mau tempo. Fatores alérgicos são apenas causas secundárias que precipitam a doença.

Por que é essencial livrar-se da prisão de ventre?

Pacientes com asma geralmente sofrem de

constipação. A maioria deles relatará que seus hábitos são regulares. Apesar desta afirmativa, grande quantidade de matéria fecal permanece no cólon. Como foi descrito antes, o sítio de origem da asma é o estômago e os intestinos. Se o cólon estiver bloqueado, obviamente, os intestinos e o estômago não funcionarão adequadamente e o paciente continuará a sofrer de asma. As crises podem desaparecer temporariamente sob a ação de drogas broncodilatadoras, mas o paciente não estará realmente curado.

De acordo com a forma convencional de tratamento, os médicos não são capazes de curar pacientes com asma por falta de uma abordagem holística e seus esforços são em sua maioria dirigidos à supressão dos sintomas. Se o

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paciente asmático ingerir um laxante suave diariamente, então ele não necessitará de mais medicamentos e parecerá curado para sempre se as condições forem satisfatórias. O melhor laxante para pacientes com asma é haritaki (Terminalia chebula). Uma colher de chá do pó de Terminalia chebula deve ser adicionada a um quarto de colher de chá de sal-gema e administrado ao paciente na hora de dormir. Esta dose deve ser aumentada ou diminuída dependendo das necessidades do paciente. Deve-se assegurar que os intestinos sejam limpos pela manhã.

Conceito de Ama

Quando nós nos alimentamos, o alimento é

modificado por diferentes tipos de enzimas e reduzido a partículas mais simples. O produto final da digestão é então absorvido pelo corpo e diferentes enzimas localizadas no fígado cumprem sua função, possibilitando que estes produtos sejam assimilados pelos tecidos. Nestes, existem também enzimas que reduzem as partículas estranhas e torna-as idênticas aos constituintes dos tecidos. Portanto, o produto final dos alimentos é assimilado e passa a fazer parte da estrutura tecidual. Todas estas enzimas quando agrupadas recebem o nome de agnis na

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terminologia ayurvédica. Se houver qualquer perturbação nestes agnis, então os processos digestivo e metabólico não acontecerão normalmente e uma grande quantidade de produtos finais dos alimentos permanece nos intestinos, no fígado e na corrente sangüínea. Da mesma forma, durante o processo da digestão no trato gastrointestinal, alguns produtos residuais dos alimentos são formados e devem ser eliminados. Durante o processo normal de metabolismo, diversos produtos residuais são produzidos e também devem ser eliminados através das fezes, urina, suor e outros meios. Todos estes produtos residuais da digestão adequada ou inadequada, tanto a nível do trato gastrointestinal, a nível do fígado como a nível dos tecidos, são denominados ama. Este ama circula no sangue e é transportado através dos canais para os pulmões, onde causam obstrução dos tubos bronquiais e da circulação do sangue a nível dos alvéolos resultando em espasmo ou contração e conseqüentemente a asma é produzida. Portanto, além de limpar os intestinos, é necessário remover estes produtos residuais do corpo e prevenir sua posterior formação através do uso de estimulantes da digestão como gengibre, para a completa erradicação da asma.

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O jejum e o uso de estimulantes digestivos e metabólicos

A asma é essencialmente uma doença do

excesso de nutrição, ou seja, a ingestão de alimentos muito além da própria capacidade de digerir e metabolizar. Portanto, pacientes com asma devem geralmente observar jejuns periódicos. Ao invés de uma refeição pesada, o paciente deve ingerir refeições muito leves. À noite, particularmente, por causa da inatividade, quando o corpo está em repouso, o poder digestivo e o metabolismo torna-se muito lento. Assim, o paciente com asma deve, como regra, tomar o cuidado de ingerir alimentos muito leves à noite ou até mesmo de evitar qualquer alimento. Além do gengibre descrito acima, ele deve utilizar alguns outros estimulantes da digestão como Piper nigrum e Piper longum. Uma sobrecarga menor sobre as enzimas responsáveis pela digestão e as enzimas responsáveis pelo metabolismo é melhor para o paciente com asma. Os horários de alimentação e a qualidade dos alimentos que ele necessita devem ser adequados, e sempre que possível, de fácil digestão e metabolismo.

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Por que evitar a coalhada e o iogurte? A coalhada ou o iogurte são considerados

abhisyandhi, ou seja, obstruem os canais de circulação. O Ayurveda portanto, proíbe o uso de coalhada ou iogurte à noite mesmo para pessoas saudáveis. À noite, o processo de circulação

torna-se muito lento por causa da inatividade geral e a ingestão da coalhada ou iogurte pode posteriormente tornar lenta a circulação, bloqueando o processo de nutrição do corpo. Isto também causa distúrbios no sono. Mesmo que a coalhada ou o iogurte sejam muito benéficos para o estômago, eles agem como um veneno para os pacientes com asma, nos quais o processo de circulação já é mais lento, e como resultado disto ocorre a inflamação e os espasmos ou a constrição nos tubos bronquiais. Portanto, eles são estritamente proibidos.

Banana madura é um veneno para asmáticos

A banana madura é um alimento nutritivo, mas para os asmáticos ela age como um veneno, porque é difícil de digerir e produz mais kapha ou fleuma. Como é considerada um alimento pesado, produz uma grande quantidade de resíduos, tanto do trato gastrointestinal como nos tecidos; e como possui propriedades produtoras

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de fleuma, causa mais espasmos ou constrição nos tubos bronquiais. O paciente luta para eliminar a fleuma de seus pulmões através da tosse, mas conseqüentemente à constrição dos tubos, ele é incapaz de eliminá-la. Portanto, o paciente sofre de um desconforto agonizante. Algumas espécies de bananas verdes cruas são, no entanto, exceções. Elas podem ser ingeridas como vegetais sem produzir maiores problemas.

Bebidas frias e sucos de frutas ácidas Para a pessoa saudável, bebidas frias,

sorvetes e sucos de frutas são refrescantes e nutritivos. Mas para os asmáticos, estes produtos causam muito sofrimento por causa de sua propriedade de produzir inflamações e constrição dos tubos bronquiais. Isto se deve à supressão do poder digestivo e metabólico produzido por estes produtos, resultando na formação de mais ama (produtos derivados da digestão e do metabolismo inadequados). O paciente deve, portanto, evitar absolutamente as bebidas frias, o sorvete e o suco de frutas, particularmente o suco de frutas cítricas, se ele quiser ser curado da asma.

