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1 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DE GOIÁS CURSO BÁSICO DE SERRALHEIRO 160 HORAS Desenho, Metrologia e Teoria de Solda (Eletrodo Rev. e Mig/Mag). ALUNO:_________________________________________ CRISTALINA 2015

Desenho, metrologia e soldagem1a

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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

DEPARTAMENTO REGIONAL DE GOIÁS

CURSO BÁSICO DE SERRALHEIRO 160 HORAS

Desenho, Metrologia e Teoria de Solda (Eletrodo Rev. e Mig/Mag).

ALUNO:_________________________________________

CRISTALINA – 2015

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Leitura e Interpretação de Desenho Técnico

O que é desenho técnico?

O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizada por profissionais de uma mesma área,

como, por exemplo, na área ambiental, na civil, na mecânica, na eletricidade.

O desenho técnico deve transmitir com exatidão todas as características do objeto que representa. Para

conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas. Assim

todos os elementos do desenho técnico obedecem às normas técnicas, ou seja, são normalizados. Cada área

ocupacional tem seu próprio desenho técnico, de acordo com as normas específicas. Observe alguns exemplos:

Padronização

Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário padronizar seus

procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita por meio de normas técnicas seguidas e

respeitadas internacionalmente.

No Brasil as normas técnicas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas técnicas –

ABNT, fundada em 1940. As normas técnicas que regulam o desenho são normas editadas pela ABNT,

registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) como

normas brasileiras – NBR e estão de acordo com as normas internacionais ISO (International Organization for

Standardization).

A execução de desenho técnico é inteiramente normalizada ABNT. Os procedimentos para execução de

desenhos técnicos aparecem em normas gerais que abordam desde a denominação e classificação dos desenhos

até as formas de representação gráfica.

Por que padronizar?

Economia

Rapidez

Qualidade

Segurança

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NORMAR BÁSICAS PARA EXECUÇÃO DE DESENHOS TÉCNICOS

CÓDIGO TÍTULO

NBR 8196 Emprego de escalas em desenho técnico

NBR 8402 Execução de caracter para escrita em desenho técnico

NBR 8403 Aplicação de linhas em desenho – Tipos de Linha – Largura das linhas

NBR 10067 Princípios gerais de representação em desenho técnico

NBR 10068 Folha de desenho – Leiaute e dimensões

NBR 10582 Apresentação de folhas em desenho técnico

IDENTIFICAÇÃO DE NORMA DA ABNT

Código da

Norma

Data de Referência: para

normas com mesmo código,

mais recente é que será válida Título

Tipo da Norma

Padronização

Procedimento

Terminologia

Origem Normas

e/ou trabalhos

que deram

origem à norma

Palavra-chave

Para localização

de normas por

assunto

Número de

Páginas

Corpo da

Norma

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Folhas de desenho – Layout e dimensões (NBR 10068)

Formatos Padronizados

Designação Dimensões

A0 841 X 1189

A1 594 X 841

A2 420 X 594

A3 295 X 420

A4 210 X 297

Largura das linhas e Margens

Formato

Margem Largura da linha (Conforme

NBR 8403) Esquerda Direita, Inferior e

Superior

A0 25 10 1,4

A1 25 10 1,0

A2 25 7 0,7

A3 25 7 0,5

A4 25 7 0,5

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Apresentação da folha para desenho – Legenda e lista de

itens (NBR10067, NBR 10582 e NBR 13272)

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Caligrafia técnica (NBR 8402)

Proporção e dimensão de símbolos gráficos

Característica Relação Dimensões (mm)

Altura de letra

Maiúscula h

(10/10) h 2,5 3,5 5 7 10 14 20

Altura das

letras

minúsculas c

(7/10) h - 2,5 3,5 5 7 10 14

Distância

mínima entre

caracteres a

(2/10) h 0,5 0,7 1 1,4 2 2,8 4

Page 7: Desenho, metrologia e soldagem1a

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Distância

mínima entre

linhas de base

b

(14/10) h 3,5 5 7 10 14 20 28

Distância

mínima entre

palavras e

(6/10) h 1,5 2,1 3 4,2 6 8,4 12

Largura da

linha d

(1/10) h 0,25 0,35 0,5 0,7 1 1,4 2

Aplicação de linhas em desenho

Tipos e Larguras das linhas (NBR 8403)

Denominação Linha Aplicação Largura (mm)

Contínua larga

Arestas e contornos

visíveis

0,5 a 0,6

Contínua estreita

Chama de cota e

hachuras

0,15 a 0,2

Tracejada estreita

Arestas e contornos não

visíveis

0,3 a 0,4

Traço ponto

Linha de centro e

simetria

0,15 a 0,2

Escalas – Redução e Ampliação (NBR 8196)

Escala é a relação entre duas dimensões. A escala a ser escolhida para um desenho técnico depende da

complexidade de um objeto ou elemento a ser representado e da finalidade da representação. Independentemente

do caso, a escala selecionada deve ser suficiente para permitir uma interpretação fácil e clara da informação

representada. A escala e o tamanho do objeto em questão são parâmetros para a escolha do tamanho da folha de

desenho.

E= MD/MO

Onde: E – Escala; MD – Medida de desenho; Mo – Medida do objeto

Portanto:

E = 1 – Escala natural; E < 1 - Escala de Redução; E > 1 – Escala de redução

Identificação de escala

Redução Natural Ampliação

1:2 1:1 2:1

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1:5 5:1

1:10 10:1

Exemplos:

Redução

Desenho em tamanho real Desenho em redução 1:2

Escala 1:1

Escala 1:2

Ampliação Desenho em tamanho real Desenho em ampliação 5:1

Escala 1:1

Escala 5:1

Desenhando Perspectiva Isométrica

O problema fundamental do desenho é representar um objeto tridimensional em um

plano. Então como fazer isso? Através da perspectiva. É importante saber que existem

diferentes tipos de perspectiva, porém iremos aprender e utilizar somente a perspectiva

isométrica.

O desenho de perspectiva isométrica é baseado em um sistema de três semi-retas que

tem o mesmo ponto de origem e forma entre si um ângulo de 120°. Essas semi-retas, assim

dispostas, recebem o nome de eixos isométricos. Cada uma das semi-retas é um eixo

isométrico.

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Supressão de Vistas em Peças

No desenho técnico, à direita, estão representadas as 3 vistas que você já conhece: vista

frontal, vista superior e vista lateral esquerda. Estas três vistas cotadas dão a idéia da peça.

Como a vista frontal e a vista lateral esquerda são iguais, é possível suprimir uma delas. A

vista frontal é sempre a vista principal da peça. Então, neste caso, a vista escolhida para

supressão é a vista lateral esquerda.

Nos dois exemplos analisados, a vista suprimida foi a lateral esquerda. Mas,

dependendo das características da peça, a vista superior também pode ser suprimida. Veja. O

desenho técnico abaixo representa um pino de seção retangular em três vistas.

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Observe a perspectiva do prisma com rebaixo e furo e, as três vistas ortográficas

correspondentes.

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Exercício: Dadas a figuras abaixo desenhar a perspectiva isométrica

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Projeção Ortogonal

Em desenho técnico, projeção é a representação gráfica de um modelo feito em um plano.

Supõe-se que uma superfície de um objeto seja colocada paralelamente a um plano posterior a ela,

imagine-se agora, que a figura seja iluminada por uma fonte luminosa colocada à distância infinita e

perpendicular ao plano; conseqüentemente, os raios que provem da fonte luminosa são paralelos entre si ao

mesmo tempo perpendiculares ao pano de projeção, eles produzirão no plano uma imagem com o mesmo

contorno e a mesma grandeza do objeto, chamada projeção ortogonal.

A partir da perspectiva é possível executar desenhos na projeção ortogonal dividindo o desenho por

planos de referência.

Para entender como é feita uma projeção é necessário conhecer os seguintes elementos:

O Observador (ou Centro de Projeção)

O Modelo (Ou objeto)

E o Plano de Projeção

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Para cada face de referência projetada no plano é dada um nome diferente que são:

Vista Frontal

Vista Superior

Vista Lateral Esquerda

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Na figura abaixo o objeto é representado por um dado, observem que a linha projetante é perpendicular

ao plano de projeção, essa projeções são chamadas vistas como vimos anteriormente.

Quando se tem uma projeção ortogonal de um objeto, o objeto não é mais necessário e assim é possível

rebater os planos de projeção.

Com o rebatimento os planos de projeção que estavam ligados perpendicularmente

entre si, aparecem em um único plano de projeção. Pode-se ver o rebatimento dos planos de

projeção, imaginando-se os planos de projeção ligados por dobradiças conforme a seguir.

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Agora imagine que o plano da vista frontal fica fixo que os outros dois planos giram

para baixo e para a direita, conforme a seguir.

