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Condições da escravidão africana Alunas:Elane Sales Débora Miranda Karla Rayane Samira Morais Leonilla Fernandes 2º Ano “D”

Escravos

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Page 1: Escravos

Condições da escravidão africana

Alunas:Elane SalesDébora MirandaKarla RayaneSamira MoraisLeonilla Fernandes

2º Ano “D”

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Tráfico NegreiroPovos africanos desterrados e

escravizadosOs portugueses foram os primeiros a realizar o comércio de escravos africanos através do Atlântico – seguidos por holandeses, ingleses e franceses. Isso foi possível depois de os portugueses terem dominado muitas regiões no litoral da África (onde fundaram feitorias ao longo dos séculos XV e XVI) e estabelecido alianças com comerciantes e soberanos locais. O tráfico negreiro unia interesses na África, Europa e América. Os navios europeus levavam mercadorias para a costa africana (tecidos grosseiros, aguardente, tabaco e armas), que eram trocadas por escravos, vendidos posteriormente para os colonos americanos. Devido ao tráfico negreiro, milhões de africanos foram desterrados, arrancados da África e escravizados.

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Número do comércio de escravos

As estimativas sobre o total de escravos trazidos para a América, especialmente para o Brasil, variam muito. O número exato provavelmente jamais será conhecido. Para toda a América, entre os séculos XVI e XIX, calcula-se que vieram entre 10 e 20 milhões de escravos. Em relação ao Brasil, as estimativas elaboradas pelo historiador Herbert Klein apontam o desembarque de cerca de 4 milhões de africanos entre 1531 e 1855. Período

1531-1600

1601-1700

1701-18200

1801-1855

Total

Número de escravos

50 000

560 000

1 680 100

1 719 300

4 009 400

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As condições do tráfico negreiro

Depois de aprisionados em seu continente, os africanos eram acorrentados e marcados com ferro e brasa. Eram, então, vendidos aos comerciantes de escravos que se estabeleciam no litoral da África e mandados para a América nos navios negreiros. Receando possíveis revoltas durante a viagem, os traficantes acorrentavam os africanos nos porões dos navios. Nos escuros porões dos navios, o espaço era reduzido e o calor, quase insuportável; a água era suja e o alimento, insuficiente para todos. Assim, o ambiente era propício a doenças e epidemias, que vitimavam os africanos debilitados. Devido a esses fatores, ás péssimas condições do transporte e aos maus-tratos a que eram submetidos, calcula-se que entre 5% e 25% dos africanos morriam durante a viagem. Por isso, os navios negreiros eram chamados de tumbeiros ou túmulos flutuantes.

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Navios que carregavam escravos africanos

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Distinções entre escravos Os escravos que trabalhavam nas lavouras eram

chamados de negros do eito e, assim como os que lidavam com a mineração, viviam sob a fiscalização do feitor e trabalhavam em média 15 horas por dia. Quando desobedeciam às ordens, podiam sofrer vários tipos de castigos. O excesso de trabalho, a má alimentação, as péssimas condições de higiene e os castigos que sofriam deterioravam rapidamente a saúde dos escravos. A maioria morria depois de cinco a dez anos de trabalho. Já os escravos domésticos, escolhidos entre aqueles que os senhores consideravam mais bonitos, dóceis e confiáveis, muitas vezes recebiam roupas melhores, alimentação mais adequada e certos cuidados. Muitos outros fatores distinguiam os escravos, como por exemplo, o processo de “adaptação” cultural.

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Principais grupos africanos

Por meio do tráfico negreiro, chegaram ao Brasil pessoas de diversas regiões da África. Entre os principais grupos africanos trazidos ao Brasil, destacaram-se bantos e sudaneses.

Os bantos eram originários da África central, geralmente de Angola e Congo. Foram levados principalmente para Pernambuco, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Os sudaneses provinham das regiões africanas de Daomé (Benin), Nigéria e Guiné, na África ocidental, e foram levados principalmente para a Bahia.

Nos séculos XVII E XVIII, os africanos de origem sudanesa eram comprados por um preço maior, pois muitos senhores no Brasil os consideravam mais fortes e inteligentes que os demais. Entretanto, esses escravos também foram líderes de muitas revoltas, especialmente nos séculos XVIII e XIX. Em função disso e de outras limitações impostas aos traficantes no séculos XIX, os africanos bantos passaram a ser mais procurados. Os senhores os consideravam “mais pacíficos e adaptados ao trabalho”

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ConcoBenguela

Monjolo

Cabinda

Rebolla Mina

Principais grupos africanos

Os escravos que vinha para o Brasil procediam de diversas etnias e de diferentes regiões

africanas.

Descendente de africanos

sudaneses.

Mulher africana banto com seu filho.

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Cultura Apesar de terem chegado ao Brasil sob as mais

penosas condições, os africanos participaram intensamente da formação das vivências culturais brasileiras. Essa participação se deu por meio de um processo contínuo, rico e diversificado, e é marcante, por exemplo, na literatura, na língua falada, no vocabulário, na música, na alimentação, na religião, no vestuário e na ciência.

Na culinária brasileira, especialmente na Bahia, onde foi introduzido o dendezeiro, uma palmeira africana da qual se extrai o azeite-de-dendê. Este azeite é utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé.