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Paz mental, condição imprescindível

Os processos de digestão e metabolismo

são intimamente relacionados com as atividades mentais. Qualquer forma de tensão mental – ansiedade, preocupação, medo e stress emocional – afeta tanto a digestão como o metabolismo. Este fator, no atual estado da sociedade civilizada, é geralmente ignorado. As pessoas são levadas a acreditar que a mente é inteiramente diferente do corpo, e isto não é correto. Quase todos os pacientes com asma – mesmo pacientes jovens – sofrem de tensão mental e stress emocional. A causa exata do stress e da tensão deve ser localizada e removida. A falha na remoção destes fatores resultará em que o paciente viverá com crises de asma, seguidas por períodos de supressão dos sintomas sob a ação de broncodilatadores. Muitos métodos descritos no yoga ajudam a manter a tranqüilidade mental. O melhor método talvez seja o pranayama que é geralmente e erroneamente traduzido como “exercícios respiratórios”. No pranayama, a pessoa inala, retém o ar e exala na razão 1 : 2 : 4, ou seja, o tempo de inalação deve ser 1, o tempo para reter o ar é 2 e o tempo para exalação deve ser de 4.

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Esta é a regra geralmente seguida. Há, no entanto, muitas exceções que podem ser aprendidas de um yogi experiente. Dependendo do vigor do paciente, isto por ser feito por um, dois e quatro minutos ou por dois, quatro e oito minutos. Durante este processo, no qual cada etapa é conhecida na terminologia yogi como puraka, kumbhaka e recaka pranayama, a mente do paciente deve concentrar-se em um determinado ponto do corpo, de preferência próximo ao coração e ele deve tentar evitar qualquer distração da mente. Se isto é praticado regularmente, depois que os intestinos estiverem limpos e o estômago estiver vazio, duas a três vezes por dia, proporcionar-se-á imensa tranqüilidade mental para o paciente, possibilitando-o a dominar o stress e a tensão e portanto combater as crises de asma com sucesso. Há muitos outros métodos de praticar pranayama mas este método simples é um complemento muito bom para a medicação e dietas prescritas para asmáticos.

Regras dietéticas

Além de saber o que deve comer, é

importante para um asmático saber como e quando ele deve comer. A civilização de hoje tem tornado a vida do homem muito mecânica. Ele

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come e bebe em intervalos irregulares. Os horários de refeição não são fixos. Algumas vezes, por causa da pressão do trabalho, ele é incapaz de ingerir suas refeições nos horários certos; outras vezes, por causa de suas obrigações sociais, ele precisa comer e beber mesmo que não queira. Alimentos na forma de aperitivos e bebidas são consumidos a toda hora, independente do momento ou da ocasião. Isto é muito prejudicial, mesmo para pessoas saudáveis. Para asmáticos, refeições irregulares e aperitivos devem ser estritamente proibidos.

A forma como o paciente se alimenta é igualmente importante. Na mesa de jantar, onde toda a família supostamente se alimenta junto, particularmente durante o café da manhã e o jantar, uma atmosfera de paz raramente prevalece. O local onde as refeições são feitas é geralmente um palco de discussões no mundo todo, variando da política aos crimes sociais. Estas discussões afetam tanto os participantes da discussão como os não participantes, por causa do efeito que produz na mente. A digestão e os processos metabólicos são seriamente afetados. Isto é responsável por muitas doenças humanas. Portanto, uma pessoa saudável e muito mais aquela que sofre de asma, deve sempre tentar manter uma atmosfera pacífica na mesa de jantar. É melhor comer silenciosamente e deixar

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algum tempo livre para discussões com amigos e familiares sobre assuntos de negócios e problemas sociais ou domésticos.

A televisão, o rádio e o telefone têm agravado este problema. É costume assistir televisão ou ouvir o rádio e atender o telefone enquanto se alimenta. A sala de jantar deve estar absolutamente livre destes aparelhos. Os pacientes que sofrem de asma devem evitar este costume radicalmente e organizar-se para atender aos chamados telefônicos apenas depois que a refeição tenha terminado.

Uso regular de drogas preventivas

Como foi descrito anteriormente, o estado

harmonioso dos três doshas, denominados vayu, pitta e kapha, sofre algumas alterações durante as diferentes estações do ano, durante diferentes horas do dia e da noite, durante as diferentes fases da vida e também durante os diferentes estágios do processo digestivo do alimento. Se estes distúrbios são conservados dentro de certos limites, o corpo tem o poder de restaurar a normalidade sem qualquer dificuldade. Mas, quando isto excede um certo limite, o paciente sofre de vários tipos de doenças. Para conservar estes três doshas em uma condição adequadamente harmoniosa, é necessário utilizar

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algumas plantas medicinais ou especiarias regularmente, juntamente com diferentes veículos nas diferentes estações do ano. Uma destas plantas é haritaki (Terminalia chebula). A forma de administrar esta erva nas diferentes estações está descrita na seção das monografias destinada à ela. O uso regular de haritaki é muito útil para pessoas normais em geral e para asmáticos em particular.

Açafrão – uma panacéia universal Como já descrito, a alergia representa um

papel importante na causa e no desencadeamento das crises de asma (apesar de ser considerada um fator causal secundário pelo Ayurveda). A asma, geralmente, tem início ou está associada à rinite ou inflamação, assim como congestão da membrana mucosa do nariz. O paciente tem alguns acessos de espirros e conseqüentemente, o nariz escorre e os olhos lacrimejam. Este problema se difunde para a garganta e depois para os tubos bronquiais, causando a asma. O açafrão age tanto como curativo como preventivo para esta doença.

Como preventivo, o paciente pode usar, regularmente, uma colher de chá do pó de açafrão misturada com duas colheres de chá de mel, duas vezes ao dia, em jejum. Ele pode utilizar também, uma colher de chá de açafrão,

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misturada com uma xícara de leite morno, duas vezes ao dia. Se for usado antes ou no início de um problema nasal, a crise pode ser evitada.

Usar o açafrão desta mesma maneira durante uma crise reduzirá a intensidade ou o caráter agudo da crise e o alívio virá mais rapidamente.

Dieta e bebidas Como já foi discutido, o paciente deve

ingerir uma dieta muito leve, especialmente à noite. Ele deve evitar o arroz e em seu lugar usar o trigo. A farinha de trigo refinada, no entanto, não é aconselhável pois torna-se um pouco constipante. Pacientes asmáticos devem comer pão com farinha integral, milho, jawar (Sorghum vulgare)2 e bajra (Pennisetum glaucum)3 que são muito úteis. Coalhadas devem ser evitadas. Alimentos fritos devem ser afastados. Bananas maduras, laranjas, limões, bebidas frias, suco de frutas azedas, frutas azedas e picles não devem ser ingeridos. Vegetais constipantes como batatas, arbi (colocasia)4 e legumes de diferentes

2 Sorghum vulgare, Pers., conhecido popularmente como “maçambará”, “milho da guiné”, “sorgo de espiga”, “milho-zaburro”. 3 Pennisetum glaucum, R.Br., conhecido popularmente como “capim-tinga”, “capitinga”, “rabo-de-raposa”. 4 Colocasia esculenta é um vegetal folhoso comestível, na Índia, após preparo com técnicas adequadas.

