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Epe hunt cap10

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Evolução do Pensamento Econômico

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO

II

LUIZ PAULO FONTES DE REZENDE

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História do Pensamento Econômico: Uma perspectiva crítica Hunt e Laustzenheiser, 2013

Capítulo 10 - O Triunfo do Utilitarismo: A economia de Jevons, Menger e Walras

• William Stanley Jevons (1835 - 1882) – Teoria de Economia Política

• Carl Menger (1840– 1921) – Princípios de Economia e Economia Política

• León Walras - Elementos de Economia Política Pura: A Teoria do Equilíbrio Geral (1834 – 1910)

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História do Pensamento Econômico: Uma perspectiva crítica Hunt e Laustzenheiser, 2013

Capítulo 10 - O Triunfo do Utilitarismo: A economia de

Jevons, Menger e Walras

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Contexto econômico

• 1840-1873 – rápida expansão na Europa e Estados Unidos (surto docrescimento industrial)

• Concentração de capital: eliminação dos concorrentes pequenos efracos economicamente → mercados imperfeitos (cartéis, trustes efusões)

• Mudanças revolucionárias nos transportes e comunicações →concentração industrial (atendimento de mercados cada vez maisamplos) por pequeno número de firmas gigantescas (surgimento dassociedades anônimas como meio de controlar grandes volumes decapital)

• América do Norte e Europa → desenvolvimento do mercadofinanceiro grande e bem organizado de forma a canalizar os recursospara as grandes sociedades anônimas (S.A)

• 1870 – Surgimento de nova forma de capitalismo

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Contexto econômico

• Relações sociais na nova forma do capitalismo: Nas grandesempresas, as relações sociais assumiam uma forma hierárquica eburocrática (organizações sociais piramidais) → topo da pirâmide(donos ou administradores) – controle econômico e administrativo pormeio de métodos científicos, administração científica e sistema decontrole (contabilidade).

• O objetivo dos capitalistas permanecia inalterado: maximização dolucro e a acumulação de mais capital

• Neste contexto histórico (mercado imperfeito) – abandono da “mãoinvisível” da Adam Smith e da análise de uma economia composta porvárias pequenas empresas (não influências destas empresas sobre omercado).

• Na economia competitiva (mercado perfeito) – os atos dos produtores(firmas) estavam submetidos às leis do mercado (tomadores depreços) – mercado autorregulador.

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Contexto econômico

• Em 1870, tendência da concentração econômica do capitalismoempresarial instigou a publicação de três obras: Teoria de EconomiaPolítica (William Stanley Jevons); Princípios de Economia e EconomiaPolítica (Carl Menger) e Elementos de Economia Política Pura (LéonWalrás)

• Estes autores deram prosseguimento à perspectiva individualista eutilitarista de Say solucionando o paradoxo da água e do diamanteque levou Smith a concluir que não haveria uma relação direta entreutilidade e valor de troca. Segundo estes autores, o determinante dovalor de troca é a utilidade (teoria do valor utilidade).

• Walrás amplia o conceito de equilíbrio econômico → equilíbrio parcialversus equilíbrio geral de Walrás: essa revolução no pensamentoeconômico cria a separação entre a economia clássica antiquada e aeconomia neoclássica moderna e científica.

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Contexto econômico

• O significado do “Marginalismo” introduzido na teoria econômica dáum rigor lógico e matemático na teoria econômica

• A noção de Utilidade marginal decrescente permitiu mostrar como autilidade determinava os valores

• O marginalismo permitiu que a visão utilitarista da natureza humana,que era considerada somente uma maximização racional e calculistada utilidade, fosse formulada em termos de cálculo diferencial(emprego da matemática).

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A ESCOLA MARGINALISTA

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• 0 início da escola marginalista data de 1871, o ano em queJevons e Menger publicaram seus influentes livros sobre a teoriada utilidade marginal.

O cenário histórico da escola marginalistaProblemas econômicos e sociais - A pobreza espalhava-se, emboraa produtividade estivesse aumentando drasticamente.

A distribuição extremamente injusta de riqueza e de renda

o preponderante poder econômico dos patrões ao negociarem comos trabalhadores, o aumento das empresas monopolistas

A tendência do século XIX, na Europa para resolver os problemassociais: sindicalismo , intervenção do governo para controlar aeconomia, eliminando abusos econômicos e redistribuindo renda

A ESCOLA MARGINALISTA

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• Os marginalistas repudiavam estas soluções. Defendiam aalocação e a distribuição de mercado, não intervenção dogoverno, desencorajavam o sindicalismo trabalhista.

Principais dogmas da escola marginalista• Foco na margem. Essa escola direcionou sua atenção ao ponto

de mudança em que as decisões são tomadas; em outraspalavras, à margem de lucro.

• Comportamento econômico racional. Os indivíduos agemracionalmente ao medir a utilidade marginal de diferentes bens eao equilibrar as necessidades presentes contra as futuras. A açãohumana é buscar a utilidade e evitar a desutilidade (utilidadenegativa).

A ESCOLA MARGINALISTA

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• Ênfase na microeconomia. Não consideram a economia agregadaou a macroeconomia. Os marginalistas consideravam o processode tomada de decisões individuais, as condições de mercadopara um determinado tipo de bem.

• método abstrato e dedutivo. Rejeição do método histórico

• A ênfase na livre-concorrência. Muitos vendedores, produtoshomogêneos, preços uniformes e nenhuma uma propaganda.Nenhuma pessoa ou empresa possui força econômica suficientepara influenciar os preços de mercado.

• Teoria do preço orientado pela demanda. Demanda é a principalforça na determinação do preço contribuição de Alfred Marshall

A ESCOLA MARGINALISTA

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• Ênfase na utilidade subjetiva. A demanda depende da utilidademarginal, que é um fenômeno subjetivo e psicológico. Os custosde produção incluem os sacrifícios e os aborrecimentos detrabalhar, gerenciar um negócio e economizar dinheiro paraformar um fundo de capital.

• Enfoque no equilíbrio. As forças econômicas geralmente movem-se em direção ao equilíbrio

• Fusão de terra e bens de capital. Junção da terra e dos recursoscapitais em suas analises e referiam-se a juros, rendimento elucro como sendo o retorno para os recursos de propriedade.

