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APRESENTAÇÃO SINTÉTICA DA EXORTAÇÃO APOSTÓLICA PÓS-SINODAL AMORIS LAETITIA (A Alegria do Amor) SOBRE O AMOR NA FAMÍLIA Papa Francisco – Ano 2016 –

Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

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APRESENTAÇÃO

SINTÉTICA DAEXORTAÇÃO APOSTÓLICA

PÓS-SINODAL

AMORIS LAETITIA

(A Alegria do Amor)

SOBRE

O AMOR NA

FAMÍLIAPapa Francisco – Ano 2016 –

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Paz Espiritualidade FAMÍLIA Confiança MATRIMÔNIO PerdãoConvivência Vocacão Oracão Deus Amor Diálogo Escuta

União Fé Amizade Igreja Vida Relacionamento SolidariedadeSofrimento Esperança Lar

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O presente documento é volumoso: tem 325 parágrafos

e mais de 200 páginas. Sua riqueza está intimamente

relacionada à amplitude da abordagem do tema “Amor

na Família”.

Nestas páginas seguimos a estrutura do documento,

condensando as reflexões e buscando preservar a

essência das principais ideias.

Espero que esse serviço lhe seja útil. Pode

compartilhá-lo e usá-lo como lhe aprouver melhorando

o que achar conveniente. Bom estudo!

Antônio de Assis Ribeiro – SDB (P. Bira).

NOTA:

Page 4: Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

INTRODUÇÃO (N. 1-7)

Alegria do amor vivido na família é

também o júbilo da igreja.

Apesar da situação de crise pela qual

passa hoje, as novas gerações

acreditam na família.

A família é uma realidade muito

complexa, ampla tem diversos

aspectos: religiosos, políticos,

culturais, econômicos, jurídicos.

A família é uma realidade poliédrica!

A exortação apostólica recolhe contribuições de dois sínodos

sobre a família e aborda, com diferentes estilos, diversos temas;

É preciso aprofundar pacientemente os diversos temas... Somos

chamados a cuidar com amor da vida das famílias... a família

não é problema, mas uma oportunidade.

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I CAPÍTULO:A FAMÍLIA À LUZ DA PALAVRA DE DEUS (N. 8-30)

• A família aparece abundantemente na Sagrada Escritura, que

fala de gerações, de história de amor, de crises familiares, de

violência familiar.

• Desde as primeiras páginas até o livro do Apocalipse, a

realidade da família aparece.

O Salmo 128 (127) nos propõe alguns temas interessantes:“Feliz quem teme o Senhor e segue seus caminhos. Viverás do trabalho de tuas

mãos, comerás feliz e satisfeito. Tua esposa será como uma vinha fecunda no

interior de tua casa; teus filhos como brotos de oliveira ao redor de tua mesa.

Assim será abençoado o homem que teme o Senhor. O Senhor te abençoe!

Possas ver Jerusalém feliz todos os dias de tua vida; e veja os filhos de teus filhos.

Paz sobre Israel”(Sl128/127,1-6).

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a) Tu e a tua esposa No centro do Salmo encontramos o casal formado pelo pai e a mãe,

com toda a sua história de amor. Isto vai ao encontro das origens:

“Deus criou o ser humano à sua imagem; à sua imagem Deus o criou,

homem e mulher ele os criou” (Gn 1,27).

A Bíblia nos apresenta a fecundidade do casal humano, imagem viva e

eficaz, sinal visível do ato do criador;

O casal que ama e gera vida, é capaz de manifestar Deus criador e

Salvador. O amor fecundo é símbolo das realidades íntimas de Deus;

Deus no seu mistério mais íntimo não é solidão, mas uma família. Este

amor na família divina é o Espírito Santo.

b) Os teus filhos como brotos de

oliveira A expressão “brotos de Oliveira” nos fala de

energia e vitalidade: os pais são os alicerces

da família e os filhos constituem as suas

pedras vivas. A família, quando é espaço

vital, transforma-se em Igreja doméstica.

Dessa forma, pais tornam-se catequistas

dos seus filhos...