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Religião: Os bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram o candomblé, religião afro-brasileira baseada no culto aos orixás praticada atualmente em todo o território. Largamente distribuída também é a umbanda, uma religião sincrética que mistura elementos africanos com o catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás.

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Na música a cultura africana contribuiu com os ritmos que são a base de boa parte da música popular brasileira. Gêneros musicais coloniais de influência africana, como o lundu, terminaram dando origem à base rítmica do maxixe, samba, choro, bossa-nova e outros gêneros musicais atuais. Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colonial.

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A luta dos escravos

Os escravos procuravam reagir contra a escravidão de diversas maneiras. Algumas mulheres, por exemplo, provocavam abortos para evitar ter um filho também escravo; outros cativos chegaram a praticar o suicídio, enforcando-se ou envenenando-se . As fugas individuais e coletivas também eram constantes. Alguns escravos fugidos procuravam a proteção de negros livres que viviam nas cidades; outros, para dificultar a captura e garantir a subsistência, formavam comunidades com organização social própria e uma rede de alianças com diversos grupos da sociedade: os chamados quilombos.

Os escravos criaram outras estratégias de resistência à escravidão: alguns se rebelavam e agiam com violência contra senhores e feitores; reduziam ou paralisavam suas atividades; sabotavam a produção, quebrando ferramentas ou incendiando plantações.

Estratégias de resistência

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A resistência quilombola Na América, era freqüente a formação de grupos de escravos

fugidos como forma de resistência à escravidão. No Brasil, esses grupos recebiam o nome de quilombos ou mocambos, e seus membros eram chamados de quilombolas, calhambolas ou mocambeiros.

A resistência quilombola foi uma forma de luta escrava freqüente em vários períodos e regiões da América portuguesa. Desde o século XVII até os anos finais da escravidão, muitos africanos e seus descendentes continuaram fugindo e se reunindo nessas comunidades, construindo histórias de luta pela liberdade.

A vida nos quilombos estava ligada a uma série de atividades: agricultura, caça, coleta, mineração e comércio. Seus integrantes sustentavam-se por meio de alianças “clandestinas” com escravos de ganho ou libertos e homes livres, principalmente comerciantes.

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Quilombo dos Palmares Palmares, considerados o quilombo mais importante, recebeu

esse nome porque ocupava uma extensa região de palmeiras, situada no atual estado de Alagoas e que, na época, fazia parte da capitania de Pernambuco. Chegou a atingir uma área de 27 mil quilômetros quadrados.

Apesar das várias expedições militares organizadas para destruí-lo, o quilombo resistiu por 65 anos (1929-1694), chegando a ter, segundo um governador na capitania de Pernambuco do período, aproximadamente 20 mil habitantes. Esse número provavelmente era menor; acredita-se que foi aumentado pelo governador para justificar o fracasso das primeiras expedições militares enviadas contra o quilombo.

Para os senhores de engenho, Palmares representava um desafio permanente, pois era um sinal concreto de que a vida em liberdade era possível para o escravo fugitivo.

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O primeiro líder a se destacar em Palmares foi Ganga Zumba (“grande senhor”), que governou o quilombo de 1656 a 1678. Pressionado pelos ataques dos colonos, Zumba travou com o governador de Pernambuco um acordo de paz que previa liberdade para os negros nascidos em Palmares, com a condição de serem devolvidos aos colonos os escravos recém-chegados ao quilombo.

Imagem do Quilombo dos Palmares

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O sobrinho de Ganga Zumba, Zumbi, liderou o grupo que não aceitava esse acordo. Zumba foi destituído e assassinado, e Zumbi passou a liderar Palmares, comandando a luta contra vários ataques dos brancos.

Em 1987, o governo e os senhores de engenho contrataram o bandeirante Domingos Jorge Velho e seus comandados para destruir Palmares. Em 1692, cercaram e atacaram o quilombo com o objetivo de matar todos os seus membros. Liderados por Zumbi, os quilombolas defenderam bravamente sua liberdade. Milhares de pessoas morreram nessa luta em que os bandeirantes foram derrotados.

Em novo ataque ao quilombo, também comandado por Jorge Velho, o governo enviou ajuda aos bandeirantes: cerca de 6 mil homens, todos bem armados. Os quilombolas não tinham armas e munições suficientes, mas ainda assim resistiram durante um mês. Ao final do longo combate, o quilombo foi destruído e sua população, massacrada.

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Zumbi consegui escapar ao cerco, mas foi preso e morto dois anos depois, em 1695, após muitas perseguições. Cortaram-lhe a cabeça, que foi exposta em praça pública, na cidade do Recife.

Ganga Zumba Zumbi

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Consciência negra

A memória de Zumbi permaneceu viva como símbolo da resistência negra à violência da escravidão. O dia de sua morte ( 20 de novembro) é lembrado atualmente como o Dia da Consciência Negra.

Do passado ao presente, a luta contínua dos movimentos negros tem lhes propiciado algumas conquistas sociais. Entre elas, o reconhecimento feito pela atual Constituição brasileira do direito dos descendentes de quilombolas às terras dos quilombos. Essas terras têm sido objetos de ações judiciais para que sejam demarcadas e entregues legalmente aos membros dessas comunidades, espalhadas por todo o país.

Outra conquista obtida, e que consta da Constituição, foi a definição do racismo como crime inafiançável e imprescritível.

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Escravos...

Livres..

...Negros..

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A luta continua!