Na prática as vistas do objeto aparecem sem os planos de projeção. As linhas

projetantes auxiliares indicam a relação entre as vistas do desenho técnico.

Observação: as linhas auxiliares não aparecem no desenho técnico do objeto, são

apenas linhas imaginárias que auxiliam o estudo na teoria da projeção ortogonal.

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Neste outro exemplo dispondo as vistas alinhadas entre si, tem-se as projeções da peça

formadas pela vista frontal, vista superior e vista lateral esquerda.

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Exercício: Dadas a figuras abaixo desenhar as projeções ortogonais.

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Planta Baixa A planta baixa é a representação gráfica onde são indicadas as dimensões horizontais.

Consideramos para efeito de desenho uma vista ortográfica seccional do tipo corte, que se

encontra entre 1,2 a 1,6m de altura do piso, e o sentido de observação é sempre em direção ao

piso, em outras palavras sempre à vista superior.

Qualquer construção projetada em um único piso terá a necessidade obvia de uma

única planta baixa, que será denominada simplesmente “planta baixa”. Em construções

projetadas em vários pavimentos, será necessária uma planta baixa para cada pavimento

distinto. Vários pavimentos iguais terão como representação uma única planta baixa, que neste

caso será chamada de “planta baixa do pavimento tipo”.

Quanto aos demais pavimentos, o título de planta recebe o nome do respectivo piso.

Exemplo: Planta baixa do 1º pavimento; planta baixa do sub-solo; planta baixa do pavimento

cobertura. Observação utiliza-se as denominações “pisos” ou “pavimentos” e não andar.

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METROLOGIA DIMENSIONAL

É ciência que estuda as medições. Trata da quantificação de grandezas físicas. Antes

de quantificarmos a grandeza, temos que conhecer os métodos, os erros, as unidades de

medida, os padrões utilizados na dinâmica do sistema de medição, partindo então para

dimensionar determinada coisa ou objeto.

MEDIÇÃO

É a sequência de ações para se determinar a quantificação, isto é, dimensionar o

valor, podendo ser através de ensaios, testes, analises comparações, etc. O resultado de uma

medição é em geral numérico podendo ser observado, lido e registrado.

MEDIDA

É leitura do resultado numérico propriamente dito ou a informação obtida através da

medição. É através da medida, que se qualifica um produto, ou qualquer das fases de um

processo.

INSTRUMENTO

É o dispositivo usado para se fazer a medição, o instrumento, é em geral apenas um

incremento, que com o auxilio de outros incrementos fornecem a medida. UM BREVE HISTÓRICO DAS MEDIDAS

As unidades de medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano,

que eram referências universais, pois ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser

verificada por qualquer pessoa. Foi assim que surgiram medidas padrão como a polegada, o

palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo.

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UNIDADES DE MEDIDA

Como as pessoas têm tamanhos diferentes, o cúbito variava de uma pessoa para

outra, ocasionando as maiores confusões nos resultados nas medidas.

Para serem úteis, era necessário que os padrões fossem iguais para todos.

Diante desse problema, os egípcios resolveram criar um padrão único: em lugar do próprio

corpo, eles passaram a usar em suas medições, barras de pedra com o mesmo

comprimento. Foi assim que surgiu o cúbito-padrão. Com o tempo, as barras passaram a ser

construídas de madeira, para facilitar o transporte. Como a madeira logo se gastava, foram

gravados comprimentos equivalentes a um cúbito-padrão nas paredes dos principais templos.

Desse modo, cada um podia conferir periodicamente sua barra ou mesmo fazer outras,

quando necessário. Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir

comprimentos eram a polegada, o pé, a jarda e a milha.

Na França, no século XVII, ocorreu um avanço importante na questão de medidas.

A Toesa, que era então utilizada como unidade de medida linear, foi padronizada em uma

barra de ferro com dois pinos nas extremidades e, em seguida, chumbada na parede externa do

Grand Chatelet, nas proximidades de Paris. Dessa forma, assim como o cúbito-padrão, cada

interessado poderia conferir seus próprios instrumentos. Uma toesa é equivalente a seis pés,

aproximadamente, 182,9 cm. Entretanto, esse padrão também foi se desgastando com o

tempo e teve que ser refeito. Surgiu, então, um movimento no sentido de estabelecer

uma unidade natural, isto é, que pudesse ser encontrada na natureza e, assim, ser

facilmente copiada, constituindo um padrão de medida. Havia também outra exigência para

essa unidade: ela deveria ter seus submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. O

sistema decimal já havia sido inventado na Índia, quatro séculos antes de Cristo. Finalmente,

um sistema com essas características foi apresentado por Talleyrand, na França, num

projeto que se transformou em lei naquele país, sendo aprovada em 8 de maio de 1790.

Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima parte de um

quarto do meridiano terrestre

Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego metron significa medir). Os

astrônomos franceses Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o meridiano.

Utilizando a toesa como unidade, mediram a distância entre Dunkerque (França) e Montjuich

(Espanha). Feitos os cálculos, chegou-se a uma distância que foi materializada numa barra de

platina de secção retangular de 4,05 x 25 mm. O comprimento dessa barra era equivalente ao

comprimento da unidade padrão metro, que assim foi definido:

Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre. Foi esse

metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado metro dos arquivos.

Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais precisa do

meridiano fatalmente daria um metro um pouco diferente. Assim, a primeira definição foi

substituída por uma segunda: Metro é a distância entre os dois extremos da barra de platina

depositada nos Arquivos da França e apoiada nos pontos de mínima flexão na temperatura

de zero grau Celsius. Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a

mais facilmente obtida com o gelo fundente.

No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, o

sistema métrico foi implantado pela Lei Imperial nº 1157, de 26 de junho de 1862.

Estabeleceu-se, então, um prazo de dez anos para que padrões antigos fossem inteiramente

substituídos.

Com exigências tecnológicas maiores, decorrentes do avanço científico, notou- se que

o metro dos arquivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo das

faces não era assim tão perfeito. O material, relativamente mole, poderia se desgastar, e a

barra também não era suficientemente rígida. Para aperfeiçoar o sistema, fez-se outro padrão,

que recebeu:

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Seção transversal em X, para ter maior estabilidade;

Uma adição de 10% de irídio, para tornar seu material mais durável;

Dois traços em seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita.

Assim, em 1889, surgiu a terceira definição: Metro é a distância entre os eixos de dois

traços principais marcados na superfície neutra do padrão internacional depositado no B.I.P.M.

(Bureau Internacional dês Poids et Mésures), na temperatura de zero grau Celsius e sob uma

pressão atmosférica de 760 mmHg e apoiado sobre seus pontos de mínima flexão.

Atualmente, a temperatura de referência para calibração é de 20ºC. É nessa

temperatura que o metro, utilizado em laboratório de metrologia, tem o mesmo comprimento

do padrão que se encontra na França, na temperatura de zero grau Celsius.

Ocorreram, ainda, outras modificações. Hoje, o padrão do metro em vigor no Brasil é

recomendado pelo INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª

Conferência Geral dos Pesos e Medidas de 1983. O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial), em sua resolução 3/84, assim definiu o metro:

Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o

intervalo de tempo de do segundo.

É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior

exatidão o valor da mesma unidade: o metro.

Medidas Inglesas

A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela utilizavam um sistema

de medidas próprio, facilitando as transações comerciais ou outras atividades de sua

sociedade.

Acontece que o sistema inglês difere totalmente do sistema métrico que passou a ser

o mais usado em todo o mundo. Em 1959, a jarda foi definida em função do metro,

valendo 0, 91440 m. As divisões da jarda (3 pés; cada pé com 12 polegadas) passaram, então,

a ter seus valores expressos no sistema métrico:

1 yd (uma jarda) = 0,91440 m 1 ft

(um pé) = 304,8 mm

1 inch (uma polegada) = 25,4 mm

Padrões do Metro no Brasil

Em 1826, foram feitas 32 barras-padrão na França. Em 1889, determinou-se que a

barra nº 6 seria o metro dos Arquivos e a de nº 26 foi destinada ao Brasil.

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Este metro-padrão encontra-se no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas). Múltiplos

e submúltiplos do metro. A tabela abaixo é baseada no Sistema Internacional de

Medidas (SI).

