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Escola Secundária de São João da Talha Ano Letivo 2015/2016 Sociologia Família A Família é o primeiro espaço onde cada individuo se insere” Ana Antunes

Família

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Escola Secundária de São João da Talha

Ano Letivo 2015/2016

Sociologia

Família

A Família é o primeiro espaço onde cada individuo se insere”

Ana Antunes

Fábio Gonçalves

12ºD

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Introdução

O presente trabalho é sobre a Família.

O seu objetivo é aprofundarmos os nossos conhecimentos sobre a Família, a sua noção, estrutura, tipos e funções.

A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica e na internet.

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Família

A família é considerada uma instituição social básica, a partir da qual outras se desenvolveram dada a complexidade da vida social. A família é a mais antiga instituição social humana e apresenta-se com um carácter universal, embora as formas de vida familiar variem de sociedade em sociedade e geração em geração.

As alterações sociais, como a baixa taxa de natalidade, o divórcio, a união livre, a mulher que trabalha fora de casa, os filhos nos jardins-de-infância, a escola, tem obrigado a família a adaptar-se originando novas formas de organização.

Alguns dos aspectos onde podemos encontrar mudanças em relação à família tradicional englobam:

Novos tipos de famílias (monoparentais, recompostas e homossexuais) Novas relações entre gerações (participação mais ativa dos avós) Novo relacionamento entre os membros do casal (aproximação dos papeis familiares e

a democratização das relações conjugais) Nova forma de “família”, naturalmente atípica, que consiste na monorresidência

Evolução da família

Os agregados familiares sofreram em Portugal nos últimos anos variações significativas, sendo agora mais pequenos: em 1960 o número de famílias com seis ou mais pessoas era 17% do total, sendo agora apenas 3%; o número de pessoas que viviam sozinhas subiu, no mesmo período, de 11% para 17% dos agregados familiares Nos últimos cinquenta anos, no Ocidente, a família modificou as suas estruturas e organizou-se de diversas formas tendo em conta os novos valores vigentes.

A estrutura familiar obedecia a uma determinada organização com papéis e funções bem definidas para cada elemento e por este mesmo motivo não pode ser considerada um sistema estanque e inalterável. Os elementos da família transformaram-se ao longo da sua vida familiar, mediante as exigências do interior ou do meio social onde se tornou necessária a adaptação a novos papéis de modo a equilibrar o seu funcionamento. A família nunca pode ser isolada das alterações culturais, sociais ou económicas.

A redução dos agregados domésticos é cada vez mais visível, passando de uma média de 3, 8 indivíduos em 1960 para 2,8 no ano de 2001.

A nível geográfico observamos diferenças entre o litoral e o interior, sendo que segundo os Censos de 2001, o interior do país ainda apresenta uma considerável taxa de conjugalidade e um número elevado de famílias numerosas. O mesmo não se passa na zona litoral do país que apresenta um elevado número de pessoas sós, mais famílias monoparentais e mais casais com reduzido número de filhos.

Existe uma longa tradição familiar no nosso país que só agora começa a sofrer alterações, visíveis da década de 90 em diante. Dos anos 70 aos anos 90 as estruturas familiares caracterizavam-se por uma elevada taxa de nupcialidade, por uma baixa taxa de nascimentos fora do casamento, baixos níveis de coabitação

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sem ser em situação matrimonial e de uma modesta taxa de divórcio comparada com as estatísticas da restante Europa.

O surgimento de novas tipologias familiares é decorrente de factores temporais, económicos, históricos e sociais. O tradicional conceito familiar vigente até ás décadas de 60/70 constituído por avós, pais e filhos está-se a tornar cada vez mais obsoleto dando origem a novos tipos de famílias cada vez mais frequentes na nossa sociedade.

