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DIAGNÓSTICO DE QUATRO METODOLOGIAS DE NUCLEAÇÃO IMPLANTADAS EM PASTO ABANDONADO NA FAZENDA ITUPARARANGA, VOTORANTIM/SP

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III Seminário de Pesquisa da APA Itupararanga Água e Saneamento, desafios à Conservação 28 a 29 de novembro de 2012 Sorocaba – SP

DIAGNÓSTICO DE QUATRO METODOLOGIAS DE NUCLEAÇÃO

IMPLANTADAS EM PASTO ABANDONADO NA FAZENDA

ITUPARARANGA, VOTORANTIM/SP

Martins, Vinícius Augusto Figueiredo Bistão; Almeida, Vilma Palazetti de (Universidade Católica de São Paulo)

Pesquisador [email protected]

RESUMO

Recuperação de áreas degradadas, em foco as matas ciliares, tem grande importância para a

manutenção e conservação das bacias hidrográficas, já que a proteção da mata protege os corpos

da água das ações de erosão e assoreamento. Esse projeto encontra-se em uma área de mata

ciliar localizada na área de proteção ambiental (APA) Itupararanga. Com o intuito de dinamizar os

processos de recuperação ecológica natural na área, foi desenvolvido em janeiro de 2007, um

projeto de Recuperação da Floresta Estacional do Reservatório Itupararanga, coordenado pela

PUC-SP. Nesse projeto implantou-se a técnica de nucleação, para isso dividiu-se a área em 20

parcelas e para cada 4 parcelas uma técnica foi implantada, essas foram: plantio de mudas,

instalação de poleiros artificiais, semeadura direta, transposição de serapilheira e as ultimas 4

serviram de controle. Após 4 anos de implantação do projeto este foi avaliado através de

indicadores ecológicos. Esses indicadores são divididos em paisagem, estrutura, função,

perturbações antrópicas e composição. Na aplicação dos indicadores descobriu-se que as

perturbações antrópicas estão, atualmente, devidamente controladas. Em relação à cobertura

vegetal o local possui 100% de ocupação pelo indivíduo do gênero Brachiaria, esse aspecto é

negativo já que a Brachiaria irá competir com as espécies regenerantes no local. Ao comparar as

quatro técnicas nucleadoras com o controle, observamos que a regeneração natural está o

correndo de forma lenta, as técnicas de nucleação não estão influenciando nos processos

sucessionais. Portanto o melhoramento dessas técnicas no local é essencial para que o objetivo

central do projeto seja cumprido.

Palavras-chave

Técnica de Nucleação, Restauração florestal, Represa de Itupararanga

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INTRODUÇÃO:

As matas ciliares, áreas próximas a nascentes e cursos d’água, têm sido o foco da recuperação

florestal, para a conservação das bacias hidrográficas existentes, tal qual sua importância que são

consideradas como áreas de preservação permanente (APPs) segundo a lei federal nº 4771 de

1965 (BRASIL, 1965). A restauração das matas ciliares é tradicionalmente executada em

programas com uma visão fortemente dendrológica, com uso quase exclusivo de espécies

arbóreas e a utilização de espécies exóticas, propiciando contaminação biológica local e

potencializando a degradação (REIS et al., 2003).

Monitoramentos realizados em áreas restauradas por meio de plantio convencional de mudas,

especialmente no estado de São Paulo, mostram que tais iniciativas podem não garantir a auto-

sustentabilidade do sistema (DAMASCENO, 2005; SOUZA; BATISTA, 2004). Os resultados

destas pesquisas confirmaram que, as espécies regenerantes foram as mesmas das espécies

plantadas. Não houve abertura para a eventualidade se expressar. Os espaços de regeneração

foram limitados à ocupação das mesmas espécies introduzidas pelo modelo tradicional. Outros

resultados mostraram que, este tipo de intervenção não está garantindo a restauração da

diversidade e funcionalidade destas áreas, uma vez que geraram plantações de árvores com

grande desenvolvimento de DAP e altura, porém com baixa diversidade de formas de vida

(predomínio de espécies arbóreas), baixa complexidade florística, baixa regeneração (um estrato

regenerativo dominado por gramíneas exóticas invasoras) e ausência de epífitas (que são

funcionalmente nucleadoras) (SOUZA; BATISTA, 2004).

Para atingir o objetivo, que é o de “promover uma nova dinâmica de sucessão ecológica. Onde

ocorram níveis intensos de interação entre produtores, consumidores e de decompositores, num

ciclo contínuo de mortes e nascimentos”, é recomendada a utilização de técnicas de nucleação

(SOARES, 2009). Esta técnica visa a recuperação a partir de ilhas de vegetação ou núcleos, com

isso a vegetação secundária se expande ao longo do tempo e acelera o processo de sucessão

natural na área degradada (MARTINS, 2007).