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Os pais têm o dever de cumprir com

seriedade essa missão educativa,

como ensinam frequentemente os

sábios da Bíblia: os filhos são

chamados a receber e a praticar o

mandamento “honra teu pai e tua

mãe” (Ex 20,12; Eclo 3,1-17).

Recordemos o Salmo 78/77que nos fala dos PAIS COMO

CATEQUISTAS de seus filhos:

“O que nós ouvimos, o que aprendemos, o que nossos pais

nos contaram, nós contaremos a nossos filhos.... Ele ordenou

a nossos pais que ensinassem a seus filhos para que

tomassem conhecimento...” (Sl 78/77,3-6).

A família é o lugar onde pais tornam-

se os primeiros mestres da fé de

seus filhos; é uma tarefa artesanal,

pessoa a pessoa;

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c) A experiência do sofrimento e sangue na família O Salmo 128 também fala de sofrimento na família; essa é uma

realidade presente na família desde as suas origens: Caim mata Abel

e depois surgem outros conflitos; na família dos patriarcas Abraão,

Isaac e Jacó, Davi, Salomão, Tobias, Jó...

Em sua doença, desabafa Jó falando da sua família: “Meus irmãos me abandonam, e meus parentes me tratam como estranho...

meus familiares me esqueceram... A minha mulher tem nojo do meu hálito, e

os meus irmãos têm nojo do meu cheiro... pessoas mais íntimas têm horror

de mim...” (Jó 19,13-19).

Nos Evangelhos há muitos dramas

familiares: a doença da sogra de Pedro, a

morte de Lázaro, a morte da filha de Jairo,

o drama da viúva de Naim, a falta de vinho

no casamento em Caná da Galileia...

Nesses dramas familiares, também Jesus

se fez presente!

A família na Bíblia não é abstrata: tem

crises, sofrimentos, tribulações,

fragilidades, dores, gritos...

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O trabalho humano aparece desde as

origens no livro do gênesis (cf. Gn 2,5);

É do trabalho que as famílias tiram seu

sustento para viver com dignidade. O

trabalho é uma necessidade: “quem não

quer trabalhar, também não deve comer” (2Tess 3,10; 1Tss 4,11);

Na Bíblia, o problema econômico que afeta a família é

denunciado, gerando desequilíbrios e injustiças (cf. Gn 3,17-19;

1 Reis 21).

O desemprego e a precariedade no trabalho geram

sofrimento para as famílias... São também problemas que

aparecem na Bíblia (cf. Rute e Mt 20,1-16 – operários desocupados).

d) O trabalho e a família

Outro elemento presente no Salmo 128

(V.2) é a experiência do trabalho:

“viverás do trabalho de tuas mãos,

comerás feliz e satisfeito”.

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II CAPÍTULO:A REALIDADE E OS DESAFIOS DAS FAMÍLIAS (N. 31-57)

No capítulo II o papa Francisco, auxiliado pelos

participantes do Sínodo, nos apresenta um vasto panorama

dos problemas e desafios que atualmente atingem as

famílias;

Não há a pretensão de ser uma análise exaustiva, nem de

apresentar soluções para o problema da família;

Vivemos atualmente num

contexto de profundas

mudanças culturais,

estruturais, organizacionais

que atingem naturalmente a

família.

Page 11: Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

Alguns fenômenos que

tocam profundamente a

família:

o individualismo, as tensões

internas, o stress, a

diminuição do número de

matrimônios, a convivência

sem aspecto legal;

a solidão, o narcisismo, a sexualidade vivida comercialmente,

a comercialização do corpo, as separações, o divórcio, a

queda demográfica, a mentalidade antinatalista;

as novas configurações de famílias, o avanço da

biotecnologia, a revolução sexual, a esterilização (feminina e

masculina), o aborto, o enfraquecimento da prática religiosa;

a pobreza, a falta de habitação digna, a carência de políticas

adequadas voltadas para a família, a precariedade no

trabalho;

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Alguns fenômenos que tocam profundamente a família:

a violência doméstica, o terrorismo, a toxicodependência,

a insegurança econômica, dependência televisiva, a

dispersão das relações familiares ,o ressentimentos, o

ódio nas relações familiares, o enfraquecimento dos

vínculos familiares;

a poligamia, mutilação genital, a

violência verbal, física e sexual,

o abuso sexual, a discriminação,

o feminismo, o machismo, a

carência afetiva dos filhos, a

ideologia de gênero...