• Mínimo envolvimento do governo. Nenhuma interferência nas leiseconômicas naturais s

A ESCOLA MARGINALISTA

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História do Pensamento Econômico: Uma perspectiva crítica Hunt e Laustzenheiser, 2013

Capítulo 10 - O Triunfo do Utilitarismo: A economia de

Jevons, Menger e Walras

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

• Ponto de referência da teoria de Jevons : as ideias de Bentham(Utilidade)

• Para Jevons, o Utilitarismo era a única base possível da teoriaeconômica científica, mas discordava que o valor depende inteiramenteda utilidade. Quando emprega o termo “valor” este refere-se ao valor detroca ou preço e não o trabalho incorporado a uma mercadoria.

• Jevons não discute as relações sociais entre as pessoas (superioridadeou inferioridade) apenas cita 2 características que as define comoagentes econômicos:

• 1ª característica era que os indivíduos extraíam utilidade do consumo demercadorias “qualquer coisa que um individuo deseje, esta deve servista por ele como possuidora de utilidade”

• 2ª característica: as pessoas são maximizadoras racionais e calculistas.

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

• 2ª característica: as pessoas são maximizadoras racionais e calculistas.O comportamento de maximização racional e calculista era o únicoelemento da ação humana a ser estudo em economia. “satisfazer asnossas necessidades ao máximo possível com o mínimo de esforço:maximizar o prazer.

• Extração da utilidade do consumo de mercadorias: o erro doseconomistas estavam na incapacidade de distinguirem a Utilidade Totalextraída do consumo de certa quantidade de mercadoria e o grau finalde utilidade (utilidade marginal) extraído pelo consumidor até o últimopequeno incremento dessa mercadoria.

• Embora, muitas vezes, fosse verdade que a Utilidade Total (UT)poderia continuar aumentando à medida que fosse consumida umaquantidade maior de mercadoria, “ o grau final de utilidade acabariadiminuindo com o aumento da quantidade consumida”

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

• Esse grau final de utilidade ou utilidade marginal era o ponto central naexplicação do valor dos bens.

• Esse princípio da utilidade marginal decrescente é a pedra fundamentalda redefinição neoclássica do utilitarismo.

• Jevons expressa a utilidade na forma matemática – a utilidade total (UT)do bem (consumo de uma mercadoria) depende da quantidadeconsumida (Q).

• Função matemática UT = f(Q)

• A primeira derivada desta função f’(Q) diz até que ponto a variáveldependente (UT) varia em decorrência de uma variação infinitesimal davariável independente (quantidade consumida)→ utilidade marginal

• Maximização da utilidade total → quando a quantidade era aumentada aponto de a utilidade marginal ser igual a zero (dU/dQ=0)

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

• dU/dQ=0 – maximizar a utilidade seria consumir a mercadoria (nãohouvesse custos) até ficar saciado, não poder mais obter utilidade deoutro pequeno incremento da mercadoria

• Quando o consumo envolve custos: exemplo caso se possuísse umamercadoria Y e se fosse possível conseguir apenas outra mercadoria X,abrindo mão de parte da mercadoria Y, poder-se-ia comparar as razõesentre as utilidades marginais obtidas com as duas mercadorias,UMx/UMy e os preços das duas mercadorias Px/Py.

• UT = Ux + Uy

• Custos: Px X + Py Y

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

• UT = Ux + Uy

• Custos: Px X + Py Y

y

x

y

x

y

y

x

x

yy

xX

yx

PP

UMUM

PUM

PUM

PUMY

UTPUM

XUT

UUUT

0

0

YPXP yx

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A Função Utilidade

Utilidade U

U2

U1

X1 X2

Δ X

Δ U

X3

U3

Δ X Δ U

X4

Δ X Δ U U4

Quantidade do bem

Bens X1 X2 X3 X4 Xn

UT U1< U2< U3< U4< Un

1

1

XU

XUUmg

2

2

XU

3

3

XU

4

4

XU

n

n

XU

Quando o bem aumenta (X)- A utilidade total (UT) aumenta-A utilidade marginal (Umg) diminuiQuando o bem diminui (X)- A utilidade total (UT) diminui-A utilidade marginal (Umg) aumenta

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Utilidade total e marginal

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Teoria do Valor Utilidade

V

V1

V2

Q1 Q2 V

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

• Comparação entre a utilidade

o indivíduo poderia obter utilidade, trocando uma parte de y poruma parte de x e a troca continua até que

• A razão dá o grau de utilidade adicional obtido (do que se abriria

mão), caso se comprasse (ou vendesse) mais um dólar da mercadoria x.

Jevons afirma que dois indivíduos comprariam ou venderiam asmercadorias até que as utilidades marginais de cada uma delas variar aponto de igualar a . Neste ponto, não se poderia mais ocorrer

troca, pois um dólar de x ou de y proporcionaria o mesmo aumento dautilidade total para o indivíduo.

y

x

y

x

PP

UMUM

y

x

y

x

PP

UMUM

y

x

y

x

PP

UMUM

y

x

UMUM

x

x

PUM

y

y

PUM

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

venderia Y e compraria X perdendo assim, menos utilidade, ao

desistir de Y do que a utilidade obtida com mais um dólar de X.

Entretanto, à medida que fosse desistindo de y e obtendo x, o princípio dautilidade marginal decrescente faria com que a Umy aumentasse e Umxdiminuísse até que

Neste ponto não poderia obter qualquer ganho adicional com a troca. Teriaocorrido o processo inverso, porém idêntico, se

Teóricos anteriores do utilitarismo tinham percebido que, na trocavoluntária, um indivíduo comprava ou vendia, desde que o que estivessecomprando lhe desse mais utilidade do que a utilidade perdida com queestivesse vendendo → defesa da livre troca e que a troca harmoniza osinteresses de todos.

y

Y

y

x

PUM

PUM

y

Y

x

x

PUM

PUM

x

x

y

Y

PUM

PUM

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

Contribuições de Jevons: formulação matemática da teoria da utilidade edistinção entre utilidade total e utilidade marginal.

