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1 CONCURSO BRIGADA MILITAR 2011 DISCIPLINA: DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – artigo 1º da Constituição Federal - Os dispositivos constitucionais que enunciam os primeiros fundamentos do Estado brasileiro (incisos I a V, do artigo 1º), servem de alicerce e fundamentação para a elaboração, interpretação e integração do sistema jurídico nacional. São comandos-regras que admitem aplicabilidade imediata. A violação dos princípios expressamente inseridos no texto constitucional, implicam ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos, sendo a forma mais grave de ilegalidade ou inconstitucionalidade. Os “alicerces” da República Federativa do Brasil, elencados no artigo 1º da Constituição Federal, são: I- SOberania: corresponde ao caráter supremo do poder que não admite que outro lhe seja superior ou mesmo concorrente dentro de um mesmo território; II- CIdadania: é o direito de participar dos destinos do Estado de forma livre e consciente, no que tange as suas decisões políticas, e a garantia de usufruir dos direitos civis fundamentais previstos na Constituição; III- DIgnidade da pessoa humana: é uma referência constitucional unificadora dos direitos fundamentais inerentes à espécie humana, ou seja, daqueles direitos que visam garantir o conforto existencial das pessoas, protegendo-as de sofrimentos evitáveis na esfera social. IV- VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa: esses princípios foram consignados de forma conjunta a fim de que haja uma relação de harmonia e cooperação entre mão-de-obra e os detentores do capital.

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CONCURSO BRIGADA MILITAR 2011

DISCIPLINA: DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – artigo 1º da Constituição Federal -

Os dispositivos constitucionais que enunciam os primeiros fundamentos do Estado brasileiro (incisos I a V, do artigo 1º), servem de alicerce e fundamentação para a elaboração, interpretação e integração do sistema jurídico nacional. São comandos-regras que admitem aplicabilidade imediata.

A violação dos princípios expressamente inseridos no texto constitucional, implicam ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos, sendo a forma mais grave de ilegalidade ou inconstitucionalidade.

Os “alicerces” da República Federativa do Brasil, elencados no artigo 1º da Constituição Federal, são:

I- SOberania: corresponde ao caráter supremo do poder que não admite que outro lhe seja superior ou mesmo concorrente dentro de um mesmo território;

II- CIdadania: é o direito de participar dos destinos do Estado de forma livre e consciente, no que tange as suas decisões políticas, e a garantia de usufruir dos direitos civis fundamentais previstos na Constituição;

III- DIgnidade da pessoa humana: é uma referência constitucional unificadora dos direitos fundamentais inerentes à espécie humana, ou seja, daqueles direitos que visam garantir o conforto existencial das pessoas, protegendo-as de sofrimentos evitáveis na esfera social.

IV- VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa: esses princípios foram consignados de forma conjunta a fim de que haja uma relação de harmonia e cooperação entre mão-de-obra e os detentores do capital.

O valor social do trabalho integra o rol dos direitos sociais, os quais objetivam promover o bem-estar e a justiça social, correspondendo ao poder de exigir prestações positivas do Estado.

Já a livre iniciativa traz a previsão de que a lei reprimirá o abuso de poder econômico que vise à dominação do mercado, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros;

V- PLUralismo político: é caracterizado pela convivência harmônica dos interesses contraditórios e das diversas ideologias, servindo de fundamento às mais variadas liberdades previstas no ordenamento jurídico.

Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

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DA SEPARAÇÃO DOS PODERES – artigo 2º da Constituição Federal -

São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Não há Estado sem poder, sendo esse a emanação da soberania, logo, é necessário a instituição de normas organizadoras do Estado. O poder é evidente, pela circunstância da organização. Não há sociedade sem organização.

Poder: é utilizado em três acepções:

1 - PODER ENQUANTO REVELAÇÃO DA SOBERANIA (art. 1º, CF );2 - PODER ENQUANTO ÓRGÃO DO ESTADO (art. 2º, CF);3 - PODER ENQUANTO FUNÇÃO (art. 44, 76 e 92, CF)

Legislativo, Executivo e o Judiciário, são independentes entre si, sendo que essa independência é revelada pela circunstância de cada Poder possuir suas competências no texto constitucional. Nenhuma norma infraconstitucional pode subtrair competências que foram entregues pelo constituinte.

PODER É UNO: equivocada a expressão "tripartição dos poderes". Poder é unidade, atributo do Estado. A distinção é entre os órgãos desempenhantes de funções. Esses órgãos devem ser independentes uns dos outros para o exercício de suas funções.

Cada órgão desempenha uma função distinta e, ao mesmo tempo, a atividade de cada qual caracteriza uma forma de contenção da atividade de outro órgão do poder, ou seja, o poder é contido pelo próprio poder. É o que a doutrina americana denominou de sistema de "freios e contrapesos", que configura uma garantia do povo contra o arbítrio e o despotismo.

FUNÇÕES TÍPICAS: cada órgão do poder exerce preponderantemente, uma função, e secundariamente, as duas outras. Da preponderância advém a tipicidade da função, da secundariedade, a atipicidade.

Assim, a separação dos poderes não impede que além de sua função típica (preponderante), cada um dos poderes exerça atipicamente (forma secundária) funções aparentemente atribuídas com exclusividade a outro Poder. A regra é a indelegabilidade de funções de um Poder para outro, mas quando se admite a delegação, a Constituição o faz de forma expressa.

TÍPICAS: do Legislativo, Executivo e Judiciário, em razão da preponderância: legislar, executar e julgar.

ATÍPICAS: quando um dos Poderes exerce a função que cabe a outro Poder. * Legislativo: exerce funções administrativas e julga. Exemplo: preencher cargos de suas secretarias, conceder férias a seus funcionários e julgamento do Presidente da República pelo Senado por crime de responsabilidade* Executivo: julga e legisla. Exemplo: legisla medidas provisórias e leis delegadas e julga processos administrativos. * Judiciário: legisla e administra. Exemplo: legisla ao elaborar seu regimento interno (art. 96, CF).

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OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL – artigo 3º da Constituição Federal -

Ao contrário dos fundamentos, que possuem eficácia plena, os objetivos descritos no artigo 3º da Constituição Federal constituem comandos-valores que têm por finalidade o bem-estar social, ou seja, são normas de natureza programática que devem ser observadas pelos governantes na elaboração e execução de suas políticas. Embora de eficácia limitada, vinculam o legislador infraconstitucional aos seus comandos, impedindo deliberações contrárias às suas orientações.

Os “tijolos” da Constituição Federal são os OBJETIVOS FUNDAMENTAIS:

I- COnstruir uma sociedade livre, justa e solidária;II- GArantir o desenvolvimento nacional;III- ERradicar a pobreza e a marginalização; reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV- PROmover o bem de todos, sem quaisquer preconceitos ou discriminação.

PRINCÍPIOS QUE REGEM AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

– artigo 4º da Constituição Federal -

A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Os princípios internacionais expressos na Constituição Federal são os seguintes:

I- independência nacional;II- prevalência dos direitos humanos;III- autodeterminação dos povos;IV- não-intervenção;V- igualdade entre os Estados;VI- defesa da paz;VII- solução pacífica dos conflitos;VIII- repúdio ao terrorismo e ao racismo;IX- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;X- concessão de asilo político.

A guerra é tratada pelo Brasil, como recurso de última instância, já que dentre os princípios internacionais adotados pelo Brasil estão à defesa da paz e a solução pacífica de conflitos.

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DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAISDOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Artigo 5º da Constituição Federal -

1. NOTAS INTRODUTÓRIAS

Os direitos fundamentais ganham destaque especialmente após a Revolução Francesa, momento em que as diversas correntes filosóficas e políticas como o racionalismo e o contratualismo, inspiram a vontade popular de impor limites ao Estado, reconhecendo um núcleo mínimo de proteção do indivíduo perante o Ente Estatal.

A ideia de direitos fundamentais surge da tentativa de se estabelecer um rol de direitos que seria inerente à própria condição humana, que não dependesse de uma vontade política para impor-lhes. Portanto, são considerados direitos naturais.

A Constituição Federal relaciona os direitos fundamentais em seu Título II, artigo 5º, denominado “Dos Direitos e Garantias Fundamentais”.

Diferença entre Direitos Humanos e Direitos Fundamentais:

Direitos Humanos: são direitos de cunho jusnaturalista, não positivados e não escritos na ordem jurídica. São direitos naturais, inatos, que existem porque são intrínsecos à natureza humana, bastando a condição de ser humano para possuí-los, assim como é o direito à vida.

Direitos Fundamentais: se dão quando os direitos naturais são positivados ou escritos na Constituição, auferindo conotação de direitos positivos constitucionais.

O termo direitos humanos corresponde a evolução dos direitos fundamentais, é ascensão ao plano internacional dos direitos fundamentais. Portanto, direitos humanos são direitos fundamentais, positivados, elevados ao plano internacional.

Diferença entre direitos e garantias: Direitos: são bens, vantagens, faculdades que a norma confere aos indivíduos – caráter

declaratório; Garantias: são os meios de fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se

asseguram o exercício e gozo daqueles bens e vantagens – caráter assecuratório.Exemplo: o direito de livre locomoção, é garantido pelo habeas corpus; o direito de autodeterminação é garantido pela regra de que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei".

Titularidade dos Direitos Fundamentais:

Podem ser exercidos tanto por pessoas físicas quanto pelas pessoas jurídicas.Embora o artigo 5º, da Constituição Federal mencione apenas os brasileiros e estrangeiros

residentes no país, entende-se que os estrangeiros em geral, ainda que estejam na condição de visitantes do País, também são titulares dos Direitos Fundamentais.

Geração dos Direitos Fundamentais:

Os Direitos Fundamentais não surgiram de forma instantânea, uma vez que sua conquista ocorreu ao longo da história. Dessa forma, pode-se identificar diferentes gerações de direitos, que nada mais são do que a representação de momentos históricos e os direitos ali conquistados.

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As gerações de direitos também podem ser denominadas de dimensões de direitos fundamentais. O critério utilizado para a classificação é o lema da Revolução Francesa: liberdade, igualdade e fraternidade.

1. Primeira Geração – LIBERDADE Resultaram do pensamento filosófico dominante do século XIX. Se fundamentam na liberdade civil e política, na liberdade pública do indivíduo, na sua individualidade como cidadão. São as liberdades públicas negativas, que limitam o poder do Estado, impedindo-o de interferir na esfera individual. Exemplo: direito à vida e à intimidade.