O bem da família é decisivo para o bem do mundo e da

igreja (N. 31)...

Por isso... a família deve ocupar o centro da atenção

missionária da Igreja (N.58).

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III CAPÍTULO:O OLHAR FIXO EM JESUS: A VOCAÇÃO DA FAMÍLIA (N. 58-88)

Temos desafios no mundo da famílias: é preciso de novo o

primeiro anúncio do Evangelho; O matrimônio e a família

devem se inspirar e transfigurar-se à luz do anúncio da

ternura e do amor que vem do Evangelho; precisamos ver o

Cristo Vivo nas famílias deste mundo.

JESUS E AS FAMÍLIAS: Jesus olhou para as mulheres e os homens do seu

tempo: encontrou-os com amor e ternura, acompanhou seus passos com

verdade, paciência e misericórdia anunciando-lhes o Reino de Deus;

Jesus recupera e realiza plenamente o projeto de vida do Pai em relação ao

matrimônio: recupera o dom do matrimônio; repropõe a indissolubilidade,

restaura o projeto original de Deus sobre o matrimônio (cf. Mt 19,3-8);

O exemplo de Jesus é paradigmático para a igreja: ele iniciou sua vida

pública (Caná da Galiléia), com num banquete de núpcias (cf. Jo 2,1-11);

Jesus compartilhou momentos frequentes de amizade com a família de Lázaro e suasirmãs (cf. Lc 10,3-8); com a família de Pedro (cf. Mt 8,1-); Jesus ouviu o pranto de pais,restituindo a vida aos seus filhos (cf. Mc 5,41; Lc7,14-15).

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a) O sacramento do matrimônio: não é uma convenção social; é um

dom para a santificação e a salvação dos esposos; é uma vocação, sinal

do amor entre Cristo e a igreja; é um compromisso que só podem cumprir

com ajuda da Graça; é o próprio Cristo (não é uma coisa!), que vem ao

encontro dos cônjuges cristãos;

O matrimônio cristão é sinal do amor de Cristo para com a sua Igreja;

uma aliança de amor selada com seu sangue na cruz; o matrimônio

representa a aliança do filho de Deus com a natureza humana;

Os casais são chamados a responder ao dom de Deus com esforço,

criatividade, perseverança, luta diária, oração...

Somente fixando o olhar em Cristo conhecemos profundamente a

verdade sobre os relacionamentos humanos; por isso, o matrimônio

deve ser visto numa chave cristocêntrica;

DIANTE DAS SITUAÇÕES DIFÍCEIS: é preciso usar o

princípio do discernimento. O grau de

responsabilidade não é igual para todos os casos;

É preciso evitar juízos que não levam em

consideração a complexidade das situações;

É necessário prestar atenção ao modo como as pessoas

vivem e sofrem por causa de sua condição.

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b) A família e a transmissão da vida• O matrimônio é uma comunidade de vida; e o

amor conjugal, entre homem e mulher, está

ordenado para a fecundidade;

• A família é o santuário da vida, o lugar onde a vida

é gerada e cuidada;

• É tão grande o valor de uma vida humana e é

inalienável o direito à vida do bebê inocente, que

cresce no ventre de sua mãe;

• A família protege a vida em todas as suas fases; a

Igreja defende a morte digna, por isso rejeita o abuso

terapêutico, a eutanásia, a pena de morte.

• Os esposos a quem Deus não concedeu ter

filhos podem ter uma vida cheia de sentido

(humana e cristãmente);

• É preciso rejeitar o impulso de se fechar em si

mesmos, pois o amor está sempre aberto à

fecundidade;

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c) A família e a educação dos filhos• A família é o lugar do desafio educativo; os pais são

responsáveis pela promoção da educação integral dos seus

filhos; a educação é um dever gravíssimo e direito primário

dos Pais;

• Infelizmente hoje, abriu-se uma fenda entre família e sociedade, o

pacto educativo quebrou-se, a aliança entre a sociedade e a

família está em crise;

• A Igreja é chamada colaborar através da sua ação pastoral

adequada ajudando os pais em sua missão educativa.

