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Educação aberta: herança do ideário hacker

Educação aberta

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Educação aberta:

herança do ideário hacker

Leitura

pontos de discussão

A Web 2.0 apropriada pelos educadores e suas esperanças renovadas pela “aprendizagem autêntica” e “construção ativa do conhecimento” – modelos construtivistas e sociointeracionistas.

Os sites da Web 2.0 e seu modo de construção coletiva e informal, em comunidade de autores, inspira modelos para a educação aberta – modelo próximo aos princípios de trabalho hacker.

A ideia simples de que se os jovens estão motivamos na internet, trazer o modelo da Web 2.0 para a educação irá motiva-los.

Leitura

pontos de discussão

Imperativo tecnológico: ideia de que a educação deve, fatalmente, acompanhar a evolução da tecnologia e reagir às suas alterações.

Expressões como “escolas 2.0” e “educação 2.0” surgiram a partir da Web 2.0. Futuros são imaginados para a escola com base na última tecnologia surgida.

Argumenta-se, então, que as escolas e universidades são incapazes de lidar com as novas tecnologias e sua característica 2.0.

Web 1.0 e Web 2.0:

afinal, qual a diferença?

Leitura

o que é a Web 1.0?

Ao longo dos anos 80, 90 e começo dos anos 2000 tivemos o predomínio das páginas da Web 1.0.

Características da Web 1.0

Essas páginas eram estáticas, os usuários que as acessavam não tinham poder de modificar seus conteúdos.

O próprio criador da página devia dominar linguagem de programação, como o HTML, para atualizar seu conteúdo.

Leitura

o que é a Web 1.0?

O modelo usado era de um emissor para uma massa de

receptores, como nos jornais impressos e na TV.

https://qzprod.files.wordpress.com/2015/08/netscape.jpg?quality=80&strip=all&w=640

Sites antigos: http://gizmodo.com/5960831/23-ancient-web-sites-that-are-still-alive

http://www.rdrop.com/

Leitura

o que é a

Web 1.0?

http://www.pacificgrandprix.com/

Leitura

o que é a Web 2.0?

A partir do final dos anos 90 e começo dos anos 2000 começam a surgir as páginas da Web 2.0.

Características da Web 2.0

A principal característica delas é que os usuários que as acessam podem inserir e modificar conteúdos, elas são dinâmicas, aceitando fotos, vídeos e textos.

Leitura

o que é a Web 2.0?

O criador da página precisa dominar códigos de programação, mas quem a acessa não precisa de conhecimento técnico para altera-las.

O modelo é participativo, colaborativo, comunitário.

Os blogs, wikis e redes sociais surgiram na Web 2.0.

Leitura

o que é a Web 2.0?

https://www.youtube.com/upload

Leitura

o que é a Web 2.0?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Web_2.0?veaction=edit

Vamos assistir?

o que é a Web 2.0?

Este vídeo explica algumas características da Web 2.0.

“A máquina somos nós”

https://www.youtube.com/watch?v=NJsacDCsiPg (só música) 5:01

Leitura

consequências da Web 2.0

A consequência imediata da Web 2.0 foi o aumento exponencial de postagens de vídeos, imagens, textos e outros tipos de documentos em sites como YouTube, Facebook, Flickr e Wikipédia.

A ilustração ao lado quantifica o número de postagens de internautas por minuto.

http://www.dailyinfographic.com/wp-content/uploads/2013/12/Internet-minute.jpg

Leitura

Web 1.0 e Web 2.0

modelos de comunicação em rede

Um para Todos(modelos da comunicação de massa)

Todos para Todos(modelo da comunicação em rede)

Leitura

Web 1.0 e Web 2.0

modelos de educação: discursos maniqueístas

Um para Todos “Educação 1.0”Educação transmissiva vertical

Professor pré-digital, hierárquicoAluno receptor

Conteúdos sequenciais fechados

Todos para Todos “Educação 2.0”Educação em rede horizontal

Professor interativoAluno explorador

Conteúdos livres e abertos

Leitura

como funciona (tecnicamente) a Web 2.0

Os movimentos da educação aberta

Os três movimentos

MOOCs: Cursos Abertos

Online Massivos

Os MOOCs podem ser comparados a Ambientes Virtuais de Aprendizagem abertos a milhares de estudantes.

Ao se inscreverem, os alunos podem acompanhar suas atividades, coordenadas por um professor regente e sua equipe.