2. Segunda Geração - IGUALDADEDesenvolveram-se no século XIX, mas ganharam maior efetivação a partir do início do século XX e têm na igualdade o seu fundamento. Tais direitos impõem ao Estado o fornecimento de prestações destinadas ao cumprimento da igualdade e redução dos problemas sociais. São os direitos sociais, econômicos e culturais. Exemplo: o direito subjetivo de assistência à saúde, o direito à assistência social e à educação.

3. Terceira Geração - FRATERNIDADEForam desenvolvidos no século XX, voltam-se à defesa dos interesses da titularidade coletiva, denominados de interesses difusos. Fundamentam-se na fraternidade ou solidariedade. Acima da proteção individual, encaram a necessidade de proteção do corpo social, do gênero humano. Exemplo: proteção ao meio ambiente, ao progresso, ao patrimônio comum da humanidade, à paz, a autodeterminação dos povos, à defesa do consumidor, à infância e à juventude, à comunicação.

Características dos Direitos Fundamentais:

Historicidade: os diretos fundamentais são produtos de uma evolução histórica ou humana, surgindo junto com a sociedade para amparar suas necessidades;

Inalienabilidade: são intransferíveis e inegociáveis. Imprescritibilidade: são sempre exercíveis e exercidos, o seu não-uso não causa a perda da

exigibilidade pela prescrição. Irrenunciabilidade: não é licito aos cidadãos abrir mão e dispor de seus direitos. Universalidade: os direitos fundamentais são dirigidos a todos os cidadãos, sem exceção. Limitabilidade: os direitos fundamentais não são absolutos, sofrem limitação no caso de

choque com outros direitos e garantias. Exemplo: o direito à vida no caso da pena de morte, autorizada na hipótese de guerra declarada.

DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

O artigo 5º, da Constituição federal pode ser caracterizado como um dos mais importantes constantes do arcabouço jurídico brasileiro. Tal fato se justifica em razão de que o mesmo apresenta, em seu bojo, a proteção dos bens jurídicos mais importantes para os cidadãos, quais sejam:

vida, liberdade, igualdade, segurança; propriedade.

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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Por conseguinte são enumerados como princípios e garantias individuais e coletivos consagrados no artigo 5º, da Constituição de 1988, os seguintes: isonomia (igualdade); legalidade; direito à vida; proibição de tortura; liberdade de opinião e de expressão; acesso à informação (jornalística e pública); direito de resposta; inviolabilidade da intimidade, da privacidade, da honra, da imagem, do domicílio e da

correspondência; liberdade de exercício profissional, de locomoção, de reunião e associação; de propriedade, de

petição, de obtenção de certidões e outros.

PRINCÍPIO DA ISONOMIA (IGUALDADE)

A regra da igualdade estende-se a todas as áreas do Direito, não se admitindo preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Diferenças que não constem da Constituição são inconstitucionais.

É a igualdade que constitui a base fundamental da democracia, não admitindo privilégios e distinções. A Constituição impõe que os iguais sejam tratados de forma igual e os desiguais de forma desigual, nos limites de suas desigualdades, visando sempre garantir o equilíbrio entre todos.

A igualdade pode ser:

- Formal: a lei e sua aplicação trata a todos igualmente sem levar em conta as distinções de grupos. Quando se dá a expressão igualdade na lei - o princípio tem como destinatário tanto o legislador como os aplicadores da lei. Ao elaborar a lei, a mesma deve reger, com igual disposições (os mesmos ônus e as mesmas vantagens) situações idênticas, e, reciprocamente distinguir, na repartição de encargos e benefícios, as situações que sejam entre si distintas, de sorte a gravá-las em proporção a suas diversidades.

- Material: permite a existência de diferenciações, desde que devidamente justificadas. É a igualdade real ou absoluta, uma vez que cada indivíduo vive dentro de características e circunstâncias peculiares. Exemplo: critérios diferenciados para homens e mulheres em uma prova física em um concurso público ante as nítidas diferenças fisiológicas ante os gêneros.

Portanto, o princípio da isonomia deve ser considerado sob duplo aspecto:

Igualdade na lei: exigência destinada ao legislador, que na elaboração da lei, não poderá fazer nenhuma discriminação.

Igualdade perante a lei: pressupõe que a lei já está elaborada e se traduz na exigência de que

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os Poderes Executivo e Judiciário, na aplicação da lei, não façam qualquer discriminação. A igualdade perante a lei não compreende a União e demais pessoas jurídicas de direito público, em cujo favor pode a lei conceder privilégios impostos pelo interesse público, desde que preservando os demais direitos constitucionais.

1. IGUALDADE ENTRE HOMENS E MULHERES:

Art. 5º:I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

Não é igualdade perante a lei, mas igualdade de direito e obrigações entre homens e mulheres. A lei objetiva afastar qualquer forma de preconceito e dispõe no artigo 7º, inciso XXX, da Constituição Federal, que não pode existir diferença de salário para a mesma função, em razão de diferença de idade, sexo, cor ou estado civil. Só valem as discriminações feitas pela própria Constituição, sempre a favor da mulher, como por exemplo, a aposentadoria da mulher com menor tempo de serviço e de idade que o homem e o foro privilegiado nas ações de separação judicial.

2. IGUALDADE ENTRE BRASILEIROS: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:[...]III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

3. IGUALDADE JURISDICIONAL:

Art. 5º:

XXXVII - Não haverá juízo ou tribunal de exceção.

LIII - Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.

a) Igualdade na Justiça: consiste na condenação de juízo ou tribunal de exceção e na garantia do juiz natural, ou seja, de que ninguém será processado nem julgado senão pela autoridade competente previamente indicada.

Não quebram a regra do juiz natural as Justiças Especiais, como as Justiças Eleitoral, Militar ou Trabalhista, uma vez que são também regulares e pré-constituídas.

Também não quebram a regra do juiz natural certos foros privilegiados, como o do Presidente da República, julgado originalmente pelo Supremo Tribunal Federal nas infrações penais comuns, pois o privilégio existe em razão do cargo, e não em razão da pessoa. .

b) Igualdade perante a Justiça: se traduz na garantia de acessibilidade à Justiça e na assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados.

Ademais, o princípio da igualdade jurisdicional prevê que o juiz deverá sempre dar à lei o entendimento que não crie distinções, apresentando-se como:

o interdição ao juiz de fazer distinções entre situações iguais e aplicar a lei;o interdição ao legislador de editar leis que possibilitem tratamento desigual a situações iguais

ou tratamento igual a situações desiguais por parte da justiça.

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4. IGUALDADE PERANTE A TRIBUTAÇÃO:

Art. 145:§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte (...)

Relaciona-se com a justiça distributiva em matéria fiscal. Prevê a repartição do ônus fiscal do modo mais justo possível, por meio de regras como a do princípio da capacidade contributiva, expressamente adotada pela Constituição, segundo o qual, a carga tributária deve ser distribuída na medida da capacidade econômica dos contribuintes.

Dessa forma, é vedado instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, e proibida qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função por ele exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.

5. IGUALDADE PERANTE A LEI PENAL: não significa que a mesma pena deve ser aplicada para o mesmo delito, mas pressupõe que a mesma lei e seus sistemas de sanções, devem se aplicar a todos quantos pratiquem o fato típico nela definido como crime. A imunidade parlamentar, onde couber, não quebra o princípio, uma vez que tem em vista o cargo, e não a pessoa.

6. IGUALDADE TRABALHISTA: Art. 7º:

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

7. IGUALDADE ETÁRIA: não se admite discriminação em razão da idade (arts. 3º, IV, e 7º, XXX). Mas a Constituição em várias hipóteses estabelece critérios baseados na idade, como, por exemplo, a aposentadoria compulsória aos 70 anos (art. 40; II), ou a exigência de 35 anos de idade, no mínimo, para o cargo de senador (art. 14, § 3º, VI, "a").

8. IGUALDADE EM CONCURSOS PÚBLICOS: não cabem distinções preconcebidas entre candidatos em concursos públicos, devendo todos ter igual oportunidade de classificação, de acordo com o mérito de cada um.

Nos concursos públicos predomina o entendimento de que, em princípio, não cabe a fixação de limite de idade. Mas poderá caber a imposição do limite se assim o exigirem a natureza do serviço ou atribuição, em razão de motivos fáticos e biológicos, ou se a limitação se mostrar razoável e não descabida.

10. IGUALDADE E RAZOABILIDADE: a doutrina procura realçar a possibilidade excepcional de hipóteses em que pode ocorrer uma diferenciação, desde que justificada e razoável, não-descabida e não-preconceituosa. Nesse caso, a regra da igualdade poderia ser temperada pela lógica e pelo princípio administrativo da razoabilidade.

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

Art. 5º:II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Nenhum brasileiro ou estrangeiro, pode ser compelido a fazer, a deixar de fazer ou tolerar que se faça alguma coisa senão em virtude de lei. Todos os cidadãos podem fazer tudo aquilo que a lei não proíba, o que exprime a capacidade de autodeterminação, também chamada de autonomia das vontades.

A autonomia das vontades definida no artigo 5º, inciso II, não pode ser confundida com o princípio da legalidade estrita ou restrita, que está descrito no artigo 37, da Constituição Federal, o qual prevê que o administrador público deve fazer somente o que está previsto na lei.

AUTONOMIA DAS VONTADES (art. 5º, II, CF)

LEGALIDADE ESTRITA (art. 37, CF)

- Vincula os particulares - Vincula o administrador público

- Permite que se faça tudo o que a lei não proíba - Apenas admite que se faça o que a lei prevê.

Qualquer comando estatal ordenando prestação de ato ou abstenção de fato, impondo comportamento positivo (ação) ou exigindo conduta negativa (abstenção), para ser juridicamente válido, há de emanar de regra legal.

A regra consagra ao mesmo tempo a liberdade de ação e a legalidade, protegendo a autodeterminação, sujeita apenas às limitações da lei.

No sistema brasileiro não há lugar para decretos ou regulamentos autônomos, sobre assunto ainda não previsto em lei. É inócuo o regulamento solto, sem o alicerce da lei.

A ideia matriz está em que só o Poder Legislativo pode criar regras que contenham, originariamente, novidade modificativa da ordem jurídico-formal.

LEI: - a lei formal - isto é, o ato legislativo emanado dos órgãos de representação popular e elaborado de conformidade com o processo legislativo previsto na Constituição.

Pode ser que a matéria possa ser regulada por um ato equiparado a lei formal - lei delegada ou medida provisória, convertidas em lei - que só podem substituir a lei formal em relação àquelas matérias estritamente indicadas nos dispositivos referidos.

