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Eclipse lunar Lucas G. Barros [email protected]

Eclipse lunar

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Eclipse lunarLucas G. Barros

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Definição

Basicamente, um eclipse é um “fenômeno em que um astro deixa de ser visível, total ou parcialmente, seja pela interposição de outro astro entre ele e o observador, seja porque, não tendo luz própria, deixa de ser iluminado ao colocar-se no cone da sombra de outro astro”.

R. R. de Freitas Mourão. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, 1987, p. 254.

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● O registro mais antigo que se tem de um eclipse data do ano 2137 a. C., feito pelos chineses.

● No século IV a. C., através de observações do eclipse lunar, Aristóteles sugeriu a possibilidade de a Terra ser esférica.

● As dimensões relativas do sistema Sol-Terra-Lua tiveram forte contribuição de Aristarco e Hiparco, que utilizaram os eclipses para tal.

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● Em 1676, observando o tempo de eclipse de Io, o astrônomo dinamarquês Olaus Rømer estimou um valor para a velocidade da luz, de aproximadamente 31 mil km/s.

● Graças à observação do eclipse solar em Sobral – CE, em 1919, foi possível corroborar a Teoria da Relatividade Geral.

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Principais conceitos● Quando as dimensões da fonte são desprezíveis se

comparadas com a distância da fonte a outros corpos, temos uma fonte pontual. Caso contrário, temos uma fonte extensa.

Figura 2: fonte pontual. Retirado de: http://goo.gl/Hy64eI

Figura 1: fonte extensa. Retirado de: http://goo.gl/kJSPOc

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● Por estarem a grandes distâncias da Terra, as estrelas podem ser consideradas como fontes pontuais de luz. Entretanto, o Sol se comporta como uma fonte extensa, uma vez que suas dimensões não são desprezíveis quando comparadas com a distância em relação a nós.

Figura 3: Sistema Sol-Terra, com dimensões fora de escala. Fonte: <http://goo.gl/kwm8B0>

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● Quando um corpo extenso ilumina outro corpo extenso, temos a formação de duas regiões: a umbra e a penumbra.

Figura 4: Formação da umbra e penumbra durante eclipse lunarFonte: <http://goo.gl/tgCrqb>

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● Os eclipses podem ser: 1) totais – quando a Lua fica totalmente imersa na umbra da Terra; 2) parciais – quando a Lua passa entre a umbra e a penumbra; 3) Penumbrais – quando a Lua passa totalmente pela penumbra.

Figura 5: Tipos de eclipseFonte: COMINS; KAUFMANN III, 2011, p. 27

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Eclipse lunar penumbral

Figura 6. Fonte: <http://goo.gl/6LNGP9>

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Eclipse lunar parcial

Figura 7. Fonte: <http://goo.gl/3ju2lJ>

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Figura 8. Fonte: <https://goo.gl/q1b6Zj>

Sequências de eclipses lunares totais

Figura 9. Fonte: COMINS; KAUFMANN III, 2011, p. 27

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Formação de sombras

À medida em que um objeto se afasta do anteparo, a sua sombra diminui até que, quando a distância é maior que as dimensões físicas do objeto, este desaparece.

Figura 10. Fonte: SILVEIRA; SARAIVA, 2008, p. 232.

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Formação de sombras

Figura 11. Sutilezas da sombra e a projeção do “rosto de Marte” Fontes: <http://goo.gl/Nq801C> <http://goo.gl/ucZsVC>

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Isso acontece graças às dimensões lineares do objeto iluminado (neste caso, a Terra) serem menores que as do Sol.

“Encolhimento” da sombra

Por semelhança de triângulos, temos:

L=R ' d

R−R 'R 'L

=R

d+L

Figura 12. Fonte: <http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/sombra1.htm>

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Por que não ocorrem eclipses lunares mensalmente?

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Figura 13. Fonte: <http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/temporadas-eclipses.jpeg>

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→ Em relação ao plano da órbita terrestre, a órbita lunar possui uma inclinação de aproximadamente 5°. Os locais em que há intersecção do plano da órbita terrestre em torno do Sol com o plano da órbita lunar em torno da Terra são conhecidos como nodos.

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Figura 14. Fonte: <http://goo.gl/9o6wrz>

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→ A cada 173 dias essa linha está na mesma direção da linha Sol-Terra, correndo então as temporadas dos eclipses – que duram de 31 a 38 dias. É comum nessas temporadas a ocorrência de eclipse solar (parcial, total, anular) e lunar (parcial, total ou penumbral), num intervalo de 2 semanas.

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→ Caso o plano orbital lunar fosse coincidente com o terrestre, aconteceria um eclipse solar a cada Lua Nova e um eclipse lunar a cada Lua Cheia. Em função da inclinação da órbita lunar, isso não acontece. Através de cálculos da Mecânica Celeste, é possível prever os eclipses.

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Determinação do tamanho das sombras

Figura 15. Fonte: <http://astro.if.ufrgs.br/eclipses/sombra1.htm>

r (l)L−l

=R 'L → r (l)=R '

L−lL

Por semelhança de triângulos, e considerando r = r(l), temos:

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Um eclipse total é sempre acompanhado das fases penumbral e parcial. À distância da Lua (aprox. 384 mil km), a umbra da Terra tem um diâmetro de 9200 km, cobrindo cerca de 2,6 diâmetros da Lua.

Figura 16. Fonte: <http://goo.gl/qI3pg2>

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● A duração do eclipse (penumbral + parcial + total) é de 3,8 horas, enquanto que a parte total tem duração máxima de aproximadamente 1 hora e 47 minutos, sendo observável por todos os habitantes da Terra que estão à noite e possam ver a Lua.