• O Estado deve oferecer um serviço

educativo de maneira subsidiária;

• Os pais têm direito de escolher o tipo de

educação que querem dar aos seus filhos

de acordo com suas convicções;

• A escola não pode substituir os pais, pois

serve de complemento;

Page 17: Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

d) A família e a Igreja A família é chamada a ser igreja doméstica, a permanecer

fiel aos ensinamentos dos Evangelhos;

A família é chamada a amadurecer a experiência eclesial

de comunhão entre as pessoas: comunhão, perdão,

ternura, amor fraterno...Oração!

A Igreja é família de famílias;

A Igreja é um bem para a família

e a família é um bem para a

igreja! O amor vivido nas famílias

é uma força permanente para

vida da igreja.

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IV CAPÍTULO:

O AMOR NO MATRIMÔNIO (N. 89-164)

Neste IV capítulo, o Papa apresenta uma visão teológica

do Amor no matrimônio e na família comentando o hino

do amor:

“O amor é paciente, o amor é

prestativo; não é invejoso, não se

ostenta, não se incha de orgulho. Nada

faz de inconveniente, não procura seu

próprio interesse, não se irrita, não

guarda rancor. Não se alegra com a

injustiça, mas se regozija com a

verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo

espera, tudo suporta” (1Cor 13,4-7).

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a) A paciência: a paciência não é simplesmente

suportar tudo; a paciência não é deixar que os

outros nos maltratem, nem tolerar agressões físicas,

nem deixar-se tratar como objeto;

b) Atitude de serviço: trata-se de uma relação dinâmica e criativa

perante a necessidade dos outros; o amor é beneficente, promove os

outros; o amor é benfazejo; faz o bem; o amor não é apenas um

sentimento, mas é a capacidade de fazer o bem.

c) Alegrar com o bem alheio: no amor não há espaço para o desgosto

em relação ao outro; a inveja significa tristeza em relação ao bem alheio;

quem é invejoso demonstra que não se interessa pela felicidade dos

outros; o verdadeiro amor aprecia o sucesso alheio, não o sente como

uma ameaça; o amor aprecia sinceramente cada ser humano e lhe

reconhece o seu direito à felicidade.

Uma pessoa mostra-se paciente quando não se deixa

levar pelos próprios impulsos interiores;

Paciência é não reagir com violência diante da

fraqueza dos outros. Faz parte da paciência não

deixar- se vencer pelo mal e nem esmorecer na

prática do bem.

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d) O orgulho: o orgulho não combina com o Amor; o orgulho é desejo de

glória e de se manifestar superior aos outros, para impressionar; O amor

não é arrogante, não se engrandece diante dos outros, mas é sutil; A

ciência incha, ao passo que o amor constrói: o amor compreende, cuida,

integra, está atento aos fracos; os arrogantes são insuportáveis!

e) Amabilidade: o amor não reage de modo rude, de forma

inconveniente; o amor não se mostra duro no trato; O amor assume

gestos agradáveis: não ásperos, nem rígidos;

A cortesia é uma escola de sensibilidade e altruísmo; ser amável não é

um estilo de vida que o cristão possa escolher ou rejeitar, faz parte das

exigências do amor; para um verdadeiro encontro com o outro é

necessário um olhar amável. Um olhar pessimista, que logo evidencia

defeitos, erros e os limites alheios, é prejudicial;

Jesus animava as pessoas... Ele dizia: “Coragem

filho, os teus seus pecados” (Mt 9,2); “Grande é a tua

fé” (Mt5,28); “Levanta-te e anda”(Mc 5,41); “Vai em paz”

(Lc 7,50); “Não tenhas medo” (Mt14,27);

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f) Desprendimento: para amar os outros é preciso amar a si mesmo, todavia o

amor não procura seus próprios interesses; é preciso desapego... “Não cuide

somente do que é seu, mas também daquilo que é dos outros” (Fl2,4).

g) A prática do perdão: significa não levar em conta o mal; Trata-se de assumir

uma atitude positiva que procura compreender a fraqueza alheia e encontrar uma

desculpa para ela; assim fez Jesus: “Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que

fazem” (Lc23,34); Para podermos perdoar precisamos passar por uma experiência

libertadora;

h) Alegrar-se com os outros: O amor se rejubila com a verdade: o amor se

alegra com bem do outro, reconhecendo sua dignidade, suas capacidades, suas

boas obras;i) O Amor tudo desculpa: o amor não danifica a imagem do

outro; não descarrega sentimentos; é preciso cuidar da língua...