Isso quer dizer que os elementos essenciais da providência impositiva devem constar da lei. Só a lei cria direitos e impõe obrigações positivas ou negativas.

Igualdade formal (perante a lei e a sociedade)Igualdade material (real ou absoluta)

Igualdade geralIgualdade entre o homem e a mulher

Igualdade entre brasileiros Igualdade jurisdicional

Igualdade tributária Igualdade penal

Igualdade trabalhista Igualdade etária

Igualdade em concursos públicos Igualdade e razoabilidade

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Legalidade e atividade administrativa

Toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei. Na administração pública só é permitido fazer o que a lei autoriza, enquanto que para o particular, significa “poder fazer” tudo aquilo que a lei não proíbe, conforme explicado acima.

A administração direta, indireta e fundacional de qualquer esfera governamental, obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (L.I.M.P.E.)

Quanto a discricionariedade da Administração, a atividade discricionária e os atos conseqüentes não são arbitrários, pois subordinam-se a um estrito vínculo de legalidade e a um prévio juízo de conveniência e oportunidade.

Se o motivo e o objeto forem expressos em lei, o ato é vinculado, se não o forem, resta um campo de liberdade ao administrador e o ato é discricionário.

Legalidade tributária

O fenômeno tributário obedece a legalidade, mas não a simples legalidade genérica que rege todas as atividades administrativas, subordina-se a uma legalidade específica, que em verdade se traduz no princípio da reserva da lei. Esta legalidade específica constitui garantia constitucional do contribuinte.

Esse princípio da estrita legalidade tributária compõe-se de dois princípios que se complementam:

o o da reserva da lei;

o o da anterioridade da lei tributária.

Legalidade penal

Consubstanciada no princípio “nullum crimen nulla poena sine lege” (nulo o crime, nula a pena). Contém também uma reserva absoluta de lei formal, que exclui a possibilidade de o legislador transferir a outrem a função de definir o crime e de estabelecer pena. Ademais, a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

PROIBIÇÃO DE TORTURA

Art. 5º:

III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

Cuida o dispositivo constitucional da garantia da incolumidade física e moral e da dignidade da pessoa humana, proibindo a prática de tortura e de tratamentos desumanos e degradantes.

A Lei 9.455, de 1997, define os crimes de tortura. São classificados como crimes hediondos, não comportando anistia, graça, indulto, fiança ou liberdade provisória.

A pena, nesses crimes, é cumprida integralmente em regime fechado. (art. 5º, XLIII, da CF; Lei 8.072, de 1990).

DIREITOS À SEGURANÇA

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Direitos à segurança correspondem a um conjunto de garantias, que visam regular situações, proibições, limitações e procedimentos destinados a assegurar o exercício e o gozo de algum direito individual fundamental.

Casa: asilo inviolável

Art. 5º:XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

Esse dispositivo consagra o direito do indivíduo ao aconchego do lar com a sua família, e a preservação da privacidade e da intimidade. O conceito de casa para efeito de inviolabilidade de domicílio não se limita ao conceito civil, alcançando escritórios, oficinas, consultórios e os locais de habitação coletiva, como por exemplo, hotéis, pousadas.

No entanto, a inviolabilidade não possui cunho absoluto, sendo que há casos em que é permitida a entrada no domicílio sem o consentimento do morador:

a) flagrante delito;b) desastre;c) par prestar socorro;d) durante o dia, por determinação judicial.

Entende-se por dia o período compreendido entre as 6 horas às 18 horas.

Segurança das comunicações pessoais

Art. 5º:XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Visa assegurar o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas e telefônicas, de dados e comunicações telefônicas. Todavia, o próprio inciso traz a possibilidade de quebra do sigilo telefônico, por ordem judicial, desde que respeite a lei, para que seja possível a investigação criminal e a instrução processual penal. Não é possível quebrar o referido sigilo em causas cíveis.

Sigilo de Correspondência: possui como regra a inviolabilidade. Porém, em caso de decretação de estado de defesa ou estado de sítio, poderá haver limitação a tal inviolabilidade, assim, como, é possível a quebra de sigilo de correspondência dos presidiários, visando a segurança pública e a preservação da ordem jurídica.

Sigilo de Comunicações Telegráficas: a regra é a inviolabilidade, no entanto, em estado de defesa ou de sítio, é possível a quebra do sigilo.

Sigilo das Comunicações Telefônicas: a regra é a inviolabilidade. Contudo, a própria Constituição traz no inciso supracitado a exceção: possibilidade de quebra do sigilo, desde que esteja amparado por decisão judicial de autoridade competente, para fins de instrução penal e investigação criminal.

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INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO

Art. 5º:

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

O texto assegura amplo acesso ao Poder Judiciário para a defesa de interesses individuais, coletivos ou difusos.

Não cabe qualquer exigência de prévio pedido administrativo ou de esgotamento da via administrativa.

Salvo raras exceções, como: na impetração de habeas data, que exige pedido prévio pela via administrativa (Lei 9.507, de 1997), ou nas questões da Justiça Desportiva, de acionamento obrigatório, para um pronunciamento no prazo máximo de 60 dias (CF, art. 217, § 1º 2º).

Dispõe a Lei Maior que aos litigantes e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa perante a autoridade competente (juiz natural - inciso LIII), dentro do devido processo legal, ou seja, mediante procedimento regular previamente estabelecido (inciso LIV).

Na área penal "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória" (inciso LVII).

DIREITO ADQUIRIDO, ATO JURÍDICO PERFEITO E COISA JULGADA

Art. 5º:XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

* Direito adquirido: é a faculdade legal em que o titular já preencheu todos os requisitos para exercê-la. É uma situação de direito já integrada ao patrimônio jurídico do titular.

Não há direito adquirido, mas apenas uma expectativa de direito, se faltar, por exemplo, um único dia na contagem de tempo para a aquisição do direito.

São seus elementos caracterizadores:1 - ter sido produzido por um fato idôneo para a sua produção;2 - ter se incorporado definitivamente ao patrimônio do titular;

Direito subjetivo vira direito adquirido quando lei nova altera as bases normativas sob as quais foi constituído. Se não era direito subjetivo antes da lei nova, mas interesse jurídico simples, mera expectativa de direito ou mesmo interesse legítimo, não se transforma em direito adquirido sob o regime da lei nova.

Não se trata da questão da retroatividade da lei, mas tão só limite de sua aplicação. A lei nova não se aplica a situação subjetiva constituída sob o império da lei anterior.

* Ato jurídico perfeito: é o que já foi regularmente concluído de acordo com as normas vigentes na data de sua constituição. É aquela situação consumada ou direito consumado: direito definitivamente exercido.

Esse direito consumado é também inatingível pela lei nova, não por ser ato perfeito, mas por ser direito mais do que adquirido, direito esgotado. Se o simples direito adquirido, é protegido contra a interferência da lei nova, mais ainda é o direito adquirido já consumado.

A diferença entre direito adquirido e o ato jurídico perfeito é que aquele emana diretamente da lei em favor de um titular, o segundo é negócio fundado na lei.

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* Coisa julgada: é a questão que foi objeto de decisão judicial de que já não cabe recurso. Trata-se da coisa julgada material (art. 6º, § III, da LICC).

A coisa julgada pode ser: Formal: refere-se à imutabilidade da sentença dentro do processo em que foi proferida, podendo

ser postulada em outro processo futuro. Material: refere-se à imutabilidade da sentença tanto no mesmo processo como em qualquer

outro processo futuro. Dessa forma, não cabe mais ação que trate sobre essa causa.A motivação ou a fundamentação da sentença de mérito, por exemplo, constitui apenas coisa

julgada formal.

Se esses institutos não existissem no ordenamento jurídico, estaria-se diante de uma total insegurança e anarquia jurídica, pois transações realizadas, contratos firmados, sentenças prolatadas poderiam ser alteradas pela superveniência de um ato normativo publicado. Nesse sentido, com a existência de tais institutos jurídicos, uma lei posterior não poderá alterar o conteúdo de relações jurídicas firmadas, o que enseja o jurisdicionado um sentimento de segurança ao buscar o acesso ao Poder Judiciário.

JÚRI – TRIBUNAL POPULAR

Art. 5º:XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri com a organização que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;c) a soberania dos veredictos;

d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

O Tribunal do Júri é um órgão de primeiro grau da Justiça Comum. Pode ser Estadual ou Federal. Compõe-se de um juiz de direito, que é o seu presidente, e de 21 jurados, sorteados entre os alistados. Em cada sessão, dentre os 21 jurados, são sorteados 7 para formar o conselho de sentença. As votações são reservadas e realizadas na sala secreta, de modo que um jurado não conheça o voto do outro.

A plenitude da defesa admite a possibilidade de todos os meios de defesa, sendo caracterizado como um nível maior de defesa, defendida em todos os procedimentos judiciais, sob pena de nulidade processual.

Os veredictos são soberanos, não podendo ser modificados no mérito por instâncias superiores. Mas se a decisão do Júri for manifestamente contrária à prova dos autos pode o tribunal determinar novo julgamento, por uma única vez (art. 593, § 3º, do CPP).

Compete ao Júri o julgamento dos crimes dolosos (com intenção) contra a vida: homicídio; induzimento, instigação ou auxílio a suicídio; infanticídio e aborto (arts. 121 a 127 do CP). A Constituição não proíbe que lei ordinária venha a ampliar a competência do Júri para outras modalidades de crime.

ANTERIORIDADE E LEGALIDADE

Art. 5º:

XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;

Nesse inciso encontra-se assegurado o princípio da legalidade, consagrando a antiga máxima jurídica nullun crimen, nulla poena, sine praévia lege. Na área criminal, a Constituição traz várias regras.

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"A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu" (art. 5º, XL, da CF)."Nenhuma pena passará da pessoa do condenado" (inciso XLV).As penas são de privação ou restrição da liberdade, perda de bens, multa, prestação social

alternativa e suspensão ou interdição de direitos (inciso XLVI).Não haverá penas de morte, salvo em caso de guerra, perpétuas, de trabalhos forçados, de

banimento ou cruéis (inciso XLVII). São inadmissíveis provas obtidas por meios ilícitos, como, por exemplo, as obtidas por

violação de correspondência ou interceptação telefônica não autorizada (inciso LVI)."Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de

autoridade judiciária competente" (inciso LXI).Considera-se em flagrante delito o agente que está cometendo a infração ou acaba de

cometê-la (flagrante próprio). Ou quando o agente é perseguido logo após o ilícito, em situação que faça presumir ser ele o autor da infração (flagrante impróprio). Ou quando o agente é encontrado logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração (flagrante presumido) (art. 302 do CPP).

"Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória" (inciso LVII).

EXTRADIÇÃO

Art. 5º:LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

A extradição consiste na entrega de um indivíduo a outro Estado soberano, que o reclama, para ser julgado ou para cumprir pena.

I - O brasileiro nato NUNCA pode ser extraditado. Os crimes praticados por brasileiros, embora cometidos no estrangeiro, ficam sujeitos à lei brasileira (art. 7º, II, "b", e § 2º, do CPP).

II - O brasileiro naturalizado pode ser extraditado, mas somente nos seguintes casos:

antes da naturalização: prática de crime comum, comprovado o envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas;

depois da naturalização: comprovado o envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas.

III - O estrangeiro pode ser extraditado, em regra, mas não pode ser extraditado no caso de crime político ou de opinião;

IV - O português equiparado pode ser extraditado nas mesmas hipóteses do brasileiro naturalizado, mas somente para Portugal.

Para a extradição do estrangeiro é necessário que exista condenação penal ou mandado de prisão emanados de autoridade competente do Estado solicitante. É necessário também que o fato tenha dupla incriminação (ou dupla tipicidade) - isto é, o fato deve ser considerado crime não só no Estado estrangeiro solicitante, mas também no Brasil - e que não tenha ocorrido prescrição, nem no estrangeiro nem no Brasil.

O pedido de extradição é feito de governo para governo, sendo em regra dirigido ao Presidente da República, por via diplomática. Deve ser remetido ao Supremo Tribunal Federal para exame prévio do cabimento e dos requisitos legais. Se a decisão do Supremo for negativa, encerra-se o procedimento. Se a decisão for positiva, cabe ao Presidente da República efetivar, ou não, discricionariamente, a extradição solicitada.

"Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando casado com brasileira ou ter filho brasileiro" (Súmula 421 do Supremo Tribunal Federal).

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Costumeiramente a extradição depende de tratados ou convenções entre os países, ou de protestos de reciprocidade.

Como assuntos correlatos à extradição temos a expulsão, a deportação e o banimento. Extradição: um Estado solicita a medida a outro Estado soberano. Expulsão: modo coativo de retirar o estrangeiro do território nacional por delito ou infração ou

atos que o tornem inconveniente - fundamenta-se na necessidade de defesa e conservação da ordem interna ou das relações internacionais do Estado interessado.

Reserva-se exclusivamente ao Presidente da República, resolver a conveniência e oportunidade. A expulsão far-se-á através de decreto. O ato expulsório ficará sujeito ao controle da constitucionalidade pelo judiciário.

Ao contrário do que ocorre na extradição, "é vedada a expulsão de estrangeiro casado com brasileira, ou que tenha filho brasileiro, dependente da economia paterna" (Súmula 1 do Supremo Tribunal Federal). Deportação: quando alguém está irregular (estava na situação regular mas se tornou irregular)

ou clandestino (nunca esteve regular) no país. Ocorre a devolução do estrangeiro para o país de sua nacionalidade ou procedência. Não corresponde a uma pena, mas é um procedimento necessário para que o estrangeiro regularize a sua situação, diferentemente da extradição e da expulsão. O deportado pode voltar ao país que o deportou desde que atenda às exigências da lei.

Banimento: é a expulsão, o exílio de um nacional. Consiste na proibição de permanência no território de seu país. No Brasil não há pena de banimento (CF, art. 5º, XLVII, "d").Não se confunde com a expulsão que se refere apenas aos estrangeiros, e que não é

propriamente uma pena, mas uma medida de resguardo da soberania do país.

DOS REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Os remédios constitucionais são garantias definidas no corpo do artigo 5º, da Constituição Federal, que visam à proteção de valores também definidos na Carta Maior. Apesar de a maioria dos remédios tramitar perante o Poder Judiciário, existem remédios, como o direito de petição, que podem tramitar perante órgãos administrativos. Considera-se os seguintes remédios constitucionais:

Habeas Corpus Habeas Data Mandado de Segurança Mandado de Injunção Ação Popular Direito de Petição

1. HABEAS CORPUS: (“corpo livre ou liberdade para o corpo” - art. 5º, inciso LXVIII) -Liberdade de ir e vir-

Art. 5º:LXVIII - conceder-se-á "habeas corpus" sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou cação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

Finalidade: é um "remédio" constitucional que garante o direito individual de locomoção, a liberdade de ir, vir e permanecer. É o instrumento do direito processual penal, mediante o qual alguém preso, detido ou ameaçado em seu direito de ir e vir, por ilegalidade ou abuso do poder, tem

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o direito subjetivo público de exigir, em juízo, do Estado, o cumprimento da prestação jurisdicional, consistente na devolução imediata de seu - status quo ante - a liberdade física de locomoção, ameaçado ou violado por ato arbitrário da autoridade.

o VIOLÊNCIA: é a arbitrariedade da autoridade pública, que prende ou detém o corpus do paciente, encarcerando-o, suprimindo-lhe a liberdade de ir e vir.

o COAÇÃO : pode haver coação sem violência. Basta que se criem condições psicológicas que influam no animus do paciente, ocasionando a vis inquietativa.

o LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO : o vocábulo locomoção abrange, o direito de ir e vir, para onde quer que se pretenda, como também o direito de permanecer. A liberdade de locomoção a ser protegida pelo habeas corpus é aquela ameaçada por ilegalidade ou abuso do poder.

Legitimidade Ativa: quem pode impetrar o habeas corpus é chamado de impetrante. Esse remédio é um dos mais informais, uma vez que pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, independente de advogado, em benefício próprio ou alheio, nesse último caso, sendo dispensável mandato outorgado pelo paciente. Pode ser impetrado também pelo Ministério Público. Quem impetra o habeas corpus pode estar:

o ameaçado de ser preso;o preso de modo ilegal;o preso legalmente.

Legitimidade Passiva: é considerado paciente aquele que estiver sofrendo lesão ou ameaça a seu direito de locomoção e venha a ser protegido pelo remédio constitucional. O paciente será necessariamente uma pessoa física, já que as pessoas jurídicas não possuem liberdade de locomoção, prerrogativa que é incompatível com elas.

Tipos: o habeas corpus pode ser: Preventivo: no caso de estar o paciente ameaçado de violência ou coação ilegal. Repressivo: no caso de ilegalidade ou o abuso de poder já praticada; De ofício: concedido pelo juiz independentemente de impetração

Gratuidade: o habeas corpus é gratuito, independente de qualquer condição.

2. MANDADO DE SEGURANÇA: (art.5º, inciso LXIX) -Proteção de direito líquido e certo-

Art. 5º:LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas corpus" ou "habeas data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

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Finalidade: o mandado de segurança é uma ação (ou remédio constitucional) para corrigir ato ou omissão de autoridade, desde que ilegal e ofensivo ao direito individual ou coletivo, líquido e certo, do impetrante.

Direito liquido e certo é o que independe de qualquer outra prova além da documentação juntada na inicial. Na lição de Hely Lopes Meirelles, "direito líquido e certo é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração". Portanto, a simples descrição do fato já basta para que se reconheça o direito, motivo pelo qual a única prova admitida no mandado de segurança é a de caráter documental. O direito é facilmente aferível a partir da leitura das normas legais aplicáveis ao caso, competindo à parte, apenas demonstrar que se enquadra na situação descrita na lei.

Quando a lei alude a direito líquido e certo está exigindo que esse direito se apresente com todos os requisitos para o seu reconhecimento e exercício no momento da impetração. Direito líquido e certo é comprovado de plano.

Se depender de comprovação posterior não é líquido, nem certo, para fins de segurança. Se exigem situações e fatos comprovados de plano, é que não há instrução probatória no mandado de segurança. Há apenas uma dilação para informações do impetrado, sobre as alegações e provas oferecidas pelo impetrante, com subsequente manifestação do Ministério Público.

Respondem também em mandado de segurança as autoridades judiciárias, quando pratiquem atos administrativos ou profiram decisões judiciais que lesem direito individual ou coletivo, líquido e certo, do impetrante.

Ato de Autoridade: é toda manifestação ou omissão do Poder Público ou de seus delegados, no desempenho de suas funções ou a pretexto de exercê-las. Entende-se por Autoridade, a pessoa física investida de poder de decisão dentro da esfera de competência que lhe é atribuída pela norma legal.

Deve-se distinguir autoridade pública de agente público: aquela detém na ordem hierárquica poder de decisão, pratica atos decisórios, este não pratica atos decisórios, mas simples atos executórios, e por isso não responde a mandado de segurança.

Legitimidade Ativa: pode ser ajuizado por qualquer pessoa, física ou jurídica.

Legitimidade Passiva: somente pode ser impetrado em um mandado de segurança quem seja autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público, ou seja a ela equiparado por atuar em função eminentemente pública, mediante delegação.

Coator: é a autoridade superior que pratica ou ordena concreta e especificamente a execução ou inexecução do ato impugnado e responde pela suas conseqüências administrativas. O executor é o agente subordinado.

Tipos: o mandado de segurança pode ser: Individual: busca a proteção dos interesses do impetrante. Ainda será individual quando vários

impetrantes optem por ajuizar uma só ação, na condição de litisconsortes.

Coletivo: o impetrante defende em nome próprio, um direito alheio. Trata-se de forma de substituição processual, razão pela qual não há necessidade de autorização dos titulares do direito protegido. Assim, a Súmula nº 629/STF determina que a impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização desses.

São legitimados para impetrar o mandado de segurança:a) partido político com representação no Congresso Nacional;b)organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em

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funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

Esse remédio segue o procedimento comum do mandamus de proteção a direito individual. Observe-se que não se presta à defesa do direito individual de um ou alguns filiados de partido político, de sindicato ou de associação, mas sim da categoria, ou seja, da totalidade dos impetrantes que tenham um direito ou uma prerrogativa a defender em juízo.

OBS: o mandado de segurança coletivo é hipótese isolada em que as associações fazem substituição processual. Nas demais ações ajuizadas pelas associações, o que se pratica é a representação processual, que exige autorização dos representados.

Prazo decadencial: 120 dias, contados da data da ciência do ato ilegal ou cometido com abuso de poder.

3. MANDADO DE INJUNÇÃO: (art. 5º, inciso LXXI)

Art. 5º LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

Finalidade: O mandado de injunção presta-se para fazer valer direito constitucional dependente de regulamentação, mas ainda não regulamentado. Deve ser interposto perante o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso (arts. 102, I, "q”, e 105, I, ''h", da CF).