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a eficiência da técnica de nucleação implantada, que

visa a recuperação da área de estudo através da aplicação de indicadores ecológicos.

MATERIAIS E MÉTODOS:

3.1. Área de estudo:

A área de estudo (AE) está localizada em uma área de pasto abandonado de 03 ha na

propriedade da Fazenda Itupararanga, Rancho Alegre, Setor 02 próximo ao reservatório,

circundado de mata nativa. Esta por sua vez georreferenciada nas coordenadas UTM latitude =

23° 37’ 23,64800’’S, longitude = 47° 23’ 14,46687’’ W. A área de referencia (AR) é um

remanescente florestal de aproximadamente 54 hectares sendo classificada como uma Floresta

Estacional Seminedecidual.

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3.2. Implantação:

Em janeiro de 2007 foram instaladas 20 parcelas para o desenvolvimento do projeto Recuperação

da Floresta Estacional no Reservatório Usina Hidroelétrica Estadual de Itupararanga, Rio

Sorocaba, São Paulo. Neste projeto as parcelas foram divididas em quatro diferentes técnicas

para implantação e avaliação de diferentes procedimentos de restauração da mata ciliar do local:

plantio de mudas de essências nativas, semeadura a lanço; transposição de serapilheira e

implantação de poleiros artificiais. Cada uma das técnicas utilizou quatro parcelas sendo que as

quatro restantes foram utilizadas como controle, onde não foram realizados intervenções de

restauração, totalizando assim as 20 parcelas.

3.3. Coleta de dados para o diagnóstico da regeneração natural:

Para avaliar a eficiência do processo de recuperação da área de estudo foram aplicados

indicadores ecológicos desenvolvidos por Fonseca (2011) e adaptados para o respectivo estudo.

Esses indicadores usam critérios e cenários que orientam de forma facilitada o estado da área de

recuperação com o intuito de descrever o grau de restauração de processos ecológicos,

caracterizar o ambiente e possibilitar a prevenção de práticas adequadas para as dificuldades

encontradas. Os indicadores compararam a área de estudos (AE), com a área de referência (AR)

e com a resolução SMA nº 08 de 2008, que fixa a orientação para o reflorestamento heterogêneo

de áreas degradadas. Os indicadores escolhidos para avaliação do local são classificados em

paisagem, perturbações antrópicas, composição, estrutura e função.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Caracterização da Área de estudo

A área de estudo possui no total 1 ha2, através dos indicadores de paisagem podemos observar

que o local possui solo argiloso, o que é favorável já que esse tipo de solo retém maior umidade e

são solos mais férteis (FONSECA, 2011), tem o relevo suavemente ondulado, possuindo uma

declividade de 5º, não sendo totalmente plano mas pouco declivoso e não possui rochosidade

fazendo com que o estabelecimento de novas plântulas ocorra com mais facilidade.

Até o presente momento não foi encontrado no local nenhum indício de perturbações antrópicas.

Historicamente a área de estudo foi área de tiro ao alvo do exército, plantação de milho e desde

2002 local de pastejo de gado, entretanto com o início do projeto houve o isolamento do local

evitando assim essa prática. Toron (2009) em seu trabalho relata que no ano de 2008, um ano

após a implantação do projeto, houve uma falha no isolamento da área causando a morte e a

perda das gemas apicais de mudas. O isolamento da área é uma etapa indispensável para a

eficácia da restauração, já que a não eliminação dos fatores de degradação prejudicam o

estabelecimento das espécies regenerantes e podem determinar o sucesso ou insucesso da

atividade (FONSECA, 2011; VIANA; PINHEIRO, 1998).

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Observamos que não há a presença de espécies epífitas e ou herbáceas de subbosque. A

presença de epífitas indica o aumento da complexidade do sistema, raramente em uma área de

recuperação de até 4-5 anos esse tipo de indivíduo se estabelece (FONSECA, 2011).

De acordo com a resolução SMA nº08/08 a diversidade de espécie tem que atingir até o término

de vigência do projeto o mínimo de 80 espécies florestais nativas de ocorrência regional e/ou

identificadas em levantamentos florísticos regionais/hm2. No local constatou-se apenas 30

espécies, sendo 27 espécies provenientes do plantio de mudas e 3 espécies são regenerante

naturais: Gochnatia polymorpha (Cambará), Mimosa sp. (Bracatinga) e Dodonnea viscosa

(vassourão-vermelho).

A área possui 100% de cobertura morta que protege o solo das adversidades do clima reduzindo

a lixiviação e favorecendo a ciclagem dos nutrientes. Entretanto essa cobertura pertence somente

ao gênero Brachiaria que compete com as espécies regenerantes e aumenta o risco de

queimadas para a área.

