64
Disciplina: EXEGESE DO SEGUNDO TESTAMENTO - BCL

Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

  • Upload
    casa

  • View
    440

  • Download
    4

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

Disciplina: EXEGESE DO SEGUNDO

TESTAMENTO - BCL

Page 2: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

PROF SANDRO [email protected]

m(31) 8353-9579 / 9581-6544

Page 3: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

ORIENTAÇÕESO Diácono Sandro Valentin é Pregador, Palestrante e

Conferencista.Congrega na Assembléia Deus Min. Belo Horizonte Região da Pampulha (Sta Mônica),Bacharel em Theologia pela Faculdade Unida de Vitória ES,Professor de Theologia na Escola de Theologia Minas Gerais,Casado com Suliane Camila, exerce seu ministério Denominado Voando Como Águia, onde Ministra a Palavra De Deus em Todo o Brasil.

Page 4: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

SOBRE O PROFESSOR

O Professor Sandro Valentin é Diácono da Assembléia Deus Min. Belo Horizonte região da Pampulha (Sta Mônica), Bacharel em Theologia pela Faculdade Unida de Vitória ES,

Professor de Theologia na Escola de Theologia Minas Gerais,

Casado com Suliane Camila, exerce seu ministério Denominado Voando Como Águia, onde Ministra a Palavra De Deus em Todo o Brasil.

Page 5: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

INTRODUÇÃOComentando Exegese, o professor Sandro Valentin

Costa da Silva afirma que a mesma refere-se ao estudo sistemático e crítico, mui especialmente histórico-literário, da Bíblia conforme princípios hermenêuticos, com o propósito imediato de determinar, com o máximo de precisão, mediante o emprego de certos recursos e instrumentos técnicos, qual o sentido primitivo que o escritor original tencionou dar ao seu texto, isto é, o que o texto quer dizer ou comunicar por si mesmo.

1

Page 6: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

Exegese, sob uma perspectiva de conceituação elementar, é também definida como comentário para esclarecimento ou interpretação detalhada de um texto ou palavra - especialmente da Bíblia, leis ou gramática.

2

Page 7: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

Em nenhuma doutrina frisamos nossas idéias particulares, mas usamos a Palavra para acurar a mais límpida verdade. Acreditamos que existem verdades cristãs que devem estar na mente e coração de cada autêntico servo de Deus.

3

Page 8: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

A palavra exegese tem sua origem no termo grego exegesis, que tanto pode significar narração, guiar, dirigir, governar, descrição ou apresentação, como explicação e interpretação, que, por sua vez, origina-se de exegeomai. Egeomai significa “conduzir” e ex, respectivamente ek, expressa a idéia de “para fora”. Etimologicamente, o significado proposto para exegese seria “conduzir para fora”.

4

Page 9: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

5

Exegese e hermenêutica

Tênue é a linha limítrofe entre a exegese e a hermenêutica. Haja vista que ambas possuem uma intrínseca relação. Todavia, apesar dessa íntima relação, é necessário serem feitas as devidas distinções entre exegese e hermenêutica.

Page 10: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

6

Exegese e hermenêutica

O vocábulo hermenêutico se origina da palavra grega Hermeneutike que por sua vez, é derivada do verbo ermeneuein, que possui significado similar ao de exegese, isto é, “interpretar”. Ordinariamente trata-se dos princípios que dita as regras gerais ou específicas a serem aplicadas na busca e na determinação do sentido dos textos. E, por sua vez, a exegese, como já fora supracitado, trata-se da aplicação concreta de regras hermenêuticas; portanto, ela consiste na explicação propriamente dita do texto.

Page 11: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

7

Exegese e hermenêutica

A Hermenêutica pertence ao grupo de estudos Bibliológicos, isto é, aos estudos centrados na Bíblia. Ela é naturalmente a Filosofia Sacra, e precede imediatamente a Exegese. A Hermenêutica e a Exegese se relacionam na mesma forma que a teoria se relaciona com a prática, pois a exegese é a aplicação metodológica dos princípios técnicos hermenêuticos.