A diferença destes cursos é na quantidade de estudantes e na comunicação que ocorre entre eles, mais horizontal.

http://www.diygenius.com/wp-content/uploads/2013/08/ultimate-mooc-guide.jpg

Os três movimentos

MOOCs: Cursos Abertos

Online Massivos

O maior site MOOC é o Coursera(https://www.coursera.org/), fundado em 2012 por professores da Universidade de Stanford.

São mais de 80 universidades parceiras e cerca de 400 cursos oferecidos.

Os cursos são divididos em semanas, contendo vídeos, textos, fóruns, testes (múltipla escolha), atividades de criação e algumas atividades “ao vivo” (síncronas).

Ao lado o curso “Internet History, Technology, and Security” da Universidadede Michigan.

Os três movimentos

MOOCs: Cursos Abertos

Online Massivos

No Brasil, o site Veducacopia o modelo do Coursera, mas com cursos em língua portuguesa.

O acesso pode ser feito em: http://www.veduca.com.br/

A seção MOOCs ao ser acessada exibe os cursos disponíveis para inscrição no momento.

A UNISINOS, por exemplo, oferece um curso introdutório sobre Libras!

Os três movimentos

REAs: Recursos

Educacionais Abertos

O movimento REA é proposto com esse nome pela UNESCO em 2002.

Um recursos REA é disponibilizado em formato aberto, de domínio público, para que outros possam modificar, rearrumar e remixar.

São necessárias licenças de uso abertas, como a CreativeCommons e a GPL (General PublicLicense).

Ao lado, o fato do arquivo poder ser editado, permitiu seu reuso e tradução!

Vamos assistir?

o que é a Web 2.0?

“Conheça a licença Creative Commons”

https://www.youtube.com/watch?v=izSOrOmxRgE (legenda e áudio em português) 6:43

Um das consequências da cultura hacker foi a criação de modos de licenciamento livres, como a GPL - General PublicLicense, criada em 1989 por Richard Stallman e fartamente usada em softwares livres, como o Linux.

https://pt.wikipedia.org/wiki/GNU_General_Public_License

A Creative Commons, por sua vez, procura ser uma alternativa às licenças copyright, garantindo que o criador de um conteúdo decida quais direitos ele liberará para as outras pessoas.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Creative_Commons

Os três movimentos

REAs: Recursos

Educacionais Abertos

O Banco Internacional de Objetos Educacionais, iniciativa do MEC, reúne objetos digitais de acesso público para todos os níveis de ensino, para que professores os baixem e usem sem suas atividades educacionais.

Há cerca de 20000 objetos publicados até o ano de 2015.

http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/

Os três movimentos

PLEs: Ambientes Pessoais

de Aprendizagem

Os PLEs ou Ambientes Pessoais de Aprendizagem, é um conceito proposto no começo dos anos 2000, relacionado ao autogerenciamento de aprendizagem do aluno.

A ideia é que o estudante use as diferentes ferramentas/aplicações da Web 2.0, interligando seus conteúdos em um espaço próprio e pessoal, com suas regras de organização.

O PLE ajuda a agregar e documentar os percursos de aprendizagem.

https://cacoo.com/diagrams/GWYc6a9pg8sPnvNt-5ADA5.png

As refutações de Neil Selwyn

Reflexão final

as 4 contestações de Neil Selwyn

(contra-debate)

(1) Criação ativa de

conhecimento

(2) Abundância

de atividades comunitárias

(3) Interesse e procura pelos

alunos

(4) Benefícios da

aprendizagem informal

Reflexão final

as 4 contestações de Neil Selwyn

(contra-debate)

(1) Criação ativa de conhecimento

(2) Abundância

de atividades comunitárias

(3) Interesse e procura pelos

alunos

(4) Benefícios da

aprendizagem informal

Pouca evidência de que a maioria das pessoas são usuárias ativas (participativas) em sites da web 2.0

Maioria consome conteúdos passivamente, os usuários criadores são 0,5% a 1%.

Exemplo: comunidade restrita de autores ativos na Wikipédia (v. Rosado, 2008).

O que se produz, em boa medida, são de interesse do círculo pessoal de amizades, corriqueiros (fotos com amigos, atividades cotidianas).

Reflexão final

as 4 contestações de Neil Selwyn

(contra-debate)

O grupo dos 10000 usuários mais ativos na Wikipédia em Inglês são responsáveis por 33% de todas as edições do site. O grupos dos 1000 usuários mais ativos são responsáveis por 14% das edições.