(cf. Tg 3,6-8); Os esposos devem aprender a falar bem um do

outro; O Amor acolhe o que nos incomoda, convive com a

imperfeição, desculpa e sabe guardar silêncio perante os

limites do ser amado.

j) O amor confia: Não é necessário controlar o outro, seguir

minuciosamente seus passos, para evitar que fuja dos meus

braços; O amor confia, deixa liberdade, renuncia a controlar

tudo, a possuir e dominar o outro.

ESSAS ATITUDES COMO dinâmica DE CRESCIMENTO sob o impulso da Graça (Deus que Santifica!) É A VIVÊNCIA DA CARIDADE CONJUGAL!

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O matrimônio e a virgindade

O amor se expressa de diversos modos e estilos de vida, de

acordo com as vocações;

As pessoas que não se casam, consagram sua vida a serviço

de Cristo e de seus irmãos. A igreja e a sociedade são

enriquecidas pela dedicação deles; o celibato (virgindade) é

uma forma de amor; é um dom de Deus (cf. 1Cor 7,7);

Não há superioridade e nem inferioridade

entre o matrimônio e o celibato;

As duas vocações são complementares:

a virgindade é um sinal escatológico de

Cristo ressuscitado e o matrimônio é um

sinal histórico para nós que

caminhamos na terra, um sinal de Cristo

terreno que aceitou unir-se a nós e se

deu até o derramamento de sangue;

As pessoas celibatárias são convidadas a viver a sua dedicação ao

Reino de Deus com generosidade e disponibilidade.

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V CAPÍTULO:

O AMOR QUE SE TORNA FECUNDO (N.165 -198)

O amor sempre está aberto para acolher uma nova vida, o amor

sempre dá vida; a família é o lugar da geração, mas também do

acolhimento da vida; Cada nova vida, chega como um presente de Deus;

Os esposos devem ter a liberdade inviolável na responsabilidade da

procriação;

Se uma criança chega em circunstâncias não desejadas, os pais e a

família devem fazer o possível para aceitá-la como dom de Deus e

assumir a responsabilidade de acolhê-la com magnanimidade e carinho;

A cada mulher grávida quero pedir afetuosamente: cuide da sua alegria, que nada

lhe tire a alegria interior da maternidade, tua criança merece a tua alegria!

A maternidade colabora com Deus para o

milagre de uma nova vida: “Tu me teceste no

seio de minha mãe” (Salmo 139,13); “Antes que

te formasse no seio de tua mãe, eu te conhecia

e antes de saíres do ventre materno, eu te

consagrei” (Jr 1,5).

Page 24: Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

Respeitar a dignidade de uma criança significa

afirmar a sua necessidade e o seu direito

natural de ter um pai e de ter uma mãe;

Juntos, pai e mãe ensinam o valor da

reciprocidade, do encontro de seres diferentes,

cada um contribui com sua própria identidade;

CRISE DA PATERNIDADE: hoje sentimos a ausência dos pais,

enfraquecimento da presença materna, crise da paternidade;

A crise da paternidade se manifesta de diversos modos: na

ausência, na atitude de pai-patrão, no autoritarismo, na

prepotência, na dispersão...

É muito importante que o pai esteja próximo à esposa para

compartilhar com ela: alegrias, dificuldades e esperança,

acompanhando o crescimento dos filhos...