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tipos são prejudiciais para o paciente. Carne branca, carne vermelha e peixe em pequenas quantidades podem ser ingeridos; peixes do mar e ovos devem ser evitados. Alho, gengibre, assa-fétida, sementes de cominho, açafrão, Piper longum, pimenta preta, cardamomo, canela e cravo-da-índia são recomendados. O leite de vaca é preferível ao leite de búfala. O leite de cabra é muito útil para asmáticos. Meia colher de chá de Piper longum ou de gengibre adicionada ao leite, ao chá ou ao café antes de ferver ou coar também é aconselhável.

Bebidas alcoólicas podem ser utilizadas com moderação, mas o gelo deve ser evitado e as bebidas devem ser copiosamente diluídas. Como já foi citado, a coalhada e o iogurte devem ser estritamente evitados.

A exposição ao vento frio, chuvas, poeira e fumaça deve ser evitada. Dentre os vegetais, o espinafre, a melancia-da-Ásia, a abóbora, uma espécie de banana verde e o mamão papaia verde ou maduro são recomendados. O paciente deve fazer exercícios leves preferencialmente aqueles prescritos no yoga.

Medicamentos Na próxima seção, onze plantas medicinais

selecionadas são descritas com especial referência às suas propriedades antiasmáticas.

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Elas têm sido empregadas na Índia e em seus países vizinhos há milhares de anos. Hoje, os médicos ayurvédicos usam estas plantas e suas preparações com sucesso considerável e sem quaisquer efeitos adversos. Não são apenas estas as drogas antiasmáticas no arsenal do Ayurveda. Foram escolhidas e são recomendadas aqui por sua popularidade e excelência terapêutica. Há uma explicação racional com relação ao modo de ação destas drogas sobre o corpo do paciente na cura de diferentes tipos de asma. Tais detalhes foram evitados aqui intencionalmente tendo em vista a necessidade de manter este volume com um número reduzido de páginas.

Muitas preparações compostas destas ervas são descritas nos clássicos ayurvédicos e comercializadas por um grande número de fabricantes. Para complementar o efeito destas drogas, para torná-las mais saborosas, para tornar seus efeitos multidimensionais e para aumentar sua validade, muitas outras drogas são adicionadas e as preparações são feitas de acordo com diferentes processos farmacêuticos. Diferentemente da medicina moderna, nestas preparações compostas nenhuma substância química sintética é adicionada. Apenas simples extratos ou a planta bruta são utilizados. Algumas

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preparações compostas importantes estão citadas no final de cada monografia deste livro.

Os pacientes podem usar estas plantas e suas preparações com segurança segundo as linhas sugeridas nestas monografias. Elas não pretendem simplesmente dar alívio aos sinais e sintomas manifestados pela asma e pela bronquite, mas também produzem bons efeitos sobre o cérebro para finalmente arrancar pela raiz tais doenças. Todas as formulações possuem uma larga margem de segurança e mesmo se consumidas em doses mais elevadas do que as prescritas para propósitos terapêuticos, não podem produzir efeitos adversos. Ao invés de efeitos colaterais tóxicos, estas drogas produzem efeitos colaterais benéficos. Elas podem ser utilizadas por pessoas saudáveis e por pacientes. Em pessoas saudáveis, estas plantas previnem a ocorrência destas doenças. Em pessoas doentes, curam as doenças e tornam o corpo imune a ataques futuros pelas mesmas.

Estas plantas possuem muitos outros efeitos terapêuticos. Mas para não nos afastarmos demais do contexto, apenas as propriedades que agem contra a asma e a bronquite foram descritas com alguns detalhes, deixando outros aspectos destas ervas apenas citados.

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Uma vez que não produzem efeitos adversos, não há um prazo fixado para o curso do tratamento com estes fitoterápicos para asma e bronquite. Elas podem ser empregadas seguramente até que o paciente se torne absolutamente livre das doenças e mesmo durante alguns dias após, para prevenir sua recorrência. Todas estas drogas agem principalmente no sítio original da asma, ou seja, o estômago e os intestinos. Eles agem simultaneamente corrigindo os canais de circulação, auxiliando na remoção de produtos residuais do corpo e corrigindo o sítio de manifestação da doença, ou seja, os pulmões. Todas estas plantas possuem efeitos antialérgicos e são broncodilatadoras. Todas elas liqüefazem o muco e reduzem o acúmulo de fleuma nos brônquios, ajudando assim na expectoração. Seu efeito remove o processo inflamatório dos brônquios, promove a circulação nos alvéolos e tonificam a musculatura dos pulmões. Portanto, mesmo em pessoas mais velhas, que já apresentam enfisema e bronquiectasias, estas plantas produzem considerável alívio; e se utilizadas por um período prolongado, podem ainda curar estas deformidades físicas.

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FITOTERÁPICOS

Adhatoda vasica (Vasaka)

Sinônimos Árabe: Adhatudah; Bengali: Bakas, Vasaka;

Butanês: Ba sa ka; Birmanês: Mesan-bin; Inglês: Malabar nut; Francês: Noyer de malabar, Carmantine; Alemão: Malabaris chenuss; Hindi: Adalsa, Arusa; Italiano: Justicia arbonescente; Nepalês: Alesi, Kath; Persa: Bansa; Sânscrito: Simhaparni, Vasaka, Vasa, Singalês: Agaladara, Waranala; Urdu: Arusa.

Partes utilizadas A planta inteira, inclusive suas folhas, flores

e raiz são utilizadas na medicina. Habitat Cresce espontaneamente nos vales e áreas

montanhosas das regiões tropicais e subtropicais. Também cresce como cerca viva.

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Adhatoda vasica (Vasaka)

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Descrição É uma planta cerrada com cerca de 1,2 a

1,8 m. de altura. As folhas são largas, pontiagudas na extremidade, lisas na face anterior, ligeiramente ásperas na face posterior e de coloração verde amarelada ou verde escura. As flores são brancas, violetas ou cor-de-rosa. As pétalas são arranjadas de tal maneira que as flores se assemelham a boca de um leão, sendo por isso conhecida como simha mukhi (simha = leão, mukhi = face). As flores aparecem geralmente durante os meses de outubro a novembro5.

Usos terapêuticos A planta liqüefaz a fleuma ou muco, ajuda a

remover este muco do pulmão e facilita a respiração. É, portanto, muito utilizada no tratamento da tosse e da asma. É administrada também no tratamento de hemorróidas (sangramentos), icterícia, febre, vômitos, doenças da pele, constipação, tuberculose, doenças urinárias e sangramentos por diferentes partes do corpo, especialmente menorragia.

Método de preparação e modo de usar

5 Outubro e Novembro correspondem ao segundo mês do Outono no calendário Hindu.

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Vasaka (Adhatoda vasica) é utilizada na forma de pasta, suco, pó, decocção, xarope, ghee6 medicinal (ghrta) e vinho medicinal (arista). Como suas folhas não são suculentas, deve ser adicionado na preparação da pasta ou do suco um pouco de água.