Múltiplos e Submúltiplos do Metro

Nome Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicada

Exametro Em 10 18 = 1 000 000 000 000 000 000 m

Peptametro Pm 10 15 = 1 000 000 000 000 000 m

Terametro Tm 10 12 = 1 000 000 000 000 m

Gigametro Gm 10 9 = 1 000 000 000 m

Megametro M

m

10 6 = 1 000 000 m

Quilômetro km 10 3 = 1 000 m

Hectômetro hm 10 2 = 100 m

Decâmetro dam 10 1 = 10 m

Metro m 1 =1m

Decímetro Dm 10 -1 = 0,1 m

Centímetro cm 10 -2 = 0,01 m

Milímetro mm 10 -3 = 0,001 m

Micrometro M

m

10 -6 = 0,000 001 m

Nanômetro nm 10 -9 = 0,000 000 001 m

Picometro pm 10 -12 = 0,000 000 000 001 m

Fentometro fm 10 -15 = 0,000 000 000 000 001 m

Attometro am 10 -18 = 0,000 000 000 000 000 001 m

Polegada, Fração Decimal

A polegada divide-se em frações ordinárias de denominadores iguais a: 2, 4, 8,16, 32,

64, 128... Temos, então, as seguintes divisões da polegada:

1/2" (meia polegada)

1/4" (um quarto de polegada) 1/8"

(um oitavo de polegada)

1/16" (um dezesseis avos de polegada) 1/32"

(um trinta e dois avos de polegada)

1/64" (um sessenta e quatro avos de polegada)

1/128” (um cento e vinte e oito avos de polegada)

Os numeradores das frações devem ser números ímpares;

Quando o numerador for par, deve-se proceder à simplificação da fração;

Conversões

Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos

equipamentos utilizados, deve-se convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida).

Para converter polegada fracionária em milímetro metro, deve-se multiplicar o valor

em polegada fracionária por 25,4.

Exemplos:

a) 2" = 2 x 25,4 = 50,8 mm b)

3/8 = 3 x 25,4 = 9,525

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Page 23: Desenho, metrologia e soldagem1a

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A conversão de milímetro em polegada fracionária é feita dividindo-se o valor em

milímetro por 25,4 e multiplicando-o por 128. O resultado deve ser escrito como numerador

de uma fração cujo denominador é 128. Caso o numerador não dê um número inteiro,

deve-se arredondá-lo para o número inteiro mais próximo.

Exemplos:

Regra Prática:

Para converter milímetro em polegada ordinária, basta multiplicar o valor em

milímetro por 5,04, mantendo-se 128 como denominador arredondar, se necessário.

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Régua Graduada A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples entre os

instrumentos de medida linear. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de

aço-carbono ou de aço inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro

(cm) e milímetro (mm), conforme o sistema métrico, ou em polegada e suas frações,

conforme o sistema inglês.

Utiliza-se a régua graduada nas medições com, erro admissível. Superior à menor

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graduação. “Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm”. As réguas graduadas

apresentam-se nas dimensões de 150, 200, 250, 300, 500, 600, 1000,

1500, 2000 e 3000 mm. As mais usadas na oficina são as de 150 mm (6") e 300 mm

(12").

Tipos e Usos

Régua de Encosto Interno: Destinada a medições que apresentem faces internas de

referência.

Régua sem Encosto: Nesse caso, devemos subtrair do resultado o valor do ponto de

referência.

Régua com Encosto: Destinada à medição de comprimento a partir de uma face

externa, a qual é utilizada como encosto.

As réguas acima descritas são utilizadas para medição de deslocamentos em máquinas-

ferramenta, controle de dimensões lineares, traçagem etc.

Características de uma Boa Régua Graduada

De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordas

retas e bem definidas, e faces polidas.

As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de metais tratados

termicamente. É necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos,

uniformes, eqüidistantes e finos.

A retitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas

internacionais.

Page 25: Desenho, metrologia e soldagem1a

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Conservação

• Evitar que a régua caia ou a escala fique em contato com as ferramentas comuns

de trabalho.

• Evitar riscos ou entalhes que possam prejudicar a leitura da graduação.

• Não flexionar a régua: isso pode empená-la ou quebrá-la.

• Não utilizá-la para bater em outros objetos.

• Limpá-la após o uso, removendo a sujeira. Aplicar uma leve camada de óleo

fino, antes de guardar a régua graduada.

Metro Articulado

O metro articulado é um instrumento de medição linear, fabricado de madeira, alumínio

ou fibra. A leitura das escalas de um metro articulado é bastante simples: faz-se coincidir o

zero da escala, isto é, o topo do instrumento, com uma das extremidades do comprimento a

medir. O traço da escala que coincidir com a outra extremidade indicará a medida.

No comércio o metro articulado é encontrado nas versões de 1 m e 2 m.

Trena

Trata-se de um instrumento de medição constituído por uma fita de aço, fibra ou

tecido, graduada em uma ou em ambas as faces, no sistema métrico e/ ou no sistema

inglês, ao longo de seu comprimento, com traços transversais. Em geral, a fita está acoplada

a um estojo ou suporte dotado de um mecanismo que permite recolher a fita de modo

manual ou automático. Tal mecanismo, por sua vez, pode ou não ser dotado de trava. A fita

das trenas de bolso são de

aço fosfatizado ou esmaltado e apresentam largura de 12, 7

mm e comprimento entre 2 m e 5 m.

Quanto à geometria, as fitas das trenas podem ser planas

ou curvas. As de geometria plana permitem medir perímetros de

cilindros, por exemplo.

Não se recomenda medir perímetros com trenas de bolso

cujas fitas sejam curvas.

As trenas apresentam, na extremidade livre, uma pequenina

chapa metálica dobrada em ângulo de 90º. Essa chapa é chamada

encosto de referência ou gancho de zero absoluto.

Page 26: Desenho, metrologia e soldagem1a

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O que é um paquímetro? O paquímetro é um instrumento usado para medir com precisão as dimensões de

pequenos objetos. Trata-se de uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um

cursor. O paquímetro possui dois bicos de medição, sendo um ligado à escala e o outro ao

cursor.

Para que serve um paquímetro?

Com um paquímetro podemos medir diversos objetos, tais como: parafusos, porcas, tubos,

entre outros. Para realizar tal medição basta aproximar o objeto do bico superior e deslizar o

cursor até que a peça fique justa.

Quem inventou o paquímetro e como são suas medida?

O paquímetro possui normalmente uma graduação em centímetros e outra em polegadas para

que possamos realizar as medições. O cursor móvel tem uma escala de medição que se

denomina nônio ou vernier. A escala é chamada de nônio ou vernier em homenagem aos seus

criadores: o português Pedro Nunes e o francês Pierre Vernier. O vernier (nônio) possui uma

escala com n divisões para X mm da escala fixa.

Paquímetro

O paquímetro é um instrumento usado para medir as dimensões lineares internas,

externas e de profundidade de uma peça. Consiste em uma régua graduada, com encosto

fixo, sobre a qual desliza um cursor.

Page 27: Desenho, metrologia e soldagem1a

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O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação, com um mínimo de folga. Ele é

dotado de uma escala auxiliar, chamada nônio ou vernier. Essa escala permite a leitura de

frações da menor divisão da escala fixa.

O paquímetro é usado quando a quantidade de peças que se quer medir é pequena.

Os instrumentos mais utilizados apresentam uma resolução de:

0,05 mm, 0,02 mm.

As superfícies do paquímetro são planas e polidas, e o instrumento geralmente é feito

de aço inoxidável. Suas graduações são calibradas a 20ºC.

Tipos e usos

Paquímetro Universal: É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e

de ressaltos. Trata-se do tipo mais usado.

Paquímetro Universal com Relógio: O relógio acoplado ao cursor facilita a leitura,

agilizando a medição interna externo de profundidade de ressalto.

Paquímetro de profundidade com Nônio ou Vernier

Page 28: Desenho, metrologia e soldagem1a

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Paquímetro digital de profundidade haste com gancho

Paquímetro universal digital

Princípio de Nônio

A escala do cursor é chamada de

Nônio ou vernier, em homenagem ao

português Pedro Nunes e ao francês Pierre

Vernier, considerados seus inventores.

Page 29: Desenho, metrologia e soldagem1a

29

Processo de Leitura de Medidas com o Paquímetro

Leitura no Sistema Métrico: Na escala fixa ou principal do paquímetro, a leitura

feita antes do zero do nônio corresponde à leitura em milímetro.

Em seguida, você deve contar os traços do nônio até o ponto em que um deles coincidir

com um traço da escala fixa.

Depois, você soma o número que leu na escala fixa ao número que leu no nônio. Para você

entender o processo de leitura no paquímetro, são apresentados, a seguir, dois exemplos

de leitura.

Escala em Milímetro com 20 divisões

Resolução = 1mm = 0,05

20

Page 30: Desenho, metrologia e soldagem1a

1. Definição de Soldagem

Um grande número de diferentes processos utilizados na fabricação e

recuperação de peças, equipamentos e estruturas é abrangido pelo termo SOLDAGEM.

Classicamente, a soldagem é considerada como um método de união, porém, muitos

processos de soldagem ou variações destes são usados para a deposição de material

sobre uma superfície, visando a recuperação de peças desgastadas ou para a formação

de um revestimento com características especiais.

Algumas definições de soldagem são:

"Operação que visa obter a união de duas ou mais peças , assegurando, na junta

soldada, a continuidade de propriedades físicas, químicas e metalúrgicas".