Amor de pai e de mãe Toda criança tem direito de receber o amor de uma mãe e de um

pai; ambos necessários para seu amadurecimento íntegro eharmonioso;

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A família alargada

A maternidade não é uma realidade exclusivamente

biológica, mas se expressa de diversas maneiras, como

por exemplo: no ato da adoção – adotar é um ato de

amor, na abertura indo ao encontro dos abandonados, na

luta pela justiça, na manifestação de solidariedade para

com os pobres...

Desta forma, a fecundidade do amor se alarga!

A mística do Sacramento do

matrimônio tem uma dimensão

social;

Participam do amor da família: os

pais, tios, primos, vizinhos, sogro,

sogra, parentes dos cônjuges...

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VI CAPÍTULO:

ALGUMAS PERSPECTIVAS PASTORAIS (N. 199-258)

É preciso uma evangelização que denuncie os desafios e condicionamentos culturais, sociais, políticos

e econômicos da atualidade; deve-se apresentar valores!

A contribuição da Igreja para com a família passa pela pastoral familiar:

A pastoral familiar precisa formar agentes leigos, psicopedagogos... É importante a assessoria

de médicos da família, assistentes sociais, advogados de menores e de famílias; acolher a

contribuição da psicologia, da sociologia, da sexologia, do aconselhamento de profissionais...

A pastoral familiar deve organizar itinerários e cursos em preparação ao matrimônio considerando as

situações emergenciais, a necessidade da orientação espiritual e de orientação nos sacramentos;

É preciso promover a formação mais adequada de presbíteros, diáconos,

religiosos, catequistas e ministros;

Os ministros ordenados carecem de uma formação adequada para tratar

os problemas complexos atuais da família;

Os seminaristas deveriam ter acesso a uma formação interdisciplinar

mais ampla sobre o namoro, matrimônio... Não só doutrina;

É preciso apostar numa formação para promoção do equilíbrio psíquico;

É importante a presença feminina na formação sacerdotal e combinar

tempos de vida no seminário e experiência pastoral, contato com as

famílias;

Page 27: Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

A preparação dos noivos ao matrimônio É preciso ajudar os jovens a descobrir o valor e a riqueza do

matrimônio através do processo de preparação dos noivos.

É preciso renovar o anúncio do querígma: trata-se de iniciação ao

sacramento do matrimônio; é importante promover as famílias

missionárias;

É importante recorrer aos recursos da pastoral popular: dia dos

namorados (São Valentim); é preciso criatividade dos pastores;

A preparação ao matrimônio não pode ser um simples curso; mas o

verdadeiro processo de formação de conscientização ampla.

Os noivos precisam ser conduzidos no processo de preparação para

assumirem o matrimônio como vocação;

A pastoral pré-matrimonial deve ser uma pastoral do vínculo, oferendo

ajuda aos noivos em vista do amadurecimento no amor, para superar

momentos duros; eles precisam de orientação psicológica.

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A preparação da celebraçãoTantas vezes, os noivos chegam exaustos à celebração do matrimônio,

porque se preocupam com muitas coisas materiais. O processo de

preparação ao matrimônio implica também reflexão e aprofundamento da

dimensão litúrgica:

― Para compreenderem o significado dos gestos e

dos ritos celebrativos;

― Para perceberem o peso teológico e espiritual da

promessa de fidelidade para toda a vida;

― Para meditarem sobre as leituras bíblicas e

compreenderem melhor seu significado profundo;

― Para lhes favorecer a experiência da oração.

Acompanhamento dos primeiros anos de vida matrimonial

A pastoral familiar deve acompanhar os novos casais para que não

caiam na ilusão de que já está tudo pronto, acabando com o caminho de

crescimento; com o tempo a atração física tende a diminuir;

Encorajar os esposos a serem generosos na comunicação no dia a dia

da vida;

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A paternidade e maternidade responsável A paternidade e maternidade devem ser escolhas responsáveis;

isso pressupõe formação da consciência dos esposos; eles são

chamados a recorrer a métodos naturais, programando o número

de filhos;

É importante estimular a espiritualidade familiar através da oração,

da participação na Eucaristia dominical, da orientação espiritual, da

participação em retiros, da leitura Orante da Palavra de Deus;

Os casais são chamados a preservar certos ritos diários: o beijo da

manhã, esperar um pelo outro, saída juntos, compartilhar tarefas

domésticas, vencer a rotina com a festa...