Jevons mostrou como a utilidade marginal determinava os preços e aofazê-lo, mostrou como dois agentes de troca chegavam a preços deequilíbrio de duas mercadorias. Não possuía uma base teórica, apenasdemonstrou que os consumidores fazem suas trocas, uma vez conhecidosos preços, para maximizar suas utilidades individuais.

Jevons afirma que não é possível comparar utilidades porque o prazer éuma experiência puramente subjetiva e pessoal. A suscetibilidade dautilidade de uma pessoa poder ser mil vezes maior do que de outra implicauma incógnita, visto que não há denominador comum.

Harmonia social é o estado do capitalismo, sendo o conflito do trabalhocom o capital um ilusão.

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A teoria da Utilidade e da troca de Jevons

Todo trabalhador tem de ser considerado, bem como todo proprietário deterra e todo capitalista, um agente que traz uma parte dos componentes dariqueza, tentando conseguir a maior participação na produção que ascondições do mercado lhes permitam exigir .

Quem paga preço alto tem de estar precisando muito do que estácomprando ou precisando muito pouco do dinheiro que paga, qualquer queseja o caso, existe um ganho na troca. Ninguém compra, a não ser queespere obter uma vantagem com essa compra, portanto, a perfeitaliberdade de troca tende a maximizar a utilidade.

Teoria do capital de Jevons refutava a conclusão de Ricardo de que a taxade lucro variava em sentido inverso ao salário, o que determinavaantagonismo entre capital e trabalho - havia era harmonia social nocapitalismo.

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

Carl Menger (1840-1921) – Princípios de Economia (obra) rejeitou o uso deequações matemáticas e expressou suas teorias verbalmente com auxíliode exemplos numéricos – tabela numérica para descrever a utilidade total ea utilidade marginal

Utilidade marginal da mercadoria II (coluna 2) – valor correspondente aonúmero de unidades consumidas: 6 unidades da mercadoria II, a utilidademarginal da 6ª unidade é 4. A utilidade total é a soma das utilidadesmarginais: 6 unidades da mercadoria II utilidade total de 39 utis(9+8+7+6+5+4)

Representação gráfica da relação entre a utilidade total e marginal =função contínua (unidades das mercadorias podem ser subdivididas)

Essa relação entre quantidades totais e quantidades marginais sempreestá presente na economia neoclássica – maximização da utilidade doconsumidor.

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

Coluna I da tabela: expressa a importância, para um indivíduo, dasatisfação da sua necessidade de alimentos – essa importância diminui deacordo com o grau de satisfação já atingido e a coluna V expressa anecessidade de fumo.

A satisfação da necessidade de alimentos, até um certo grau de saciedadetem uma importância maior para o indivíduo analisado do que a satisfaçãode sua necessidade de fumo.

Alimento e fumo – o alimento dá uma satisfação maior do que o fumo atéem 4 unidades de alimentos, na 5ª unidade de alimentos (Umg = 6); autilidade marginal de 6 é igual a utilidade marginal da 1ª unidade de fumo(Umg-6)- o consumo de fumo começa a ter a mesma importância doalimento, a partir deste ponto, o indivíduo se esforçará para equilibrar asatisfação de sua necessidade de fumo e a satisfação de sua necessidadede alimento.

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

Menger equilíbrio no qual o indivíduo maximizava sua utilidade fosseatingido quando o indivíduo igualasse a utilidade marginal obtida atravésde cada uma das outras mercadorias por ele consumidas.

Essa condição de maximização é inferior a de Jevons porque Menger nãoconsiderou os preços. A solução maximizadora de Menger só seria válidase o preço unitário de cada um dos seus tipos de mercadorias fosse igualao preço unitário de todos os demais tipos, a equação de Jevons:

Com o mesmo denominador resulta em

e a igualdade das razões exigiria que os numeradores (utilidadesmarginais) fossem iguais.

Yx PUMgYPUMgX

Yx PP UMgYUMgX

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

A explicação de Menger sobre a determinação dos preços com base naoferta e demanda – os preços de mercado, a curto prazo, sãodeterminados com base na oferta e demanda (consenso entre todos oseconomistas)

Divergência: encontrar explicações para a origem da renda da terra, lucrose salários – Smith e Ricardo – origem fora da esfera do preço sendocomponentes da distribuição da renda entre as classes sociais e do custode produção da firma: preço natural (salários + lucros + aluguel). Oequilíbrio ocorre quando preço de mercado = preço natural (formação depreços sob a perspectiva da teoria do valor trabalho). A determinação darenda era independente dos preços.

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

Perspectiva da utilidade – formação de preços determinada pela oferta edemanda, explicada pela utilidade

Utilidade é o último determinante dos preços dos bens. Os preços dosfatores de produção (terra, trabalho e capital) são determinados pela ofertae demanda.

Oferta de trabalho – determinada por cálculos de utilidade (trabalho e lazer)

Demanda de trabalho – proprietários demandam mão-de-obra de acordocom a produtividade marginal na geração dos bens e pela utilidade obtidapelos consumidores (consumo) maior utilidade, maior consumo,maior receita e maior emprego

Menger explicou a demanda por bens pela lei da demanda: se o preço dobem é superior a utilidade marginal que a maioria dos consumidorespoderiam obter, então a maior dos consumidores conseguiria mais utilidadeficando com mais dinheiro do que gastando na compra do bem.

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

Queda no preço do bem mais consumidores achariam que a utilidademarginal obtida no consumo do bem tornava-se maior do que a utilidadeperdida com o gasto do dinheiro (desutilidade) – quando os preços iamdeclinando, a maximização da utilidade exigia que uma quantidade maiordo bem fosse comprada.

Pelo princípio da utilidade marginal decrescente, Menger deduziu a lei dademanda.

Lei da demanda: a quantidade de uma mercadoria que as pessoasestavam dispostas a comprar dependia do preço da mercadoria, e aquantidade demandada e o preço eram inversamente relacionados.