Aplica-se analogicamente as normas pertencentes ao Mandado de Segurança, visto guardarem estreita semelhança.

É cabível medida liminar, para evitar lesão a direito do impetrante do mandado de injunção, desde que haja possibilidade de dano irreparável se aguardar a decisão final da justiça; desde que ocorram os pressupostos do “fumus bonis juris” e do “periculum in mora”.

Em princípio, não há decadência nem prescrição para impetração do mandado de injunção. A Justiça determinará que o órgão competente (Legislativo, Executivo e ou Judiciário),

expeça a norma regulamentadora do dispositivo constitucional dependente dessa normatividade ou decidirá concretamente sobre o exercício do direito do postulante, se entender dispensável a norma regulamentadora.

Não poderá a Justiça legislar pelo Congresso Nacional, já que a Constituição mantém a independência entre os poderes. O judiciário ordenará a autoridade impetrada que tome as providências cabíveis, fixando-lhe um prazo. Essa decisão não fará coisa julgada erga omnes (para todos), mas apenas inter partes (entre as partes).

É executada por meio de comunicação ao poder, órgão ou autoridade competente para cumpri-la, nos termos indicados na decisão judicial.

Legitimidade Ativa: pode ser impetrado por qualquer pessoa que possua interesse direto na regulamentação do dispositivo constitucional.

Legitimidade Passiva: será considerado impetrado aquele que seja responsável pela omissão legislativa.

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4. HABEAS DATA: ("tenhas as informações ou os dados”- art. 5º, inciso LXXII)-Liberdade de informações-

Art. 5º:LXXII - conceder-se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público;b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

Finalidade: é uma ação que possui uma dupla finalidade:

Acesso Visa assegurar - ou de informações sobre a pessoa do interessado, que conste Retificação em registros ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público.

Não cabe habeas data se a entidade não recusou as informações ou a retificação (Súmula 2 do Superior Tribunal de Justiça) (Lei 9.507, de 1997). É necessário, portanto, que o impetrante demonstre que buscou previamente o acesso às informações diretamente junto ao banco de dados, sem obter sucesso.

Legitimidade Ativa: unicamente a pessoa física ou jurídica diretamente interessada nos registros, pois se trata de uma ação personalíssima.

Legitimidade Passiva: apenas pode ser impetrado o banco de dados de caráter público (Serasa, SPC, etc) ou respectiva entidade governamental (INSS, Receita Federal do Brasil, Polícia Federal, etc).

Gratuidade: é isenta de custas e despesas judiciais.

5. AÇÃO POPULAR: (art. 5º, inciso LXXIII)

Art. 5º:LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Finalidade: é a ação pela qual o cidadão brasileiro, na qualidade de eleitor, pode pleitear a anulação de ato lesivo:a) ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe;

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b) à moralidade administrativa;c) ao meio ambiente;d) ao patrimônio histórico e cultural.

O beneficiário direto e imediato desta ação não é o autor, mas o povo, que pode exercer a democracia de forma direta com vistas a obter um governo honesto.

É um instrumento de defesa dos interesses da coletividade, por ela não se amparando direitos individuais próprios, mas sim, direitos da comunidade.

Salienta-se que a ação popular só objetiva à anulação dos atos lesivos, não sendo o instrumento adequado à punição do agente público que causou um dano a interesse da sociedade. A punição, no caso, poderá ser discutida em eventual ação de improbidade.

A ação popular deverá ter por escopo um ato administrativo, não sendo cabível contra uma decisão judicial.

A Lei 4.717, de 1965, regula a ação popular.A ação popular perdeu grande parte de seu interesse, uma vez que os interessados podem

recorrer ao Ministério Público, mediante representação, para que esse promova o inquérito civil ou a ação civil pública.

b) Requisitos da ação: 1º) para ajuizamento da ação popular é necessário que o autor seja cidadão brasileiro -

qualidade de eleitor. Somente o indivíduo pessoa física poderá propor a ação popular. Isso porque tal ação se funda essencialmente no direito político do cidadão, que tendo o poder de escolher os governantes, deve ter também, a faculdade de fiscalizar os atos da administração.

2º) a ação popular visa anular a ilegitimidade ou ilegalidade do ato, dessa forma, o ato deve ser contrário ao direito.

3º) o ato deve ser lesivo ao patrimônio público. Ato lesivo é todo o ato ou omissão que desfalca o erário ou prejudica a administração, assim como o que ofende bens e valores artísticos, cívicos, culturais, ambientais ou históricos da comunidade.

Sem estes três requisitos: condição de eleitor; ilegalidade e lesividade - pressupostos da

demanda - não se viabiliza a ação popular.

Legitimidade Ativa: somente podem ajuizar a Ação Popular os cidadãos, ou seja, aqueles que estão no gozo dos direitos políticos. O cidadão a promove em nome da coletividade.

Legitimidade Passiva: deve ser ajuizada contra a autoridade pública, autora do ato impugnado.

Gratuidade: será gratuita, desde que condicionada à boa-fé. Se a ação for ajuizada com má-fé, o autor será condenado ao pagamento das custas judiciais.

6. DIREITO DE PETIÇÃO: (art. 5º, inciso XXXIV)

XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

Finalidade: o direito de petição, também considerado um remédio constitucional, difere-se dos

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demais por não consistir em uma ação judicial. Trata-se de um instrumento exercido perante o Poder Público com o objetivo de:a) defesa de direitos;b) representação contra ilegalidade ou abuso de poder;

O direito de petição reveste-se de dois aspectos: o pode ser uma queixa, uma reclamação, e então, aparece como um recurso não contencioso -

não jurisdicional - formulado perante autoridades representativas;o pode ser a manifestação da liberdade de opinião e, dessa forma, reveste-se de caráter de uma

informação ou de uma aspiração dirigida a certas autoridades.

Legitimidade Ativa: cabe a qualquer pessoa - física ou jurídica - por indivíduo ou grupo de indivíduos , por nacionais ou estrangeiros. Não se pode ser formulado pelas forças militares.

Legitimidade Passiva: dirigido ao Poderes Públicos, a qualquer autoridade do Legislativo, do Executivo ou Judiciário.

O direito de petição não pode separar-se da obrigação da autoridade de dar resposta de petição e pronunciar-se sobre o que lhe foi apresentado, já que, separada de tal obrigação, carece de verdadeira utilidade e eficácia.

Gratuidade: independente do pagamento de taxas.

REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

Conceito Considerações

HABEAS CORPUS

sempre que alguém sofrer (HC Repressivo) ou se achar ameaçado de sofrer (HC Preventivo) violência ou coação em sua LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO, por ilegalidade ou abuso de poder.

pode sem impetrado pela própria pessoa, por menor de idade ou por estrangeiro.

HABEAS DATA

para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constante de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; serve também para retificação de dados, quando NÃO se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo.

a propositura da ação é gratuita;

é uma ação personalíssima

MANDADO DE SEGURANÇA

para proteger direito líquido e certo não amparado por HC ou HD, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Líquido e Certo: o direito não desperta dúvidas, está isento de obscuridades.

qualquer pessoa física ou jurídica pode impetrar, mas somente através de advogado.

MANDADO DE SEGURANÇACOLETIVO

instrumento que visa proteger direito líquido e certo de uma coletividade, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

Legitimidade para impetrar MS Coletivo: Organização Sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída a pelo menos 1 ano, assim como partidos políticos com representação no Congresso Nacional.

OBJETIVO: defesa do interesse dos seus membros ou

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associados.

MANDADO DE INJUNÇÃO

sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.

qualquer pessoa (física ou jurídica) pode impetrar, sempre através de advogado.

AÇÃO POPULAR

visa a anulação ou à declaração de nulidade de atos lesivos ao: Patrimônio Público, à moralidade Administrativa, ao Meio Ambiente, ao Patrimônio Histórico e Cultural.

a propositura cabe a qualquer cidadão (brasileiro) no exercício de seus direitos políticos.

DIREITO DE PETIÇÃO Objetivo: Defender direito ou noticiar ilegalidade ou abuso de autoridade pública.

qualquer pessoa pode propor, brasileira ou estrangeira

TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL

Art. 5ºLXXVIII§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

O parágrafo 2º explicita que os direitos e garantias expressos em toda a Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios adotados pela mesma, ou dos tratados internacionais em que o Brasil seja parte. Dessa maneira, além dos direitos e garantias já existentes, este parágrafo consagra a possibilidade de outros decorrentes do regime democrático. Não obstante, o parágrafo supracitado não exclui outros princípios derivados de tratados internacionais em que o Brasil seja signatário.

O parágrafo 3º trouxe uma novidade inserida pela Emenda Constitucional nº 45/04 (Reforma do Judiciário). A novidade consiste em atribuir aos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos o mesmo valor de emendas constitucionais, desde que sejam aprovados pelo rito necessário. Para que as emendas alcancem tal caráter é necessária a aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos membros. Cabe ressaltar que esse parágrafo somente abrange os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos. Assim, os demais tratados serão recepcionados pelo ordenamento jurídico brasileiro com o caráter de lei ordinária, diferentemente do tratamento dado aos tratados de direitos humanos, com a edição da Emenda 45/04.

O parágrafo 4º também é outra novidade inserida ao ordenamento jurídico pela Emenda Constitucional nº 45/04. Assim, o Brasil se submete à jurisdição do TPI (Tribunal Penal Internacional) a cuja criação tenha manifestado adesão.

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QUADRO GERAL DOS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS

NINGUÉM SERÁ: obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,

salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;

compelido a associar-se ou a permanecer associado; privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade

judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;

levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

processado, nem sentenciado senão pela autoridade competente.

É INVIOLÁVEL : o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos

religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a

indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações

telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

a casa do indivíduo.

É LIVRE : a manifestação do pensamento, sendo proibido o anonimato; a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,

independentemente de censura ou licença; o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais

que a lei estabelecer; a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos

da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; a crença e as práticas religiosas; a criação de cooperativas, na forma da lei.

É ASSEGURADO : o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral

ou à imagem; prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares; é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando

necessário ao exercício profissional;

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o direito de propriedade; o direito autoral; a propriedade industrial, que abrange as invenções, os modelos de utilidade, os desenhos

industriais, as marcas etc; o direito ao nome da empresa; o direito de herança; o direito de receber informações dos órgãos públicos; o direito a todos, independentemente do pagamento de taxas:

a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal.