Nas paróquias promova-se: reuniões de

vizinhos, amigos, retiros, conferências,

centro de aconselhamento conjugal,

formação de missionários e agentes da

pastoral familiar, escola de formação, visita

às famílias, benção nas casas, retiro para

casais...

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VII CAPÍTULO:

REFORÇAR A EDUCAÇÃO DOS FILHOS (N. 259-290)

Os pais incidem sempre, para o bem ou para o mal, no desenvolvimento

moral dos seus filhos. É uma responsabilidade complexa.

Educar é gerar processo de amadurecimento da liberdade; educar é

promoção do crescimento integral, cultivo de autêntica autonomia.

A educação dos filhos envolve a tarefa de promover a liberdade

responsável...

A formação moral deve ser realizada com

métodos positivos, diálogo educativo que integra

a sensibilidade;

A educação moral e cívica cultiva a liberdade

através de propostas, motivações, aplicação de

práticas, prêmios, exemplos, modelos, símbolos,

reflexões, exortações, lições, modos de agir...

A FORMAÇÃO ÉTICA DOS FILHOS

Cabe também aos pais a promoção da formação ética dos seus filhos. A

formação moral não pode ser delegada a outros; Faz parte da educação moral o

desenvolvimento de hábitos bons... Educar a vontade, cuidar das dependências

afetivas;

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A educação sexual deve ajudar os jovens a aceitar o próprio

corpo de modo que a pessoa não precisa cancelar a diferença

sexual porque já não sabe confrontar-se consigo mesma;

Ser masculino e feminino não é uma questão puramente

biológica ou genética, para isso concorre uma multiplicidade de

elementos... a diferenciação sexual (ser masculino e ou

feminino) é uma obra de Deus.

Hoje há uma obsessão que reduz a

sexualidade aos órgãos genitais; é

preciso não enganar os jovens, a

educação sexual deve incluir respeito e

valorização pela diferença; o amor se

expressa de muitas formas que inclui

também o cuidado, a ternura, a

comunicação rica de sentido;

A educação sexual A educação sexual deve chegar ao

momento apropriado; adequada à fase;

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A transmissão da Fé Os pais também têm a responsabilidade da

transmissão da fé para seus filhos; a família

deve continuar a ser o lugar onde se ensina

a perceber as razões e a beleza da fé;

É muito bonito quando as mães ensinam

seus filhos, desde pequenos, a rezar, a

mandar um beijo a Jesus ou a Nossa

Senhora: quanta ternura nisso!

A transmissão da fé pressupõe que os pais

vivam uma experiência real de confiança em

Deus, que o procuram e precisam Dele.

Os pais são responsáveis pela transmissão

da fé a seus filhos: “cada pai há de contar a

seus filhos teus gestos de amor sempre

fiel” (Isaías 38,19);

As crianças precisam de símbolos, gestos,

narrações... É fundamental que os filhos

vejam de maneira concreta a experiência de

fé e de oração de seus pais.

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VIII CAPÍTULO:

ACOMPANHAR, DISCERNIR E INTEGRAR A FRAGILIDADE

N. 291-312)

A igreja deve acompanhar

A Igreja é solícita no processo de acompanhamento das famílias,

infundindo nelas a confiança e a esperança... Mas há também famílias

feridas, e por isso muitas vezes, o trabalho da igreja é semelhante ao

de um hospital de campanha;

É preciso usar a lei da gradualidade

(processos) na ação pastoral; é preciso uma

pastoral misericordiosa, encorajadora, de

diálogo, de discernimento...

Hoje muitos preferem a simples convivência

por causa da mentalidade geral... É preciso

acompanhá-los com paciência e delicadeza

como fez Jesus com a mulher samaritana;

A lei da gradualidade, proposta de S. João Paulo II, (Carta Familiaris Consortio, 34)

nos diz que o ser humano que tem consciência, conhece e ama, é capaz de cumprir

o bem moral, seguindo tapas de crescimento... Fazendo processo!

