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Educação modo de usar - Cláudio de Moura Castro

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Page 1: Educação modo de usar  - Cláudio de Moura Castro

Educação: modo de usar

Os Promotores Públicos de Minas Gerais estão hoje preocupados com assuntos de educação. A presente nota tenta mostrar que a experiência de quatro anos da Conspiração Mineira pela Educação tem algo a oferecer para eles. Em particular, muitas cabeças foram mobilizadas, reunindo experiências bastante diferentes. Seus diálogos geraram algumas lições interessantes. Talvez mereça menção inicial o impacto favorável de um fórum de discussão em ambiente livre, aberto e que foi criado com o objetivo de aproveitar ao máximo a experiência de todos. Os grandes princípios Ao longo de muitos debates, destilamos alguns grandes princípios que nortearam a busca por uma educação melhor: 1. A educação brasileira só tem um grande problema, a sua falta de qualidade, resultando em um aprendizado muito acanhado dos alunos. 2. A escola só é boa quando os alunos aprendem. 3. O caminho da qualidade passa por metas claras, resultados medidos e ações corretivas 4. O diretor é o agente de mudança mais crítico e quem melhor conhece os problemas da escola 5. O ensino acontece na sala se aula, portanto, é para ela que devem convergir todas as atenções 6. Ninguém vai resolver os problemas sozinho, é a união e as parcerias que trazem os resultados esperados Arquitetura institucional e redes sociais O fórum de diretores, criado desde os primeiros encontros, se revelou uma estratégia acertada. De fato, são eles que conhecem os problemas das suas escolas. De suas posições estratégicas, podem mobilizar as forças vivas da sociedade para resolvê-los. Esses são os princípios do Action Learning. Na aplicação dessa técnica, os diretores escolheram cinco problemas para serem enfrentados: (i) Falta de motivação dos alunos. (ii) Falta de motivação dos professores. (iii) Integração da família à escola. (iv) Construção de um ambiente saudável de aprendizagem. (v) Tudo que se faça na escola deve visar o crescimento do IDEB - que mede o nível de aprendizado e a eficiência da escola. � Mas sabemos também que é preciso criar a atmosfera que favorece uma atitude pró-ativa dos diretores. Pouco podem, encurralados em suas escolas e sem uma janela para dialogar com o mundo,. Nossa experiência mostrou as vantagens de ter reuniões mensais dos diretores, cada mês, em uma escola diferente. Cria-se então a oportunidade para cada escola mostre suas soluções, seus avanços e seus problemas, em um clima de colaboração e troca de ideias com colegas de outras escolas.

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As alianças entre escola e a sociedade civil, empresas e órgãos do governo permitem criar uma sinergia poderosa, pois cada um desses atores traz algum elemento que os outros não têm. Nesse sentido, faz parte das estratégias mais bem sucedidas, conectar grupos locais com a rede social da Conspiração. A cartilha: O que fazer? Como fazer? Não basta reunir, conversar, pôr-se de acordo. É preciso agir. Uma das linhas que redes, como a Conspiração, podem agir consiste em facilitar a logística para a colaboração entre diferentes parceiros. As vezes, pequenas ajudas, como oferecer um lanche, transporte ou espaço físico para reuniões pode ser a diferença entre coisas boas acontecerem ou não. O papel de liderança não pode ser subestimado. Energias que podem ser mobilizadas. Ideias que pairam no ar podem ser concretizadas. Mas isso tudo pode se perder, sem a liderança firme e suave de alguma organização. Foi essa liderança que a Conspiração trouxe. Citamos aqui três linhas de ações possíveis: 1. Mobilizar atores sociais para ajudar a escola, de acordo com suas necessidades, mas se beneficiando das vocações e disponibilidades de cada um. Uma empresa pode oferecer ajuda para consertar uma escola. Outra pode promover visitas. A Policia Militar pode ajudar de várias maneiras. 2. Empresas podem verificar a aplicação dos gastos previstos constitucionalmente para a educação. Seus contadores serão capazes de detectar irregularidades no uso dos recurso ou desvios de função. 3. Aplicação de benchmarks de eficiência no uso de recursos nas escolas locais, para identificar erros e vícios que prejudicam o ensino. Por exemplo, falta de professores em uma escola e excesso em outras. Ou, absenteísmo crônico dos professores ou funcionários.