25
Diptera: Cyclorrapha Alexandre Tavela Doutorando em Medicina Veterinária

Diptera - vet 145

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Aula Diptera - vet 145 2011

Citation preview

Page 1: Diptera - vet 145

Diptera: Cyclorrapha

Alexandre TavelaDoutorando em Medicina Veterinária

Page 2: Diptera - vet 145

Cyclorrapha

Os Cyclorrapha são dípteros de antenas curtas, importantes porque várias espécies transmitem

doenças.

Além da mosca doméstica, aí estão as glossinas

(vetoras da doença do sono), a mosca do berne,

entre várias outras causadoras de miíases.

2Diptera: Cyclorrapha - moscas

Page 3: Diptera - vet 145

Morfologia

Os insetos adultos apresentam a cabeça

grande e muito móvel, onde os olhos

compostos ocupam a maior parte da

superfície.

Entre os olhos estão as duas antenas com 3 segmentos cada, o terceiro e mais longo trazendo uma cerda

simples ou plumosa, a arista.

3Diptera: Cyclorrapha - moscas

Page 4: Diptera - vet 145

Morfologia

As antenas (d) ficam em uma depressão circundada pela sutura Ptilineal.

No vértice da cabeça (A) estão os ocelos (a) em uma

placa ocelar.

4Diptera: Cyclorrapha - moscas

Aparelho bucal lambedor-sugador (B, C):

Tromba carnosa, com uma porção basal(rostro), um segmento intermediário

(h) (haustelo) e o disco oral,formado por 2 labelas (g) dotadas

de pseudotraquéias que, por capilaridade,absorvem líquidos.

Page 5: Diptera - vet 145

MorfologiaNas espécies que picam, as peças

bucais são rígidas, com dentículosnas extremidades que cortam a pele.

As asas também têm venaçãocaracterística para cada família

ou gênero.

5Diptera: Cyclorrapha - moscas

O abdome possui 5 segmentos aparentes e outros modificados para constituir a genitália: ovipositor na fêmea

e terminália no macho.

O tórax (A, B) caracteriza-se pela hipertrofia do mesotórax, sendo mesonoto tudo que se vê

dorsalmente.

Page 6: Diptera - vet 145

Morfologia

6Diptera: Cyclorrapha - moscas

Larva de Musca domestica: a - pseudocéfalo; b – espiráculoanterior; c – área espinhosa ventral; d - espiráculo posterior;e - tubérculos anais; f - placa espiracular.

As larvas típicas dos muscóideos são vermiformes, ápodas e com cabeça muito reduzida (pseudocéfalo).

O último segmento é achatado ou deprimido, trazendo as placas

estigmáticas, com as duas aberturas espiraculares.

Page 7: Diptera - vet 145

Biologia das moscas

7Diptera: Cyclorrapha - moscas

Algumas moscas depositam os ovos em cadáveres: necrobiontófagas.

Quando depositam os ovos em animais vivos: biontófagas.

Elas causam as miíases eabandonam seus hospedeiros

para pupar.

Ciclo vital da mosca: a, ovos;b, larva; c, pupa; d, inseto adulto.

Page 8: Diptera - vet 145

Classificação das moscas

8Diptera: Cyclorrapha - moscas

Page 9: Diptera - vet 145

FAMÍLIA MUSCIDAE

9Diptera: Cyclorrapha - moscas

Insetos de tamanho médio, corpo glabro ou com cerdas e cores foscas.

Moscas não picadoras, dentre as quais destaca-se a Musca domestica.

Moscas picadoras, hematófagas,como as do gênero Stomoxys.

Page 10: Diptera - vet 145

Musca domestica

10Diptera: Cyclorrapha - moscas

A cor geral é cinza-escuro e a cabeça cinzenta, com faixa

preta mediana na fronte. As antenas são castanho-

avermelhadas.

No dorso do tórax há 4 linhas escuras longitudinais e o abdome é amarelado.

Durante a alimentação sua saliva é lançada sobre os materiais sólidos para dissolvê-los e permitir que sejam aspirados.