Page 34: Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

Os divorciados e recasados não devem se sentir excomungados... Mas

podem viver e amadurecer como membros vivos da igreja;

Aos sacerdotes cabe acompanhar, promover o discernimento

compreendendo o grau de responsabilidade que não é igual para

todos;

A imputabilidade e a responsabilidade de um ato podem ser diminuídas, ou até

anuladas, pela ignorância, pela inadvertência, pela violência, pelo medo, pelos

hábitos, afeições desordenadas e outros fatores psicossociais;

A caridade fraterna é a primeira lei dos cristão; é a lógica da misericórdia

pastoral!

A missão dos pastores é escutar com carinho, acolher o drama das pessoas e

compreender seu ponto de vista. A misericórdia não exclui a justiça e a verdade.

Discernimento de situações

Aos pastores cabe o discernimento das várias

situações; Ninguém deve ser condenado...

Somos chamados ao usar a pedagogia divina.

A lógica do acompanhamento requer integração

dos casais na vida da comunidade; é necessário

distinguir casos;

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IX CAPÍTULO:

A ESPIRITUALIDADE CONJUGAL E FAMILIAR (N. 313-325)

O amor tem matizes diferentes segundo o estado

de vida a que cada um foi chamado. A

espiritualidade dos leigos deverá assumir

características próprias;

A presença do Senhor habita na família real e

concreta com seus sofrimentos, lutas, alegrias e

propósitos...

Quando se vive em família é difícil fingir e mentir,

não podemos mostrar uma máscara; o amor gera

autenticidade; A espiritualidade matrimonial é uma espiritualidade do vínculo

habitado pelo amor divino. A comunhão familiar é bem vivida como

caminho de santificação na vida diária...

Unidos pela Luz da Páscoa

Quando a família se concentra em Cristo, Ele unifica e ilumina toda vida

familiar com seus problemas e sofrimentos; assim se evita a ruptura.

A oração em família é um meio privilegiado para exprimir e reforçar a fé

Pascal;

Page 36: Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

Espiritualidade da solicitude e da consolação

Os esposos cristãos são cooperadores de Deus... Deus convida os esposos a

gerar e a cuidar de toda a vida da família; é um pastoreio misericordioso;

A pessoa amada merece toda atenção; Jesus é modelo: quando dele se

aproximava alguém para falar, Jesus olhava-o com amor (cf. Mc 10,21);

suscitava no outro a alegria de se sentir amado;

Nenhuma família é uma realidade perfeita, por isso se requer um progressivo

amadurecimento na capacidade de amar;

Espiritualidade do amor exclusivo

No matrimônio, os esposos vivem o sentido

de pertencer plenamente a uma única

pessoa, assumindo o desafio e o anseio de

envelhecerem juntos;

Cada cônjuge se torna outro sinal e

instrumento da proximidade do Senhor: “eu

estarei convosco todos os dias, até o fim dos

tempos” (Mt 28, 20);

Page 37: Exortação apostólica amoris laetitia a alegria do amor o amor na família papa francisco 2016

Cada família

deve viver

constantemente

este estímulo:

avancemos famílias!

continuemos a caminhar...

não percamos a esperança por causa dos nossos limites...

não renunciemos a procura da plenitude do amor e nem a

comunhão que nos foi prometida.

Uma palavra de otimismo e Esperança:

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Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias

lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do

Evangelho e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias

episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido

ferido ou escandalizado, seja rapidamente consolado e curado.

Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos

conscientes do carácter sagrado e inviolável da família e da sua

beleza no projeto de Deus. Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei

a nossa súplica. Amém!

Papa Francisco – Ano da Misericórdia, 19 de março de 2016.

CONCLUSÃO:ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA

Jesus, Maria e José, em vós

contemplamos o esplendor do verdadeiro

amor e, confiantes, a vós nos consagramos.

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Obrigado!Deus abençoe

nossas Famílias!

RESUMO E EDIÇÃO:Antônio de Assis Ribeiro (Pe. Bira) – SDB

Email: [email protected]

• Coordenador da Comissão Nacional da Pastoral

Juvenil SDB

• Coordenador Inspetorial da Pastoral Juvenil e

Vocacional

www.isma.org.br