"Operação que visa obter a coalescência localizada produzida pelo aquecimento até

uma temperatura adequada, com ou sem a aplicação de pressão e de metal de

adição." (Definição a adotada pela AWS - American Welding Society).

“Processo de união de materiais baseado no estabelecimento, na região de contato

entre os materiais sendo unidos, de forças de ligação química de natureza similar

às atuantes no interior dos próprios materiais.”

Embora a soldagem, na sua forma atual, seja um processo recente, com cerca de

100 anos, a brasagem e a soldagem por forjamento têm sido utilizadas deste épocas

remotas. Existe, por exemplo, no Museu do Louvre, um pingente de ouro com

indicações de ter sido soldado e que foi fabricado na Pérsia, por volta de 4000 AC. A

tabela 1.1 mostra um resumo do histórico da soldagem.

Tabela 1.1. resumo cronológico da história da soldagem

1801 Sir Humphey Davis descobre o fenômeno do arco elétrico

1836 Edmund Davy descobre o Acetileno

1885 N. Bernardos e S. Olsewski depositam patente do processo de soldagem por arco

elétrico

1889 N.G. Slavianoff e C. Coffin substituem o eletrodo de grafite por arame metálico

1901 Fouché e Picard desenvolvem o primeiro maçarico industrial para soldagem

oxiacetilênica

1903 Goldschmidt descobre a solda aluminotérmica

1907 O. Kjellberg deposita a patente do primeiro eletrodo revestido

1919 C. J. Halsag introduz a corrente alternada nos processos de soldagem

1926 H.M. Hobart e P.K. Denver utilizam gás inerte como proteção do arco elétrico

1930 Primeiras normas para eletrodo revestido nos EUA

1935 Desenvolvimento dos processos de soldagem TIG e Arco Submerso

1948 H.F. Kennedy desenvolve o processo de soldagem MIG

1950 França e Alemanha desenvolvem o processo de soldagem por feixe de elétrons

1953 Surgimento do processo MAG

1957 Desenvolvimento do processo de soldagem com arame tubular e proteção gasosa

1958 Desenvolvimento do processo de soldagem por eletro-escória , na Rússia

1960 Desenvolvimento de processo de soldagem a laser, nos EUA

1970 Aplicados os primeiros robôs nos processos de soldagem

Page 31: Desenho, metrologia e soldagem1a

31

INTRODUÇÃO

SOLDAGEM

Denomina-se soldagem ao processo de união entre duas partes metálicas, usando uma

fonte de calor, com ou sem aplicação de pressão. A solda é o resultado desse processo.

EVOLUÇÃO DOS PROCESSOS DE SOLDAGEM COM O TEMPO

Page 32: Desenho, metrologia e soldagem1a

32

SOLDAGEM COM ELETRODO REVESTIDO ( Shielded Metal Arc Welding

SMAW)

FUNDAMENTO DO PROCESSO

Soldagem com eletrodo revestido (SAMR) é a união de metais pelo aquecimento

oriundo de um arco elétrico entre um eletrodo revestido e o metal de base, na junta a ser

soldada.

O metal fundido do eletrodo é transferido através do arco até a poça de fusão do metal

de base formando assim o metal de solda depositado.

Uma escória , que é formada do revestimento do eletrodo e das impurezas do metal de

base, flutua para a superfície e cobre o deposito, protegendo esse deposito da

contaminação atmosférica e também controlando a taxa de resfriamento. O metal de

adição vem da alma metálica do eletrodo (arame) e do revestimento que em alguns

casos é constituído de pó de ferro e eletrodo de liga.

Esse processo de soldagem e o mais usado, devido a simplicidade dos equipamentos, á

resistência e qualidade das soldas, e do baixo custo. Ele tem grande flexibilidade e solda

a maioria dos metais numa faixa grande de espessura. Podendo ser feita em todos os

lugares e em condições extremas. Ele também e extensivamente utilizado em

fabricações industriais , edificações, navios , carros, caminhões e outros conjuntos

soldados.

Page 33: Desenho, metrologia e soldagem1a

33

EQUIPAMENTOS DE SOLDAGEM

Fonte de energia

O suprimento de energia pode ser CA - corrente alternada ou CC - corrente continua

com eletrodo negativo, polaridade direta e eletrodo positivo polaridade inversa,

dependendo das exigências do serviço.

Para polaridade direta a peça é ligada ao polo positivo e o eletrodo ao negativo. Sendo o

bombardeio de elétrons dar-se na peça, a qual será a parte mais quente. Permite melhor

estabilidade do arco e formato de cordão

Polaridade inversa o eletrodo positivo e a peça negativa. O bombardeio de elétrons dá-

se na alma do eletrodo, o qual será a parte mais quente. Permite maior taxa de

deposição.

Page 34: Desenho, metrologia e soldagem1a

34

Cabos do eletrodo e cabo-terra

Formado por vários fios de cobre enrolados juntos e protegidos por um revestimento

isolante e flexível, serve para conectar o alicate de eletrodo e o grampo a fonte de

energia.

Porta eletrodo

Permite ao soldador segurar e controlar o eletrodo.

Pinça para ligação à peça

É um dispositivo para conectar o cabo terra á peça a ser soldada.

FUNÇÕES DE CONSUMIVEIS – ELETRODOS

Alem de estabelecer o arco e fornecer o metal de adição para a solda ele tem outras

funções importantes no processo que podemos classificadas em elétricas , físicas e

metalúrgicas:

Funções Elétricas de isolamento e Ionização

Isolamento – O revestimento é um mau condutor de eletricidade, assim isola a alma do

eletrodo evitando aberturas de arco laterais. Orienta a abertura de arco para locais de

interesse.

Ionização – o revestimento contém silicatos de Na e K que ionizam a atmosfera do arco.

A atmosfera ionizada facilita passagem de corrente elétrica, dando origem a um arco

estável.

Funções físicas

Fornece gases para formação da atmosfera protetora das goticulas do metal contra a

ação do hidrogênio e oxigênio da atmosfera.

O revestimento funde e depois solidifica sobre o cordão de solda, Formando uma

escória de metal não metálico que protege o cordão de solda da oxidação pela atmosfera

normal, enquanto a solda está esfriando.

Proporciona o controle da taxa de resfriamento; contribuindo no acabamento do cordão.

Funções metalúrgicas

Pode contribuir com elementos de liga, de maneira a alterar as propriedades de solda.

Page 35: Desenho, metrologia e soldagem1a

35

CARACTERÍSTICAS DOS ELETRODOS REVESTIDOS

Os eletrodos revestidos são constituídos por uma alma metálica, cercada por um

revestimento composto de matérias orgânicas e/ou minerais, de dosagem bem definida.

Material da alma: depende do material a soldar, podendo szer da mesma natureza ou de

natureza diferente do metal base.

Para soldar: Usar alma de:

Aços doces e baixa liga Aço efervecente (C<0,10%)

Aços inoxidáveis Inox

Ferro fundido Níquel puro, liga Fe-Ni, Fo. Fo., Saço, Brnze, etc

Materiais do revestimento: entram na forma de pós, a exceção do aglomertante que é

geralmente Silicato de sódio ou Potássio.

Funções Compostos e Elementos presentes

Elementos de liga: Fe/Cr, Fe/Ni, Fe/Mn, etc.

Desoxidantes: Fe/Si, Fe/Mn, Fe/Cr, etc.

Estabilizadores de arco: TiO2, ilmenita, silicatos de Na e K, etc.

Formadores de escória e materiais

fundentes

Argila, talco, TiO2, CaCO3, SiO2, Fe/Mn, feldspato,

asbestos, FeO, etc.

Formadores de gás Celulose, CaCO3, dolomita, etc.

Revestimentos podem ser aplicados por imersão ou extrusão.

Os revestimentos servem como isolante térmico sobre o cordão de solda, refino do

metal de solda, isolante elétrico em soldagens de chanfros profundos, com pó de ferro

aumentam a taxa de deposição.

Eletrodos são classificados conforme as Normas Americanas AWS – Americam

Welding Society

A.5.1 – Aços ao carbono

A.5.5 – Aços Baixa Liga

A.5.15 – Ferros Fundidos

A.5.3 – Alumínio e suas ligas

A.5.6 – Cobre e suas Ligas

A.5.11 – Níquel e suas Ligas

A.5.4-69 – Aços Inoxidáveis

Page 36: Desenho, metrologia e soldagem1a

36

DEFEITOS EM CORDÕES DE SOLDA

Causadas pela presença de hidrogênio no cordão de solda causadas por:

má secagem dos eletrodos (revestimentos de eletrodos

úmidos)

proteção deficiente da poça de solda contra a umidade

atmosférica

juntas contaminadas com óleos, graxas

óxidos hidratados na superfície da junta (ferrugem)

Defeitos de forma

Reforço excessivo

Concavidade da raiz

Falta de fusão

Inclusões de escória

Page 37: Desenho, metrologia e soldagem1a

37

Falta de penetração

Mordedura

Porosidades

Trinca longitudinal

Page 38: Desenho, metrologia e soldagem1a

38

CARACTERÍSTICAS E APLICAÇÕES DO PROCESSO

O processo de soldagem por eletrodo revestido pode ser usado para soldar em todas as

posições;

É utilizado na soldagem da maioria dos aços e alguns dos metais não ferroso, bem como

para deposição superficial de metal de adição para obter determinadas propriedades e

dimensões.