Page 12: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

8

Exegese e hermenêutica

Portanto, a hermenêutica é a ciência da interpretação, e a exegese a extração dos pensamentos que assistiam ao escritor sagrado quando este redigia determinada porção da Escritura. A exegese como ciência da correta interpretação das Sagradas Escrituras possui suas próprias leis de interpretação, que devem ser entendidas e aplicadas corretamente para se descobrir o sentido exato de determinada passagem bíblica.

Page 13: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

9

O Exegeta

Os dicionários comumente definem o termo “exegeta” como “aquele que se dedica a fazer exegese”.Partindo de uma perspectiva técnica de conceituação, e sabendo que exegese é uma ação de explicação interpretativa, o “exegeta” pode ser conceituado como a pessoa que interpreta e explica o sentido de um texto. Essa conceituação evidencia que todo aquele que interpreta e explica um texto pode ser classificado como exegeta, todavia o questionamento é se o indivíduo é um bom ou mau, exegeta.

Page 14: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

10

O objetivo da Exegese

A exegese tem como objetivo o estudo cuidadoso e sistemático da Escritura para descobrir o significado original que foi pretendido. A exegese é praticamente uma tarefa histórica. É a tentativa de escutar a Palavra conforme os destinatários originais devem tê-la ouvido; descobrir qual era a intenção original das palavras da Bíblia.

Page 15: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

11

O objetivo da Exegese

Esta é a tarefa que freqüentemente exige a ajuda do “perito”, aquela pessoa cujo treinamento a ajudou a conhecer bem o idioma e as circunstâncias dos textos no seu âmbito original. Não é necessário, no entanto, ser perito para fazer boa exegese.

Page 16: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

12

Historicidade

Desde que Deus revelou as Escrituras, tem havido diversos métodos de estudar a Palavra de Deus. Os intérpretes mais ortodoxos têm encarecido a importância de uma interpretação literal, outros têm empregado um método alegórico, e ainda outros têm examinado letras e palavras tomadas individualmente como possuindo significado secreto que precisa ser decifrado.

Page 17: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

13

Escolas ExegéticasExegese Patrística (100-600 d.C.)

A despeito da prática dos apóstolos, uma escola de interpretação alegórica dominou a igreja nos séculos que se sucederam. Esta alegorização derivou-se de um propósito digno - o desejo de entender o Antigo Testamento como documento cristão. Contudo, o método alegórico segundo praticado pelos pais da igreja muitas vezes negligenciou por completo o entendimento de um texto e desenvolveu especulações que o próprio autor nunca teria reconhecido.

Page 18: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

14

Escolas Exegéticas

Os autores do segundo século que, acima de tudo, procuraram defender o cristianismo de acusações em voga na época, de procedência grega e judaica são, em geral, conhecidos como os apologistas. Para estes homens o cristianismo era a única verdadeira filosofia, substituto perfeito para a filosofia dos gregos e a religião dos judeus, que nada mais podiam fazer do que apresentar respostas insatisfatórias às perguntas cruciais do homem.

Page 19: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

15

Escolas Exegéticas

A exegese patrística é fortemente marcada por três escolas, as quais são: “Escola Alexandrina; Escola Antioquiana; e a Escola Ocidental”.

Page 20: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

16

Escolas Exegéticas

Exegese Medieval (600-1500 d.C.)

Durante a Idade Média, muitos, até mesmo do clero, viviam em profunda ignorância quanto à Bíblia. E os que conheciam era devido apenas à tradução da Vulgata e aos escritos dos Pais. A Bíblia era, geralmente, considerada como um livro cheio de mistérios, os quais só poderiam ser entendidos de uma forma mística.