As folhas devem ser colocadas a secar na sombra antes de serem transformadas em pó; a exposição ao sol durante a secagem reduz sua eficácia terapêutica. Como é amarga, é aconselhável o uso da pasta, do suco ou do pó desta planta juntamente com mel. Para obter melhores resultados em casos de tosse e sintomas da asma, o pó de Piper longum (2 g.) ou o suco de gengibre (2 ml.) devem ser adicionados.

Dose Pasta, suco ou pó: Uma colher de chá (5 ml.

ou 5 g.), três vezes ao dia, com igual quantidade de mel ou açúcar é a dose recomendada.

6 N. do T.: Manteiga purificada. Na sua preparação, a manteiga de leite de vaca é colocada em uma panela e aquecida em fogo brando até que se derreta. A manteiga é coada em um pano fino (tipo musselina) e a parte branca é assim separada da manteiga. Esta manteiga purificada pode ser utilizada normalmente na culinária ou nas preparações medicinais.

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Decocção: Uma colher de sopa (15 ml.), três vezes ao dia, com uma colher de chá (5 g.) de açúcar.

Estas preparações podem ser administradas seguramente por períodos prolongados, tanto para adultos como para crianças.

Preparações 1. Vasavaleha 2. Vasaghrta 3. Vasakarista

Nota Como seu sabor é amargo, a planta pode

causar náuseas. Portanto, uma pequena quantidade de mel pode ser adicionado como descrito acima.

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Clerodendrum serratum (Bhargi)

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Clerodendrum serratum (Bhargi)

Sinônimos Bengali: Vaman hati; Birmanês: Baikyo,

Bebya; Hindi: Barangi, Bharangi; Nepalês: Andekhi. Chua; Sânscrito: Bharngi; Singalês: Kenhenda; Urdu: Bharangi.

Partes utilizadas A raiz, a casca do caule e as folhas desta

planta são utilizadas como medicamento. Habitat Bhargi (Clerodendrum serratum) cresce

espontaneamente nas florestas tropicais. Às vezes, é cultivada em jardins para fins ornamentais.

Descrição O arbusto possui 2 a 3 m. de altura, com

ramos quadrangulares. Suas folhas são elípticas com extremidades pontiagudas. Sua borda é serrilhada. A folha possui 12 a 15 cm. de comprimento por 5 a 6 cm. de largura. As flores

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são numerosas, azul-escuras e púrpuras e possuem uma penugem.

Usos terapêuticos Bhargi (Clerodendrum serratum) é

extensivamente utilizada no tratamento da tosse, da asma e infecções catarrais dos pulmões. É útil também no tratamento de distúrbios gástricos, infecções parasitárias, febres, tumores, inflamações, soluços, emagrecimento, tuberculose, epilepsia, febres e sensação de queimação.

Método de preparação e modo de usar O pó preparado com as folhas da bhargi

(Clerodendrum serratum) é aplicado externamente no tratamento de ulcerações e feridas. Internamente, é utilizada na forma de pasta, suco, pó, decocção e xarope.

Pasta A folha, a raiz ou a casca do caule são

coletados, lavados e depois transformados em pasta através da adição de um pouco de água. Esta pasta é aplicada externamente sobre lesões e internamente, para asma e bronquite. A pasta também é aplicada sobre nódulos tuberculosos.

Suco O suco é geralmente extraído de folhas

verdes frescas. As folhas devem ser embebidas

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em água por algum tempo e transformadas em pasta adicionando-se um pouco mais de água. É coada através de um pano para extrair o suco. Este suco também pode ser utilizado externamente para bronquite, asma, emagrecimento, tuberculose e epilepsia.

Pó A raiz e a casca do caule são geralmente

administradas na forma de pó. São colocadas para secar totalmente e depois são trituradas até formarem um pó com auxílio de um pilão. Este pó é utilizado extensivamente no tratamento da bronquite, da asma e das febres.

Decocção A decocção é preparada a partir da raiz ou

da casca do caule que são trituradas até se transformarem em um pó áspero. Uma colher de chá deste pó é fervido em duas xícaras de água e reduzidas a um quarto da quantidade inicial. A decocção é coada e as partículas do pó são desprezadas. Esta decocção é um potente expectorante e broncodilatador.

Xarope Uma igual quantidade de açúcar e o dobro

da quantidade de água são adicionados ao pó da raiz e da casca do caule e fervidos em fogo moderado até a consistência de um xarope. A esta mistura, adiciona-se 5 % de cravos-da-índia, cardamomo, noz moscada, canela, Piper longum,

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gengibre e pimenta preta. Este xarope é geralmente administrado no tratamento da bronquite crônica e da asma crônica com bronquite e enfisema.

Dose Pasta: Uma colher de chá (5 g.), três vezes

ao dia, com mel. Suco: Duas colheres de chá (10 ml.), três

vezes ao dia, com mel, açúcar ou açúcar mascavado indiano.

Pó: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com mel.

Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, em jejum, com mel, açúcar ou açúcar mascavado indiano.

Xarope: Duas colheres de chá (10 ml.), duas vezes ao dia, com mel.

Preparações 1. Bharngyadi kvatha

2. Bhargi guda 3. Bhargyavaleha

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Curcuma longa (Haridra)

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Curcuma longa (Haridra)

Sinônimos Árabe: Aquid hindi, Kurkum; Bengali: Halud,

Haldi, Pitras; Birmanês: Hsan wen, Tanun; Inglês: Turmeric; Francês: Curcuma, Safrandes indes; Alemão: Bilburir Zei; Hindi: Haldi; Italiano: Curcuma lunga; Malaio: Kooneit; Nepalês: Kalo haledo; Persa: Dar-adi; Sânscrito: Haridra, Rajani, Nisha; Singalês: Kaha; Urdu: Halodi; Português: Açafrão.

Parte utilizada O rizoma é utilizado como medicamento. Habitat Haridra (Curcuma longa) é cultivada em

todas as regiões tropicais.

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Descrição É uma erva comum, cerca de 60 cm. de

altura com folhas largas e alongadas. As flores aparecem na estação chuvosa.

Usos terapêuticos Externamente, é utilizada no tratamento de

escabiose, pruridos, lesões bolhosas, abscessos e doenças oculares. Internamente, é utilizada no tratamento da asma, da tosse, do resfriado, da febre (especialmente para mães no período pós-parto), doenças crônicas de pele, urticária, icterícia, constipação e infestação parasitária. É freqüentemente utilizada como um suplemento alimentar e invariavelmente adicionado ao pó de curry.

Método de preparação e modo de usar Para uso externo, o rizoma desta planta é

seco e triturado até se transformar em pó. Uma pasta é preparada pela trituração deste pó com um pouco de água. Esta pasta de açafrão é aplicada externamente e friccionada sobre a pele afetada. Para se obter melhores resultados, folhas de neem (Azadirachta indica) são adicionadas com o açafrão, em quantidades

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iguais, e ambos são triturados até formarem uma pasta. Se a pele é seca, um pouco de óleo de mostarda é adicionado à pasta antes da aplicação. Nos casos de secreções oculares, uma colher de chá de açafrão em pó é adicionada a uma xícara de água, misturados bem e a solução é filtrada através de um tecido fino tipo musselina. Esta água é aplicada nos olhos com um conta-gotas.