As principais mudanças sofridas deveram-se a:

Industrialização: principalmente na época da Revolução industrial, com consequências danosas, com o afastamento do pai do lar para ir trabalhar, abandonando as actividades de auto subsistência exercidas, regra geral, junto à habitação familiar;

Urbanização : a migração da população das áreas rurais para as áreas urbanas fez com que muitas famílias partissem deixando os familiares mais velhos no local de origem;

Entrada da mulher , de forma activa, no mercado de trabalho e consequente investimento nas suas carreiras e na mobilidade profissional;

Controlo da natalidade e adiamento da idade de maternidade; Fomento de métodos contraceptivos, Aparecimento de novos valores face à sexualidade, Mudança de atitude em relação aos filhos e obrigações parentais; Legalização do divórcio e consequente aumento da taxa de divórcios; Redução da nupcialidade;

Noção

A família é um grupo social doméstico baseado em relações de parentesco entre os seus membros. A sua constituição e organização à volta do conceito de domus, ou seja, casa, que é

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um local agregador dos membros da família para o exercício das suas funções básicas (reprodução, socialização e consumo).

O papel da família no desenvolvimento de cada indivíduo é de fundamental importância. É no seio familiar que são transmitidos os valores morais e sociais que servirão de base para o processo de socialização da criança, bem como as tradições e os costumes perpetuados através de gerações. O ambiente familiar é um local onde deve existir harmonia, afetos, proteção e todo o tipo de apoio necessário na resolução de conflitos ou problemas de algum dos membros. As relações de confiança, segurança, conforto e bem-estar proporcionam a unidade familiar.

Estrutura da família

A família extensa ou consanguínea estende-se por mais de duas gerações incluindo os pais casados ou solteiros, genros, noras, netos, tios, primos… A família conjugal ou nuclear é baseada num relacionamento conjugal composto por um grupo mais restrito ou seja o pai, a mãe e os filhos. Em ambos os casos a família partilha uma residência comum em que os seus membros cooperam para a satisfação das suas necessidades.

Os dois elementos institucionais centrais da família são o casamento e a paternidade/maternidade.

O casamento é o padrão socialmente aprovado para que duas ou mais pessoas estabeleçam uma família e envolve regras que governam as relações entre o casal, e essas regras definem como deverá ser estabelecida a relação conjugal e como esta poderá ser dissolvida, os direitos e obrigações dos conjugues. O tipo e processo de casamento varia de sociedade para sociedade, consoante os valores, praticas sociais e cultura das diferentes sociedades.

Para a sociedade ocidental existe um casamento apenas, o monogâmico, ou seja, um homem para uma mulher. No entanto na maioria das sociedades do mundo existe a família composta ou seja, a família que se baseia no casamento polígamo que permite a pluralidade de conjugues. Em sociedades tribais a esposa é comprada pelo marido.

Nas famílias comunitárias, o papel dos pais é descentralizado, sendo as crianças da responsabilidade de todos os membros adultos. Nas famílias homossexuais existe uma ligação conjugal ou marital entre duas pessoas do mesmo sexo, que podem incluir crianças adoptadas ou filhos biológicos de um ou ambos os parceiros.

Tipos de família

Existe diferentes tipos de família, a família é uma instituição que está sempre em mudança, ou seja ao longo dos anos têm surgido novos tipos de família. Existem quatro tipos de famílias: nuclear, monoparental, recomposta e homossexual.

A família nuclear é um grupo doméstico formado por pai, mãe e filhos. A família monoparental é formada por pai ou mãe e filhos, é fruto da viuvez, divórcio ou escolha de um dos progenitores. A família recomposta resulta de um novo casamento ou união com reunião dos filhos de casamentos anteriores. A família homossexual é um novo tipo de família, recente em

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Portugal, este tipo de família consiste em duas pessoas do mesmo sexo estarem casadas e partilharem a mesma casa.

Funções sociais da família

A família como instituição tem a principal função de socialização, transmitir valores, regras, a sua cultura e ideologia. A família não tem somente a função de cuidar e proteger os filhos, promover-lhes necessidades básicas de alimentação e habitação, mas também ajuda-los a desenvolver personalidades. O desenvolvimento de laços afectivos e sociais também é uma função muito importante da família, pois sem amor e afecto a criança não desenvolve a capacidade de confiar e de se relacionar com outras pessoas. A família tem que dar respostas não só as necessidades dos membros da família, como também as necessidades da sociedade.