A LEI : estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou

por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro; não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;

punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o

interesse social o exigirem.

GARANTIAS PROCESSUAIS PENAIS instrução penal contraditória: garantia do contraditório e ampla defesa; garantia do devido processo legal: ninguém será privado de liberdade ou de seus bens sem o

devido processo legal; garantia da ação privada: garante ao interessado promover a ação privada nos crimes de ação

pública, se esta não for intentada no prazo legal; garantia de presunção de inocência: ninguém será culpado até o trânsito em julgado da

sentença penal condenatória; o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses

previstas em lei.

PENAS: Personalização da pena: a pena não passará da pessoa do condenado, no sentido de que não

atingirá a ninguém de sua família nem a terceiro, pois ninguém pode sofrer sanção por fato alheio;

Individualização da pena: a aplicação da pena deve ajustar-se à situação de cada imputado; não haverá penas:

a) de morte, salvo em caso de guerra declarada;b) de caráter perpétuo;c) de trabalhos forçados;d) de banimento;

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e) cruéis. a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens pode ser estendida aos

sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;

CRIMES : anterioridade da lei penal: não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia

cominação legal; garantia da irretroatividade da lei penal, salvo quando beneficiar o réu; será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo

legal; constitui crime inafiançável e imprescritível:

a) a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; b) a prática do racismo, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia:a) a prática da tortura;b) o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins; c) o terrorismo;d) os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os

executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.

PRISÃO: não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e

inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; garantia da legalidade e da comunicabilidade da prisão: a prisão ilegal será imediatamente

relaxada pela autoridade competente; o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório; não haverá juízo ou tribunal de exceção; o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do

tempo fixado na sentença.

A PROPRIEDADE: é garantido o direito de propriedade; a propriedade atenderá a sua função social; a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não

será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;

a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.

ENTIDADES E ASSOCIAÇÕES :

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todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar; a criação de associações e a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a

interferência estatal em seu funcionamento; as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas

por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para

representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.

PROCESSOS: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência

de recursos; são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; é reconhecida a INSTITUIÇÃO DO JÚRI, assegurados:

a plenitude de defesa; o sigilo das votações; a soberania dos veredictos; a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida.

SUCESSÃO E HERANÇA : é garantido o direito de herança; a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em

benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus.

OUTROS DIREITOS : homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações; o Estado promoverá a defesa do consumidor, que é todo aquele que se utiliza de produtos,

atividades ou serviços de outrem. As disposições legais específicas estão expressas no Código de Defesa do Consumidor;

todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

EXTRADIÇÃO :

proibição de extradição a brasileiro: salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

proibição de extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

Título I - Dos Princípios FundamentaisArt. 1º A República Federativa do Brasil,

formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui- se

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em Estado democrático de direito e tem como fundamentos:I - a soberania;II - a cidadania;III - a dignidade da pessoa humana;IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V - o pluralismo político.Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;II - garantir o desenvolvimento nacional;III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:I - independência nacional;II - prevalência dos direitos humanos;III - autodeterminação dos povos;IV - não-intervenção;V - igualdade entre os Estados;VI - defesa da paz;VII - solução pacífica dos conflitos;VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;X - concessão de asilo político.Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Título II - Dos Direitos e Garantias Fundamentais

Capítulo I - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;

XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;

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XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;XXII - é garantido o direito de propriedade;XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:

a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;XXX - é garantido o direito de herança;XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:a) a plenitude de defesa;b) o sigilo das votações;

c) a soberania dos veredictos;

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d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático;XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:a) privação ou restrição da liberdade;b) perda de bens;c) multa;d) prestação social alternativa;e) suspensão ou interdição de direitos;XLVII - não haverá penas:a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de caráter perpétuo;c) de trabalhos forçados;d) de banimento;e) cruéis;XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;

LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado;LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento

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voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público;LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;LXXII - conceder-se-á habeas data:a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o

Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:a) o registro civil de nascimento;b) a certidão de óbito;LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania.LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS – Considerações essenciais

O momento mais importante na história dos Direitos Humanos se deu entre os anos de 1945 e 1948. Durante a 2ª Guerra Mundial o homem perdeu todos os seus direitos e com isso, a sua dignidade. Com o término da Guerra, em 1945, os países uniram-se buscando restabelecer a paz mundial e construir um mundo sob novos alicerces ideológicos. Dessa forma, 192 países assinaram a Carta das Nações Unidas e criaram a Organização das Nações Unidas – ONU, em 24 de outubro desse mesmo ano. O principal objetivo da ONU era, além do restabelecimento da paz, evitar uma nova guerra mundial.

Assim, em 10 de dezembro de 1948, durante a realização da Assembleia Geral das Nações Unidas, foi assinado em Paris, por 58 Estados, um documento que marcaria a história dos direitos humanos no mundo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos definiu expressamente os direitos do homem, traçando objetivos concretos a fim de evitar guerras, promover a paz, a democracia e o fortalecimento dos Direitos Humanos.

Inspirada na Declaração Francesa dos Direitos Humanos e do Cidadão, de 1789, e na Declaração de Independência dos Estados Unidos, de 1776, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, como se percebe da leitura de seu preâmbulo, foi redigida sob o impacto das atrocidades cometidas durante a 2ª Guerra Mundial, e cuja revelação só começou a ser feita após o encerramento das hostilidades. Além disso, nem todos os membros das Nações Unidas, à época, partilhavam das convicções expressas no documento: embora aprovado por unanimidade, os países comunistas (União Soviética, Ucrânia e Rússia Branca, Tchecoslováquia, Polônia e Iugoslávia), a Arábia Saudita e África do Sul abstiveram-se de votar.

A Declaração inicia-se com a proclamação dos três princípios fundamentais em matéria de direitos humanos: a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Nesse sentido, a Declaração, retomando os ideais da Revolução Francesa, representou a manifestação histórica de que se formara, enfim, em âmbito universal, o reconhecimento dos valores supremos da igualdade, da liberdade e da fraternidade entre os homens, como ficou consignado em seu artigo I. A cristalização desses ideais em direitos efetivos far-se-á progressivamente, no plano nacional, como fruto de um esforço sistemático de educação em direitos humanos.

Em trinta artigos, o texto enumera os direitos humanos, civis, econômicos, sociais e culturais, considerados inalienáveis e indivisíveis, dentre os quais:

os valores fundamentais da liberdade, da dignidade e da fraternidade, proclamando que todos os seres humanos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal;

o direito à nacionalidade;

a liberdade de pensamento, consciência e religião;

o direito ao trabalho e à educação;

o direito à alimentação e habitação;

o direito de fazer parte de um governo.

O princípio da igualdade, não obstante as múltiplas diferenças de ordem biológica e cultural que distinguem os seres humanos, é afirmado no artigo II.

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O princípio da liberdade compreende tanto a dimensão política, quanto a individual. A primeira vem declarada no artigo XXI e a segunda nos artigos VII e XVI a XX. Reconhece-se, com isso, que ambas essas dimensões da liberdade são complementares e independentes. A liberdade política, sem as liberdades individuais, não passa de engodo demagógico de Estados autoritários ou totalitários. E o reconhecimento das liberdades individuais, sem efetiva participação política do povo no governo, mal esconde a dominação oligárquica dos mais ricos.

O princípio da solidariedade está na base dos direitos econômicos e sociais, que a Declaração afirma nos artigos XXII a XXVI. Trata-se de exigências elementares de proteção às classes ou grupos sociais mais fracos ou necessitados, a saber:

* o direito à seguridade social (arts. XXII e XXV);

* o direito ao trabalho e à proteção contra o desemprego (art. XXIII, 1);

* os direitos ligados ao contrato de trabalho, como por exemplo: a remuneração igual por trabalho igual (art. XXIII, 2), o salário mínimo (art. XXIII, 3); o repouso e o lazer, a limitação horária da jornada de trabalho, as férias remuneradas (art. XXIV);

* a livre sindicalização dos trabalhadores (art. XXIII, 4);

* o direito à educação: ensino obrigatório e gratuito, a generalização da instrução técnico-profissional, a igualdade de acesso ao ensino superior (art. XXVI).

A Organização Internacional do Trabalho, tem desenvolvido por meio de convenções, os vários direitos do trabalhador declarados no artigo XXIII.

Proibição da escravidão e do tráfico de escravos (art. IV);

o direito de asilo a todas as vítimas de perseguição (art. XIV), firmando o direito de todos a uma nacionalidade (art. XV);

afirmação da democracia como único regime político compatível com o pleno respeito aos direitos humanos (arts. XXI e XXIX, alínea 2). O regime democrático já não é, pois, uma opção política entre muitas outras, mas a única solução legítima para a organização do Estado;

o reconhecimento, no artigo XXVIII, do primeiro e mais fundamental dos chamados direitos da humanidade, aquele que tem por objetivo a constituição de uma ordem internacional respeitadora da dignidade humana.

Apesar de toda a sua importância, a Declaração não possui caráter coercitivo e força vinculante, mas trata-se de uma recomendação que a Assembléia Geral das Nações Unidas faz aos seus membros, pois não obriga os Estados a vincularem a Carta em sua determinação jurídica, apenas fazendo com que reconheçam formalmente o seu conteúdo. Dessa forma, embora não seja um documento que representa uma obrigatoriedade legal, serviu como base para os dois tratados sobre direitos humanos da ONU, de força legal:

o Tratado Internacional dos Direitos Civis e Políticos;

o Tratado Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.

Ademais, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, serviu de fundamento para a promulgação da Convenção Americana de Direitos Humanos, também chamada de Pacto de San José da Costa Rica, assinada em 22 de novembro de 1969, na cidade de San José, na Costa Rica, e

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ratificado pelo Brasil em setembro de 1992. A convenção internacional procura consolidar entre os países americanos um regime de liberdade pessoal e de justiça social, fundado no respeito aos direitos humanos essenciais, independentemente do país onde a pessoa resida ou tenha nascido.

O Pacto baseia-se na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que compreende o ideal do ser humano livre, isento do temor e da miséria e sob condições que lhe permitam gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos.

A Assembléia Geral proclama a Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente os preceitos expressos na Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, para promover o respeito a esses direitos e liberdades, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, para assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Corrobora-se que as convenções internacionais para banir a discriminação contra as mulheres, de 1979, além das convenções contra a tortura de 1984 e pelos direitos das crianças de 1990, junto com a criação da Corte Penal Internacional (CPI) em 1998, são alguns dos frutos da declaração.