A pasta e o pó de açafrão são administrados internamente. Como possuem sabor amargo, é melhor que seja adicionada uma pequena quantidade de açúcar, mel ou açúcar mascavado indiano. No tratamento da asma e da bronquite, são administrados com mel e suco de gengibre. A adição da pasta ou do pó de Piper longum (um quarto da quantidade) aumenta sua propriedades broncodilatadoras e expectorantes.

Na asma e na bronquite crônica associada à eosinofilia, o pó de açafrão é aquecido em uma panela com uma pequena quantidade de manteiga de leite de vaca ou ghee. O pó deve tornar-se um pouco marrom, mas não deve torrar. Este pó torrado é conservado em um recipiente hermeticamente fechado e administrado ao paciente nas doses recomendadas.

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Dose Pasta e pó: Uma colher de chá (5 g.), três

vezes ao dia. Este pó deve ser misturado com leite morno ou com água morna. Pode ser adicionado um pouco de açúcar.

Pó torrado de açafrão: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com água quente ou mel.

Preparação 1. Haridra khanda

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Ephedra vulgaris (Somalata)

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Ephedra vulgaris (Somalata)

Sinônimos Inglês: Ephedra; Chinês: Ma Huang;

Japonês: Ma-oh, Mupen. Partes utilizadas A planta inteira é utilizada na medicina. Habitat Cresce em regiões secas, temperadas e

alpinas das montanhas do Himalaia, a uma altitude de 2100 a 4800 m.

Descrição Somalata (Ephedra vulgaris) é um arbusto

quase ereto, de tamanho variável, mas não excedendo algumas polegadas. Seus ramos estão dispostos em espirais e são de coloração verde-escura, de formato cilíndrico, estriados e freqüentemente curvados. Os frutos são ovóides, vermelhos, doces e comestíveis. Os rizomas são largos e do tamanho de uma bola de futebol.

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Usos terapêuticos É geralmente utilizada no tratamento da

asma e da bronquite. É administrada no tratamento da rinite, do resfriado, da sinusite e da febre do feno.

Método de preparação e modo de usar Somalata (Ephedra vulgaris) é geralmente

administrado na forma de pó, decocção ou chá. Para preparar a decocção, adiciona-se uma colher de chá do pó a uma xícara de água, fervida e reduzida a um quarto da quantidade inicial. A solução é coada, os resíduos são desprezados e a decocção é utilizada na medicina.

O chá de somalata é preparado derramando-se água fervida sobre meia colher de chá do pó e meia colher de chá das folhas. Adiciona-se a este líquido, leite e açúcar, de acordo com a preferência do paciente.

Uma colher de chá do pó é adicionada a uma xícara de leite e quatro xícaras de água. A solução é fervida até que se reduza a um quarto da quantidade inicial. Os resíduos são desprezados depois de coados e o leite fervido é administrado ao paciente com um pouco de açúcar.

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A decocção, segundo o método de preparação descrito acima, pode ser posteriormente fervida em fogo lento. Quando tornar-se semi-sólida, o recipiente é retirado do fogo e exposto ao sol para que um pouco mais de água se evapore. Desta pasta semi-sólida são preparadas pílulas de 250 mg. cada.

Dose

Pó: Meia colher de chá, três vezes ao dia, misturado com mel. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), três vezes ao dia, com um pouco de açúcar. Preparação láctea: Uma xícara, três vezes ao dia. Pílulas: Duas pílulas, três vezes ao dia, com qualquer bebida quente. Preparação

1. Somalatadi curna 2. Somalata ghana vati

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Inula racemosa (Puskara mula)

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Inula racemosa (Puskara mula)

Sinônimos Árabe: Rasan, Zanjabileshami, Kust;

Bengali: Pushker mula; Butanês: Ru ta; Inglês: Urris root; Francês: Lis sauvage, Flambe, Costus elegant; Alemão: Blarweiris, Deutsche lisch, Practige kostwurz; Hindi: Pohkaramula; Italiano: Azurro, Iride ralvatica; Persa: Gharsa, Pilgush; Nepalês: Kudh; Sânscrito: Puskaramula, Pauskara; Singalês: Godanahanela; Urdu: Rasan.

Parte utilizada A raiz é utilizada nas preparações

medicinais. Habitat Puskara mula (Inula racemosa) cresce nos

declives úmidos do norte do Himalaia, em uma altitude de 2.500 a 3.000 m. Também é cultivada.

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Descrição É um arbusto ereto, erva perene de 1 a 2 m.

de altura. A raiz é grande e cresce até 60 cm. de comprimento, possuindo um odor penetrante característico. As flores e as frutas aparecem no Outono.

Usos terapêuticos Externamente, é utilizada no tratamento de

luxações e contusões. Internamente, é empregada no tratamento

de tosse, asma, ulceração na garganta e faringite. É administrada também no tratamento das doenças de pele, doenças do coração, doenças do fígado, resfriados, mal-estar, febre e convulsões.

Modo de usar O pó ou a pasta feitos da raiz são aplicados

externamente para o tratamento das contusões. A raiz desta planta é empregada

internamente na forma de pó ou como chá. É ligeiramente amarga e penetrante no sabor. Portanto, pequenas quantidades de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel podem ser adicionadas antes da administração.

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Dose Pó: Uma grama, três vezes ao dia. Chá: Meia colher de chá (2,5 g.) do pó deve

ser adicionada a uma xícara de água, três vezes ao dia, com leite e açúcar a gosto.

Preparação 1. Puskaramuladi curna 2. Puskaradi curna

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Piper longum (Pippali)

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Piper longum (Pippali)

Sinônimos Árabe: Darjilfil, Erqedh dhahab; Bengali:

Piplamul, Pipli; Butanês: Pi pi lin; Birmanês: Peikchin, Peik-khyen; Inglês: Long Pepper; Francês: Poivre long; Alemão: Langer Pfeffer; Grego: Peperimakron; Hindi: Pipal, Pipar; Italiano: Pepe lungo, Alberodelpepe; Nepalês: Pipal, Piplamol; Persa: Pilpil, Pipal; Singalês: Tippili; Sânscrito: Pippali, Capala, Krsna; Urdu: Pipul.

Partes utilizadas A fruta e a raiz são utilizadas na medicina. Habitat Pippali (Piper longum) cresce naturalmente

nos vales montanhosos e nas áreas costeiras das regiões tropicais e subtropicais. É também cultivada em algumas destas áreas.

Descrição Pippali (Piper longum) é uma trepadeira

delgada, aromática, com raízes lenhosas

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perenes. Os frutos são ovóides, alaranjados (marrom escuros quando secos) e encaixados em espinhos carnosos. Os espinhos que são vendidos nos mercados são geralmente colhidos em Janeiro7. Na variedade selvagem, as flores aparecem na estação chuvosa e as frutas no Outono. Tanto a variedade cultivada como a selvagem são empregadas na medicina. Suas raízes, também utilizadas em medicamentos, são denominadas pippali mula.