Page 21: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

17

Escolas Exegéticas

Nesse período, o sentido quádruplo da Escritura (literal, tropológico, alegórico e analógico) era geralmente aceito, e o princípio de que a interpretação da Bíblia tinha de se adaptar à tradição e à doutrina da Igreja tornou-se estabelecido. Reproduzir os ensinos dos Pais e descobrir os ensinos da Igreja na Bíblia eram considerados o ápice da sabedoria.

Page 22: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

18

Escolas Exegéticas

A regra de São Benedito foi sabiamente aplicada nos monastérios, e decretado que as Escrituras deveriam ser lidas e, com elas, como explicação final, a exposição dos Pais. Hugo de São Vítor chegou a dizer: “Aprenda primeiro as coisas em que você deve crer e, então, vá à Bíblia para encontrá-las. Nem um único princípio hermenêutico foi desenvolvido nessa época, e a exegese estava de mãos e pés atados pela tradição oral e pela autoridade da Igreja”.

Page 23: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

19

O Período da Reforma

A Renascença foi de grande importância para o desenvolvimento dos princípios sadios da Hermenêutica. Nos séculos XIV e XV, a ignorância densa prevaleceu quanto ao conteúdo da Bíblia. Houve doutores de divindade que nunca a haviam lido inteira. E a tradução de Jerônimo era a única forma pela qual a Bíblia era conhecida. A Renascença chamou a atenção para a necessidade de se voltar ao original. Reuchlin publicou uma Gramática Hebraica e um Léxicon Hebraico; e Erasmo publicou a primeira edição crítica do Novo Testamento em Grego.

Page 24: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

20

O Período da Reforma

Os Reformadores criam na Bíblia como sendo a Palavra Inspirada de Deus. Mas, por mais estrita que fosse sua concepção de inspiração, concebiam-na como orgânica ao invés de mecânica. Em certos particulares, revelaram até mesmo uma liberdade notável ao lidar com as Escrituras. Ao mesmo tempo, consideravam a Bíblia como a autoridade suprema e como coorte final de apelo em disputas teológicas.

Page 25: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

21

Exegese Gramatical

No estudo do texto, o intérprete pode proceder da seguinte maneira. Começar com a sentença, com a expressão do pensamento do escritor como uma unidade e, então, descer aos particulares, à interpretação das palavras isoladas e dos conceitos. Três coisas pedem consideração aqui.

Page 26: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

22

A Etimologia das Palavras

O significado etimológico das palavras merece atenção em primeiro lugar, porque precede todos os outros significados. Como regra, não é aconselhável que o intérprete deva entregar-se muito às investigações etimológicas. Esse trabalho é extremamente difícil e pode, ordinariamente, ser deixado para especialistas. Ao mesmo tempo, é aconselhável que o expositor da Escritura note a etimologia estabelecida de uma palavra, uma vez que isso pode ajudar a determinar seu significado real e pode iluminá-lo de uma maneira surpreendente.

Page 27: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

23

Uso corrente das palavras

Para interpretar corretamente a Bíblia, o intérprete deve ter conhecimento dos significados que as palavras adquiriram no curso do tempo e do sentido em que os autores bíblicos as usaram. Se o intérprete tem alguma razão para duvidar do significado de uma palavra, como apresentado no Léxico, ele terá de investigar por si mesmo.

Page 28: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

24

Uso corrente das palavras

a) A maioria das palavras tem muitos significados, alguns literais e outros figurados; b) O estudo comparativo de palavras análogas em outras línguas requer uma discriminação cuidadosa e nem sempre ajuda a fixar o significado exato de uma palavra, uma vez que palavras correspondentes em Línguas diferentes nem sempre têm, exatamente, o mesmo significado original e derivativo;

Page 29: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

25

Uso corrente das palavras

c) No estudo das palavras do Novo Testamento, é imperativo que a avaliação do koiné escrito e também do falado, seja considerada; d) Não é sempre seguro concluir o significado de uma palavra do Novo Testamento a partir do seu significado no grego clássico, uma vez que o Cristianismo acrescentou um novo conteúdo a muitas palavras.