Conforme o Guinness Book of World Records, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento traduzido no maior número de línguas. Em Maio de 2009, o sítio oficial da Declaração Universal dos Direitos Humanos dava conta da existência de 360 traduções disponíveis.

Com efeito, a Declaração Universal de 1948, representa a culminância de um processo ético que, iniciado com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e com a Revolução Francesa, levou ao reconhecimento da igualdade essencial de todo ser humano em sua dignidade de pessoa, isto é, como fonte de todos os valores, independentemente das diferenças de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição, como se diz em seu artigo II. E esse reconhecimento universal da igualdade humana só foi possível quando, ao término da mais desumanizadora guerra de toda a História, percebeu-se que a idéia de superioridade de uma raça, de uma classe social, de uma cultura ou de uma religião, sobre todas as demais, põe em risco a própria sobrevivência da humanidade.

Alguns estudiosos da área, afirmam que a maior dificuldade é fazer um país aceitar os preceitos da Carta quando a nação mais poderosa do mundo a desrespeita. Os Estados Unidos atuam gravemente ao legitimar o uso da tortura e passam a ser um exemplo negativo na luta pela aceitação dos direitos humanos pelo resto do planeta.

Nesse diapasão, o respeito e a observação às disposições elencadas na Declaração, implica um mundo mais justo, que busca proporcionar às mesmas condições para todos os seres humanos. Quanto mais os direitos humanos forem divulgados e conhecidos, maior será a sua exigibilidade. O conteúdo da Declaração, porém, só terá efeito quando fizer sentido na vida das pessoas.

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DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III)

da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,

Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,

Considerando essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão,

Considerando essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,

Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos dos homens e das mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,

Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a desenvolver, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,

Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,

A Assembléia Geral proclama

A presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.

Artigo I

        Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão  e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.   

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Artigo II

        Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua,  religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 

Artigo III

        Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo IV

        Ninguém será mantido em escravidão ou servidão, a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.   

Artigo V

        Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.

Artigo VI

        Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como pessoa perante a lei.   

Artigo VII

        Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.   

Artigo VIII

        Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem  os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.   

Artigo IX

        Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.   

Artigo X

        Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.   

Artigo XI

        1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe

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tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.            2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo XII

        Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo XIII

        1. Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.            2. Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.

Artigo XIV

        1.Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.            2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XV

        1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.            2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.

Artigo XVI

        1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer retrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.            2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.

Artigo XVII

        1. Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.            2.Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo XVIII

        Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular.

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Artigo XIX

        Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo XX

        1. Toda pessoa tem direito à  liberdade de reunião e associação pacíficas.            2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo XXI

        1. Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de sue país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.            2. Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.            3. A vontade do povo será a base  da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo  equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo XXII

        Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo XXIII

        1.Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.            2. Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.            3. Toda pessoa que trabalhe tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.            4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.

Artigo XXIV

        Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.

Artigo XXV

        1. Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle.            2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

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Artigo XXVI

        1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.            2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.            3. Os pais têm prioridade de direito n escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.

Artigo XXVII

        1. Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do processo científico e de seus benefícios.            2. Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo XVIII

        Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e  liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo XXIV

        1. Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.            2. No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.            3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo XXX

        Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição  de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

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QUESTÕES

BATERIA 1:

DIREITOS FUNDAMENTAIS

1. (AOCP – Brigada Militar RS/2009) Assinale a alternativa correta: A Constituição Federal assegura expressamente, no artigo 5º,

a) a liberdade de locomoção no território nacional em tempo de guerra e de paz.

b) o direito de herança.

c) a proibição das penas de morte, de banimento, de caráter perpétuo e de trabalhos forçados em qualquer hipótese.

d) a possibilidade de extradição de brasileiro em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins.

e) a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião.

2. (AOCP – Brigada Militar RS 2009) Assinale a alternativa correta. A dignidade da pessoa humana foi sacramentada na Constituição Federal Brasileira como:

a) objetivo da República Federativa do Brasil.

b) mecanismo de integração social e cultural.

c) garantia de promoção humana.

d) fundamento do Estado Democrático de Direito.

e) mecanismo de erradicação da pobreza e marginalização social.

3. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , inciso I, da Constituição Federal, é correto afirmar que:

A) somente por Decreto poderão ser conferidos

privilégios aos homens em detrimento das mulheres.

B) homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos da Constituição.

C) somente por razões étnicas poderão ser conferidos privilégios aos homens em detrimento das mulheres.

D) homens e mulheres jamais poderão receber tratamento igualitário no que se refere aos direitos e obrigações.

E) somente por Portaria do Chefe do Poder Executivo poderão ser conferidos privilégios aos homens em detrimento das mulheres.

4. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , caput, da Constituição Federal, é correto afirmar que:

A) todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se apenas aos brasileiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos da Constituição vigente.

B) todos são iguais perante a lei, ressalvadas as distinções quanto à origem, ao poder aquisitivo e ao sexo.

C) todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos da Constituição vigente.

D) todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País há mais de 05 (cinco) anos a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos da Constituição vigente.

E) todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

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propriedade, e aos estrangeiros residentes no País apenas a inviolabilidade do direito à vida nos termos da Constituição vigente.

5. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , inciso XV, da Constituição Federal, é correto afirmar que:

A) é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

B) é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair, desde que não leve os seus bens.

C) é livre aos brasileiros a locomoção no território nacional a qualquer tempo, e aos estrangeiros quando previamente autorizados pelo Poder Executivo Municipal.

D) a liberdade de locomoção no território nacional sempre dependerá de autorização judicial.

E) é livre aos brasileiros a locomoção no território nacional a qualquer tempo, e aos estrangeiros quando previamente autorizados pelo Poder Executivo Estadual.

6. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , inciso IV, da Constituição Federal, é correto afirmar que:

A) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

B) é livre a manifestação do pensamento, sem qualquer restrição.

C) é vedada a manifestação do pensamento sem prévia autorização judicial.

D) é vedada a manifestação do pensamento.

E) é proibida a manifestação do pensamento em questões políticas e religiosas.

7. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , inciso XX, da Constituição Federal, é correto afirmar que:

A) ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

B) é plena a liberdade de associação civil e de caráter paramilitar para fins lícitos.

C) ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado, salvo se ao contrário dispuser o regulamento da entidade.

D) é plena a liberdade de associação de caráter paramilitar desde que previamente autorizada por órgão ou entidade competente.

E) qualquer cidadão poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.

8.(UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , inciso XVI, da Constituição Federal, é correto afirmar que

A) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

B) todos podem reunir-se pacificamente, ainda que com armas de pequeno calibre, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

C) todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo dispensado o prévio aviso à autoridade competente.

D) todos podem reunir-se pacificamente, sem qualquer restrição, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião

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anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente.

E) a liberdade de reunião não sofre qualquer limitação.

9. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , incisos XXII e XXIII, da Constituição Federal, é correto afirmar que:

A) a propriedade poderá ser violada em quaisquer circunstâncias.

B) é garantido o direito de propriedade.

C) a propriedade independe da sua função social.

D) não há garantia do direito de propriedade.

E) o direito de propriedade não está assegurado na Constituição Federal.

10. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , inciso II, da Constituição Federal, é correto afirmar que:

A) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de portaria da autoridade policial militar.

B) todos estão obrigados a fazer ou deixar de fazer, independentemente de previsão legal, o que lhes for determinado por autoridade pública, civil ou militar, ainda que para tanto seja esta incompetente.

C) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de portaria da autoridade policial civil.

D) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

E) a lei não poderá obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.

11. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , inciso LXIII, da Constituição Federal, é correto afirmar que:

A) o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, vedada a assistência da família e de advogado nas primeiras 48 (quarenta e oito) horas da prisão em flagrante.

B) o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

C) o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada apenas a assistência de advogado.

D) o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada apenas a assistência da família.

E) o preso não tem direito a permanecer calado.

12. (UNEPET/IAUPE Polícia Militar PE/2004) Segundo o art. 5º , inciso XLII, da Constituição Federal, é correto afirmar que

A) a Constituição prevê pena de advertência para o responsável por qualquer conduta que impeça ou obstaculize o livre acesso de pessoas a lugares públicos em razão da raça, cor, etnia ou religião.

B) a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.

C) os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor, etnia, religião ou procedência nacional não serão punidos quando praticados com finalidade pública.

D) a liberdade de expressão prevê que se possa veicular por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza propagandas preconceituosas a determinadas raças, etnias ou religiões, uma vez que praticada visando o bem social.

E) a prática do racismo constitui, apenas, uma

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contravenção penal.

13. (CRS - Polícia Militar MG/2007) É direito de uma pessoa presa em flagrante delito, conforme o artigo 5º da Constituição da República Federativa do Brasil:

A. A identificação dos policiais e das testemunhas que presenciaram a sua prisão.

B. Assistência religiosa, da família e de advogado.

C. A comunicação de sua prisão e o local onde se encontra à pessoa por ele indicada, imediatamente.

D. Ser mantida em cela especial, separada de outros presos, se menor de 21 anos.

14. (FCC – Polícia Militar BA/2009) Considere as seguintes assertivas a respeito dos direitos e garantias fundamentais:

I. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, inclusive nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.

II. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública.

III. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado.

IV. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva.

De acordo com a Constituição Federal brasileira, está correto o que se afirma APENAS em

(A) I e II.

(B) I, II e III.

(C) I, III e IV.

(D) II, III e IV.

(E) III e IV.

15. (FUNCAB - Polícia Militar RO/2009) São direitos fundamentais outorgados pela Constituição Federal de 1988, EXCETO:

A) inviolabilidade do domicílio;

B) inviolabilidade do sigilo da correspondência;

C) mandado de busca e apreensão;

D) liberdade de locomoção;

E) presunção de inocência.

16. (CONESUL – Oficial de Justiça TJ RS 2009) Conforme prevê a Constituição Federal da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, assinale a alternativa correta.

A) As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais não têm aplicação imediata.

B) O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

C) Os direitos e garantias expressos na Constituição Federal de 1988 poderão excluir outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados.

D) Tratados internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados nas duas Casas legislativas do Congresso Nacional, por maioria absoluta dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.

E) Direitos e deveres individuais e coletivos, expressos na Constituição brasileira poderão excluir aqueles dos tratados internacionais em que o Brasil faça parte.

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17. (FAURGS - Delegado de Polícia/RS 2006) As vedações ou proibições levantadas pela Constituição à atuação do Estado, com a finalidade de permitir a esfera de autonomia das pessoas, são tecnicamente denominadas de:

A) remédios constitucionais.