Page 11: Diptera - vet 145

Musca domestica

11Diptera: Cyclorrapha - moscas

Os ovos (a) eclodem ao fim de algumas horas ou alguns dias (em função

inversa da temperatura ambiente).

As larvas (b) alimentam-se avidamente e sofrem mudas; no 5° dia enterram-se no

solo para pupar (c).

Em 4 ou 5 dias o adulto está formado (a), em lugares de clima quente.

O intervalo de ovo a ovo pode completar-se em 2 semanas, vivendo uma mosca de 3

semanas a 3 meses.

As moscas têm grande capacidade de vôo e portanto grande poder de dispersão.

Seus hábitos são diurnos, procurando sempre lugares bem iluminados e quentes.

Page 12: Diptera - vet 145

Musca domestica - controle

12Diptera: Cyclorrapha - moscas

Aceitam qualquer tipo de alimento, desde que líquidos ou solúveis em sua saliva.

São atraídas tanto pelo lixo e o esterco como pelo leite, sangue, substâncias açucaradas,

frutas e outros alimentos.

Impedir o acesso das moscas às fontes de alimentos, pela telagem de portas e janelas e

pela embalagem ou cobertura adequada delas.

Usar inseticidas de efeito residual: organoclorados,

malation e diazinon, inclusive misturados com

lixo ou esterco.

Page 13: Diptera - vet 145

Outras muscídeos de interesse

13Diptera: Cyclorrapha - moscas

Stomoxys calcitrans, ou mosca das estrebarias (A), é comum no Brasil, mas tem distribuição

mundial.

É hematófaga, dotada de peças bucais picadoras e palpos curtos. As antenas têm a arista plumosa só de

um lado. O abdome é cinzento com algumas manchas escuras.

Pouco maior que a mosca doméstica, distingue-se por ter as faixas do dorso mais largas, borda

do escutelo vermelho e tíbias amarelas.A tromba é carnosa e retrátil.

Muscina stabulans (B) é espécie cosmopolita e muito abundante nas estrebarias.

Transmite tripanossomoses de animais.

Page 14: Diptera - vet 145

Outros muscídeos de interesse

14Diptera: Cyclorrapha - moscas

No gênero Neivamyia (A) há espécies de moscas picadoras, menos abundantes que S.

calcitrans, mas como esta, importantes vetoresdos ovos da mosca do berne (P).

Face amarela; tórax castanho com reflexos azulados e abdome azul ou verde metálico com

tonalidades em violeta. Pernas alaranjadas.O 3º segmento antenal é longo, cor de laranja e

provido de arista plumosa dorsalmente.

Na família Cuterebridae, de grandes moscas, com reflexos metálicos, cerdas pouco desenvolvidas e peças bucais rudimentares, encontra-se a espécie neotropical – Dermatobia hominis ou mosca do

berne (B).

Page 15: Diptera - vet 145

Dermatobia hominis e o berne

15Diptera: Cyclorrapha - moscas

As peças bucais de Dermatobia são atrofiadas, pois o inseto adulto não sealimenta durante sua curta existência de 2 a 19 dias.

Quando o inseto vetor pousar ou for alimentar-se sobre um

animal ou uma pessoa, as larvas levantam o opérculo do

ovo e passam para apele, onde penetram (C).

Para desovar a fêmea (A) procura agarrar um inseto zoófilo (sobretudo hematófago)e, em pleno vôo, nele cola seus ovos (B).

Page 16: Diptera - vet 145

Dermatobia hominis e o berne

16Diptera: Cyclorrapha - moscas

De cada vez, uma fêmea põe 15 a 20 ovos; podendo produzir 800 ao todo.

As larvas eclodem 1 semana depois, mas podem permanecer ativas no ovo por 20 a 28 dias.

A larva perfura a pele (ou penetra pela picada do inseto), instalando-se com os

espiráculos posteriores aflorando à superfície cutânea, para respirar.

O berne é uma dermatite parasitária devida às larvas dessa mosca e freqüente em ambientes peri-urbanos.