Page 30: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

26

O uso figurado das palavras

Na relação presente, não estamos preocupados com as figuras de sintaxe ou de pensamento, mas com as figuras de linguagem que são comumente chamadas de tropos, nas quais uma palavra ou expressão é usada em um sentido diferente daquele que lhe é próprio. Os principais tropos são a metáfora, a metonímia e a sinédoque.

Page 31: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

27

O uso figurado das palavras

A metáfora pode ser chamada de comparação não expressa. Ela é uma figura de linguagem na qual um objeto é assemelhado a outro afirmando ser o outro, ou falando dele como se fosse o outro. As metáforas ocorrem freqüentemente na Bíblia. No Sl 18.2, seis delas são encontradas em um único versículo. Jesus usou essa figura de linguagem quando disse aos fariseus: “Ide dizer a essa raposa”, Lc 13.32.

Page 32: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

28

O uso figurado das palavras

As metonímias também são numerosas na Bíblia. Essa figura, assim como a sinédoque, é baseada em relações em vez de em semelhanças. No caso da metonímia, essa relação é mais mental do que física. Ela indica relações como causa e efeito, progenitor e posteridade, sujeito e atributo, sinal e objeto assinalado. Paulo diz em 1Ts 5.19, “Não apagueis o Espírito”, quando se refere às manifestações especiais do Espírito.

Page 33: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

29

O uso figurado das palavras

A sinédoque assemelha-se, de alguma forma, à metonímia, mas a relação na qual é encontrada é mais física do que mental. Nessa figura, há uma certa identidade entre o que é expresso e o que se quis dizer. Uma parte é expressa pelo todo ou o todo por uma parte; um gênero pela espécie, ou uma espécie por um gênero; um indivíduo pela classe ou uma classe pelo indivíduo; um plural pelo singular ou um singular pelo plural.

Page 34: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

30

A interpretação do pensamento

A explicação do pensamento é algumas vezes chamada de “interpretação lógica”. Ela procede da suposição de que a linguagem da Bíblia é, como qualquer outra linguagem, um produto do espírito humano, desenvolvida sob direção providencial.

Page 35: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

31

A interpretação do pensamento

As parábolas merecem uma atenção especial. A palavra “parábola” é derivada do grego paraballo (jogar ou colocar ao lado de), e sugere a idéia de colocar alguma coisa ao lado de outra para comparação. Ela denota um método simbólico de linguagem, no qual uma verdade moral ou espiritual é ilustrada pela analogia da experiência comum. Ela mantém os dois elementos da comparação distintos como “interno e externo”, e não atribui qualidades e relações de um ao outro.

Page 36: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

32

Interpretação Histórica

Outro instrumento de trabalho do intérprete bíblico é a exegese histórica. Aqui o autor deve ser interpretado de acordo com o seu contexto histórico. Devemos aplicar ao texto os conhecimentos da época do autor, fornecidos pela arqueologia, geografia, cronologia e história geral. Somente assim seremos capazes de entrar no cenário do texto. Não será necessário recorrer à história da exegese.

Page 37: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

33

Interpretação Histórica

“Na interpretação histórica de um livro, a pergunta ‘quem é o autor? ’ é sempre a primeira. Alguns livros da Bíblia mencionam seus autores outros não. Mesmo tendo o conhecimento do nome do autor, isso não proporciona ao exegeta todo o material de que necessita. Terá de familiarizar-se com o próprio autor como homem. Isto é, seu caráter, seu temperamento, sua disposição e modo habitual de pensar...

Page 38: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

34

Interpretação Histórica

O conhecimento íntimo do autor do livro facilitará a compreensão de suas palavras; habilitará o intérprete a entender, e quiçá a estabelecer, de um modo conclusivo, como as palavras e expressões nasceram na alma do autor”.

