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Declaração de Amor
Luiz Fernando Feríssimo
Tentei dizer quanto te amava, aquela
vez, baixinhomas havia um
grande berreiro, um enorme burburinhoe, pensado bem, o berçário não era o
melhor lugar.
Você de fraldas, uma graça, e eu pelado lado a lado,cada um recém-chegado você em saber ouvir, eu sem saber
falar.
Tentei de novo, lembro bem, na escola.
Um PS no bilhete pedindo cola interceptado pela professora como um gavião.
Fui parar na sala da diretora e depois na rua enquanto você, compreensivelmente, ficou na sua.
A vida é curta, longa é a paixão.
Numa festinha, ah, nossas festinhas, disse tudo:
"Eu te adoro, te venero, na tua frente fico mudo."
E você não disse nada. E você não disse
nada.
Só mais tarde, de ressaca, atinei.
Cheio de amor e Cuba, me enganei e disse tudo para
uma almofada.EU TE AMO
Gravei, em vinte árvores, quarenta corações.
O teu nome, o meu, flechas e palapitações:
No mal-me-quer, bem-me quer, dizimei jardins.
Resultado: sou persona pouco grata corrido a gritos de"Mata! Mata!" por conservacionistas, ecólogos e afins.
Recorri, em desespero, ao gesto obsoleto:
"Se não me "Se não me segurarem faço segurarem faço um soneto"um soneto"
E não é que fiz, e até com boas rimas?
Você não leu, e nem sequer ficou sabendo.
Continuo inédito e por teu amor sofrendo.
Mas fui premiado num concurso em Minas.
FORMATAÇÃO: Mima (Wilma) Badan
[email protected]ÚSICA: Coração que sente
Execução: Arthur Moreira LimaImagens: Diversos da Internet
(Repasse com os devidos créditos)