Solda metal de base numa faixa de 2mm até 200mm, dependendo do aquecimento ou

requisitos de controle de distorção e da técnica utilizada.

O controle de energia de soldagem durante a operação é um fator relevante em alguns

materiais, tais como aços temperados e revenidos, aços inoxidáveis e aços de baixa liga

contendo molibdênio. Controle inadequado da energia de soldagem durante a operação

de soldagem, quando requerido, pode facilmente causar trincas ou, perdas das

propriedades primarias do metal base, como a perda de resistência a corrosão em aços

inoxidáveis. A taxa de deposição deste processo é pequena comparada com os outros

processos de alimentação contínua. A taxa de deposição varia de 1 a 5 Kg e depende do

eletrodo escolhido.

Este processo e considerado arcaico pois o sucesso do processo depende muito da

habilidade e da técnica do soldador, porque toda a manipulação de soldagem é

executada por ele.

Há quatro itens que o soldador deve estar habilitado a controlar:

1 – Comprimento do arco

2 – Angulo de trabalho e de deslocamento do eletrodo

3 – Velocidade de deslocamento do eletrodo

4 – amperagem da máquina

PRECAUÇÕES E ASPECTOS DE SEGURANÇA

- as peças a serem soldadas, devem estar isentas de óleo, graxas, ferrugem, tintas,

resíduos de LP, areia e fuligem numa faixa de 20 mm de cada lado das bordas.

- A soldagem não deve ser executada na presença de chuva e vento, devendo estar

sempre bem protegidas.

- O arco elétrico emite radiação visíveis e ultravioleta, alem de projeções e gases

nocivos. Por estes motivos, o soldador deve estar devidamente protegido, utilizando

equipamentos de segurança e em locais com ventilação adequada.

Page 39: Desenho, metrologia e soldagem1a

39

PROCESSO DE SOLDAGEM MIG/MAG

A soldagem a arco com eletrodos fusíveis sobre proteção gasosa, é conhecida pelas

denominações de:

MIG, quando a proteção gasosa utilizada for constituída de um gás inerte, ou seja um

gás normalmente monoatômico como Argônio ou Hélio, e que não tem nenhuma

atividade física com a poça de fusão

MAG, quando a proteção gasosa é feita com um gás dito ativo, ou seja, um gás que

interage com a poça de fusão, normalmente CO2 - dióxido de Carbono

GMAW, (abreviatura do inglês Gás Metal Arc Welding) que é a designação que

engloba os dois processos acima citados

Princípios básicos do processo MIG / MAG

Os dois processos diferem entre si unicamente pelo gás que utilizam, um vez que os

componentes utilizados são exatamente os mesmos. A simples mudança do gás por sua

vez, será responsável por uma série de alterações no comportamento das soldagens.

Estes gases, segundo sua natureza e composição, tem uma influência preponderante nas

características do arco, no tipo de transferência de metal do eletrodo à peça, na

velocidade de soldagem, nas perdas por projeções, na penetração e na forma externa da

solda. Além disto, o gás também tem influência nas perdas de elementos químicos, na

temperatura da poça de fusão, na sensibilidade a fissuração e porosidade, bem como na

facilidade da execução da soldagem em diversas posições. Os gases nobres (processo

MIG) são preferidos por razões metalúrgicas, enquanto o CO2 puro, é preferido por

razões econômicas.

Page 40: Desenho, metrologia e soldagem1a

40

Como seria lógico de concluir, muitas das vezes impossibilitados tecnicamente por um

lado e economicamente por outro, acabamos por utilizar mistura dos dois tipos de gás,

como por exemplo Argônio (inerte) com Oxigênio (ativo), Argônio com CO2 e outros

tipos.

Existe uma certa indefinição de quais seriam os limites percentuais dos gases, a partir

dos quais um mistura deixaria de ser inerte e passaria a ser ativa e vice-versa, porém é

uma discussão meramente teórica. Assumimos na prática o comportamento em

soldagem e o modo como ocorre a transferência metálica como determinantes da

percentagem correta onde ocorre a transição. Assim, misturas cujo maior componente

seja um gás ativo (exemplo: Argônio 98 % - Oxigênio 2 % utilizado para a soldagem de

aços inoxidáveis), conservam as características gerais de gás inerte e são consideradas

como gás inerte. Misturas cujo maior componente seja um gás ativo (CO2 75 % -

Argônio 25 % usado para a soldagem de aços ao Carbono em posição diferente da

posição plana), conservam as características gerais de gás ativo e são consideradas

como gás ativo.

O processo MAG é utilizado somente na soldagem de materiais ferrosos, enquanto o

processo MIG pode ser usado tanto na soldagem de materiais ferrosos quanto não

ferrosos como Alumínio, Cobre, Magnésio, Níquel e suas ligas.

Uma das características básicas deste processo, em relação aos outros processos de

soldagem manuais, é sua alta produtividade, que é motivada, além da continuidade do

arame, pelas altas densidades de corrente que o processo pode ser utilizado.

A tabela abaixo apresenta uma comparação entre os valores de densidade de corrente

dos processos MIG MAG e eletrodo revestido. Na tabela abaixo, os valores

comparativos de densidade de corrente:

Processo Densidade de Corrente

E. revestido 5 a 20 A/mm2

MIG MAG 100 a 250 A/mm2

De um modo geral, pode-se dizer que as principais vantagens da soldagem MIG MAG

são: alta taxa de deposição e alto fator de trabalho do soldador, grande versatilidade,

quanto ao tipo de material e espessuras aplicáveis, não existência de fluxos de soldagem

e, conseqüentemente, ausência de operações de remoção de escória e exigência de

menor habilidade do soldador, quando comparada à soldagem com eletrodos revestidos.

A principal limitação da soldagem MIG MAG é a sua maior sensibilidade à variação

dos parâmetros elétricos de operação do arco de soldagem, que influenciam diretamente

na qualidade do cordão de solda depositado. Além da necessidade de um ajuste rigoroso

de parâmetros para se obter um determinado conjunto de características para solda, a

determinação desses parâmetros para se obter uma solda adequada é dificultada pela

forte interdependência destes, e por sua influência no resultado final da solda produzida.

O maior custo do equipamento, a maior necessidade de manutenção deste, em

comparação com o equipamento para soldagem com eletrodos revestidos e menor

variedade de consumíveis são outras limitações deste processo.

Page 41: Desenho, metrologia e soldagem1a

41

A soldagem MIG MAG e a soldagem com arame tubular, tem sido as que apresentaram

um maior crescimento em termos de utilização, nos últimos anos em escala mundial.

Este crescimento ocorre principalmente devido à tendência à substituição, sempre que

possível da soldagem manual por processos semi-automáticos, mecanizados e

automáticos, para a obtenção de maior produtividade em soldagem. Estes processos tem

se mostrado os mais adequados dentre os processos de soldagem à arco, à soldagem

automática e com a utilização de robôs.

EQUIPAMENTOS revestimento, e a peça de trabalho. A proteção do arco e da região

de solda contra a contaminação da atmosfera, é feita por um gás, ou uma mistura de

gases.

O processo de soldagem MIG MAG é considerado um processo semi-automático, em

que a alimentação do arame-eletrodo é feita mecanicamente através de um alimentador

motorizado, ficando para o soldador a responsabilidade pela iniciação e interrupção do

arco, além da condução da tocha durante a execução da soldagem.

A alimentação do arco é garantida pela contínua alimentação do arame-eletrodo,

enquanto que o comprimento do arco é, em princípio, mantido aproximadamente

constante pelo próprio sistema, dentro de certos limites, independente dos movimentos

do soldador.

O calor gerado pelo arco é usado para fundir as peças a serem unidas e o arame-eletrodo

que é transferido para a junta como metal de adição.

O processo de soldagem MIG MAG pode ser utilizado em materiais em uma ampla

faixa de espessuras. No Brasil, o diâmetro dos arame-eletrodos utilizados varia entre 0,8

e 3,2 mm. No Japão, encontramos arames de menores diâmetros (0,5 mm) que irão

facilitar os trabalhos em posições de soldagem diferentes da posição plana.

A transferência contínua de metal pela coluna de arco faz com que a eficiência do calor

adicionado seja superior, neste caso, do que a soldagem pelo processo TIG. A

transferência é tão eficiente neste processo que até elementos muito ativos como o

Titânio conseguem ser recuperados no metal de solda com relativa eficiência, desde que

presentes no arame em forma de elementos de liga.