Page 39: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

35

Interpretação Histórica

Segundo Berkhof há uma outra questão a levantar e é de suma importância no que toca à interpretação bíblica, é que, antes de qualquer coisa, o exegeta bíblico deve procurar saber quem são os personagens que aparecem no livro, pois, conforme opina Berkhof, os autores bíblicos costumam introduzir personagens em seus escritos e é da maior importância que o expositor distinga escrupulosamente as palavras do autor das daquelas pessoas que intervêm na narração.

Page 40: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

36

Exegese Teológica

Os elementos que podem ajudar o expositor na interpretação teológica são compostos de duas partes: (1) Paralelos Reais ou Paralelos de Idéias; e (2) Analogia da Fé ou da Escritura. Ambos procedem do pressuposto de que a Palavra de Deus é uma unidade orgânica na qual todas as partes são mutuamente relacionadas e, juntas, subservientes ao todo da revelação de Deus; e que, em última análise, a Bíblia é a sua própria intérprete.

Page 41: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

37

Exegese dos Evangelhos

No estudo dos Evangelhos, a exegese se torna mais difícil que nas epístolas, pela simples razão de que a maior parte de sua substância antecipa a Cruz e a ressurreição de Cristo, sem que este glorioso ato chave seja ainda manifesto.

Page 42: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

35

Exegese dos Evangelhos

Em nossa exegese temos de evitar um dispensacionalismo com demasiada rigidez, que ignore a unidade da revelação divina, e ao mesmo tempo compreender que, de fato, Deus opera por “tempos e estações”, e que os Evangelhos indicam a importantíssima transição do regime preparatório à idade do cumprimento em Cristo, o Prometido.

Page 43: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

Duas razões justificam as dificuldades de interpretar os Evangelhos: A primeira é que Jesus não escreveu nenhumevangelho. Todos os quatro Evangelhos que temos são provenientes de outras pessoas. A Segunda é justamente ofato de termos quatro Evangelhos.Os Evangelhos são livros biográficos que contém, além da biografia de Jesus, os seus ensinos e profecias. Sãolivros acerca de Jesus.

EXEGESE DO SEGUNDO TESTAMENTO

Page 44: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

O CONTEXTO DOS EVANGELHOSNa exegese dos Evangelhos temos de analisar os contextos:

1: HISTORICO Devemos procurar ter o máximo de informações sobre o judaísmo do primeiro século antes e depois de Jesus. Istoé importante para entender a forma de ensino de Jesus. Jesus era mestre em usar parábolas, provérbios (Mt 6.21),símiles e metáforas (Mt 10.16), poesia (Mt 7.7-8), perguntas (Mt 17.25), ironia (Mt 16.2-3), etc.Por outro lado, temos de entender que cada evangelista escreveu com um interesse de explicar um aspecto da vidae do ministério de Jesus.

Page 45: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

2: LITERARIO

Temos que levar em consideração que as narrativas foram escritas primeiramente em aramaico, enquanto nossainterpretação é no texto grego. Por outro lado, é impossível que duas pessoas contem a mesma história com asmesmas palavras.Tomando por exemplo a narrativa da multiplicação dos pães para 5.000, Gordon Fee e Douglas Stuart (1) fizeram aseguinte estatistica:

Page 46: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

a) Número de palavras:Mateus - 157Lucas - 153Marcos - 194João - 199b) Nos sinóticos há 53 palavras comuns.c) João tem 8 palavras em comum com os sinóticos.d) Os quatro Evangelhos concordam em:Mateus com Marcos - 59%Mateus com Lucas - 44%Lucas com Marcos- 40%João com Mateus- 8,5%João com Marcos- 8,5%João com Lucas- 6,5%

Page 47: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

3: AS PARABOLAS

As parábolas são estórias da vida cotidiana da época, levavam uma carga cultural da época em que foram escritas,e eram usadas para ensinar verdades espirituais.Para interpretarmos as parábolas temos que levar em consideração a descoberta do público original para quemforam contadas.A exegese das parábolas deve ser, em princípio, ouvir o que eles ouviram. Mas, para isso, devemos observar asseguintes considerações:

