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CONHECIMENTO ABERTO e os NOVOS DIREITOS DE AUTOR numa NOVA PRÁXIS EDUCATIVA João Ademar de Andrade Lima Vila Real, 25 de Julho de 2017 Tese de Doutoramento em Ciências da Educação

Defesa de Tese em Ciências da Educação

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CONHECIMENTO ABERTO e os

NOVOS DIREITOS DE AUTOR

numa NOVA PRÁXIS EDUCATIVA

João Ademar de Andrade Lima

Vila Real, 25 de Julho de 2017

Tese de Doutoramento em Ciências da Educação

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Orientadores

• Dr. Joaquim José Jacinto Escola, Orientador

– Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

– Investigador da Universidade do Porto

• Dr. Antonio Gomes da Silva, Coorientador

– Universidade Federal de Campina Grande (Brasil)

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• Contextualização, Problema, Justificação, Hipótese e Objetivos

• Estado da Arte

1 ─ Direito de Autor

2 ─ Ciência Aberta

3 ─ Educação Aberta

4 ─ Tecnologias Educativas

Base filosófica em John Locke, Karl Marx, Jeremy Rifkin, Jeremy Bentham, John Stuart Mill,

Steven Levy e Pekka Himanen

Estrutura da Tese

5 ─ Recursos Educacionais Digitais

6 ─ Recursos Educacionais Abertos

7 ─ Ética “Pirata” / Ética Hacker

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Metodologia

• Métodos

• Contextualização: “Novos” Direitos de Autor; Conhecimento livre e aberto

• Problema: Revisitar os postulados jus-autorais clássicos modificados pelos

novos media, teorizando uma diferente propositura didática, via remistura,

compartilhamento e outras experiências oriundas da cibercultura

• Justificação: Nos media (e também na educação), − copyright e + copyleft

• Hipótese: Há uma nova prática educativa baseada numa nova forma de se

conceber/aplicar o regime jurídico dos tradicionais direitos de autor

• Objetivo: Mostrar como a filosofia “open”, em confluência ao “copyleft”, pode

gerar uma nova prática educativa

Hermenêutica

Análise de Conteúdo (suporte à netnografia)

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Metodologia

• Netnografia: Estudo etnográfico online, com foco ou convergência no

autoralismo, em posts de quatro militantes/professores/investigadores

Portugueses, quatro Brasileiros, um Espanhol e um Italiano, partícipes de

iniciativas de promoção/gerenciamento de REA e/ou outras ações de

apoio/fomento à Educação Aberta, escolhidos com base nos seguintes

requisitos:

– Aproximação temática ao construto geral utilizado no estudo

– Relevância acadêmica, com preferência a militantes/professores/investigadores de ativa

produção intelectual

– Aos sítios, acessibilidade, observando-se itens como usabilidade, navegabilidade e

legibilidade, bem como critérios práticos, como a facilidade de captura dos respectivos

ecrãs

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Netnografia

• Amostras de Referentes

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Análises e Conclusões

• Quais as principais diferenças da construção do saber comparando-se as

antigas metodologias de ensino classificadas como tradicionais, mormente

presenciais, e o saber disponibilizado e transmitido no ciberespaço?

O uso de novos espaços virtuais como sítios pessoais e institucionais, redes

sociais, fóruns de discussão, blogs e microblogs, bancos de dados de

publicações acadêmicas etc., aproxima o emissor e o receptor ao passo que

também transforma o receptor em produtor — prosumidor —, potencializando

a prática da autoria, da permuta, da crítica, da releitura

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Análises e Conclusões

• Até que ponto a educação por meio do ciberespaço é um caminho sem volta

na prática de transmissão do saber — ou qual a ainda possibilidade de

conciliar a chamada educação tradicional com a educação virtual?