4.2. Caracterização da área de referência.

A área de referência que se encontra muito próximo à área de estudo é tratada como uma

Floresta Estacional Semidecidual, apresenta uma importante relevância ambiental por estar um

estágio avançado de regeneração (CARVALHO; ALMEIDA, 2009).

Nas análises dos indicadores de paisagem encontramos as mesmas características da área de

estudo, isso ocorre devido a proximidade das duas áreas. Sendo que não foram encontrados

indícios de perturbações antrópicas

Existem epífitas (bromélias, orquídeas e briófitas), lianas, na área, porém essas são raras, a

presença desse grupo é um importante indicador de aumento da complexidade do sistema,

demonstrando estágios sucessionais mais tardios de vegetação secundária (FONSECA, 2011). A

presença de herbáceas no subbosque foi de 80% o que é vantajoso já que impede o

estabelecimento de espécies invasoras competidoras. Não há presença de gramíneas invasoras,

entretanto observamos que existem bambus no local formando em algumas áreas bambuzais. De

acordo com MATOS & PIVELLO (2009) a presença de bambus em fragmentos florestais pode

significar a diminuição da riqueza de espécies arbóreas, prejudica a chuva de sementes e está

associado com a abertura de clareiras.

A área possui 100% de cobertura morta sendo essa formada principalmente de serapilheira que

forma em média uma camada de aproximadamente 5 cm de altura, como descrito por FONSECA

(2011) a serapilheira tem grande importância na ciclagem de nutrientes além de ser nela que

estão contidos as principais sementes e plântulas para a formação dos regenerantes naturais.

4.3. Poleiros Artificiais.

No local foram implantados quatro poleiros secos grandes de eucalipto com aproximadamente 9m

de altura, complementando envolta de cada um desses poleiros outros quatro menores em forma

de “T”. Nesse trabalho realizado por RODRIGUES et. al. (2009) foram observados no período de

180 horas, em 36 saídas a campo, 19 espécies de aves utilizando os poleiros, entretanto as

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espécies vistas eram em sua grande maioria carnívoros, mostrando que os poleiros estavam

sendo utilizados como local de forrageamento.

Após três anos de implantação não foi observado nenhum regenerante em baixo dos poleiros.

Caso a dispersão de sementes por pássaros esteja ocorrendo é provável que não esteja

ocorrendo o desenvolvimento das plantas por competição com braquiária.

O regenerante encontrado nas áreas próximas aos poleiros foram o Gochnatia polymorpha

(Cambará) cuja síndrome de dispersão de sementes é por anemocoria e a Mimosa sp que é

barocoria ou seja as duas espécies não necessitam de aves para a dispersão das sementes. Em

trabalho realizado por CARVALHO; ALMEIDA (2009) na área de referência encontrou-se o

resultado de 68,1% de espécies de plantas com dispersão sendo zoocórica mostrando a

importância dos animais, principalmente as aves, na recuperação natural do ambiente.

Como alternativa para a área, recomendamos que os poleiros secos sejam substituídos por

poleiros vivos. O poleiro vivo imita o aspecto de galhos de árvores com folhagem, sendo que as

aves podem usá-lo para repouso, visualização de caça, abrigo e também para alimentação. (REIS

et. al. 2003).

4.4. Semeadura direta.

A técnica da semeadura direta feita na área foi de cavar covas com 5cm de profundidade e

colocar 7 sementes de uma mesma espécies em cada cova foram semeadas 19 espécies

florestais (CIPRIANO; ALMEIDA, 2009). Atualmente observou-se na área que das 19 espécies

semeadas em 2008 apenas o Enterolobium cortortisiliquum (Timburi) encontra-se presente, outras

espécies encontradas foram a Mimosa sp. e o Cambará essas duas são provenientes da

regeneração natural. Entretanto de acordo com o levantamento feito por CARVALHO; ALMEIDA

(2009) e JAMAS; ALMEIDA (dados não publicados) não foram registrados essa espécie na região,

podendo então tratar-se de uma espécie exótica.

A mortalidade desse tratamento foi de 85%, extremamente alto se considerarmos a SMA 08/08

que prevê como mortalidade máxima de 10%. Esse fator é explicado por CIPRIANO; ALMEIDA

(2009) onde concluíram que a inviabilidade das sementes ocorreu devido à herbivoria das

plântulas, o estresse hídrico e a competição com a Brachiaria, exigindo cuidados culturais com

maior frequência.