B) direitos fundamentais.

C) franquias democráticas

D) garantias fundamentais

E) remédios heróicos

18. (FAURGS - Delegado de Polícia/RS 2006) São princípios jurídicos reconhecidos como os três mais importantes pilares do Estado Democrático de Direito:

A) a isonomia, o devido processo legal, o direito dos acusados à ampla defesa.

B) a liberdade individual, o controle de constitucionalidade, a dignidade da pessoa.

C) o direito de ir e vir, o acesso ao judiciário, a inviolabilidade do domicílio

D) a inviolabilidade da vida, a propriedade particular, o direito de herança.

E) a legalidade, a igualdade perante a lei, a segurança jurídica.

19. (FAURGS - Delegado de Polícia/RS 2006) Entre os direitos de que o preso será informado pela autoridade, a Constituição destaca:

A) o de sua integridade física e psicológica.

B) o de permanecer calado.

C) o de ampla defesa.

D) o da assistência religiosa.

E) o do direito à fiança.

20. (FAURGS - Delegado de Polícia/RS 2006) Em relação ao controle judicial da atividade administrativa, assinale a opção correta:

A) o mandado de segurança é remédio processual que pode ser impetrado para prevenir coação na liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder.

B) a ação popular pode ser ajuizada por pessoa natural ou jurídica para anular ato lesivo ao patrimônio público ou à moralidade administrativa.

C) o mandado de segurança coletivo impetrado por entidade de classe em favor dos associados depende de prévia autorização desses.

D) o mandado de segurança é cabível contra ato de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público para proteger direito líquido e certo.

E) o habeas corpus é ação constitucional que pode ser impetrada para assegurar o conhecimento de informações constantes de registros de caráter público.

21. (FAURGS - Delegado de Polícia/RS 2006) A extradição do brasileiro:

A) é absolutamente vedada pela Constituição, que não admite exceções.

B) é absolutamente vedada pela Constituição quanto ao brasileiro nato.

C) é admitida, quanto ao brasileiro nato,

somente em caso de tráfico de drogas.

D) é admitida nos casos de terrorismo e de tráfico de drogas.

E) é admitida somente em caso de terrorismo.

22. (OAB/100º) Direitos e suas garantias: os direitos são bens e vantagens conferidos pela norma, enquanto as garantias são meios destinados a fazer valer esses direitos, são instrumentos pelos quais se

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asseguram o exercício e o gozo daqueles bens e vantagens. Assinale a alternativa em que não se verifica a correspondência entre o direito e sua garantia:

A) todos são iguais perante a lei, sem distinções de qualquer natureza – art. 5º (direito). A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão nos termos da lei – art. 5º, XLII (garantia).

B) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato – art. 5º, IV (direito). É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem – art. 5º, V (garantia).

C) é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz – art. 5º, XV (direito). Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder - art. 5º, LXXII (garantia).

D) é plena a liberdade de associação – art. 5º, XVII (direito). Conceder-se-á habeas data – art. 5º, LXXII (garantia).

23. O Estado Democrático de Direito, existente na República Federativa d Brasil, tem como fundamentos:

A) a soberania, a livre iniciativa e a auto-determinação.

B) a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, a soberania, o pluralismo político e a cidadania.

C) a soberania, a dignidade da pessoa humana, o desenvolvimento e os valores sociais do trabalho.

D) a cidadania, a dignidade da pessoa humana, a indissolubilidade e os valores sociais do trabalho.

24. São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

A) a garantia do desenvolvimento nacional, a prevalência dos direitos humanos e a construção de uma sociedade livre, justa e solidária.

B) a prevalência dos direitos humanos, a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades regionais.

C) a garantia do desenvolvimento nacional, a construção de uma sociedade livre, justa e solidária e a erradicação da pobreza.

D) a prevalência dos direitos humanos, a redução das desigualdades regionais e a garantia do desenvolvimento nacional.

BATERIA 2:

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

25. (AOCP – Brigada Militar RS 2009) Em relação às garantias penais elencadas na Declaração Universal dos Direito Humanos analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) correta(s).

I. Toda pessoa tem direito de ser presumida inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada, de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

II. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

III. Toda pessoa tem direito de ser punida pela lei de seu país, independente do local onde o crime tenha sido praticado.

IV. Não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

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a) Apenas I.

b) Apenas II e III.

c) Apenas II, III e IV.

d) Apenas I, II e IV.

e) Apenas I e II.

26. (AOCP – Brigada Militar RS 2009) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 1948, enumerou uma série de direitos do homem. Sob esta perspectiva, assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma garantia fundamental estabelecida nessa carta.

a) Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.

b) Os homens e as mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família.

c) Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita e obrigatória, nos graus elementares, fundamentais e superior.

d) Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas remuneradas.

e) Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.

27. (CRS - Polícia Militar MG/2008) Conforme prevê a Declaração Universal dos Direitos do Homem, o direito de asilo em outros países:

A) é assegurado a todo homem, vítima de perseguição legítima.

B) pode ser invocado por autor de atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.

C) pode ser invocado em casos de perseguição

legitimamente motivada por crimes de direito comum.

D) todo o homem, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.

28. (FCC – Polícia Militar BA/2009) Considere as seguintes assertivas:

I. Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação.

II. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, mas poderá, a critério de cada Nação, ser privado do direito de mudar de nacionalidade.

III. Todo ser humano tem direito à liberdade de religião; este direito inclui a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular.

IV. Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos está correto o que se afirma APENAS em

(A) I, III e IV.

(B) I, II e III.

(C) II, III e IV.

(D) I e II.

(E) III e IV.

29. (FUNCAB - Polícia Militar RO/2009) de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, em atenção às normas de proteção aos direitos humanos, não haverá

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pena,

EXCETO:

A) de morte, nos termos do art. 84, XIX, CF;

B) de caráter perpétuo;

C) de trabalhos forçados;

D) cruéis;

E) privativa de liberdade.

30. (FUNCAB - Polícia Militar RO/2009) “Os direitos humanos vêm ganhando força nos últimos tempos impulsionados pelos fundamentos da liberdade, da justiça e da paz no mundo, os quais se fizeram mais necessários após um marco na história que ultrajou a consciência da Humanidade”. O evento em especial a que se refere o texto acima é a:

A) Primeira Grande Guerra Mundial;

B) Segunda Grande Guerra Mundial;

C) Revolução Russa;

D) Guerra do Iraque;

E) Guerra da Cachemira.

31. (FUNCAB - Polícia Militar RO/2009) “O propósito dos Direitos Humanos é, antes de tudo, o de garantir ao indivíduo a possibilidade de desenvolver-se como pessoa para realizar os seus objetivos pessoais, sociais, políticos e econômicos, amparando-os contra os empecilhos e os obstáculos que encontre em seu caminho, , do conceito de soberania em matéria pessoal”. Tendo em vista o trecho lido, e considerando que sabidamente o próprio Estado é também considerado um dos violadores de direitos humanos , é possível afirmar que por isso se fez necessária(o):

A) a ampliação dos direitos humanos garantidos aos cidadãos dos países em desenvolvimento,

como o Brasil;

B) a ampliação dos objetivos pessoais, sociais, políticos e econômicos do indivíduo;

C) o desenvolvimento de um sistema de proteção internacional de direitos humanos, acessível aos cidadãos de qualquer Estado;

D) o desenvolvimento de mecanismos de direito interno desvinculados do Estado, como as empresas transnacionais;

E) acabar com o sistema interno de proteção de direitos humanos, deixando que violações a esses direitos fossem solucionadas pela ONU.

32. (FUNCAB - Polícia Militar RO/2009) Ao longo da história dos direitos humanos, importantes documentos foram decisivos para o avanço na proteção desses direitos. Pode-se dizer que alguns deles, de extrema relevância, são,

EXCETO:

A) Tratado de Assunção;

B) Declaração de Independência e Constituição dos Estados Unidos da América de 1776;

C) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão de 1789;

D) Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948;

E) Pacto de São José da Costa Rica de 1969.

33. “Todo homem tem , à liberdade e à segurança pessoal” (Artigo 3°, Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948). Tendo em vista o direito à vida, é possível dizer que o Estado deve assegurar o direito de todo ser humano de:

A) continuar vivo e de ter vida digna quanto à subsistência;

B) sobreviver e de não ser torturado;

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C) ter um emprego e de gratuidade de justiça;

D) sobreviver e de gratuidade de justiça ao hipossuficiente;

E) viver de bem com a vida e de alcançar seus objetivos profissionais.

34. A Declaração Universal de Direitos Humanos de 1949 tem como fundamento:

A) a natureza humana, pressuposto da divisibilidade dos direitos humanos.

B) a vontade divina, pressuposto da igualdade entre as pessoas.

C) a dignidade humana, pressuposto do relativismo cultural.

D) a natureza humana, pressuposto da teoria das gerações do direito.

E) a dignidade humana, pressuposto da universalidade dos direitos humanos.

35. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada após a 2ª Guerra Mundial pela Assembleia Geral das Nações Unidas, estabeleceu:

A) a necessidade de se aliar o Estado à religião,

conferindo fundamento ético e religioso à ordem pública.

B) o direito do Estado de expulsar de seu

território aqueles que sejam acusados de colocar em risco a segurança da coletividade.

C) exclusivamente direitos civis e políticos, conferindo primazia ao direito de propriedade.

D) exclusivamente direitos sociais, conferindo primazia aos direitos à prestação estatal positiva.

E) a dignidade inerente a todos os seres humanos e a existência de direitos iguais e inalienáveis.

36. A concepção contemporânea de direitos humanos estabelece que esses direitos são:

A) específicos de cada cultura, senda vedada a proteção internacional, por ofensa à soberania nacional.

B) específicos de cada cultura, sendo vedada a proteção internacional, por ofensa a autodeterminação dos povos.

C) universais, sendo introduzido o sistema de proteção internacional dos direitos humanos, orientado pela primazia da pessoa humana.

D) universais, sendo introduzido o sistema de proteção internacional dos direitos humanos, orientado pela primazia dos interesses do Estado.

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GABARITO

1 - B 19 - B

2 - D 20 - D

3 - B 21 - B

4 - C 22 - D

5 - A 23 - B

6 - A 24 - C

7 - A 25 - D

8 - A 26 - C

9 - B 27 - D

10 - D 28 - A

11 - B 29 - E

12 - B 30 - B

13 - C 31 - C

14 - E 32 - A

15 - C 33 - A

16 - B 34 - E

17 - D 35 - E

18 - E 36 - C