Usos terapêuticos É empregada no tratamento da tosse,

resfriado, asma, amigdalite e faringite. É utilizada também no tratamento das náuseas, distúrbios menstruais, gota, epilepsia, flatulência, dor em cólica, doenças do baço e do fígado, cefaléia, insônia e tuberculose.

Modo de administração Geralmente, a fruta seca juntamente com os

espinhos são utilizados na forma de pó ou de pasta. Este pó também é utilizado na preparação da decocção e do chá. Na preparação do chá, adiciona-se uma colher de chá do pó (5 g.) a uma xícara de água fervente.

7 Final do Inverno no calendário Hindu.

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Seu sabor é penetrante, portanto, um pouco de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel é adicionado ao pó ou à pasta para torná-lo mais saborosos.

O pó é fervido com leite ou então adicionado ao chá comum e ingerido.

Para cefaléia e insônia, a raiz é administrada na forma de pó.

Pippali Rasayana Pippali (Piper longum) é administrado para

promover o rejuvenescimento do corpo, especialmente de pacientes que sofrem de asma crônica com enfisema e bronquiectasia, além de ser utilizado também em casos de tuberculose. Muitos métodos são seguidos pelos médicos na prática da terapia de rejuvenescimento. Pippali também é processada de diferentes maneiras. Mas é comumente utilizada em forma de pó e administrada juntamente com leite ou açúcar. Na terapia de rejuvenescimento, uma variedade menor da pippali é utilizada por ser mais benéfica. Cinco frutas da pippali são administradas no primeiro dia. Depois, a quantidade é aumentada em mais cinco frutas a cada dia, até o décimo dia. Depois do décimo dia, quando o paciente estará ingerindo 50 frutas, diminui-se 5 frutas a cada dia, por mais dez dias. O tratamento dura vinte dias e, no total, o

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paciente terá consumido 500 frutas de pippali. Esta terapia pode ser repetida duas a três vezes com um intervalo de dez dias entre cada uma.

Dose Pó ou pasta da fruta e espinhos: Uma

colher de chá (5 g.), três vezes ao dia. Chá: Uma xícara, três vezes ao dia, com

açúcar e leite de acordo com a preferência. Uma colher de chá (5 g.) do pó pode ser adicionada ao chá comum e ingerido três vezes ao dia.

Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), três vezes ao dia, com um pouco de açúcar mascavado indiano ou açúcar, para melhorar o sabor.

Pó da raiz: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com açúcar mascavado indiano.

Preparações 1. Pippali khanda 2. Pippalyasava

3. Kanadi curna 4. Vyosadi vati 5. Catuhsasti prahari pippali

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Rhus succedanea (Karkata srngi)

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Rhus succedanea (Karkata srngi)

Sinônimos Inglês: Galls, Crab’s claw; Japan’s wax tree;

Hindi: Kakra singi, Kakarsing; Nepalês: Ranivalai; Sânscrito: Karkata srngi.

Parte utilizada As vesículas são utilizadas como

medicamento. Habitat Karkata srngi (Rhus succedanea) cresce

espontaneamente no Himalaia em altitude de 600 a 2.500 m.

Descrição É um arbusto ou pode chegar a uma árvore

de 15 m. de altura. A casca é fina, escura e áspera. As folhas amontoam-se no final dos ramos. Vesículas semelhantes a chifres são formadas por certos insetos sobre seus ramos. Estas vesículas são geralmente utilizadas na

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medicina tradicional. A cera coletada da fruta e das vesículas desta árvore também é extensamente comercializada.

Usos terapêuticos As vesículas são úteis na asma, tosse e

tuberculose. Também são administradas na diarréia, disenteria, perda de apetite, irritação gástrica, febre, sangramento das gengivas e vômitos. Externamente, elas são empregadas no tratamento da psoríase e do eczema. Estas vesículas são especialmente utilizadas para o tratamento da bronquite, asma e diarréia em crianças.

Método de preparação e modo de usar É aplicada externamente na forma de pasta

no tratamento de eczemas e psoríase. Para sua preparação, o pó das vesículas é adicionado a um pouco de água e triturado.

Internamente, é administrado na forma de pó ou decocção. Na preparação da decocção, uma colher de chá do pó das vesículas (15 g.) é adicionada a duas xícaras de água e a solução é fervida até que permaneça apenas um quarto da quantidade inicial.

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Dose Pó: 1 a 2 g., três vezes ao dia, com 1 a 2

colheres de chá de mel. Para as crianças, administra-se uma dose de 250 mg., três vezes ao dia, com mel ou leite.

Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), três vezes ao dia.

Preparações 1. Srngyadi curna 2. Karkatadi curna 3. Bala caturbhadra

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Solanum xanthocarpum (Kantakari)

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Solanum xanthocarpum (Kantakari)

Sinônimos Árabe: Badankare, Badanjankare; Bengali:

Kantakari; Butanês: Kanta kari; Inglês: Yellow berried nightshade; Hindi: Kateri, Katai; Italiano: Bondue, Niceheri; Nepalês: Kantakari; Persa: Badanaganedashti; Sânscrito: Kantakari, Kantakini, Bahukanta; Singalês: Ellabattu, Kattuvelbattu; Urdu: Katilla, Bhakkatiya.

Partes utilizadas Toda a planta é utilizada como

medicamento. Habitat Cresce nas florestas e terras secas das

regiões tropicais e subtropicais. Descrição Kantakari (Solanum xanthocarpum) é uma

erva espinhosa com cerca de 30 cm. de altura. As folhas são ovais com margens irregulares e

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espinhos no face dorsal. As flores são geralmente azuis e ocasionalmente brancas. As frutas são arredondadas como pequenas beringelas, verdes quando não maduras e amarelas depois que amadurecem. As flores e as frutas aparecem no verão.

Usos terapêuticos É utilizada no tratamento da tosse e da

asma. É empregada também na febre, no resfriado, doenças urinárias, vômitos, ulcerações na garganta e dor de dente.

Modo de administração A planta inteira é utilizada na forma de pó

ou decocção. Como seu sabor é amargo, pode ser

adicionado um pouco de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel ao pó ou à decocção antes de administrar.

Dose Pó: 2 a 3 g., três vezes ao dia. Decocção: 30 ml., três vezes ao dia. Preparações 1. Nidigdhikadi kvatha 2. Vyaghri haritaki 3. Kantakari panaka

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Solanum indicum (Brhat)

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Solanum indicum (Brhati)

Sinônimos Bengali: Byakur, Gurkamai; Inglês: Indian

nightshade; Hindi: Barhanta, Barhata; Nepalês: Bihi; Persa: Badengawejangali, Ustargar; Sânscrito: Brhati, Akranta, Vyaghri; Singalês: Tibbatu; Urdu: Janglibingan.

Partes utilizadas A planta inteira é utilizada como

medicamento. Habitat Brhati (Solanum indicum) cresce nas

regiões tropicais e subtropicais em elevações de 1.500 m. de altitude.