EQUIPAMENTOS PARA SOLDAGEM

Page 42: Desenho, metrologia e soldagem1a

42

Figura - Equipamento básico para a soldagem MIG MAG

O equipamento básico para soldagem MIG MAG consiste de uma fonte de energia, uma

tocha de soldagem com um jogo de bocais, um alimentador de arame, um sistema de

controle, um par de cabos elétricos, um jogo de válvulas redutoras para o gás de

proteção, canalizações para transporte do gás ( água se houver), uma fonte para o gás de

proteção e uma garra para fixação do cabo a peça. Estes equipamentos podem ser vistos

na figura acima e são descritos em seguida.

FONTES DE ENERGIA

O processo utiliza corrente do tipo contínua que pode ser fornecida por um conjunto

transformador-retificador ou por um conversor.

A forma da característica estática da fonte pode ser do tipo corrente constante ou tensão

constante, conforme o sistema de controle do equipamento.

Quando se utiliza uma fonte do tipo tensão constante, a velocidade de alimentação do

arame-eletrodo se mantém constante durante a soldagem. Este sistema é mais simples e

mais barato.

Com a fonte de energia do tipo corrente constante o comprimento do arco é controlado

pelo ajuste automático da velocidade de alimentação do arame. este tipo de sistema é

particularmente recomendado para arames de diâmetro superior a 1.2 mm.

Para certas aplicações particulares, pode-se sobrepor à corrente principal uma certa

corrente pulsada, proveniente de um segundo gerador ligado ao primeiro.

TOCHA , BICOS DE CONTATO E BOCAIS

A tocha de soldagem consiste basicamente de um bico de contato, que faz a energização

do arame-eletrodo, de um bocal que orienta o fluxo de gás protetor e de um gatilho de

acionamento do sistema. O bico de contato é um pequeno tubo à base de cobre,cujo

diâmetro interno é ligeiramente superior ao diâmetro do arame-eletrodo, e serve de

Page 43: Desenho, metrologia e soldagem1a

43

contato elétrico deslizante. O bocal é feito de Cobre ou material cerâmico e deve ter um

diâmetro compatível com a corrente de soldagem e o fluxo de gás a ser utilizado numa

dada aplicação. O gatilho de acionamento movimenta um contator que está ligado ao

primário do transformador da máquina de solda, energizando o circuito de soldagem,

além de acionar o alimentador de arame e uma válvula solenóide, que comanda o fluxo

de gás protetor para a tocha. As tochas para soldagem MIG MAG podem ser

refrigeradas a água ou pelo próprio gás de proteção, dependendo de sua capacidade, dos

valores de corrente utilizados e do fator de trabalho. Quanto ao formato, as tochas

podem ser retas ou curvas, sendo as mais utilizadas as do tipo "pescoço de cisne" que

são as que oferecem maior manejabilidade. Na figura pode ser observado o esquema de

uma tocha de soldagem MIG MAG.

Figura - Tocha para soldagem MIG - MAG

ALIMENTADOR DE ARAME

O alimentador de arame normalmente utilizado, é acionado por um motor de corrente

contínua e fornece arame a uma velocidade constante ajustável numa ampla faixa. Não

existe qualquer ligação entre o alimentador e a fonte de energia, entretanto ajustando-se

a velocidade de alimentação de arame, ajusta-se a corrente de soldagem fornecida pela

máquina, devido as características da fonte e do processo. O arame é passado entre um

conjunto de roletes chamados de roletes de alimentação que podem estar próximos ou

longe da tocha de soldagem e, dependendo da distância entre o carretel de arame e a

tocha de soldagem, um ou outro tipo de alimentador apresenta melhores resultados.

SISTEMA DE CONTROLE

O sistema de controle permite a verificação e o ajuste de alguns parâmetros de

soldagem, como por exemplo: velocidade de alimentação do arame, corrente e tensão de

soldagem, etc. Estes vários controles estão normalmente em um único painel.

Também neste processo, o sistema de controle é a parte que consideramos o "coração"

do equipamento de soldagem. Deve ser sempre manipulado com cuidado,

especialmente, quando transportado, devido ao grande número de componentes eletro-

eletrônicos que se encontram em seu interior.

CABOS ELÉTRICOS E GARRAS DE FIXAÇÃO

O processo necessitará, como no caso da soldagem com eletrodos revestidos, de cabos

para transporte da eletricidade.

Page 44: Desenho, metrologia e soldagem1a

44

As garras de fixação servem para prender o cabo de retorno da eletricidade. Deve ser

verificado se prendem a peça com boa fixação, e se a fixação do cabo de soldagem nelas

está feito de maneira adequada.

CANALIZAÇÕES E VÁLVULAS REDUTORAS

A tocha de soldagem manipulada pelo operador é conectada ao equipamento de

soldagem por uma série de cabos e canalizações. Para além do cabo de transporte da

eletricidade e da espiral que leva em seu interior o arame-eletrodo, existem também as

canalizações do gás de proteção (obrigatória), e nos casos de tochas refrigeradas à água,

as canalizações para a água.

Estas canalizações devem ser constituídas de mangueiras de resistência compatível com

as pressões de trabalho utilizadas, e, em suas extremidades, serem fixadas por

abraçadeiras.

FONTE DE GÁS

Os diversos gases de proteção, que serão vistos mais adiante, estão normalmente

contidos em garrafas de aço de alta resistência. A garrafa é colocada na instalação na

proximidade do posto de trabalho, e é equipada de um conjunto redutor-manômetro, que

baixa a pressão do gás a um valor conveniente para a alimentação da tocha de soldagem,

e que permite a regulagem da vazão expressa em litros por minuto.

No caso de várias instalações funcionarem na mesma oficina, a fonte de gás pode ser

substituída de um cilindro único, por uma central de vários cilindros conectados entre sí

num sistema único. Esta central deve ter um conjunto redutor único, e o gás é

distribuído por canalização à pressão desejada, a vazão é regulada por cada operador por

meio de um manômetro local e individual. No caso de consumos muito elevados pode-

se adquirir o gás em sua forma líquida, ficando este também em uma instalação

centralizada.

Estas duas últimas formas citadas, são investimentos inicialmente maiores, porém

proporcionam numerosas vantagens, das quais algumas são citadas à seguir:

eliminação de garrafas no interior das oficinas

ganho de espaço

melhor aproveitamento do conteúdo das garrafas

funcionamento contínuo sem risco de interrupção da alimentação de gás durante a

soldagem.

ganhos de tempo (trocas de garrafas)

aumento da segurança

CONSUMÍVEIS

Page 45: Desenho, metrologia e soldagem1a

45

Os principais consumíveis utilizados na soldagem MIG MAG, são o arame-eletrodo e

os gases de proteção.

Os arames para soldagem são constituídos de metais ou ligas metálicas que possuem

composição química, dureza, condições superficiais e dimensões bem controladas.

Arames de má qualidade em termos destas propriedades citadas, podem produzir falhas

de alimentação, instabilidade do arco e descontinuidades no cordão de solda. Arames de

aço Carbono geralmente recebem uma camada superficial; de cobre com o objetivo de

melhorar seu acabamento superficial e seu contato elétrico com o bico de Cobre. Os

arames de aço usados com proteção de CO2 contém maiores teores de Silício e

Manganês em sua composição, devido a sua ação desoxidante. A seleção do arame a ser

utilizado em uma dada operação, é feita em termos da composição química do metal de

base, do gás de proteção a ser usado e da composição química e propriedades mecânicas

desejadas para a solda. A tabela relaciona as especificações AWS de arames para

soldagem MIG MAG.

TABELA ESPECIFICAÇÕES AWS DE MATERIAIS DE ADIÇÃO PARA MIG

MAG

Especificação Materiais

AWS - A 5.10 Alumínio e suas ligas

AWS - A 5.7 Cobre e suas ligas

AWS - A 5.9 Aço inóx e aços com alto Cr

AWS - A 5.14 Níquel e suas ligas

AWS - A 5.16 Titânio e suas ligas

AWS - A 5.18 Aço Carbono e baixa liga

AWS - A 5.19 Magnésio e suas ligas

A interpretação da especificação para arames utilizados na soldagem de aços ao

Carbono é apresentada a figura a seguir.