A função sexual e a socialização

A família é a principal instituição através da qual a sociedade regula a satisfação das necessidades sexuais e organiza a procriação. A procriação fora da família é menos aprovada socialmente, isto prende-se não só com os modelos familiares instituídos como na necessidade da função de socialização ser exercida de forma mais próxima e efectiva. A família prepara a criança para o desempenho de certos papéis correspondentes ao seu género e estatuto.

A socialização de género é uma das funções que a cultura dominante atribui às famílias, desde sempre se aprende o comportamento feminino ou masculino de acordo com o respectivo sexo. A aprendizagem dos modelos sociais é exercida no contexto social de pertença, ou seja, viver e crescer numa família. Os valores, hábitos e normas que a criança interioriza contribuem para a sua colocação social.

Regular as necessidades sexuais e organizar a procriação

Satisfação sexual tolerada fora do casamento

Transmissão de cultura e ideologias

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A função económica

Nas sociedades tradicionais a família constituía a unidade económica fundamental. A satisfação das necessidades exigia que os seus membros trabalhassem em conjunto. Esta situação modificou-se pois a industrialização deslocou o centro de produção da família para a fabrica. A revolução industrial alterou as relações sociais de produção, originando uma nova ordem económica e social. O desenvolvimento do capitalismo industrial exigiu que a produção evoluísse da fase artesanal e manufactureira para maquinofactura. O capitalismo desenvolveu-se e a concorrência e o lucro, motor da actividade económica exigiram das empresas uma organização da produção e do trabalho mais rentáveis. A família hoje já não constitui a unidade-base da produção é apenas a unidade-base de consumo. O consumo torna-se numa das funções das famílias e condição de sustentabilidade das modernas economias industrializadas- as sociedades de consumo.

Outras funções

Cuidar dos mais velhos é uma das funções da família. O Estado Providencia concede uma protecção oficial através de reformas, assistência na saúde e outros tipos de apoio, o acompanhamento aos membros idosos constitui uma obrigação crucial e afectiva. Os idosos tem uma função juntos das gerações mais novas contribuindo com a sua disponibilidade para auxiliar os pais na sua tarefa de socialização e ajudando economicamente. É a afectividade que liga os membros da família. Verifica-se uma nova interacção entre gerações podendo constatar-se que a família actual implica interacções entre gerações, é a redescoberta do parentesco. A família enquanto força social está mais forte.

Família portuguesa- alguns indicadores demográficos

Portugal tem sofrido alterações nos seus padrões de nupcialidade e de conjugalidade. De entre essas alterações destacaram-se na área da nupcialidade:

Aumento do casamento civil contra o religioso Aumento dos divórcios;

Constituía a unidade fundamental Os membros trabalham em conjunto e

partilham o resultado da produção Unidade base de consumo

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Queda das taxas de nupcialidade Aumento do número de filhos fora do casamento Aumento da idade média do primeiro casamento para ambos os sexos

Na área das formas de conjugalidade verifica-se:

Existência de outras formas de conjugalidade como a união de fato como experiencia de pré-casamento ou como alternativa ao casamento;

Mudança na forma como é vivida a conjugalidade assumindo o afecto, intimidade, partilha e a protecção, valores estruturantes.

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Evolução da família

A família tem evoluído no tempo, apresentando dimensões, estruturas e funções variadas. É na consolidação do capitalismo industrial que a família adquire no Ocidente uma estrutura que ainda ser reconhecida em muitas sociedades- família tradicional.

É com a emancipação das mulheres a partir da década de 1960 que o modelo tradicional é questionado originando novas formas de organização familiar.

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Novos tipos de famílias

A família sofre as alterações da sociedade que a rodeia tanto na sua estrutura interna como nas suas funções. Encontra-se num processo contínuo de mutuação. As crises familiares tem levado á divulgação de formas de vida familiar alternativas à família nuclear tradicional. Os grupos domésticos conheceram profundas alterações nos últimos quarenta anos, dado origem a novas formas de família. O número de solteiros tem aumentado.

