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O ESTUDO DO TEXTO CONTEXTUALIZAÇÃO; INTERTEXTUALIDADE; MORFOSSINTAXE; SEMÂNTICA; GÊNERO, TIPOLOGIA E ESTRUTURA TEXTUAIS; ELEMENTOS DA NARRATIVA ... Jones L. Aires

Estudo do texto

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Page 1: Estudo do texto

O ESTUDO DO TEXTO

CONTEXTUALIZAÇÃO; INTERTEXTUALIDADE; MORFOSSINTAXE; SEMÂNTICA; GÊNERO, TIPOLOGIA E ESTRUTURA TEXTUAIS; ELEMENTOS DA NARRATIVA ...

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SETE ANOS DE PASTOR JACÓ SERVIA –

LUÍS DE CAMÕES.

PASTORES QUE LEVAIS AO MONTE O

GADO – CLÁUDIO MANUEL DA COSTA.

O MENINO DA SUA MÃE – FERNANDO

PESSOA.

Page 3: Estudo do texto

Estudo do texto

1. Autor / Escola Literária.

2. Gênero textual / Tipologia textual.

3. Vocabulário;

4. Contextualização.

5. Intertextualidade.

6. Aspectos de pontuação.

7. Considerações morfológicas.

8. Considerações sintáticas.

9. Aspectos semânticos / Figuras de linguagem.

10.Estrutura superficial.

11.Estrutura intermediária.

12.Estrutura profunda.

13.Elementos da narrativa.

14.Interpretação do texto.

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Page 4: Estudo do texto

Sete anos de pastor Jacob servia Labão, pai de Raquel, serrana bela; mas não servia ao pai, servia a ela, e a ela só por prêmio pretendia. Os dias, na esperança de um só dia, passava, contentando- se com vê-la; porém o pai, usando de cautela, em lugar de Raquel lhe dava Lia. Vendo o triste pastor que com enganos lhe fora assim negada a sua pastora, como se a não tivera merecida, começa de servir outros sete anos, dizendo: __ mais servira, se não fora para tão longo amor tão curta a vida!

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Page 5: Estudo do texto

Autor / Escola Literária:

Luís Vaz de Camões POETA NASCEU: CERCA DE 1524 (DESCONHECE-SE A DATA) LOCAL PROVÁVEL: LISBOA - PT FALECEU: 10/06/1580 LOCAL: LISBOA - PT

Principal poeta da Língua

Portuguesa, responsável pela

fixação do português moderno.

Classicismo Português

Gênero literário: poema de

forma fixa (soneto)

Tipologia textual: texto

dissertativo.

Um grande amor justifica o

sacrifício e o torna leve.

Vocabulário:

Contextualização:

Jacó parte ao encontro de seu tio

Labão em busca de trabalho.

Apaixona-se por Raquel, filha

deste. Labão pede 7 anos de

trabalho, ao fim do que, alegando

a tradição, oferece a filha mais

velha e pede mais sete anos por

Raquel.

Intertextualidade:

Paráfrase camoniana do Antigo

Testamento, livro Gênesis.

Aspectos de pontuação:

Observe-se os apostos entre

vírgulas:

Labão, pai de Raquel, serrana bela.

Pai de Raquel é o aposto para

Labão / Serrana bela é o aposto

para Raquel.

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Page 6: Estudo do texto

Considerações morfológicas:

Note-se o emprego literário do

mais-que-perfeito pelo imperfeito

do subjuntivo em “como se a não

tivera merecida” e em “mais faria

se não fora para tão longo amor...”

Considerações sintáticas:

Pai de Raquel é o aposto para

Labão / Serrana bela é o aposto

para Raquel.

Aspectos semânticos / Figuras

de linguagem:

Hipérbato (inversão):

Se não fora para tão longo amor

tão curta a vida.

Se a vida não fosse tão curta

para amor tão longo.

Aliteração: por prêmio

pretendia.

Antítese: longo amor/ curta vida.

Estrutura superficial:

Jacó precisou trabalhar para o pai

de Raquel como forma de casar-se

com ela. Ao final do prazo (sete

anos), Labão, o pai, alegando a

tradição, deu a mão de Lia, que era

a mais velha. Mas aceitou dar

também Raquel por mais sete

anos de trabalho. (Era permitida a

poligamia entre os hebreus).

Estrutura intermediária:

Um homem precisou trabalhar

14 anos para poder casar com a

mulher que amava.

Estrutura profunda:

Para um amor imenso nada é

sacrifício.

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Page 7: Estudo do texto

Pastores, que levais ao monte o gado, Vede lá como andais por essa serra; Que para dar contágio a toda a terra, Basta ver-se o meu rosto magoado: Eu ando (vós me vedes) tão pesado; E a pastora infiel, que me faz guerra, É a mesma, que em seu semblante encerra A causa de um martírio tão cansado. Se a quereis conhecer, vinde comigo, Vereis a formosura, que eu adoro; Mas não; tanto não sou vosso inimigo: Deixai, não a vejais; eu vô-lo imploro; Que se seguir quiserdes, o que eu sigo, Chorareis, ó pastores, o que eu choro.