Descrição É uma erva espinhosa muito comum, com

cerca de 1,5 m. de altura. Seu tronco possui muitos ramos, cheios de espinhos. As folhas são largas; as flores são azuis e as frutas são avermelhadas quando novas ou amarelo-escuras. Estas frutas possuem 8 mm. de diâmetro. As

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sementes são lisas e cheia de minúsculas perfurações.

Usos terapêuticos É utilizada no tratamento da asma e da

tosse. Sua raiz é carminativa (reduz gases intestinais) e é expectorante. É empregada também nos distúrbios urinários, na flatulência, na rinite crônica e dor de dentes.

Modo de administração É administrada tanto na forma de pó como

na forma de decocção. Para preparar a decocção, uma colher de chá (5 g.) do pó é fervido com duas xícaras de água até que a quantidade inicial se reduza a um quarto.

Como é amarga no sabor, o pó e a decocção desta planta devem ser administrados após adição de um pouco de açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel.

Dose Pó: 2 a 3 g., três vezes ao dia. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),

três vezes ao dia. Preparações 1. Brhatyadi kvatha 2. Dasamularista

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Terminalia belerica (Bibhitaki)

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Terminalia belerica (Bibhitaki)

Sinônimos Árabe: Balilag, Batilaj; Bengali: Bahera,

Buhuru; Birmanês: Bankha, Phanga; Inglês: Belleric myrobalan, Bedda nuts; Francês: Beleric myrobalan, Badamie belleric; Alemão: Myrobalanenbaum; Hindi: Bahera, Bharla; Italiano: Mirobalano; Nepalês: Barra; Persa: Balela, Balilah; Sânscrito: Bibhitaka, Aksa, Kalidruma; Singalês: Bulu, Bulugaha; Urdu: Behera.

Parte utilizada A raiz é utilizada como medicamento. Habitat Bibhitaki (Terminalia belerica) é

naturalmente encontrada nas florestas tropicais e subtropicais.

Descrição É uma árvore com cerca de 18 a 20 m. de

altura. As folhas possuem 7,5 a 10 cm. de

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comprimento e de 5 a 8 cm. de largura. As frutas possuem 2,5 cm. de comprimento. Elas possuem uma casca peluda e marrom. A polpa é marrom escura.

Usos terapêuticos É utilizada no tratamento da bronquite,

amigdalite, faringite, laringite e asma brônquica. É empregada também no tratamento das doenças oculares, doenças dos cabelos, parasitoses, cálculos no trato urinário, disenteria, constipação, diarréia crônica, ulcerações, febre, doenças urinárias, hemorróidas e picadas de escorpião.

Método de preparação e modo de usar É administrada tanto internamente como

externamente. O pó de Bibhitaki (Terminalia belerica) é derramado sobre as ulcerações e lesões. Se houver secreção purulenta, esta é lavada com a decocção da fruta. Internamente, é empregada na forma de pó (preparado a partir da polpa e do centro da semente), decocção e xarope.

Na forma de pó, é geralmente utilizado juntamente com haritaki (Terminalia chebula) e amalaki (Emblica officinalis). O nome da associação destas três frutas é triphala. Para a preparação de triphala, a mesma quantidade de

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cada uma das polpas destas três frutas são transformadas em pó e armazenadas.

O interior da semente é removido, quebrando-se sua casca dura, e depois é transformado em pó. Este pó e o pó da polpa são largamente utilizados no tratamento da bronquite e da asma. Para potencializar seu efeito, a fruta é torrada sobre carvão. Quando estiver completamente torrada, a polpa é ralada e a casca da semente é removida, quebrando-a. Ambos, a polpa e o interior da semente, são misturados, transformados em um pó e administrados ao paciente com um pouco de mel.

A decocção de bibhitaki (Terminalia belerica) é preparada pela mistura de uma colher de sopa do pó da polpa, juntamente com duas xícaras de água. Esta solução é fervida até que reste apenas um quarto da quantidade inicial. O líquido é coado e os resíduos são desprezados. O líquido deve ser esfriado e administrado ao paciente com um pouco de mel ou açúcar mascavado indiano para melhorar seu sabor adstringente.

O pó feito a partir da polpa da fruta e do interior da semente é misturado com igual quantidade de açúcar e o dobro da quantidade de água. Esta mistura é fervida até que se transforme em um xarope espesso. À esta mistura, adicionam-se 5 % do pó de cada um dos

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seguintes ingredientes: cravos-da-índia, cardamomo e noz moscada. Há muitos outros tipos de xaropes aos quais bibhitaki (Terminalia belerica) é adicionada. As formas mais popularmente utilizadas são Cyavanaprasa e Agastya rasayana.

Esta fruta é muito utilizada em várias preparações alcoólicas do tipo asavas e aristas, juntamente com outras drogas. Uma preparação muito popular é denominada Abhayarista.

Doses Pó da polpa: Uma colher de chá (5 g.), três

vezes ao dia, com o dobro da quantidade de mel. Pó do interior da semente: 1 grama, três a

quatro vezes ao dia, com uma colher de chá de mel.

Pó torrado da polpa e da semente: Meia colher de chá (2,5 g.), três vezes por dia, com mel.

Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, com açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel.

Xarope: Uma colher de chá (5 ml.), duas a três vezes ao dia, com qualquer bebida quente.

Asava e arista: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, após a refeição, com igual quantidade de água.

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Terminalia chebula (Haritaki)

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Terminalia chebula (Haritaki)

Sinônimos Árabe: Shagar, Shiirhindi; Birmanês:

Pangah; Inglês: Black myrobalan, Chebulic myrobalan; Francês: Myrobalan chebula; Alemão: Rispiger, Myrobalan enbaum; Hindi: Har, Harara; Italiano: Mirobalano nero; Nepalês: Harra, Herro; Sânscrito: Pathya, Abhaya, Vayasta, Amrta; Singalês: Aalu, Aralu; Urdu: Haejarad; Português: Mirobálano (polpa da fruta).

Partes utilizadas A polpa da fruta é utilizada na medicina. Habitat Cresce espontaneamente em florestas

tropicais e subtropicais, em altitudes de 1.500 m. Descrição Haritaki (Terminalia chebula) é uma árvore

que cresce até 24 a 30 m. de altura. As folhas possuem 7,5 a 20 cm. de comprimento e 5 a 10 cm. de largura com extremidades pontiagudas.

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As frutas possuem 2,5 a 3 cm. de comprimento com cinco sulcos na sua casca externa. A fruta crua é verde e quando amadurecem tornam-se amareladas. As frutas secas possuem as cores amarela e marrom. As frutas amadurecem durante os meses de Janeiro a Abril8.

Mitologia A literatura médica ayurvédica e tibetana

está repleta de mitos sobre a origem desta droga. Alguns deles são narrados abaixo: 1. Sete gotas de néctar caíram na terra da boca

de Vishnu ou, de acordo com alguns, da boca de Brahma dando origem a sete tipos de haritaki (Terminalia chebula).