4.5. Plantio de mudas

Para o tratamento de plantio de mudas foi utilizado no local o plantio de mudas em tubetes, onde

foram feitas 12 linhas espaçadas por dois metros entrelinhas a as mudas distantes entre si por

três metros, foi realizado o manejo durante o período de dois sendo que a cada quatro meses era

realizado o controle de matocompetição, controle de formigas cortadeiras e adubação. Foram

plantadas 21 espécies, destas apenas Machaerium nyctitans (Bico de Pato), Croton floribundus

(Capixingui), Gochnatia polymorpha (Cambará), Syagrus romanzoffiana (Jerivá). foram

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identificadas no levantamentos florísticos da área de referência. Ao realizar um projeto de

reflorestamento primeiramente deve-se conhecer o local, a introdução de espécies arbóreas

exóticas, que não pertencem à região, podem prejudicar o projeto já que estas estarão

competindo por nichos que normalmente seriam utilizadas pelas espécies locais (FONSECA,

2011).

Os regenerantes encontrados foram os mesmos para os outros tratamentos entretanto a

quantidade de indivíduos foi menor, provavelmente devido ao fato de que as áreas dos plantios de

mudas sofreram frequentemente o processo de roçada, matando assim os regenerantes que ali

estavam se estabelecendo. A cobertura vegetal foi de 17,3% a maior de todos os tratamentos,

entretanto ainda é considerado como indesejável, ainda não existe um dossel formado que

consequentemente controlaria a distribuição da Brachiaria. A altura média dos indivíduos foi de

1,6m sendo compatíveis com plantios de restauração de 4-5 anos. A circunferência na altura da

base (CAB) foi de 4,6 cm é indesejável demonstra que os indivíduos estão investindo mais em

altura do que em crescimento secundário (FONSECA, 2011).

Para a taxa de mortalidade o ideal de acordo com a res. SMA 08/08 é de que a taxa de

mortalidade não ultrapasse os 10%. No local a mortalidade alta com 13,1% em 2008, 5,5% em

2009 e 15,6% em 2010 essa aumento no último ano deve-se ao abandono dos tratamentos

culturais, apesar da manutenção ter sido realizada durante dois anos como descrito pela

resolução SMA 08/08. MARTINS; ALMEIDA (2011) discutem em seus trabalhos que a

manutenção da área durante o período de dois anos pode ser insuficiente para o estabelecimento

das espécies.

A transposição de serapilheira é uma técnica utilizada que permite avaliar a situação do banco de

sementes da área de referência além de possuir as funções ecológicas de recompor o banco de

sementes, plântulas e de matéria orgânica (REIS et. al. 2003).

No local a transposição de serapilheira foi feita a partir desse material retirado da área de

referência e transportado para a área de estudo (SOARES; ALMEIDA, 2009), foram encontrados

51 morfoespécies de plântulas sendo a maioria trepadeira, herbácea, arbustiva e arbórea pioneira.

Como demonstrado na área de referência por de SOARES; ALMEIDA, (2009) a serapilheira

possui um banco de sementes viáveis. Esse banco de sementes transposto para a área a ser

recuperada traria a possibilidade de estabelecimento de espécies encontradas na área de

referência agilizando o processo de recuperação, entretanto as condições do local podem

inviabilizar o sucesso de transposição, como a competição com a Brachiaria.

4.7. Grupo controle

No grupo controle ocorreram basicamente as mesmas espécies regenerantes que também estão

presentes em outros tratamentos, demonstrando que em se tratando de espécies de regenerantes

a técnica não está produzindo resultados com grandes diversidades.

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CONCLUSÃO

Através dos resultados obtidos conseguimos concluir que a regeneração natural está o correndo

de forma lenta, as técnicas de nucleação que possuem o objetivo de acelerar o processo de

regeneração natural não estão influenciando os processos sucessionais.

Existem poucos trabalhos que avaliam a metodologia de nucleação, além disso, não existem

padrões nessa técnica que definem seu tempo de duração, tudo irá depender do local onde a

técnica foi implantada e das interações ecológicas que ocorrem nesse ambiente.

O local de estudo ainda não atingiu o exigido pela resolução SMA 808/2008 quanto o número de

espécies por hectare, o enriquecimento da área é importante então para que se cumpra o

estabelecido pela resolução SMA 08/2008.

Como melhorias para o local o emprego de poleiros vivos ao invés de secos poderá atrair maior

avifauna frutífera para a região. O desbaste dos indivíduos presentes da semeadura direta

contribuirá para que estes tenham um melhor desenvolvimento. Para o plantio de muda o cuidado

na aplicação da roçada poderá facilitar o desenvolvimento de regenerantes, já que esses sofrem

com a sua retirada no momento do manejo. A transposição de serapilheira poderia ser realizada

diversas vezes com o intuito de trazer mais sementes e plântulas viáveis para a área.

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Itupararanga, Votorantim/SP. I Seminário de pesquisa da área de proteção ambiental (APA)

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