25
A necessidade de fundamentação da moral - análise comparativa de duas perspectivas filosóficas Stuart Mill Immanuel Kant Olga Pinheiro Fernando Varino FILOSOFIA 10ºANO

Duas perspectivas éticas

Embed Size (px)

DESCRIPTION

A outra apresentação continha algumas imprecisões. Pode ser que ainda me tenha escapado alguma, mas esta está bem melhor.

Citation preview

Page 1: Duas perspectivas éticas

A necessidade de fundamentação da moral - análise comparativa de

duas perspectivas filosóficas

Stuart Mill

Immanuel Kant

Olga PinheiroFernando Varino

FILOSOFIA 10ºANO

Page 2: Duas perspectivas éticas

Diz aqui que existem duas perspectivas ou teorias sobre

o estatuto moral da acção! Quando é que uma acção tem

valor moral?

Page 3: Duas perspectivas éticas

A tese deontológica (Kant)

A tese teleológica/consequencialista(John Stuart Mill)

As teorias são …

Page 4: Duas perspectivas éticas

VAMOS LÁ VER O QUE DIZ CADA UM DESTES FILÓSOFOS SOBRE ESTE ASSUNTO…A PERGUNTA É: EM QUE CIRCUNSTÂNCIAS É QUE UMA ACÇÃO É MORALMENTE BOA?

Page 5: Duas perspectivas éticas

Eu, Kant, acho que o valor moral da acção está na intenção com que ela é

feita, no princípio que a orienta… …não me interessa, para avaliar a

moralidade de uma acção, os resultados do que faço, mas o

propósito por que faço o que faço.

Page 6: Duas perspectivas éticas

Não concordo nada com Kant! O que interessa, numa acção, são os efeitos que ela produz, são as consequências que dela resultam… Daí, dizerem que sou um consequencialista.

Page 7: Duas perspectivas éticas

Deixem cá ver se percebi bem. Enquanto os seguidores de Kant afirmam que uma acção é boa e tem valor moral quando é feita por puro respeito a um princípio, os que seguem Stuart Mill defendem que a moralidade da acção depende dos seus resultados. Agora pergunto eu, que resultados são esses?

Page 8: Duas perspectivas éticas

Boa questão, miúdo!Eu, Stuart Mill, defendo que uma acção para ser moralmente boa

tem que proporcionar felicidade às pessoas. Uma acção é boa, quando

é útil, quando serve para alguma coisa… quando traz a maior

felicidade ao maior número de pessoas.

Page 9: Duas perspectivas éticas

Isto está a ficar interessante… Stuart Mill é um utilitarista!

A sua teoria pode ser apresentada da seguinte forma:

Acção boa = Acção útil = Acção da qual resulta a maior felicidade para

o maior número de pessoasMas… o que é a felicidade?

Page 10: Duas perspectivas éticas

És esperto! Fazes as perguntas certas no momento certo… Com que então, queres saber o que é a felicidade! Para mim, é a coisa mais desejável e não é nada mais nada menos do que um estado de bem estar, onde

há prazer e ausência de dor.

Page 11: Duas perspectivas éticas

Olhem aquele cromo… Ó Carlos, o

que estás a fazer agarrado a esse

calhamaço?A tentar perceber Kant e Stuart Mill… aqueles filósofos que temos estudado nas aulas de Filosofia. Até parece que estou a falar com eles.

Page 12: Duas perspectivas éticas

Deixa-os lá! Não penses que o prazer a que me refiro diz respeito à satisfação dos

instintos mais primários! Há prazeres superiores e inferiores, e eu refiro-

me aos prazeres superiores …

Prazeres superiores??? Inferiores??? Como assim?

Page 13: Duas perspectivas éticas

O prazer resulta da satisfação de uma necessidade e há necessidades espirituais… ou … intelectuais, morais, sociais, estéticas… Estes são os prazeres superiores.Já a satisfação de necessidades ligadas ao corpo são

prazeres inferiores… O homem é tanto mais feliz quanto mais conseguir

satisfazer as suas necessidades espirituais. Percebes?

Acho que sim…

Page 14: Duas perspectivas éticas

Isto é mesmo interessante… Se percebi bem, Stuart Mill defende um ideal moral que consiste no seguinte:- Felicidade para todos os seres humanos;- Um ideal jurídico e político que se traduz no bem geral ou felicidade global;- Formação de pessoas solidárias que pensam na felicidade de todos e que promovem o bem comum…

Page 15: Duas perspectivas éticas

Deixa-me agora tentar compreender o que diz Kant sobre a moralidade das acções.