Tabela - Análise química de arames conforme AWS

Classificaçã C Mn Si P S

Page 46: Desenho, metrologia e soldagem1a

46

o

ER 70S- 2 0,07 0.90 to 1.40 0,40 to 0,70 0,025 0,035

ER 70S- 3 0,06 to 0,15 0,90 to 1,40 0,45 to 0,70 0,025 0,035

ER 70S- 4 0,07 to 0,15 1,00 to 1,50 0,65 to 0,85 0,025 0,035

ER 70S- 5 0,007 to 0,19 0,90 t0 1,40 0,30 t0 0,60 0,025 0,035

ER 706S- 6 0,07 to 0,15 1,40 to 1,85 0,80 to 1,15 0,025 0,035

ER 70S - 7 0,07 to 0,15 1,50 to 2,00 0,50 to 0,80 0,025 0,35

GASES DE PROTEÇÃO

Os gases de proteção utilizados em soldagem MIG MAG podem ser inertes, ativos ou

misturas destes dois tipos. O tipo de gás influencia as características do arco e

transferência do metal, penetração largura e formato do cordão de solda, velocidade de

soldagem, tendência a aparecimento de defeitos e o custo final do cordão de solda.

Os principais gases e misturas utilizados na soldagem MIG MAG são apresentados na

tabela a seguir

TABELA - GASES E MISTURAS UTILIZADOS NA SOLDAGEM MIG MAG

Gás ou mistura Comportamento

químico Aplicações

Argônio (Ar) inerte quase todos metais (- aço)

Hélio (He) inerte Al, Mg, Cu e suas ligas

Ar + 20 a 50 % He inerte ídem He (melhor que 100% He)

Nitrogênio (N2) inerte Cobre e suas ligas

Ar + 20 a 30 % N2 inerte ídem N2 (melhor que 100% N2)

Ar + 1 a 2 % O2 ligeiram. oxidante aços inóx e alg. ligas Cu

Ar + 3 a 5 % O2 oxidante aços Carb. e alguns b. liga

CO2 oxidante aços Carb. e alguns b. liga

Ar + 20 a 50 % CO2 oxidante div. aços - transf. c. circ

Ar + CO2 + O2 oxidante diversos aços

Os gases inertes puros são utilizados principalmente na soldagem de metais não

ferrosos, principalmente os mais reativos como Titânio e Magnésio. Na soldagem de

metais ferrosos, a adição de pequenas quantidades de gases ativos melhora

sensivelmente a estabilidade do arco e a transferência de metal. Para aços Carbono e

baixa liga, o custo da soldagem pode ser reduzido com a utilização de CO2 como gás de

proteção. As misturas de gases inertes ou inertes com ativos, em diferentes proporções,

permitem a soldagem com melhor estabilidade de arco e transferência de metal em

certas aplicações. Nitrogênio e misturas com Nitrogênio, são utilizados na soldagem de

Cobre e suas ligas.

De um modo geral, com a utilização de Hélio e CO2 obtém-se maiores quedas de tensão

e maior quantidade de calor gerado no arco de soldagem para uma mesma corrente e

comprimento de arco, em relação ao Argônio, devido a maior condutividade térmica

destes gases. Em geral, misturas contendo He são utilizadas em peças de maior

espessura.

A figura mostra o perfil do cordão de solda característico para diversos gases e misturas.

Entretanto, deve-se lembrar que o perfil do cordão de solda também pode ser alterado

por alterações nos parâmetros de soldagem.

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Figura - PERFIL DE CORDÕES DE SOLDA FEITOS COM DIFERENTES GASES

GENERALIDADES SOBRE ALGUNS GASES DE PROTEÇÃO

Argônio e Hélio

São utilizados freqüentemente para a soldagem de metais não ferrosos. Em ligas

ferrosas, quando puros, causam instabilidade e salpicos.

· Hélio apresenta maior condutividade térmica do que o Argônio, o que resulta em

maior área de penetração da soldagem. Para correntes iguais, o Hélio apresentará maior

potência de arco. Daí a preferência de seu uso em soldagens de materiais de elevada

espessura, especialmente aqueles de elevada condutividade térmica, tais como Alumínio

e Cobre. Para ligas ferrosas, em chapas finas ou em soldagens fora de posição, a

preferência é pelo Argônio. O Hélio é cerca de 10 vezes mais leve do que o Argônio,

isto resultará em maior consumo para garantir a mesma proteção à soldagem. A

transferência por spray é melhor obtida com Argônio do que com Hélio. O custo do

Hélio é muito maior do que o do Argônio na maioria dos países que não tem Hélio em

suas riquezas naturais

Adições de O2 e CO2 ao Argônio ou Hélio

· Adições de O2 e CO2 ao Argônio ou Hélio melhoram a transferência metálica,

estabilizam o arco e minimizam os salpicos nos aços. Em alguns casos pode causar

porosidade e perdas de elementos de liga como por exemplo: Cromo, Vanádio, Titânio,

Manganês e Silício devido ao seu poder oxidante. Para se evitar este problema, deve-se

utilizar arames com desoxidantes. Em soldagens de aços inoxidáveis com teor de

Carbono menor que 0,07%, pode ocorrer aumento do teor de Carbono do metal

depositado com a adição de CO2 no gás de proteção. Isto acarretará problemas futuros

de corrosão.

CO2 puro

· A utilização de CO2 puro como gás de proteção apresenta, inicialmente, uma

vantagem muito grande em comparação a utilização de gases inertes que é o custo do

gás. Por isto sua utilização na soldagem de aços Carbono tem aumentado muito

ultimamente. A utilização deste gás possibilita a transferência metálica ocorrer tanto em

modo globular ou curto circuito. A obtenção de transferência tipo spray com a utilização

deste gás é discutível, e de qualquer forma, instável e com muitos salpicos. Uma outra

característica deste gás é sua característica oxidante. Na elevada temperatura do arco, o

CO2 se decompõe em monóxido de Carbono (CO) e Oxigênio (O2). O O2 livre oxida o

ferro do metal de base dando FeO e este reage com o Carbono da poça de fusão

liberando monóxido de carbono (gás) que pode vir a provocar porosidades no cordão de

solda.Em temperaturas mais baixas, parte deste CO se decompõe em Carbono e

Oxigênio. De acordo com a quantidade original de Carbono na poça de fusão, o efeito

final poderá ser de aumentar ou diminuir o conteúdo definitivo de Carbono no cordão

solidificado. Para evitar isto, os arames recomendados para a soldagem sob proteção de

CO2, possuem em sua composição, quantidades altas de desoxidantes, principalmente

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Manganês e Silício, pois estes apresentam maior afinidade química pelo O2 do que o

Carbono. O silicato de Manganês assim formado se deposita sobre os cordões como

uma capa fina e descontínua de escória facilmente destacavel. O manganês cumpre

também a função de dessulfurante, formando MnS. O Silício e o Manganês

remanescentes são transferidos para o metal de solda sob a forma de elementos de liga.

Certas composições de arames conhecidos como "triplo-desoxidados" apresentam para

além do Manganês como desoxidante um outro elemento para esta função. Este

elemento pode ser: Alumínio, Titânio ou Zircônio.

VARIÁVEIS

A habilidade manual requerida para o soldador no processo MIG MAG é menor do que

a necessária para a soldagem com eletrodos revestidos, uma vez que a alimentação do

arame é mecanizada, dispensando com isto o movimento de mergulho da tocha em

direção a poça de fusão. No entanto, a otimização de parâmetros é mais difícil de ser

feita devido ao maior número de variáveis existentes neste processo.

A abertura do arco se dá por toque do eletrodo na peça. Como a alimentação é

mecanizada, o início da soldagem é feita aproximando-se a tocha à peça e acionando o

gatilho. Neste instante é iniciado o fluxo de gás protetor, a alimentação do arame e a

energização do circuito de soldagem. Depois da formação da poça de fusão, a tocha

deve ser deslocada ao longo da junta, com uma velocidade uniforme. Movimentos de

tecimento do cordão devem ser executados quando necessários.

Ao final da operação simplesmente se solta o gatilho da tocha que interromperá

automaticamente a corrente de soldagem, a alimentação do arame e o fluxo de gás,

extinguindo com isto, o arco de soldagem.

O processo de soldagem MIG MAG utiliza normalmente corrente contínua e polaridade

inversa (eletrodo positivo), que é o tipo de corrente que apresenta melhor penetração e

estabilidade de arco. Polaridade direta pode eventualmente ser utilizada para aumentar a

velocidade de deposição, quando não for necessária grande penetração (revestimentos),

porém causa grande instabilidade de arco. A corrente alternada não é normalmente

utilizada em MIG MAG.

ESTUDO DOS PARÂMETROS DE SOLDAGEM

As variáveis mais importantes, que afetam a penetração e a geometria do cordão são:

CORRENTE DE SOLDAGEM

Se forem mantidas constantes todas as demais variáveis de soldagem, um aumento na

corrente de soldagem (aumento na velocidade de alimentação do arame), irá causar

aumento na profundidade e largura de penetração, aumento na taxa de deposição e

aumento do cordão de solda.

TENSÃO DE SOLDAGEM

Nas mesmas condições citadas acima, um aumento na tensão proporcionará

alargamento e achatamento do cordão de solda, aumento da largura de fusão e aumento

do aporte térmico que resultará em um aumento do tamanho da zona termicamente

afetada. Uma tensão de soldagem muito alta poderá causar

porosidades, respingos e mordeduras. Já uma tensão muito baixa tenderia a estreitar o

cordão de solda e aumentar a altura do reforço do cordão.