São 26,3 milhões de usuários totais registrados no site!

https://en.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:List_of_Wikipedians_by_number_of_edits

Reflexão final

as 4 contestações de Neil Selwyn

(contra-debate)

(1) Criação ativa de

conhecimento

(2) Abundância de atividades

comunitárias

(3) Interesse e procura pelos

alunos

(4) Benefícios da

aprendizagem informal

A baixa atividade participativa leva à refutação de que em espaços online da Web 2.0 os intercâmbios socioculturais são fortes.

Por sua vez, os jovens se envolvem em níveis diferentes com a Web 2.0, dos mais criativos e participativos (poucos) aos consumidores passivos de conteúdos (muitos). (v. Rosado e Tomé, 2015)

O nível “avançado” de uso, ou seja, criando produtos novos e colaborando, é baixo entre os jovens.

Leitura

consultas opcionais

O perfil de jovens portugueses e brasileiros e seus usos do computador e da internet, em especial as redes sociais, foi analisado nesse artigo. Algumas ideias sobre alta criação de conteúdos por jovens foi refutada pelos dados analisados.

ROSADO, Luiz A. S.; TOMÉ, Vitor M. N.

As redes sociais na internet e suas apropriações por jovens brasileiros e portugueses em idade escolar.

RBEP, Brasília, v. 96, n. 242, p. 11-25, jan./abr. 2015.

Reflexão final

as 4 contestações de Neil Selwyn

(contra-debate)

(1) Criação ativa de

conhecimento

(2) Abundância

de atividades comunitárias

(3) Interesse e procura pelos

alunos

(4) Benefícios da

aprendizagem informal

Nem todos os jovens tem interesse e sintonia com as atividades da Web 2.0.

Muitos relatam preferir interações pessoais do que se inscrever em redes sociais online.

Os “nativos digitais” nem sempre optam por aderir de modo irrestrito às novas aplicações da Web 2.0.

Há indícios de que os jovens veem as aplicações informais da internet como espaço que não precisa ser invadido pela escola formal.

Reflexão final

as 4 contestações de Neil Selwyn

(contra-debate)

(1) Criação ativa de

conhecimento

(2) Abundância

de atividades comunitárias

(3) Interesse e procura pelos

alunos

(4) Benefícios da aprendizagem

informal

Há um entusiasmo com os modelos da educação informal, com a autonomia dos indivíduos nos sites da web 2.0.

Retorna-se a uma contestação dos modelos formais e das instituições e organizações de educação.

Retorna-se ao discurso de Ivan Illich sobre a desescolarizaçãoda sociedade.

(1) Criação ativa de

conhecimento

(2) Abundância

de atividades comunitárias

(3) Interesse e procura pelos

alunos

(4) Benefícios da aprendizagem

informal

Reflexão final

as 4 contestações de Neil Selwyn

(contra-debate)

Apesar desses discursos, a educação continua atuando com o consumo instrumental e massivo de informações através de seus currículos e a aprendizagem informal não é efetivamente dominante nos ambientes educacionais.

Ivan Illich nos anos 60 publica seu polêmico livro “Sociedade sem escolas” argumentando que o sistema educacional aprisiona o aluno em uma transmissão burocrática de conhecimentos centralizada no professor, sem permitir a troca entre os alunos. O vídeo a seguir explica resumidamente sua visão.

https://www.youtube.com/watch?v=lU2mVkxQIh4 (português oral, sem legendas, precisa de interpretação) 2:44

https://we.riseup.net/assets/71202/illich-sociedade-sem-escolas_large.jpg

Vamos assistir?

Ivan Illich e a

Sociedade sem escolas

Reflexão final

A mídia-educação

Selwyn nos aponta que seria mais interessante repensar os espaços e as práticas da escolarização formal para a utilização educativa da Web 2.0.

Esta acepção, de conscientização dentro da própria escola sobre as novas mídias, sem excluir o papel da educação formal e curricular, nos leva para o próximo Bloco de aulas, que pensará a Alfabetização Midiática e a Mídia-educação.

Reflexão final

A mídia-educação

Basicamente busca-se unir, junto a alunos e professores, a formação técnica com a formação crítica sobre as mídias.

https://bakoheat.files.wordpress.com/2015/05/teacher-2.jpg