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Teoria do Valor Utilidade

Preços

P1

Q1 Q2 Quantidade do bem

Demanda

P2

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

Oferta, segundo Menger – quantidade de bens pré-existentes controladapelo vendedor (guiada pela maximização da utilidade). O produtor resolviaquais quantidades seriam vendidas a cada preço. A combinação dosdesejos de comprar e vender, ambos provenientes da utilidade,determinava os preços.

Monopolistas – vendem uma quantidade menor e cobra preços mais altosdo que na concorrência perfeita, por isso, Menger exaltava os benefíciosda livre concorrência.

A produção dos bens finais (bens de 1ª ordem) necessita de umacombinação de fatores de produção (insumos ou bens de ordem superior)e o preços dos insumos, de acordo com Menger, eram determinados pelovalor potencial dos bens finais contrariando a teoria do valor trabalho. Opreço do insumo refletia seu grau de contribuição na produção (não otempo de trabalho).

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

Teoria da formação dos preços dos insumos, segundo a perspectivaUtilitarista.

- Exigência de que os insumos fossem, pelo menos em parte,substituíveis.

- exame do efeito sobre a produção de um pequeno aumento marginaldo insumo (teoria da produtividade marginal)

- Os insumos são remunerados (pagos) de acordo com a suaprodutividade. “Quando cada insumo custava o equivalente ao valor desua contribuição para produção, o valor da produção total seriacompletamente formado pelos insumos. Portanto, não haveria qualquerexcedente a ser expropriado por qualquer pessoa ou classe”

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A teoria da utilidade marginal, dos preços e da contribuição da renda –Carl Menger

Menger não via a necessidade de justificar os lucros, dizendo que oscapitalistas tinham um comportamento de abstinência, mas é a harmoniadas necessidades de cada família na procura de sua satisfação reflete emsua propriedade (bens para satisfação são denominados de propriedades).

Propriedade não é a quantidade arbitrária de mercadorias e sim um reflexodireto das necessidades.

Justificativa da existência da propriedade – a quantidade de bensdisponíveis é menor do que a quantidade de bens necessários para asatisfação das necessidades dos homens (recursos limitados enecessidades ilimitadas ou não saciedade).

- Não haveria necessidade de justificar a renda da terra e o lucro, segundoMenger, pois estes representam o retorno da propriedade da terra e docapital, sendo portanto, uma renda inevitável e necessária.

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Marie-Ésprit Léon Walras, 1834-1910

“Teoricamente, todas as incógnitas do problema econômico dependem de todas as equações do equilíbrio econômico. Entretanto, mesmo do ponto de vista estático e teórico, algumas dessas incógnitas podem ser consideradas mais essencialmente dependentes das equações que são com elas introduzidas no problema para as determinar. E, com mais forte razão ainda, temos esse direito quando se passa do ponto de vista estático ao ponto de vista dinâmico e, sobretudo, do ponto de vista da teoria pura ao ponto de vista da teoria aplicada e ao da prática, já que então as variações das incógnitas são quantidades de primeira ou de segunda ordem, isto é, quantidades não-negligenciáveis ou negligenciáveis, segundo provenham de variações nos dados gerais ou de variações nos dados particulares.”

WALRAS, L. Compêndio dos Elementos de Economia Política Pura. Série Os Economistas. São Paulo, Editora Nova Cultural, 1996. pg 228.

Haddad, E. A. Equilíbrio Geral: Teoria Pura, Teoria Aplicada e Práticas Operacionais. São Paulo, FEA-USP, 2008.

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• Formulação da teoria da utilidade marginal decrescente e da equaçãoque maximiza a utilidade do consumidor por meio da troca

• Contribuição mais importante para a teoria econômica: a teoria doequilíbrio econômico geral multiplicidade de mercados

• Walrás percebeu que as forças da oferta e da demanda, em qualquermercado, dependiam, em maior ou menor grau, dos preços vigentes eminúmeros outros mercados.

• A demanda de um consumidor por um determinado bem dependia dasutilidades marginais obtidas com o consumo de várias quantidades debens e de seus preços.

• Condição de maximização da utilidade – razão entre a utilidademarginal do bem e do seu preço teria que igualar a mesma razão detodos os outros bens. A demanda do consumidor por esse bemtambém dependia dos preços de todos os outros bens de consumo.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

• Preços dos bens eram determinados pela oferta e demanda deste bem,mas a demanda por qualquer bem era determinada não só pelasutilidades obtidas de todos os consumidores do bem com também pelospreços de todos os bens de consumo determinar os preços dosoutros bens para determinar o preço do bem considerado

• A demanda pelos outros bens e os seus preços dependia do preço dobem em questão teoria geral da determinação de preços(determinação simultânea dos preços com base na utilidade dosconsumidores pelas interrelações entre todos os mercados)

• As interrelações no mercado não eram apenas na demanda dos bensmas também na oferta com a demanda e oferta de outros tipos demercadorias ou nos próprios bens trocados.

• Walrás – formulação de uma estrutura teórica geral para mostrar,através das interrações de todos os mercados, todos os preços podiamser determinados ao mesmo tempo.

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• Requisito da teoria do equilíbrio geral era que o número de variáveisdesconhecidas fosse igual ao número de equações independentes aserem usadas na determinação das variáveis.

• Sistema de equações simultâneas – solução única: análise do equilíbriogeral na economia

• Diferença entre a teoria do equilíbrio geral e a teoria do equilíbrioparcial:

— Equilíbrio Geral procura explicar todos os preços e quantidades trocadasem uma economia como um todo no período de tempo (León Walrás)

— Equilíbrio Parcial considera todos os preços e quantidades trocados comodados, analisa apena um produto mantendo os demais constantes (AlfredMarshall)

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

• Equilíbrio Geral de Walrás – todos os preços e as quantidades trocadasdeveriam ser explicados – preços e quantidades (variáveisdependentes) e a forma exata das equações refletia a verdadeirarelação econômica que Walrás julgava existir entre as característicasdadas pelo meio socioeconômico (variáveis independentes) e os preçose quantidades trocadas no mercado (variáveis dependentes).

• Meio socioeconômico – capitalismo concorrencial (proprietários de terra,trabalhadores e capitalistas) – mercado de fatores de produção (terra,capital e trabalho) oferta de trabalho/serviços

• Mercado de produtos finais (consumidores – demanda pelos produtos);nesse mercado o elemento mais importante para Walrás era os desejossubjetivos dos agentes econômicos (curvas de utilidade marginais).