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Um eclipse lunar total ocorre quando a Lua passa pela umbra – região onde não há incidência de luz solar. Por que, então, a Lua se apresenta iluminada?

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Em um eclipse lunar total, a luz que atravessa tangencialmente a atmosfera terrestre sofre refração, sendo desviada para dentro do cone de sombra da Terra, iluminando a Lua fracamente.

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Figura 18. Fonte: SILVEIRA; SARAIVA, 2008, p. 23

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Aparência avermelhada da Lua

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Aparência avermelhada da Lua

Por que o céu é azul?

Figura 19. Fonte: <http://goo.gl/3rwkVF>

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Figura 20. Espectro eletromagnético. Fonte: <http://goo.gl/A9ejnO>

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Figura 21. Fonte: As cores do céu - Observatório Nacional

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Quanto mais próximo o Sol estiver do horizonte, mais intenso é o espalhamento, enquanto que a luz não-espalhada (que é transmitida) se apresenta mais amarelada, sendo possível atingir a tonalidade laranja ou avermelhada.

Figura 22. Pôr do Sol. Fonte: <http://goo.gl/RpgeqE>

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● O tamanho das partículas presentes na atmosfera – tais como do O2 e N2 – é menor que o comprimento de onda da luz.

Figura 23. Incidência da luz solar na atmosfera terrestre.Fonte: RAMALHO; NICOLAU; TOLEDO, 2008, p. 221

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● O tamanho das partículas presentes na atmosfera – tais como do O2 e N2 – é menor que o comprimento de onda da luz.

Figura 23. Incidência da luz solar na atmosfera terrestre.Fonte: RAMALHO; NICOLAU; TOLEDO, 2008, p. 221

Por que, então, o céu é escuro à noite?

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Por que a quantidade de luz para ocorrer o espalhamento não é suficiente. A luz emitida pelos astros é muito fraca para causar o espalhamento na atmosfera terrestre.

Figura 24. Céu noturno gerado pelo software Stellarium. Fonte: autor

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Figura 25. Aparência avermelhada da Lua em função do espalhamento naAtmosfera terrestre. Fonte: SILVEIRA; SARAIVA, 2008, p. 23.

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● A aparência avermelhada da Lua também está relacionada com outros fatores. Um deles são as partículas de poeira oriundas de vulcões.

● Eclipses escuros são causados por gases vulcânicos e poeira, lançados em grandes quantidades na atmosfera terrestre, bloqueiam a incidência da luz Solar na Lua.

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Figura 26. Erupção do Monte Pinatubo (Filipinas), em 1991. As partículas lançadas pelo vulcão na atmosfera terrestre fizeram com que os eclipses posteriores fossem escuros. Fonte: <http://goo.gl/wSOKnf>

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Medição da luminosidade

● A aparência observada em um eclipse lunar varia bastante de um eclipse para o outro. Em 1921, o astrônomo francês André-Louis Danjon propôs uma escala (que leva o seu nome) para avaliação do brilho e da aparência visual da Lua durante os eclipses totais.

● Essa escala permite, por exemplo, estimar a concentração de poluentes na atmosfera terrestre.

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Escala de Danjon

L Significado

0 eclipse muito sombrio, Lua quase invisível.

1 eclipse sombrio, cinzento ou acastanhado.

2 eclipse vermelho-sombrio, com os bordos da sombra eclipse vermelho-tijolo, sombra clara ou amarelada. muito claros.

3 eclipse vermelho-tijolo, sombra clara ou amarelada

4 eclipse muito claro, vermelho-acobreado com bordos azulados.

Figura 27. Fonte: <https://goo.gl/FXSyPm>

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Observações

● O valor de L pode ser estimado a olho nu, ou utilizando binóculos e pequenos telescópios.

● O registro de L deve ser sempre acompanhado com a hora exata da observação (inclusive os segundos!). Deve-se ajustar os relógios conforme a Hora Legal do Brasil (http://goo.gl/bVnviG).

● É importante observar também a importância do registro de fotografias, anotações e esboços feitos durante o eclipse.

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Dados do eclipse de Domingo

● Início do eclipse penumbral - 21:12

● Início do eclipse parcial – 22:07● Início do eclipse total – 23:11● Fim do eclipse total – 0:23● Fim do eclipse parcial – 1:27● Fim do eclipse penumbral –

2:22

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Próximos eclipses lunares

● [1] 23 de Março de 2016 – visível em alguns locais das regiões Norte e Centro Oeste. Eclipse penumbral.

● [2] 16 de Setembro de 2016 – visível na região Nordeste e norte da região Sudeste. Eclipse penumbral.

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Referências

LANGHI, R. O eclipse lunar total de 27-28 de Setembro de 2015 para o ensino interdisciplinar da Astronomia. [apostila].

_____. Breve visita no Sistema Sol-Terra-Lua. [Notas de aula].

MOURÃO, R. R. F. Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica. São Paulo: Nova Fronteira, 1987.

OBSERVATÓRIO NACIONAL. As cores do céu. 2 edição, n. 2, 2011.

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Referências

OLIVEIRA FILHO, K. S.; SARAIVA, M. F. O. Astronomia e Astrofísica. São Paulo: Livraria da Física, 2004.

RAMALHO; NICOLAU; TOLEDO. Os Fundamentos da Física, vol. 2. São Paulo: Moderna, 2008.

SILVEIRA, F. L. da; SARAIVA, M. F. O. As cores da Lua Cheia. A Física na Escola, v. 9, n.2, p. 20 – 24, 2008.

SILVEIRA, F. L. da; SARAIVA, M. F. O. O “Encolhimento” das sombras. Cad. Bras. Ens. Fís., v. 25, n.2, p. 228 – 246, 2008.