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VELOCIDADE DE SOLDAGEM

Uma velocidade de soldagem baixa resultará em um cordão muito largo com muito

depósito de material. Já velocidades muito altas produzem cordões estreitos e com

pouca penetração. Quando a velocidade é excessivamente alta, a tendência é de que

cause mordeduras no cordão de solda.

EXTENSÃO LIVRE DO ELETRODO

Define-se como extensão livre do eletrodo ou stick-out a distância entre o último ponto

de contato elétrico do arame (normalmente o tubo de contato), e a ponta do eletrodo

ainda não fundida. Quando esta distância aumenta, aumenta também a resistência

elétrica do eletrodo, que terá assim mais tempo para aquecer-se por efeito Joule. Com

esta elevação da temperatura do eletrodo, será necessária uma menor corrente para

fundir o eletrodo para a mesma taxa de alimentação, ou vendo de outra forma, para a

mesma corrente de soldagem utilizada, se obterá uma maior taxa de deposição, porém

com menor penetração. As extensões normalmente utilizadas situam-se na faixa entre 6

e 13 mm. para a transferência por curto-circuito e entre 13 e 35 para os demais modos

de transferência.

Influência da distância entre o bico de contato e a peça

INCLINAÇÃO DA PISTOLA DE SOLDAGEM

A inclinação da pistola de soldagem durante a execução dos cordões, tem, a nível de

forma e penetração do cordão, um efeito mais marcante do que algumas variações em

parâmetros como velocidade e tensão de soldagem. Na soldagem à esquerda, aponta-se

o cordão para o metal de base frio, causando com isto cordões mais largos, achatados e

de menor penetração. Já quando se solda no sentido oposto (à direita), apontando-se

para a poça de fusão os cordões são mais estreitos, o reforço é mais convexo, o arco é

mais estável e a penetração é máxima.

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Sentido Positivo: Nesse sentido de soldagem, ocasiona uma penetração profunda e

cordão estreito.

Sentido Negativo: A configuração do cordão de solda nesse sentido o cordão é de baixa

penetração e largo.

Sentido Neutro: A configuração do cordão de solda nesse sentido é de média penetração

como também a largura do mesmo.

DIÂMETRO DO ELETRODO

Cada eletrodo de uma dada concepção e natureza, tem uma faixa de corrente utilizável

de trabalho. Esta faixa é naturalmente delineada por efeitos indesejáveis, tais como

ausência de molhabilidade em valores muito baixos de correntes, e salpicos e

porosidades no caso de valores muito elevados

Tanto a taxa de fusão de um eletrodo, como sua penetração, são entre outras coisas

função da densidade de corrente. Assim, em igualdade de corrente, um eletrodo mais

fino penetrará mais e depositará mais rapidamente do que um eletrodo de maior

diâmetro. Deve-se lembrar porém, que esta aparente vantagem acabará saindo mais caro

uma vez que, devido ao processo produtivo, em igualdade de pêso, o arame de menor

diâmetro é sempre mais caro.

CARACTERISTICAS

Na soldagem com eletrodos consumíveis, o metal fundido na ponta do arame tem que

ser transferido para a poça de fusão. O modo como esta transferência ocorre, é muito

importante na soldagem MIG MAG, pois afeta muitas características do processo, como

por exemplo: a quantidade de gases (principalmente Hidrogênio, Nitrogênio e

Oxigênio) absorvido pelo metal fundido, a estabilidade do arco, a aplicabilidade do

processo em determinadas posições de soldagem e o nível de respingos gerados. Os

principais fatores que influenciam no modo de transferência são:

Intensidade e tipo de corrente

Tensão do arco elétrico

Densidade da corrente

Natureza do arame-eletrodo

Extensão livre do eletrodo

Gás de proteção

Características da fonte de energia

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De uma forma simplificada, pode-se considerar que existem quatro modos distintos de

transferência. Estes modos são apresentados à seguir:

TRANSFERÊNCIA GLOBULAR

Em CC+ a transferência globular toma lugar com níveis baixos de corrente,

independente do tipo de gás de proteção. Com CO2 este tipo de transferência ocorre

com alta intensidade de corrente utilizável) Este tipo de transferência é caracterizado

pela formação de gotas maiores do que o diâmetro do eletrodo.

A transferência globular e axialmente dirigida, pode ser obtida em uma atmosfera

gasosa substancialmente inerte (teores de CO2 menores que 5%). O comprimento do

arco deve ser longo bastante para garantir o destacamento da gota antes que mesma

atinja a poça de fusão (curto-circuito). Entretanto, a solda resultante não é considerada

de boa qualidade por típicas faltas de fusão, insuficiente penetração e reforço excessivo.

Quando sob um gás ativo (CO2), a transferência em tensões elevadas é tipicamente

globular, não axial. Isto é devido o aparecimento de uma força contraria (jato catódico)

ao destacamento da gota. A gota cresce de uma forma desordenada, oscilando na ponta

do arame, levando consigo o arco elétrico. A gota é finalmente destacada, quer por

excesso de pêso (forças gravitacionais) ou por curto circuito com a peça (efeito Pinch).

TRANSFERÊNCIA POR SPRAY

Com uma proteção gasosa de pelo menos 80% de Argônio ou Hélio, a transferência do

metal de adição muda de globular para spray (ou aerosol) a partir de um determinado

nível de corrente conhecido como corrente de transição para um dado diâmetro de

eletrodo.

Na transferência spray pequenas gotas são arrancadas do arame-eletrodo e ejectadas em

direção ao metal de base. A redução do tamanho da gota é acompanhado de um

aumento na taxa de destacamento dos mesmos.

Sob proteção de CO2 não há transição de globular para spray. Com o aumento da

corrente, as gotas diminuem de tamanho, mas não são axialmente dirigidas. Com isto a

quantidade de salpicos será muito grande. Isto pode ser minimizado com a utilização de

um arco muito curto.

Em metais ferrosos, a transferência por spray é limitada a posição plana, devido a

grande quantidade de material transferido e a fluidez da poça de fusão. Também devido

a grande penetração, nestes mesmos materiais não é o tipo de transferência adequado

para chapas finas. Em metais não ferrosos, pode ser utilizada com maior liberdade.

TRANSFERÊNCIA POR CURTO-CIRCUITO

A soldagem por curto circuito é a característica mais importante de utilização das

misturas de gases ativas (CO2 puro ou misturas com teor deste gás superior a 25%).

Com esta proteção gasosa em baixos níveis de corrente e tensão, os glóbulos crescem

algumas vezes o diâmetro do eletrodo até que tocam na poça de fusão. Quando ocorre o

curto, a gota na extremidade saliente do arame se estrangula por capilaridade

ocasionando alta densidade de corrente que irá destacar, finalmente, a gota dando

origem a novo arco. O eletrodo curto circuita a poça de fusão numa taxa de 20 a 200

vezes por segundo.

Este tipo de transferência produz uma poça de fusão pequena e de rápido resfriamento,

sendo por isto adequada para chapas finas, soldagem fora de posição e passes de raiz.

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Por outro lado, como o calor transferido para a poça de fusão é menor, ocorrerão

menores problemas de distorções.

Nesta transferência alguns problemas de salpicos poderão ocorrer, porém podem ser

eficientemente controlados por modificações de indutância que são normalmente

colocadas em série com o circuito de soldagem, diminuindo assim a velocidade de

estabelecimento do pico de corrente de curto circuito.

TRANSFERÊNCIA CONTROLADA

Sob esta denominação estão agrupados outros modos de transferência que podem ser

obtidos pela introdução de perturbações controladas na corrente de soldagem e/ou na

alimentação do arame. Estas perturbações tem como objetivo obter uma transferência

controlada de metal de adição com as características desejáveis da transferência por

spray, mas a níveis de corrente média bem mais baixos, de forma a permitir sua

utilização na soldagem de chapas finas ou fora da posição plana.

A transferência controlada mais usada é a pulsada, que é um tipo de transferência mais

estável e uniforme obtido pela pulsação da corrente de soldagem em dois patamares, um

inferior a corrente de transição e outro superior a esta, de modo que durante o período

de tempo que a corrente é baixa, uma gota se forma e cresce na ponta do arame e é

transferida quando o valor da corrente é elevado. Para se obter este modo de

transferência deve-se utilizar fontes de energia especiais, capazes de fornecer corrente

pulsada, com parâmetros de pulso controláveis. Um problema acarretado pela adoção

deste tipo de transferência é a introdução de quatro novas variáveis no processo de

soldagem MIG MAG (tempo de pico, corrente de pico, tempo de pulso e corrente de

pulso). Isto dificultará um pouco mais a seleção e otimização dos parâmetros de

soldagem.