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• Fatores importantes na teoria de Walrás:

• a) lei de propriedade e a distribuição da renda correta

• b) economia constituída por firmas pequenas e relativamente sem poder(concorrência perfeita)

• c) Pressuposto da mensuração das curvas de utilidade marginal dosindivíduos (utilidade fixa e não considerava modificações no decorrer dotempo)

• Walrás (ideias utilistarista) – os preços de equilíbrio refletiam comexatidão as necessidades ou utilidades das pessoas, maximizando comisso, a satisfação humana.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

• Sistema de equações de Walrás – determinação das quantidades epreços. Ele chamou os serviços produtivos de n (fatores de produção) eos bens de consumo de m, usou n preços de serviços produtivos e m-1preços dos bens de consumo (1 um bem de consumo usado comonumerário com o preço igual a 1), havia (m+n) quantidades de serviçosprodutivos e bens de consumo trocados e (m+n-1) preços pelos quaiseles eram trocados – total de variáveis dependentes 2m+2n-1(m+n+m+n-1)

• Quatro conjunto de equações para resolver os valores das variáveisdependentes (oferta de n serviços produtivos)

• Oferta – n serviços produtivos dependia dos preços de todos serviçosprodutivos e dos bens de consumo – n equações relacionando aquantidade oferecida dos serviços produtivos com os preços.

Page 46: Epe hunt cap10

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Walras e a teoria do equilíbrio geral

• O equilíbrio do consumidor ocorre quando a utilidade da última unidade consumida de um bem for igual a seu preço. Nesse caso não se considera a influência da utilidade e preços dos bens concorrentes, para atender as mesmas necessidades.

• Havendo, porém, interdependência entre as utilidades marginais e os preços dos diferentes bens, o equilíbrio parcial será alterado.

• A demanda fica, então, determinada pela lei da utilidade marginal decrescente e pelas utilidades marginais dos outros bens.

Page 47: Epe hunt cap10

Paradigma Walrasiano de Equilíbrio Geral

m fatores de produção cujas quantidades disponíveis são R1,...,Rm

n produtos cujas quantidades produzidas são X1,...,Xn

p1,...,pn são os preços dos produtos

v1,...,vm são os preços dos fatores

aij, i=1,...m; j=1,...,n são coeficientes técnicos de produção

O modelo de equilíbrio geral – León Walrás

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Paradigma Walrasiano de Equilíbrio Geral (cont.)

mnmnmm

nn

nn

RXaXaXa

RXaXaXaRXaXaXa

........................................

...

...

2211

22222121

11212111

njvavavap mmjjjj

,...,1 ...2211

),...,,,,...,,(.........................................

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2121

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212111

nnnn

nn

nn

vvvpppfX

vvvpppfXvvvpppfX

Pleno emprego dos fatoresde produção (serviços produtivos)

Preços dos produtos equivalem a seuspreços de custo em serviços produtivos

Quantidades produzidas correspondemàs quantidades procuradas pelosconsumidores

Haddad, E. A. Equilíbrio Geral: Teoria Pura, Teoria Aplicada e Práticas Operacionais. São Paulo, FEA-USP, 2008.

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

Lei de Walras prova que, se todos os mercadosmenos um estiverem em equilíbrio, o últimomercado também terá de estar em equilíbrio. Issosignifica que uma das equações de equilíbrio, deWalras, não era uma equação independente,porque se todas as demais equações fossemresolvidas ao mesmo tempo, ela também seriaautomaticamente resolvida.A lei de Walras é, na realidade, uma identidade dedefinição.

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

• 4 conjunto de equações que Walrás desenvolveu para solucionar osvalores das variáveis dependentes

• 1º conjunto – oferta – n serviços produtivos dependia dos preços detodos serviços produtivos e de todos bens de consumo – n equaçõesrelacionando a quantidade oferecida de cada serviço produtivo comtodos os preços do sistema. A forma matemática específica de cadaequação dependia das curvas de utilidade marginal de todos osproprietários de serviços produtivos.

• O conjunto dos m+n-1 preços permite fazer os cálculos da utilidade edecidir a quantidade vendida dos bens de serviços para comprar osbens de consumo (maximizar utilidade) – uma equação independenterelacionando as quantidades oferecidas dos n fatores (serviços deprodução) a todos os possíveis conjuntos de preços

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• 2º conjunto – demanda – m bens de consumo depende de todos osm+n-1 preços. Temos m equações.

• 3º conjunto – economia em equilíbrio – demanda igual a oferta (plenoemprego dos recursos como condição de equilíbrio) – equação daigualdade de demanda e oferta para os n serviços produtivos

• 4º conjunto de equações de Walrás – concorrência perfeita – preço decada bem de consumo igual ao seu custo de produção. O custo deprodução dependeria dos “coeficientes técnicos” de produção e dopreços dos serviços produtivos

• Walrás tinha um sistema de equações ( 2m+2n equações) - m do 2ºconjunto e do 4º conjunto de equações e n equações do 1º e do 3ºconjunto para resolver a solução de 2m+2n-1 incógnitas – lei de Walrás

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

Lei de Walrás – se todos os mercados menos um estiverem em equilíbrio,o último mercado também terá de estar em equilíbrio. Isso significa queuma das equações do equilibrio de walrás não era uma equaçãoindependente, porque, se todas as demais equações fossem resolvidas aomesmo tempo, ela também seria automaticamente resolvida. Assim, eleacabou com 2m+2n-1 equações independentes – o mesmo número deincógnitas cujos valores tinham de ser encontrados

Se m-1 mercados estiverem em equilíbrio, o último mercado também teráde estar em equilíbrio.

A lei de Walrás é uma identidade. Mostra que com qualquer conjunto depreços, a demanda por todas as coisas trocadas tem de ser igual à ofertade todas as coisas trocadas.