Pelo extremo anterior, provido de 2 ganchos, alimenta-se e cresce. Faz suas mudas, aí, durante o

período larvário que dura 37 a 40 dias ou mais.

Page 17: Diptera - vet 145

Dermatobia hominis e o berne

17Diptera: Cyclorrapha - moscas

Ao fim desse tempo, abandona o hospedeiro para pupar no solo.

O estágio pupal dura de 1 a 2,5 meses.

Cerca de 3 horas depois dos adultos saírem do pupário dá-se a fecundação e dias mais tarde começa a oviposição.

Page 18: Diptera - vet 145

Dermatobia hominis e o berne

18Diptera: Cyclorrapha - moscas

Diagnóstico: clínico (visual)Tratamento: retirada da larva.

Page 19: Diptera - vet 145

Família Calliphoridae

19Diptera: Cyclorrapha - moscas

As “varejeiras” são moscas de porte médio, corpo curto e largo, cores metálicas brilhantes (azuis, verdes ou cúpreas).

C. hominivorax é parasito obrigatório na fase larvária

(larvas biontófagas) e portantoprodutora de miíases.

As fêmeas medem 8-10 mm e põem 20 a 400 ovos na

margem de feridas e arranhões.

Os adultos apresentam aparelho bucal do tipo

lambedor, alimentando-se de matéria orgânica animal.

Page 20: Diptera - vet 145

Família Calliphoridae

20Diptera: Cyclorrapha - moscas

Em menos de 24 horas as larvas eclodem e passam a nutrir-se vorazmente de tecidos vivos.

Após 6 a 7 dias, caem ao solo para pupar.

As larvas de C. macellaria e de outras espécies da família são necrobiontófagas: alimentam-se sobre cadáveres e animais mortos, sendo de interesse para a Medicina Forense.

Page 21: Diptera - vet 145

Família Sarcophagidae

21Diptera: Cyclorrapha - moscas

Compreende numerosas espécies de tamanho médio ou grande (6 a 16 mm), cor uniforme, cinzenta, com 3 faixas negras no mesonoto e manchas com reflexos

cinzentos ou negros no abdome formando um desenho xadrez.

Os insetos adultos alimentam-se defezes, da carne de animais mortos e

de sucos de frutas.

Elas parem cerca de 50 larvas, cuja evolução leva 10 a 54 dias, variando com a temperatura.

As fêmeas são larvíparas e depositam suas larvas onde

haja matéria orgânica em decomposição ou cadáveres.

Sarcophaga sp.

Page 22: Diptera - vet 145

Família Oestridae

22Diptera: Cyclorrapha - moscas

Acometem ovinos e caprinos, sendo que sua principal patogenia se dá devido a invasão da cavidade nasal pelas larvas.

Oestrus ovis

Page 23: Diptera - vet 145

Família Gasterophilidae

23Diptera: Cyclorrapha - moscas

Acometem equinos, sendo que sua principal patogenia se dá devido a destruição da mucosa gástrica pelas larvas.

Page 24: Diptera - vet 145

As miíases

24Diptera: Cyclorrapha - moscas

São infecções produzidas pelas larvas de moscas em órgãos ou tecidos humanos ou de animais vertebrados, onde elas se nutrem e evoluem como

parasitos.

As produzidas por larvas biontófagas, capazes de invadir tecidos normais e

iniciar um processo patológico.

São devidas a Dermatobiahominis e a Cochliomyia

hominivorax.

As produzidas por larvas necrobiontófagas, que são invasoras secundárias de lesões preexistentes.

Cochliomyia macellaria, alguns Sarcophagidae e espécies dos

gêneros Phaenicia, Chrysomyia, Fannia, Musca e

Muscina.

Page 25: Diptera - vet 145

As miíases

25Diptera: Cyclorrapha - moscas

O diagnóstico é feito pelo reconhecimento das larvas.

O exame das placas espiraculares, nas larvas de 3ºestádio, permite identificar o gênero ou a espécie.

O tratamento é feito pela remoção das larvas e, no caso das miíasesintestinais, pela administração de anti-helmínticos.