Hum… Diz aqui que agir por dever não é o mesmo que agir em conformidade com o dever…

Diz também que só quando agimos por dever é que estamos a agir moralmente e que a acção em conformidade com o dever é do domínio da

legalidade e não da moralidade. Isto não é nada fácil de entender…

Page 16: Duas perspectivas éticas

Vá lá rapaz, não desistas… A minha perspectiva sobre a moral não é assim tão difícil. Dou-te um exemplo: um merceeiro decide não subir os preços dos

seus produtos. A pergunta que se faz é: por que é que o merceeiro não sobe o preço

dos produtos que vende? Diz-me lá, o que achas?

Sei lá… Talvez porque se os subir, vai perder clientela.

Page 17: Duas perspectivas éticas

Se assim for, digo-te já que a acção do merceeiro não tem qualquer valor moral!Sabes porquê? Eu digo-te...porque ele agiu tendo em vista um fim que foi o de manter os seus clientes. A sua acção não resultou do puro respeito a uma ordem da razão, a um imperativo absoluto e incondicional. Para ter valor moral, teria que ser uma acção desinteressada, uma acção feita por respeito a um princípio categórico, independentemente

das consequências.

Page 18: Duas perspectivas éticas

Acho que já comecei a topar esta cena Kantiana. Deixa cá ver…

Acção com valor moral = Acção realizada por dever = Acção em que se respeita um princípio dado pela própria razão

Por outro lado…Acção realizada em conformidade com o dever = acção sem

valor moral = acção do domínio da legalidade, porque se obedece a regras que não são ditadas pela razão, mas por

homens que as criaram com uma finalidade, regular as relações humanas.

Page 19: Duas perspectivas éticas

Boa, miúdo..Quando perguntares a alguém por que faz o que faz e a resposta for “Porque devo fazê-lo”; então a sua

acção é desinteressada, esgota-se em si mesma, não é um meio para atingir um fim. Tal acção tem valor

moral, é uma acção realizada por dever.Quando alguém disser que faz o que faz para evitar ser castigado ou conseguir uma recompensa, essa

acção não terá estatuto moral, pois não será desinteressada, tratar-se-á de uma acção em

conformidade com o dever.

Page 20: Duas perspectivas éticas

Há aqui mais conceitos: imperativo categórico, imperativo hipotético, boa vontade, liberdade. Quero

ver se os entendo.Ora muito bem, imperativo categórico… O que

significa? Um imperativo é uma ordem; e um imperativo

categórico não é nada mais nada menos do que uma ordem da razão prática que se impõe com tal força e de um modo tão absoluto que a única coisa a fazer é

segui-la sem qualquer restrição ou condição…

Page 21: Duas perspectivas éticas

Ora muito bem, se o imperativo categórico consiste no respeito a um princípio racional; o imperativo hipotético implica a obediência a uma ordem que é exterior à razão e que tem como finalidade evitar algo desagradável ou conseguir algo agradável… como: “Faço isto para conseguir aquilo”… “Sou bem comportado para ser elogiado ou para não ser castigado”…”Pago os impostos para não ter o fisco à perna e para ser considerado um cidadão exemplar”… Tais acções não têm valor moral para Kant!

Isto começa a fazer sentido!

Page 22: Duas perspectivas éticas

Estás a ver… quando começamos a fazer um esforço para percebermos as coisas, elas deixam de ser “um

bicho de sete cabeças”… Estás a pensar muito bem!

E a boa vontade? Já percebeste a sua importância?

Boa vontade… A vontade está

relacionada com o querer e a vontade ao respeitar o princípio

categórico da moralidade ditado pela razão...é uma

vontade boa, que faz com que o homem aja de modo autónomo e livre…… pois não se deixa levar

pelos interesses do momento.

Page 23: Duas perspectivas éticas

Isto é demais…Segundo Kant, quem realiza uma acção por dever está a ser

verdadeiramente livre … … a sua vontade é boa e autónoma, porque respeita a lei moral,

aquela que é ditada pela razão e não se deixa influenciar por nada que seja exterior a ela.

Kant nunca nos diz o que fazer ou não fazer, mas fornece-nos algumas máximas:

-“Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal”;

- “Age como se a máxima da tua acção se devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal da natureza”

- “Age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na de qualquer outro, sempre como fim e nunca como meio”

Belas máximas, sim senhor!!!

Page 24: Duas perspectivas éticas

Obrigado, pelos esclarecimentos. Vou fazer um brilharete na próxima

aula de Filosofia.

Foi uma conversa agradável… não

deixes de procurar incansavelmente o

conhecimento.

De nada, foste um óptimo

interlocutor.

Page 25: Duas perspectivas éticas

Fontes:

Google imagensKant, Immanuel (1992). Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Lisboa: Edições 70Mill, J. Stuart (1976). Utilitarismo. Coimbra: Atlântida Editora