Page 48: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

a) A variedade dos tipos de parábolas:1) Históricas - Estória simples com começo e fim - O Bom Samaritano; A Ovelha Perdida; O Filho Pródigo; AGrande Ceia; Os Trabalhadores da Vinha; O Rico e Lázaro; As Dez Virgens.2) Símile - O Fermento e a Massa.3) Metáfora - O Semeador.4) Alegoria - Os Lavradores Maus.

Page 49: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

b) A função das parábolas - As parábolas funcionam como uma evocação de uma resposta pelo ouvinte. Elascativavam os ouvintes fazendo-os pensar em suas ações, levando-os a dar alguma resposta a Jesus e seu ministério.Os pontos de referência eram identificados facilmente pelos ouvintes originais, captando a lição. Desta forma,mesmo que venham captar os pontos de referência, as parábolas nunca irão funcionar como funcionaram para osprimeiros ouvintes.Entretanto, podemos fazer exegese tentando captar o que eles captaram, mesmo levando em conta que nãopodemos captar o impacto que elas causaram naqueles que as ouviram da boca de Jesus.c) A interpretação das parábolas - Para interpretarmos as parábolas devemos considerar:1) Os pontos de referência - a chave da interpretação ou compreensão são os pontos de referência, isto é, as váriaspartes da história que faz relação entre o ouvinte e a história. Os pontos de referência criam as expectativas eprendem o ouvinte na estória.Por exemplo: Parábola de Lc 7.40-42 - Os pontos de referência: O Rei = Jesus; Os devedores = Simão e aprostituta.

Page 50: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

2) O auditório - para identificar o auditório original iremos procurar o significado das parábolas. Para issodevemos ouvir as parábolas tantas vezes quando necessário, procurar identificar os pontos de referência que osouvintes originais captaram e procurar determianr a impressão tal como eles o fizeram. Exemplo: Lc 10.25-37.3) Falta de Contexto - Há parábolas que não possuem contexto histórico para que possamos identificar os pontos dereferência com facilidade. Entretanto, se procurarmos ler várias vezes, poderemos, aos poucos, fazer distinção dospontos de referência. Exemplo: Mt 18.12-14 - A Ovelha Perdida.4) Parábolas que Ilustram o Reino - Para interpretarmos as parábolas do Reino, devemos considerar o seguinte:(a) Não interpretar o primeiro ponto de referência como ilustração do Reino e sim toda a parábola;(b) As parábolas são veículos da mensagem de Jesus que as usa para chamar o ouvinte à responder o seu apelo aodiscipulado.

Page 51: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

A EXEGESE DOS ATOSA dificuldade na exegese do livro dos Atos dos Apóstolos, se dá

por três razões:a) Algumas pessoas procuram estudar o livro dos Atos interessadas apenas nos pormenores históricos acerca daIgreja Primitiva;b) Algumas pessoas estudam o livro dos Atos visando comprovar a veracidade da Bíblia, demonstrando a exatidãohistórica de Lucas;c) Uma grande parte das pessoas buscam no livro satisfazer o desejo religioso e devocional, procurando sabercomo eram os primeiros cristãos para usá-los como modelos para os dias atuais.Os interesses pessoais levar as pessoas encarar o livro dos Atos de uma forma seletiva. Entretanto, nosso estudo dolivro deverá levar-nos a olhá-lo segundo o interesse de Lucas ao escrevê-lo. Para isso, devemos lê-lo fazendointerrogações ao texto.

