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ORIGEM Na antiguidade (Grécia e Roma), assim como na Idade Média, não se concebia essa ideia de um poder capaz de criar a CONSTITUIÇÃO.

FACELI - D1 - Helga Catarina Pereira de Magalhães Faria - Teoria Geral do Direito - Aula 06

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ORIGEM

Na antiguidade (Grécia e Roma), assim

como na Idade Média, não se concebia

essa ideia de um poder capaz de criar a

CONSTITUIÇÃO.

Essa noção surgiu com a Revolução

Francesa, com o padre Francês

Emmanuel Siéyès, por meio de um

panfleto.

Para Siéyès, a Constituição é um

documento criador do Estado,

inaugurando portanto o sistema jurídico.

Conceito de poder constituinte

É a manifestação soberana de

um povo, social e juridicamente

organizado (Alexandre de

Morais).

É a expressão soberana da

vontade capaz de fazer nascer

um núcleo social (Temer).

Titularidade e exercício

Até a Idade Média, a titularidade do

poder constituinte recaía em alguma

manifestação ou vontade divina.

Todavia, especialmente a partir da

revolução burguesa, passou-se a

creditá-lo ao povo, embora o exercício

do poder constituinte seja delegado a

representantes.

Titularidade e exercício

Dos Princípios Fundamentais

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada

pela união indissolúvel dos Estados e Municípios

e do Distrito Federal, constitui-se em Estado

Democrático de Direito e tem como

fundamentos:

(...)

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo,

que o exerce por meio de representantes eleitos

ou diretamente, nos termos desta Constituição.

A Constituição é a lei suprema de um

Estado, todas as demais leis a ela se

subordinam - Relação de compatibilidade

vertical.

Tal supremacia decorre de sua origem,

pois a Constituição advém de um poder

que institui outros poderes. O chamado

Poder Constituinte originário.

Poder Constituinte originário é

aquele responsável por criar uma

nova Constituição.

Características:

Inicial: inaugura uma nova ordem

fundamental;

Ilimitado: não se subordina a qualquer

regra anterior;

Autônomo: não está subordinado à ordem

jurídica anterior;

Permanente: não se esgota com a

realização da Constituição, pois seu titular

pode a qualquer momento, deliberar de

outra ordem jurídica

Poder Constituinte Derivado

É o poder de reforma da Constituição já

existente, dentro das matérias por ela

previstas, alteração do texto

Constitucional ou pela criação das

Constituições do Estado.

Características:

limitado: por que a Constituição

impõe limites para a sua

alteração, por exemplo, as

cláusulas pétreas;

Condicionado: a CF só pode ser

alterada mediante Emenda

Constitucional;

Derivado: é criado pelo poder

Constituinte Originário, não se

funda em si mesmo.

Mutação Constitucional

É o ato ou efeito modificativo da

constituição sem revisões formais do

texto das disposições

constitucionais.

Trata-se de um fenômeno a partir do

qual as normas constitucionais se

modificam sem revisões ou emendas

textuais.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-

se aos brasileiros e aos estrangeiros

residentes no País a inviolabilidade do direito

à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança

e à propriedade, nos termos seguintes:

XLVI - a lei regulará a individualização da

pena e adotará, entre outras, as seguintes:

a) privação ou restrição da liberdade;

b) perda de bens;

c) multa;

d) prestação social alternativa;

e) suspensão ou interdição de direitos;

Ementa: PENAL - PROCESSO PENAL -

TRÁFICO DE DROGAS - FIXAÇÃO DO

REGIME ABERTO - POSSIBILIDADE -

DECLARAÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º

DO ART. 2º DA LEI 8.072 /90 PELO PLENO

DO STF. - No julgamento do HC nº

111.840/ES.

Súmula Vinculante 26

Para efeito de progressão de regime no

cumprimento de pena por crime hediondo,

ou equiparado, o juízo da execução

observará a inconstitucionalidade do art.

2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990,

sem prejuízo de avaliar se o condenado

preenche, ou não, os requisitos objetivos

e subjetivos do benefício, podendo

determinar, para tal fim, de modo

fundamentado, a realização de exame

criminológico

A Constituição Federal, ao criar a figura do crime

hediondo, assim dispôs no art. 5º, XLIII:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem

distinção de qualquer natureza, garantindo-se

aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no

País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes:

(...)

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e

insuscetíveis de graça ou anistia a prática da

tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e

drogas afins, o terrorismo e os definidos como

crimes hediondos, por eles respondendo os

mandantes, os executores e os que, podendo

evitá-los, se omitirem;

(...) Não fez menção nenhuma a

vedação de progressão de regime,

como, aliás - é bom lembrar -,

tampouco receitou tratamento

penal stricto sensu (sanção penal)

mais severo, quer no que tange ao

incremento das penas, quer no

tocante à sua execução. (...)