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A lei de Walras é uma consequência da definição de oferta e demanda,porque em um determinado conjunto de preços, a vontade de troca implica,em termos definição, a vontade de adquirir algo àqueles preços(demanda) desistindo de algo (oferta) do mesmo valor. Portanto, todademanda individual é, ao mesmo tempo, uma oferta de alguma quantidadee, por isso, se essas procuras e ofertas individuais forem agregadas, ostotais terão de serem iguais.

Lei de Walrás e lei de Say

Lei de Say implica que haja uma demanda por todas as novas mercadoriasproduzidas, o que não é decorrência da lei de Walrás. A oferta cria suaprópria demanda (Say) – oferta é principalWalrás – a demanda é principal – oferta é consequência da demanda. Aspessoas poderiam produzir a fim de trocar essa produção por quantidadelimitada de bens já existentes, por exemplo, a moeda

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• Lei de Say – pode não haver tanta moeda quanto as pessoas queiram,considerando o conjunto de preços em vigor. Nesse caso, haveria umexcesso de oferta de produtos equivalente a uma demanda excessivapor moeda. Haveria uma superprodução geral de mercadorias. Noentanto, a lei de Walrás é válida

• Em qualquer conjunto de preços, a lei de Walrás é válida, mesmoquando todos os mercados estejam, individualmente, em desequilíbrio.Pela definição, a lei de Walrás prova que, em qualquer desequilíbrio, ototal do excesso de demanda (demanda > oferta) tem de serexatamente igual ao total do excesso de oferta em todos os mercadosem que a oferta seja maior que a demanda (em todos os mercados emque a demanda > oferta).

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Lei de Walras• A demanda efetiva ou a oferta efetiva de uma mercadoria em

troca de outra é igual, respectivamente, ao valor dooferecimento efetivo ou ao valor da demanda da segundamercadoria multiplicado por seu preço em termos da primeira...Na verdade, a demanda deveria ser considerada o principalfator, e o oferecimento (oferta) , um fato acessório, em que duasmercadorias são trocadas uma pela outra espécie. Ninguém fazum oferecimento pelo simples fato de fazê-lo. A única razão pelaqual se oferece alguma coisa é que não se pode demandar algosem se oferecer algo. O oferecimento é apenas umaconsequência da demanda. É obvio que a lei de Walras éverdadeira por definição. (Hunt, 2005, p. 256 e 257).

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• A lei dos mercados de Say

• Lei de SaySay argumentava que ninguém produziria se não quisessetrocar o que produzisse pela produção de outra pessoa.Portanto, uma oferta cria uma demanda de mesma magnitude.“Produção abre caminho para produção” (Hunt, 2005, p. 130 e131).

- Com base nas leis de Walras e de Say mencionadas acima,analise a afirmação “A lei de Say implica que haja umademanda por todas as novas mercadorias produzidas, o quenão é uma decorrência da lei de Walras”

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• Se houver um excesso de oferta de qualquer bem, outros bens deverãoestar com excesso de demanda e no cômputo geral, o excesso dedemanda e o excesso de oferta terão a mesma intensidade. Essa leinão se refere apenas os bens produzidos habitualmente mas tambémmoeda, títulos e outros ativos que possam ser trocados.

• Uma das equações de Walrás pode ser deixada de lado no seu sistemade equações.

• Se um mercado estiver desequilibrado, um ou outros mercados terão deestar também desequilibrados para que o excesso de demanda sejaigual ao excesso de oferta. Portanto, se todos os mercados menos umestiverem em equilíbrio, o último mercado também terá de estar emequilíbrio. Por conseguinte, as equações que dão as condições deequilíbrio em todos os mercados têm uma equação desnecessária.

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Complexo explicar o equilíbrio geral com 2m+2n-1 equações, uma análisegráfica com três mercadorias é menos complexa.

Análise do equilíbrio geral verifica-se se pode ou não atingir o equilíbrioquando a economia está numa posição de equilíbrio.

Modelo de troca e não de produção – não faz distinção entre serviçosprodutivos e bens de consumo e uma mercadoria é usada como numerário.

- 5 incógnitas (quantidades das mercadorias a, b e c e os preços de a (Pa)e de b (Pb) ambos estabelecidos em termos do numerário que é amercadoria C.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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Lei de Walras prova que, se todos os mercadosmenos um estiverem em equilíbrio, o últimomercado também terá de estar em equilíbrio. Issosignifica que uma das equações de equilíbrio, deWalras, não era uma equação independente,porque se todas as demais equações fossemresolvidas ao mesmo tempo, ela também seriaautomaticamente resolvida.A lei de Walras é, na realidade, uma identidade dedefinição.

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• Equilíbrio Geral

• Sistema de equações

• Serviços produtivos = n

• Bens de consumo = m

• Quantidade de bens e serviços = m+n

• Preços = n preços dos serviços produtivos

• Preços = m-1 preços dos bens de consumo

• Preços = m+n-1

• Variáveis dependentes = 2m+ 2n -1

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Equações0bED

),( baa PPfED

),( bab PPfED

),( bac PPfED

0aED0cED

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• Equações

O excesso de demanda (ED) por a depende de ambos os preços– no conjunto dos dois preços temos 3 situações nomercado de a:

1) ( Oferta e demanda de a são iguais)

2) (demanda por a é maior do que a oferta)

3) (demanda por a é menor do que a oferta)

O excesso negativo de demanda é idêntico ao excesso de oferta

0bED),( baa PPfED

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

),( ba PP

0bED0bED0bED

),( bab PPfED

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O excesso de demanda por b depende dos preços -mesma análise anterior de a.

- excesso de demanda por c dependedos preços

excesso de demanda por a igual a zero –condição de equilíbrio e as mesmas condições deequilíbrio são válidas para a mercadoria b

A lei de Walrás: se os mercados a e b estiverem emequilíbrio, o mercado c também estará em equilíbrio.

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),( bab PPfED

),( ba PP

),( bac PPfED ),( ba PP

0aED

0bED

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ED= f(P) – combinação de uma equação de oferta com uma equação dedemanda. Em equilíbrio, ED=0, ou seja, a quantidade ofertada é igual àsua demanda e ambas são iguais à quantidade trocada.