Page 52: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

A HISTORICIDADE DOS ATOS

Lucas é o único escritor bíblico gentio. Era um médico grego, daí a influência helenistica em seus escritos. Anarrativa histórica era escrita para entreter, informar, moralizar, encorajar, oferecer uma apologética, além deconsumar registros ou fazer uma crônica do passado.A interpretação dos Atos além de incluir a história com questões tais como o que aconteceu, inclui tambémquestões teológicas tais como o propósito de Lucas ao escrever da maneira que escreveu e o que escreveu. Sepudermos provar que a intenção de Lucas era estabelecer um padrão universal e atemporal, então ele teriaestabelecido uma norma para todos os cristãos. Mas, se ele teve outro objetivo ao escrever, então devemosdescobrir qual era esse objetivo.

Page 53: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

Uma das dificuldades enfrentadas é descobrir quem era Teófilo e qual era ointeresse real de Lucas ao escrever-lhe. Devemos, ao interpretar a Bíblia, ter o interesse de saber primeiro o que foi escrito para depois procurara saber o porque.Na interpretação do livro dos Atos devemos em primeiro lugar ler, e ler bastante. De preferência ler todo o livro deuma só vez. Enquanto se lê, deve-se ter um bloco de notas para anotar os assuntos, pessoas e lugares chaves, bem como as divisões naturais do livro. Em seguida, devemos voltar a ler o livro fazendo referência às anotações anteriores e, por fim,fazer a pergunta: Por que lucas escreveu o livro dos Atos? Devemos procurar esboçar o livro de Lucas observandosuas divisões naturais.

Page 54: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

OBSERVAÇÕES SOBRE OS PROPOSITOS DOS ATOS

1. Devemos declarar sempre que um dos principais propósitos de Lucas, em Atos, é relatar o papel do EspíritoSanto na missão aos gentios.2. Lucas não se preocupa em relatar detalhes sobre a vida particular, ou biografia dos personagens, tampouco pelaorganização e pela política da Igreja Primitiva, ou ainda pela expansão do evangelho para o oriente, limitando-seao eixo Jerusalém-Roma.3. Será que o que está narrado em Atos serve de norma ou modelo para delinear a vida da Igreja em todos ostempos?

Page 55: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

ATOS E A HERMENEUTICA

1. Só podemos considerar como norma, aquilo que a narração quis ensinar, pois o precedente histórico, para tervalor normativo, deve relacionar-se com a intenção.2. Não devemos usar analogia bíblica para normatizar nossas ações hoje. Somente podemos ter como norma aquiloque é amparado por uma ordem universal. As vezes, certas práticas são obrigatórias, mas o modo de praticá-las não.

Page 56: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

A EXEGESE DAS EPISTOLAS

Excetuando os Evangelhos, Atos e Apocalipse, a totalidade do Novo Testamento é constituído pelas epístolas.Adolf Deissman(1) faz distinção entre carta e epístola da seguinte forma:a) Cartas - Não eram literárias, mas eram destinadas à uma pessoa ou um grupo de pessoas para quem foramendereçadas.b) Epístolas - Era uma forma literária destinada para o público em geral.Esta distinção pode ser vista com a forma padronizada das cartas neo-testamentárias:

Page 57: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

a) O nome do autor;b) O nome do destinatário;c) Saudação;d) Oração, desejo ou ação de graças;e) O desenvolvimento ou corpo;f) Saudação final e despedida.Os escritos do Novo Testamento que não têm os itens a, b, c e f são consideradas epístolas.Tanto as cartas como as epístolas não são tratados teológicos ou compêndios de teologia, mesmo que haja teologiasubtendida. Isto é, mesmo que contenham teologia, mas foram escritas para fazer uma exposição da teologia cristã.

Page 58: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

A INTERPRETAÇÃO DAS EPISTOLAS

Ao interpretarmos as epístolas devemos considerar o seguinte:1. Reconstruir a situação para a qual o autor está escrevendo. Para isso devemos consultar dicionários,enciclopédias ou outros livros para reproduzir o contexto histórico-geográfico daquela situação. Isto antes decomeçar o trabalho interpretativo.2. Ler a carta inteira, do começo ao fim, de uma só vez, para se ter uma visão geral do assunto, fazendo anotações.3. Procurar extrair o contexto literário. Isto é, seguir o argumento do autor como resposta à situação para a qualescreveu.