Como gênero o poder de

reforma constitucional possui

duas espécies, a saber, o poder

de emenda e o poder de revisão.

O poder de emenda é de

competência deferida

ordinariamente ao constituinte

derivado para alterar os textos

constitucionais, desde que

observados determinados limites.

IMPORTANTE – ATENÇÃO

§ 3º Os tratados e convenções internacionais

sobre direitos humanos que forem aprovados, em

cada Casa do Congresso Nacional, em dois

turnos, por três quintos dos votos dos respectivos

membros, serão equivalentes às emendas

constitucionais. (Incluído pela Emenda

Constitucional nº 45, de 2004).

Permite conceder status de emenda

constitucional aos tratados internacionais

que versarem sobre direitos humanos, desde

que aprovados no mesmo quorum de votação.

Poder de revisão

Algumas Constituições preveem certas

oportunidades específicas de alteração,

geralmente conforme períodos de tempo

definidos.

Art. 3º. A revisão constitucional será

realizada após cinco anos, contados da

promulgação da Constituição, pelo voto da

maioria absoluta dos membros do Congresso

Nacional, em sessão unicameral.

A organização político-administrativa

Da República Federativa do Brasil

compreende a União, os Estados, o

Distrito Federal e os Municípios, todos

autônomos, nos termos desta Constituição

( art. 18, caput, da CF).

Brasília é a Capital Federal (art. 18, § 1º da

CF ).

Os Territórios Federais integram a União, e a

sua criação, transformação em Estado ou

reintegração Estado de origem serão

regulados em lei complementar (art. 18, § 1º

da CF ).

Os Estados podem incorporar-se entre si,

subdividir-se ou desmembrar-se para se

anexarem a outro, ou formarem novos Estados

ou Territórios Federais, mediante a aprovação

da população diretamente interessada, através

de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei

complementar. (art. 18, § 3º, da CF).

ATEÑÇÃO

Exige-se lei complementar federal

para a aprovação da criação de

novos Entes Estaduais.

O art. 14 da CF, que versa sobre a

soberania popular, foi regulamentado pela

lei 9.709 de 98, e no caso do § 3º do art. 18

da CF diz que: mediante aprovação da

população diretamente interessada,

através de plebiscito, mediante decreto

legislativo, por proposta de um terço no

mínimo, dos membros que compõem

qualquer das Casas do Congresso

Nacional, os Estados podem incorporar-se

entre si, subdividir-se ou desmembrar-se.

ATENÇÃO

A expressão “população diretamente

interessada” constante do § 3º do art. 18 da CF

(...), deve ser entendida como tanto da área

desmembrada do Estado-membro como da

área remanescente” (ADI 2.650, julgada em

2011 e relatada pelo Ministro Dias Toffoli).

A criação, a incorporação, a fusão e o

desmembramento de Municípios, far-se-ão

por lei estadual, dentro do período

determinado por Lei Complementar Federal, e

dependerão de consulta prévia, mediante

plebiscito, às populações dos Municípios

envolvidos, após divulgação dos estudos de

viabilidade municipal, (§ 4º, do art. 18 da CF).

Os Estados Federados têm

autonomia para elaborar

suas próprias Constituições

Estaduais e leis.

Entretanto, sua competência

legislativa é limitada pelos

princípios estabelecidos na

Constituição Federal.

Os municípios também gozam de

autonomia restrita, pois suas

legislações devem seguir as

prescrições da Constituição do

Estado ao qual pertencem e,

consequentemente, as da própria

Constituição Federal.

O Distrito Federal harmoniza funções

de Estado Federado e de município, e

seu equivalente a uma Constituição

Estadual denomina-se Lei Orgânica,

que deve, também, obedecer aos

termos da Constituição Federal.

ATENÇÃO

A competência legislativa do Distrito

Federal compreende as que são atribuídas

aos Estados e Município. O Poder

Legislativo é exercido pela Câmara

Legislativa o Poder Executivo pelo

Governador .

É proibida a divisão do Distrito Federal

em Municípios.

O Congresso Nacional é composto pela

Câmara dos Deputados e pelo Senado

Federal, ambos integrados por

representantes eleitos pelo voto popular.

Compõem o Poder Judiciário Federal: o

Supremo Tribunal Federal (STF), o Superior

Tribunal de Justiça (STJ), os Tribunais

Regionais Federais (TRFs) e a Justiça

Federal. Há, ainda, tribunais especializados

para lidar com questões eleitorais,

trabalhistas e militares.