Não existem concretos argumentos a refutarem tal constatação/perspectiva,

afinal, a virtualização das relações sociais passa pela digitalização de seus

processos e arquivamento virtual de seus passos; com a educação, tal

fenômeno se repete. Por outro lado, não haverá, de certa forma, uma solução

de continuidade tão contundente entre os ditos modelos tradicionais e virtuais;

afinal, o segundo sobremaneira potencializará o primeiro

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Análises e Conclusões

• Como propor uma nova concepção sobre o direito de autor em face da

educação no ciberespaço?

Uma nova concepção sobre o direito de autor não pressupõe uma ruptura à

ordem posta, nem tampouco uma propositura à ilegalidade, até porque o

copyleft se sustenta nas próprias bases jurídicas do copyright. Citam-se, pois,

tanto a gratuidade dos downloads, como os licenciamentos via creative

commons — atos discricionários garantidos pelo jus abutendi — sobretudo

com a explicitação desta prerrogativa nos próprios sítios

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Análises e Conclusões

• Como avaliar a construção de novos sentidos para o direito de autor por meio

da educação virtualizada e, principalmente, da disponibilidade de distintos

materiais autorais na web?

Aqui, ao que se chama “novos” sentidos para o direito de autor, pode ser

reescrito como resgate aos “verdadeiros” sentidos para o direito de autor,

pois, se oferta, no momento em que dá-se a liberação do polo de emissão e o

autor retoma seus direitos real e pessoal. É ele, o autor, quem decide quando,

como, por quem e a que custo publicar

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Análises e Conclusões

• Até que ponto a educação virtual e o saber disponibilizado na web promovem,

de fato, uma nova cultura escolar, ou uma nova prática educativa?

É bastante viável afirmar que a convergência dos media também está

presente quando se aponta para uma nova prática educativa, alternativa ao

modelo da educação formal, capaz de, por exemplo, apontar para

possibilidades de uso de conteúdo multimédia com muito mais frequência e

eficaz direcionamento do que se poderia ter sem os recursos informacionais

hoje disponíveis

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Tese

• A “educação bancária” pode ser também relida como uma metáfora do “media

bancário”; de uma geração que se acostumou a receber informação

pacificamente, sem questionamentos

• Por coincidência, conjuntura temporal similar também ocorreu, qual em

mesma inatingível tradicionalidade educacional, na então inabalável

dogmática jurídica do direito de autor, fechado em si

• Com a nova era, vetores de ordem mais direitista, graças às próprias

características potencializadores da cibercultura, cederam espaço para

postulados de movimentos herdeiros de valores liberais, como o hackerismo

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Tese

• O pensamento da ciência reproduz o pensamento arborescente, para tutelar o

pensamento rizomático e, portanto, hackerista por analogia, que não admite

raízes, prisões, cláusulas ou casulos, mas o ir e vir sem fim, qual sentido de

liberdade

• Liberdade de pensamento e liberdade de expressão, bases óbvias para uma

nova práxis educativa, que emancipa e gera autonomia ao educando

• Não só de um libertarianismo ufano vive a construção filosófica hackerista.

Sua base utilitarista, ponderada no interesse geral, coaduna-se

simbioticamente com seus postulados passionais, ancorados do desejo de

prazer, felicidade e bem

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Tese

Não há diferença entre ser livremente, ser como projecto, como

existência que escolhe a sua essência, e ser absoluto. (...) Posso

sempre escolher, mas devo saber que se eu não escolher, escolho

ainda. (Jean-Paul Sartre)

• É o professor, um ser pirata, um copylefter que, de posse de um ideal

utilitarista, age de forma hackerista — qual um herói, máxime, em busca do

bem comum

• É, pois, um “professor hacker”, existencialista — livre! —, porque a sua ética o

é por natureza; o é, de forma nata; pelo bem; pelo conhecimento; pela ciência

e por todas as demais motivações subjetivas que nele possam nutrir — tenha

ou não ativamente escolhido tal

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Ubuntu (Sou o que sou, pelo que nós somos)

• Expressão zulu e xhosa de muitos significados: compartilhamento,

desprendimento, cortesia, generosidade, respeito, confiança…

Obrigado!