Page 59: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

A HERMENEUTICA DAS EPISTOLAS

É indiscutível a importância do uso das regras hermenêuticas na interpretação da Bíblia Sagrada. Com as epístolasnão é diferente. Vejamos duas regras primárias na interpretação das epístolas:1. “Um texto não pode ter significado diferente daquele dado por seu autor e seus leitores originais”. Esta regraajuda, pelo menos, ao intérprete a descobrir o que o texto não diz, limitando sua significação.2. “Quando as circunstâncias do século I são semelhantes às vivenciadas no século XX, a palavra de Deus para nósé a mesma que foi para eles”.

Page 60: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

PROBLEMAS HERMENEUTICOS DAS EPISTOLAS

Ao interpretarmos as epístolas nos deparamos com quatro problemas básicos:1. O problema da extensão da aplicação.Será que a aplicação do texto para as circunstâncias do primeiro século pode ser extendido aos dias atuais?2. O problema de situação em que não se pode comparar com situações atuais.Como tais textos dizem respeito a nós? Será que têm algo a nos dizer?3. O problema da relatividade cultural.Como interpretar e aplicar para nós do século XX, textos condicionados pela linguagem e cultura dos Século I?4. O problema da teologia aplicada.Na prática da teologia das epístolas vemos que muitos textos não nos dão total informação sobre um determinadoassunto, apenas menciona-o. É o exemplo de I Co 6.2,3 onde Paulo afirma que iremos julgar os anjos, mas não dizcomo e quando isso se dará.

Page 61: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

A EXEGESE DO APOCALIPSE

O livro do Apocalipse é o livro mais mal interpretado entre os cristãos. O Apocalipse (Revelação) possui três tiposde literatura: As cartas, a profecia e o apocalíptico, este último não existente em nossos dias.

Page 62: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

A HERMENEUTICA DO APOCALIPSE1. Procurar a intenção original do autor (João).2. Estar aberto à possibilidade de um sentido secundário, por ser profético, não percebido por seu autor ou leitores.3. Não abusar da “analogia da escritura”. Isto é, não usar outros textos bíblicos abusivamente como chave para ainterpretação do Apocalipse.4. Ser sensível ao pano de fundo da composição do livro.5. Observar os vários tipos de linguagem figurada do apocalipse.6. Observar quando o próprio João define as suas figuras de linguagem servindo de partida para a compreensão dasoutras.7. Ver as visões como um todo e não forçar alegoricamente todos os pormenores.

Page 63: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

8. Lembrar-se que as narrativas apocalípticas raras vezes pretendem oferecer uma narrativa detalhada e cronológicado futuro. A preocupação de João é revelar que, apesar das aparências, Deus está no controle da história e da Igreja.9. Aprender que os quadros acerca do futuro são exatamente isso - quadros, não sendo confundidos com a realidade(Exemplo: as trombetas).10. Levar em consideração que, as vezes, a literatura escatológica somente será esclarecida quando os fatosocorrerem.

Page 64: Exegese do segundo testamento prof sandro valentin

ATIVIDADES :

FAÇA A CONCILIAÇÃO DOS SEGUINTES TEXTOS:

1. Atos 7.16 com Josué 24.322. I Coríntios 10.8 com Números 25.93. Efésios 4.8 com Salmo 68.184. Mateus 1.1-17 com Lucas 3.23-385. I Samuel 21 com Marcos 2.266. Romanos 3.21-4.25 com Tiago 2.14-267. Mateus 27.36,37; Marcos 15.26; Lucas23.36-38; João 19.17-218. I Coríntios 12.1-11 com Efésios 4.7-149. Hebreus 5.1-14 com Hebreus 7.1-10