Ilustração do equilíbrio geral com as curvas de oferta e demandadeduzidas de análises de equilíbrio parcial

No mercado a – Supomos um preço de b e depois, traçamos as curvas deoferta e demanda da quantidade de a, a diferentes preços de a, dado opreço de b

Depois supomos um preço diferente de b, que nos dá as duas curvas deoferta e demanda da a. se variarmos o preço de b, teríamos uma famíia decurvas de oferta e de demanda da a. Essas curvas, juntamente, com ospreços diferentes de b, dão as informações na equação Eda=f(Pa,Pb)

Para qualquer preço de b, haverá uma curva de oferta e demanda de a.

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Preços que equilibram a oferta e a demanda damercadoria a

EDa = 0

EDa < 0

EDa > 0

Pb1Pb2

Sa = f(Pb1)Sa = f(Pb2)

Da = f(Pb2)Da = f(Pb1)

Pa1

Pa2

Pa1

Pa2

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• A determinação do preço da a, ocorre quando as curvas seinterceptarão, a esses preços, a equação Eda=0 é solucionada, dado opreço de b.

• Esse preço é o preço correspondente de a que satisfaz a equação, eoferta e demanda de a são iguais. Quando variamos o preço de b,obtemos outro conjunto de preços que satisfaz a equação EDa = 0

• As curvas de demanda e oferta (linhas cheias) são obtidas com umdeterminado preço de b, Pb1

• As curvas de oferta e demanda (linhas tracejadas) são obtidas com umpreço dado de Pb2

• Parte (a) com as curvas de oferta e demanda de a, correspondendo aPb1, o equilíbrio entre a oferta e demanda se situa em Pb1 com as curvasde oferta e demanda se situa em Pb1

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Com as curvas de oferta e demanda correspondendo a Pb2, o equilíbriose situa em Pb2 - temos dois conjuntos de preços de a e b quesatisfazem a equação EDa=0 na parte b do gráfico, sendo uma linha(curva) que retrata todos os conjuntos de preços que satisfazem aequação EDa=0.

• A reta chamada EDa=0 é a localização de todos os pontos quesatisfazem a equação EDa=0. Qualquer ponto sobre a linha EDa=0fornece os dois preços que equilibrarão a oferta e demanda de a. oponto 1corresponde ao primeiro conjunto de curvas de oferta edemanda e o ponto 2 corresponde ao 2º conjunto das mesmas.

• A parte (b) do gráfico – todos os pontos acima e a direita da linha EDa=0correspondem ao conjunto de preços de a e b que resultarão emexcesso de demanda negativo (excesso de oferta) do bem a.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Preços que equilibram a oferta e a demanda damercadoria b

EDb = 0

EDb < 0

EDb > 0

Pb3 Pb4

Sb = f(Pa4)

Sb = f(Pa3)

Db = f(Pa4)Db = f(Pa3)

Pb4

Pb3

Pa3

Pa4

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• Preços que equilibram a oferta e demanda da mercadoria b –combinação dos gráficos da parte (b) das figuras anteriores

• Todos os conjuntos de preços que equilibrarão a oferta e demanda deambas as mercadorias. Apenas resultarão em um equilíbrio deambos os mercados.

• Todos pontos que não estão sobre as linhas ED=0 foram divididos emquatro (4) regiões.

• As condições de excesso de demanda de a e de b, em qualquer pontodestas regiões, estão resumidas à direita da reta.

• Com base na lei de Walrás, podemos traçar outra reta que mostra todosos conjuntos de preços com os quais o excesso de demanda de c (EDC)será igual a zero. Em primeiro lugar, com base na lei de Walrássabemos que o ponto ( ) onde as retas ED=0 de a e b seinterceptam tem que ser um ponto em que Edc =0.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrásbea PP

______

bea PP______

bea PP______

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• Não precisamos de equação para o equilíbrio da mercadoria c – setodas as demais mercadorias estiverem em equilíbrio, a mercadoria cterá de estar em equilíbrio. Para c estar em equilíbrio, pelo menos umadas outras duas mercadorias precisaria estar em desequilíbrio – lei deWalras (demanda total = oferta total) – ponto é ponto sobre areta ED=0

• Qualquer conjunto de preços que não sejam o mercado de ae b estarão em estado de desequilíbrio.

• Se são o único conjunto de preço que equilibrarão tanto omercado de a quanto ao mercado de b, então todos os preços da retaED=0 diferentes de tem de envolver um equilíbrio do mercado dec e um desequilíbrio dos mercados de a e b (lei de Walras – impossívelsomente um mercado estar em desequilíbrio).

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrásbea PP

______

bea PP______

bea PP

______

bea PP

______

bea PP______

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• Além disso, a lei de Walras – todos os pontos sobre a reta ED=0diferentes de , os desequilíbrios dos mercados de a e b tem de secancelarem exatamente para que a demanda total continue igual aoferta total. Então:

• - Qualquer ponto sobre a curva EDC=0, se EDa>0, seguenecessariamente EDb<0 e o excesso de demanda de a terá de ser igualao excesso de demanda negativo (excesso de oferta) de b.

• - Da mesma forma, se EDC=0, se EDa<0, segue necessariamente,EDb>0 e o excesso de demanda e oferta terão, mais uma vez, seriguais.

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bea PP______

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• Equilíbrio nos mercados de a e b e as quatroregiões de desequilíbrio.

EDa = 0

Pa

___

aP

__

bP__

bP

GHH

H

J F

EDb = 0

Condições de excesso de demanda nas regiõesRegião F:

Região G:

Região H:

Região J:

EDa<0; EDb<0;

EDa>0; EDb<0;

EDa>0;

EDa< 0;

Edb>0;

Edb>0;

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Na figura acima, vemos que a reta EDC=0 não pode passar pelaregiões F ou H (regiões onde os mercados de a e b têm excesso deoferta (F) ou excesso de demanda (H))

• Só nas regiões J e G – o mercado C poderia estar em equilíbrio, e osdesequilíbrios dos mercados a e b se compensarão mutuamente.