2. Gotas de néctar caíram na terra da boca de Indra, das quais se originou haritaki.

3. Na literatura tibetana, as estórias acima mencionadas são descritas em detalhes: “Para o benefício das criaturas sencientes, a celestial Matisankari colheu um cacho da Vijaya azul, que se parecia com a cabeça de um cavalo. Ela ofereceu a planta à Manohari Devi, que era Siddha Devi e Nirmanakaya de Amrta, a deusa da medicina. Enquanto oferecia a planta ela disse, „Manohari Devi, por favor ouça-me. Este

8 Final do Inverno e começo da Primavera pelo calendário Hindu.

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é o ramo de Vijaya9, o melhor dos medicamentos, completo nos gunas10, belo e formoso. Eu a ofereço a você, Siddha11 Devi12, por dedicar-me seu amor. Por favor, aceite-a para o benefício das futuras gerações de seres sencientes. Eu lhe peço, plante esta semente de oração. Seu fruto maduro será indubitavelmente benéfico‟. Concordando, Manohari Devi pegou a haritaki, permaneceu em Vajrasana13 na terra dos Bhâratas14 e ofereceu avahana, stuti15 e puja16 ao Jina prasara das dez direções. Ela também pediu ao guru e aos triratnas17 que tivessem compaixão e disse, „Estou motivada pela força da pureza, que é livre das decepções causadas por hetu18

9 Vijaya: Vitorioso, conquistador 10 Gunas: Atributos de uma matéria, ou características físicas e farmacológicas. 11 Siddha: Sábio com alto grau de perfeição, que chegou em condição quase divina. 12 Devi: “Deusa”, energia feminina de Shiva. 13 Vajrasana: Postura do lótus. 14 Bhâratas: Antigo nome da Índia. 15 Stuti: Louvor, cântico. 16 Puja: Oferenda, homenagem 17 Triratnas: as três jóias, Buda, o Dharma e a Shanga (a fonte do conhecimento, a transmissão do conhecimento e aqueles que recebem o conhecimento.) 18 Hetu: causas naturais ou físicas

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e phala19. Permita que ela seja Siddhi20, de acordo com a oração pela força da verdade‟. E assim, haritaki começou sua existência.”

4. De acordo com Zhur-mkhar dharma-svami, citado no livro Shel-phreng, “na montanha de Gandhamardana, situada em direção ao leste de Varanasi, o deus da terra Lag-pa-che-po e a deusa da água Gtsang-chen (Brahmaputra) chegaram ambos à satisfação sexual, abraçando-se um ao outro, exteriorizou-se então o virya21 e arttava, que misturaram-se na terra. Posteriormente brotou neste local uma floresta de haritaki.

Usos terapêuticos É utilizada no tratamento da asma,

bronquite, amigdalite, laringite e faringite. É também empregada extensivamente como tônico e como laxante. É administrada no tratamento de hemorróidas, edema, doenças de pele, diarréia, disenteria, doenças oculares e doenças do coração.

19 Phala: Resultados das causas. 20Siddhis: Atributos de perfeição. 21 Virya: Virilidade, poder, força, energia.

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Método de preparação e modo de usar O pó da polpa desta fruta é utilizada como

tônico para prevenção das doenças e para a promoção da saúde positiva e é administrada para as pessoas em diferentes estações do ano, juntamente com diferentes associações de diferentes substâncias coadjuvantes, como descrito a seguir:

Na estação chuvosa, seu pó é administrado juntamente com sal-gema.

No outono, juntamente com açúcar. No inverno, associado com o pó da Piper

longum. Na primavera, juntamente com mel. No verão, juntamente com açúcar

mascavado indiano. A quantidade de pó a ser utilizado deve ser

determinada com base na constituição do indivíduo, geralmente, uma colher de chá (5 g.) do pó de haritaki (Terminalia chebula) é administrada com uma colher de chá das substâncias coadjuvantes. Esta mistura deve ser administrada ao paciente diariamente. Este tratamento pode ter um efeito ligeiramente laxante no início, mas com a continuidade, o corpo se adapta aos efeitos desta fruta e passa a produzir apenas uma leve movimentação intestinal sem qualquer desconforto ao indivíduo.

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Para os pacientes que sofrem de bronquite crônica, asma e amigdalite, o pó de haritaki deve ser administrado ao deitar, juntamente com um quarto da quantidade de sal-gema. O pó de haritaki é geralmente adicionado ao pó da polpa de amalaki (Emblica officinalis) e bibhitaki (Terminalia belerica) – todos em iguais quantidades – e administrados ao paciente na hora de dormir, em doses de uma a duas colheres de chá, com leite morno ou água morna. Estas três drogas, haritaki, amalaki e bibhitaki, associadas, são denominadas triphala. A melhor maneira de usar a preparação triphala é embeber uma colher de chá do pó em um copo de água e conservar tampado durante a noite. Pela manhã, o líquido deve ser coado através de uma musselina e ingerido em jejum. Por causa de seu sabor adstringente, pode ser adicionado um pouco de açúcar, açúcar mascavado indiano ou mel a esta água antes de ingeri-la.

Se a bronquite, a asma e a tosse estiverem associadas a constipação e ao malfuncionamento do fígado, a planta deve ser administrada na forma de decocção. A decocção é preparada adicionando-se 120 ml. de água a duas colheres de chá (10 g.) do pó de triphala. Esta mistura é fervida e reduzida a um quarto da quantidade inicial. Depois, é coada através de um pano e administrado ao paciente. Se for desejado um

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efeito laxante, a decocção deve ser administrada morna, de outro modo, deve ser deixada esfriar antes da administração.

Na forma de xarope, a preparação é muito popular. O xarope geralmente utilizado é Agastya haritaki ou Agastya rasayana. É administrado ao paciente duas vezes ao dia, pela manhã e à noite, com mel ou leite morno.

Na forma de modaka (pílulas grandes) a planta é muito eficaz, tanto na prevenção como na cura da tosse e da asma. A modaka é preparada através da adição do pó de haritaki ao xarope de açúcar. Os pós de gengibre, de Piper longum, pimenta preta, cardamomo, noz moscada e cravo-da-índia são adicionados à mistura anterior. Esta preparação é conservada em forma granulada ou transformada em pílulas grandes.

A preparação alcoólica de haritaki é denominada Abhayarista. Haritaki é conservada, juntamente com outras drogas, em um recipiente com álcool e fermentado. Além de ser benéfica para o tratamento da asma e da tosse, esta preparação é muito eficaz na cura de hemorróidas.

Dose Pó: Meia colher de chá (2,5 g.), duas vezes

ao dia, com água morna.

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Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, em jejum.

Xarope: Uma a duas colheres de chá (5 a 10 ml.), três vezes ao dia, com mel ou leite morno.

Modaka: 5 gramas, duas vezes ao dia, com leite quente ou água quente.

Preparação alcoólica (Abhayarista): Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, após a refeição, com igual quantidade de água.