Coabitação Famílias homossexuais

Geração Canguru

Monorresidência

Relação social estável

União de fato

Indivíduos do mesmo sexo

A educação das crianças é uma área bastante discutida

Filhos que não abandonam a casa dos pais;

Raparigas mais independentes que os rapazes

Pessoas viverem sós, abrange transversalmente a sociedade

Novos papéis parentais

A economia industrial afastou-se da família os papéis e as relações profissionais tradicionais. A família já não se encontra unida pelo trabalho em conjunto. A própria família conjugal tornou-se menor, á medida que os processos de industrialização e de urbanização se desenvolveram. Para as sociedades industrializadas as crianças, deixaram de constituir um bem económico para se tornarem um encargo dispendioso. A tecnologia moderna exigindo estudos mais prolongados, implica que a família não possa preparar convenientemente os filhos para o desempenho dos seus futuros papéis de elementos produtivos da sociedade.

O ingresso das mulheres no mercado de trabalho operou uma das maiores mudanças na vida familiar. O emprego remunerado veio aumentar a independência da mulher em relação ao marido. A família já não é dominada pela autoridade do homem, mas baseia-se numa relação igualitária entre os cônjuges.

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Novo lugar da criança em casa e na sociedade

A sociologia pré-industrial exigia dos mais novos trabalho no campo e outras atividades necessárias à sua difícil sobrevivência. Não havia lugar para um crescimento harmonioso e afetivo. Com a evolução da sociedade industrial e o desenvolvimento económico, muitos aspetos mudaram nas práticas sociais e uma dessas áreas foi a atenção posta na criança e na sua educação.

Ao longo do século XX surge um conjunto de documentos com normas específicas. A declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948 e a mais recente declaração de 1989, com 54 artigos, demonstram ambas as preocupações tidas com as crianças enquanto ser específico e não enquanto adulto pequeno.

Os novos textos sobre direitos conferem à criança um estatuto na família e na sociedade em geral alterando profundamente as praticas socias.

Em apoio à família surgiram creches, infantários, escolas especializadas, variadas instituições de ocupação dos tempos livres e um conjunto de atividades que acompanham as diferentes etapas de crescimento da criança e contribuindo para a sua boa integração social.

O bem-estar, educação, formação, família, privacidade e afeto são direitos das crianças, jovens em geral. Ao educar-se uma criança para os direitos existem deveres.

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Violência intrafamiliar

A violência doméstica é o abuso físico ou psíquico de um elemento do agregado familiar em relação a outro ou outros dos seus membros.

A violência doméstica ocorre devido ao facto de as relações familiares consubstanciarem emoções muito fortes e íntimas, pelo que o amor e o ódio podem misturar-se neste contexto.

Pelo facto de, atualmente, serem conhecidas mais situações de violência física, psicológica e de abuso sexual, que se desenvolvem no quadro das relações familiares, isso não significa necessariamente que a violência intrafamiliar tenha aumentado pois sempre houve violência na família. Antes, alguma violência intrafamiliar era socialmente aceite, como o pai ou a mãe dar uma estalada nos filhos e mesmo isso poder acontecer entre cônjuges, o que fez com que durante muito tempo estas situações fossem consideradas normais por parte de agressores e vítimas.

Os crimes passionais eram também olhados com mais compreensão se fossem praticados por homens “para defesa da sua honra”. Só na década de 70 do século XX é que o problema da violência doméstica começou a ser denunciado, em virtude da ação dos grupos feministas.

Hoje, estes fenómenos são considerados crimes, no plano jurídico e social, daí que as situações sejam mais noticiadas e sobretudo mais participadas à polícia e que as crianças e as mulheres disponham de maior proteção através de organizações próprias e dispondo de linhas telefónicas de emergência.

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Conclusão

Neste trabalho abordámos o assunto da família, onde falamos sobre diversos subtemas, como a noção de Família, estrutura, tipos e formação.

Cumprimos todos os objetivos que nos tinham sido propostos.

A concretização deste trabalho foi muito importante para nos termos um maior conhecimento sobre a família, como é constituída, a sua formação, o seu tipo.