• se encontramos todo conjunto de preços na região J, em que o excessode oferta de a seja exatamente igual ao excesso de demanda de b, etodo conjunto de preços na região G, em que o excesso de demanda dea seja exatamente igual ao excesso de oferta de b, a localizaçãoresultante dos pontos constituirá a reta EDC=0

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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Preço de equilíbrio de três (3) mercadorias - (equilíbrio de trêsmercados) – determinar preços de equilíbrio geral

Duas incógnitas resolvidas (preços ) e a determinação dasquantidades de mercadorias a, b e c

O preço c é definido como numerário (sempre igual a 1) e as quantidadesde c dependem dos preços Pa e Pb sendo dados

Depois de variar o preço Pb e gerar as curvas de oferta e demanda de ccom o preço de a fixo (e o processo inverso) – ambos os métodos dão omesmo resultado. A reta ED=0 apresenta três retas e 6 regiões

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

bea PP______

bea PP______

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Equilíbrio nos mercados de a, b e c e as seisregiões de desequilíbrio.

EDa=0

Pa

___

aP

__

bP

N

Q

R

L

K M

EDb=0

Condições de excesso de demanda nas regiões

Região M:

Região N:

Região Q:

Região R:

Região K:

Região L:preços ( ) mercados equilibrados

EDa<0; EDb<0; EDc>0

EDc=0

EDa>0; EDb<0; EDc>0

EDa>0; EDb<0; EDc<0

EDa>0; EDb>0; EDc<0

EDa<0; Edb>0; EDc<0

EDa<0; EDb>0; EDc>0

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

__

bP___

aP

EDa=0; EDb=0; EDc=0

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• Estabilidade do Equilíbrio GeralTeoria do equilíbrio geral – as forças de mercado corrigirãoautomaticamente um desequilíbrio. Se houver, um conjunto depreços de desequilíbrio, as forças de mercado da oferta e dademanda automaticamente modificarão esses preços até serrestabelecido o equilíbrio.

Quanto tempo demoraria e que tipos de custos humanos serãoenvolvidos?

A dependência do mercado envolve enormes custos, e para diminuirtais custos seria necessária orientação de políticas – dentre ospensadores Bentham, Marx, Mathus, Hobson e Keynes – estaorientação de política é diferente.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Mercadoria C é moeda

• Pontos da região M – superprodução de todas as mercado(excesso de oferta de bens de consumo) equivalente a umexcesso de demanda por moeda Walras decide pelo lado deSay, assegurando que o mercado estabelece, de formaautomática, e quase sem custo, os preços adequados para oequilíbrio de pleno emprego.

• Walras: suponha que a economia partia de um posição deequilíbrio que era alterada por uma mudança da demanda pormercadoria

• Excesso de demanda – aumento de preço

• Excesso de oferta – queda de preço

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A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• As variações de preços reestabeleciam automaticamente oequilíbrio – realocação de recursos das indústrias com excessode oferta para as indústrias com excesso de demanda (processode tâtoment “tatear”)

• Problemas na solução de Walras – para resolver a teoria,necessitava da hipótese de concorrência perfeita em qe osneoclássicos afirmam que toda firma é tomadora de preços.

• Primeiro, os preços são estabelecidos nos mercados e depois asfirmas reagem a eles. Como se estabelecem os preços? Oseconomistas clássicos não respondiam a questão: Walras supõeum leiloeiro (leilão) que anunciasse todos os preços a todaspessoas.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Mercados bem organizados do ponto de vista da concorrência –leiloeiro imaginário anuncia os preços e assim, ocorrem as trocas.Se esse conjunto de preços não fosse de equilíbrio – excesso dedemanda e oferta nos mercados – o conjunto seguinte de preçosanunciados pelo leiloeiro fazer com que os agentes atingissem oequilíbrio em termos de novos preços e corrigir os desequilíbrioscometidos com base nos preços errados anunciados anteriormente.

• O novo conjunto de preço poderia ser de desequilíbrio e issoresultaria em trocas cada vez mais distantes do equilíbrio

• Walras tinha duas escolhas: leiloeiro onisciente (Deus) sabendo oconjunto de preço de equilíbrio ou um órgão de planejamento centralsocialista em que o leiloeiro controlava todos os preços e trocas pormeio de computadores de alta velocidade. O órgão central calculavaa demanda e oferta em cada mercado, determinando assim umconjunto de preços de equilíbrio.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Equilíbrio geral de Walras – variações de preços, em qualquermercado, afetam a oferta e a demanda em muito outros mercados. Odesequilíbrio inicial de um preço em determinado mercado difundiriapara muitos mercados e os preços dos demais mercadoscomeçavam a variar deslocando os curvas de oferta e demanda.

• Como reestabelecia o equilíbrio? Walras evitou solucionar esseproblema afirmando que uma variação de preço só teria um efeitoprimário no mercado da mercadoria afetada. Seus efeitos sobre osdemais mercados seriam secundários e que esses efeitossecundários seriam menos significativos que os primários sehouvesse grande quantidade de mercadorias.

• Discípulos posteriores de Walras mostraram se os efeitossecundários fossem suficientemente pequenos, o mercado atingiria oequilíbrio automaticamente

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• Walras – concorrência perfeita em que as firmas reagem a situaçãode excesso de oferta e demanda alterando os preços, mas narealidade o mercado já era composto de firmas grandes quecontrolavam preços (excesso de oferta – redução da produção emanutenção dos preços estáveis). A queda da produção implicadiminuição de renda e redução da demanda por outros produtos. Seos produtores reagem ao excesso de oferta reduzindo a produção –superprodução – crise econômica ou depressão

• Os agentes reagem ao conjunto de preços como se esperassem queesses preços fossem de equilíbrio (Walrás) e continuassem emvigor. Keynes mostra que os agentes de troca comportavam de outraforma, trocavam com base nos preços que esperavam conseguir nofuturo. Essas expectativas podem, muitas vezes, tornar impossíveisde atingir o equilíbrio geral de pleno emprego.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás

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• A crença de Walras em que o mercado criaria automaticamente umequilíbrio geral com pleno emprego era uma questão de pura fé,como tinha sido a crença de Say – e ambas as crenças eramigualmente injustificáveis tanto teórica quanto empiricamente – serámuito difícil o mercado capitalista atingir o equilíbrio geral com plenoemprego.

A teoria do equilíbrio econômico geral – León Walrás