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Page 8: Estudo do texto

Autor / Escola Literária:

Cláudio Manuel do Costa

Cognome: Glauceste Satúrnio Poeta, advogado, magistrado Nasceu: 5 de junho de 1729 Local: Vila do Ribeirão do Carmo, atual Mariana - MG Faleceu: 4 de julho de 1789 (60 anos) Local: Vila Rica, atual Ouro Preto - MG

Arcadismo

(neoclassicismo)

Gênero literário: poema de

forma fixa (soneto)

Tipologia textual: texto

dissertativo.

A paixão traz grande

sofrimento e ninguém está

imune a isso.

Vocabulário:

Uso dos verbos em 2ª pessoa do

plural, de acordo com o pronome

pessoal vós. Isso hoje só ocorre em

raros casos, como nas liturgias ou

em discursos artificiais.

Contextualização:

O poeta sofre por amar uma

pastora formosa e sugere cuidado

aos demais companheiros

alertando-os de que entregando-

se ao amor adviriam grandes

sofrimentos.

Intertextualidade: Aspectos de pontuação:

Observe a separação dos vocativos:

“Pastores, que levais ao monte o

gado...”

“Chorareis, ó pastores, o que eu

choro.”

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Page 9: Estudo do texto

Considerações morfológicas:

Funções do que: Pronome relativo em:

“que levais ao monte o gado”

“que me faz guerra”

“que em seu semblante encerra”

“que eu adoro”

“o que eu sigo”

“o que eu choro”

Conjunção coordenativa

explicativa:

conferir

“que para dar contágio a toda a terra”

“que se seguir quiserdes”

Considerações sintáticas:

Funções do que:

Vocativo.

Sujeito.

Sujeito.

Objeto direto.

Objeto direto.

Objeto direto.

Aspectos semânticos / Figuras

de linguagem:

Estrutura superficial:

Nessa terra, por onde andam,

tenham cuidado, pois todos podem

ver meu sofrimento. E a causa

disso é uma pastora formosa que

não me quer. Ela é linda, linda e

certamente concordarão comigo.

Mas não, não lhes vou causar esse

mal. Pois se a vires sofrerão como

eu sofro.

Estrutura intermediária:

O ser apaixonado julga que o

objeto de sua paixão é tão

maravilhoso que é capaz de

causar a mesma impressão a

todos os outros

Estrutura profunda:

Supervalorização do ser amado.

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Page 10: Estudo do texto

O MENINO DE SUA MÃE No plaino abandonado Que a morna brisa aquece, De balas traspassado — Duas, de lado a lado —, Jaz morto, e arrefece. Raia-lhe a farda o sangue. De braços estendidos, Alvo, louro, exangue, Fita com olhar langue E cego os céus perdidos. Tão jovem! que jovem era! (Agora que idade tem?) Filho único, a mãe lhe dera Um nome e o mantivera: «O menino da sua mãe».

Caiu-lhe da algibeira A cigarreira breve. Dera-lha a mãe. Está inteira E boa a cigarreira. Ele é que já não serve. De outra algibeira, alada Ponta a roçar o solo, A brancura embainhada De um lenço... Deu-lho a criada Velha que o trouxe ao colo. Lá longe, em casa, há a prece: «Que volte cedo, e bem!» (Malhas que o Império tece!) Jaz morto, e apodrece, O menino da sua mãe.

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Page 11: Estudo do texto

Autor / Escola Literária:

Fernando Pessoa. Poeta e escritor Nasceu: 13/06/1888 Local: Lisboa - Portugal Morreu: 30/11/1935 (47 anos) Local: Lisboa - Portugal Movimento literário: Modernismo

Gênero literário: poema.

Tipologia textual: texto

dissertativo.

As conquistas ultramarinas

exigiram o sacrifício extremo de

muitas pessoas anônimas.

Vocabulário:

Arrefece – esfria.

Exangue – pálido, sem sangue.

Langue – sem força.

Contextualização:

A expansão do Império

português, motivo de grande

satisfação e orgulho nacional

trazia um preço muitas vezes não

reconhecido, não “cantado”.

Embora, desde o Velho do

Restelo, muitas vozes se

levantassem contra o alto custo

do sistema colonial.

Intertextualidade:

Pode-se lembrar os versos de

próprio Fernando Pessoa em

Mar Português:

Por te cruzarmos, quantas mães

choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Aspectos de pontuação:

O uso de travessões equivalentes a

vírgulas é muito valorizado na

produção de textos.

— Duas, de lado a lado —,

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Page 12: Estudo do texto

Considerações morfológicas: Considerações sintáticas:

Dera-lha a mãe.

A mãe dera a cigarreira ao filho.

A mãe dera-lhe a cigarreira.

A mãe dera-a ao filho.

A mãe deu-lha.

Deu-lho a criada.

A criada deu o lenço ao morto.

A criada deu-lhe o lenço.

A criada deu-o ao morto.

A criada de deu-lho.

Dar – VTDI.

Lhe – OI.

O, A – OD.

Aspectos semânticos / Figuras

de linguagem:

Aliteração:

Fita com olhar langue

E cego os céus perdidos.

Anástrofe:

De balas traspassado.

Estrutura superficial:

O soldado português está morto.

Duas balas vararam-lhe o corpo,

que está abandonado ao relento.

Era filho único e muito amado pela

mãe que ainda o espera, sem saber

que está morto e apodrece no

terreno.

Estrutura intermediária:

Há homens que morrem na

expansão ultramarina, e fazem

muita falta a quem os ama.

Estrutura profunda:

As conquistas têm um alto

preço.

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