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ANO XX RIO DE JANEIRO, 27 DE JUNHO DE 1988 N2 892 1 O Conselho Diretor da Associação Nacional das Companhias de Segu- ros, em reunião a que compareceu a quase totalidade dos seus int~ grantes, elegeu por unanimidade o Sr. Dálvares Barros de Mattos a Presidência da ANCS, no biênio 01/07/88 -- 30.06.90. Congratul~ Dálvares. para çoes, 2 Pelo Decreto n2 96.168 (DOU República aprovou o aumento Cz$ 20 bilhões. de 16 deste mês), o Sr. Presidente da do capital do IRB, de Cz$ 4,4 para Na apuração de excedente técnico (seguro de vida em grupo), 3 despesas administrat~vas devem ser convertidas em OTN, no mês que incorrem. Esse e o entendimento tanto da SUSEP quanto da missão Técnica de Seguros de Vida da FENASEG, a propósito do art. § 32, alinea c, da Circular SUSEP - 21/86. as em Co- 31, No dia 12 de junho a CIGNA Seguradora S.A~ reuniu seus clientes e ~ corretores oferecendo-lhes a oportunida~e de apreciar a_arte da renomada PHILADELPHIA ORCHESTRA, no Palacio das Convençoes do Anhembi. Após o concerto, a Cigna recebeu seus convidados para um co- quetel, com a presença do talentoso maestro Riccarào Muti. A Cigna é lider no apoio financeiro à PHILADELPHIA ORCHESTRA e este envolvimento é reconhecido como um dos melhores relacionamentos entre os negócios e as artes. A FUNENSEG vai realizar um Painel Aberto sobre Engenharia de Segu ~ ros (Quebra de Máquinas) no auditório da FENAS~G, às lSh do di~ 12 de julho vindouro. A finalidade do Painel e transmitir infor- mações sobre o treinamento e aperfeiçoamento profissional recebidos por bolsistas da FUNENSEG, em estágio realizado na "The Hartford Steam Boi- ler Inspection and Insurance Co.", Estados Unidos. Serão expositores os bolsistas Anselmo do O' de Almeida, Engenheiro Mecânico, Assessor da Divisão de Riscos de Engenharia, do IRBi Danilo Silveira, Engenheiro Quimico, Gerente Técnico-Comercial da Aliança da Bahiai Marco Aurélio Gonçalves de Souza, Engenheiro Elétrico, Chefe da Inspetoria de Riscos Diversos e de Engenharia (Deris), do IRB. SEGUR()GARANTE

Fenaseg análise de riscos através de cálculos estatístico-atuariais

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O artigo escrito quase duas décadas atrás se mostra atualizado face às características das análises se mostrarem sólidas e eficazes.

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Page 1: Fenaseg   análise de riscos através de cálculos estatístico-atuariais

ANO XX RIO DE JANEIRO, 27 DE JUNHO DE 1988 N2 892

1

O Conselho Diretor da Associação Nacional das Companhias de Segu-

ros, em reunião a que compareceu a quase totalidade dos seus int~grantes, elegeu por unanimidade o Sr. Dálvares Barros de Mattos

a Presidência da ANCS, no biênio 01/07/88 -- 30.06.90. Congratul~Dálvares.

paraçoes,

2Pelo Decreto n2 96.168 (DOU

República aprovou o aumentoCz$ 20 bilhões.

de 16 deste mês), o Sr. Presidente da

do capital do IRB, de Cz$ 4,4 para

Na apuração de excedente técnico (seguro de vida em grupo),

3 despesas administrat~vas devem ser convertidas em OTN, no mêsque incorrem. Esse e o entendimento tanto da SUSEP quanto da

missão Técnica de Seguros de Vida da FENASEG, a propósito do art.§ 32, alinea c, da Circular SUSEP - 21/86.

asem

Co-

31,

No dia 12 de junho a CIGNA Seguradora S.A~ reuniu seus clientes e

~ corretores oferecendo-lhes a oportunida~e de apreciar a_arte darenomada PHILADELPHIA ORCHESTRA, no Palacio das Convençoes do

Anhembi. Após o concerto, a Cigna recebeu seus convidados para um co-quetel, com a presença do talentoso maestro Riccarào Muti. A Cigna élider no apoio financeiro à PHILADELPHIA ORCHESTRA e este envolvimentoé reconhecido como um dos melhores relacionamentos entre os negócios eas artes.

A FUNENSEG vai realizar um Painel Aberto sobre Engenharia de Segu

~ ros (Quebra de Máquinas) no auditório da FENAS~G, às lSh do di~12 de julho vindouro. A finalidade do Painel e transmitir infor-

mações sobre o treinamento e aperfeiçoamento profissional recebidos porbolsistas da FUNENSEG, em estágio realizado na "The Hartford Steam Boi-ler Inspection and Insurance Co.", Estados Unidos. Serão expositoresos bolsistas Anselmo do O' de Almeida, Engenheiro Mecânico, Assessor daDivisão de Riscos de Engenharia, do IRBi Danilo Silveira, EngenheiroQuimico, Gerente Técnico-Comercial da Aliança da Bahiai Marco Aurélio

Gonçalves de Souza, Engenheiro Elétrico, Chefe da Inspetoria de RiscosDiversos e de Engenharia (Deris), do IRB.

SEGUR()GARANTE

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GRANDES SINISTROS GRANDES PROBLEMAS

Eng2 ANTONIO FERNANDO NAVARRO

O segundo acidente de grandes proporções da plataforma de Enchova ainda

nem foi debelado, com esti.mativas de..perdas m1nimas da ordea de. " ,

US$ 30,000,000.00 e maximas de USI 330,000,000.00,sem contaros gastos

com a paralisação da produção, e nos vem a mente a seguinte indagação:

Os atuais critérios de taxação de riscos foram, estão sendo e ainda

serão válidos?',. ... - ,

Sera que o princ1pal elemento da taxaçao de riscos ainda nao sera a

experiência pessoal do taxador?,

O aspecto politico e comercial do

grande peso na composição da taxa

Vejamos por etapas:

. Inspeçãode Riscos

A inspeção de risco é definida como sendo o meio para o conhecimento do- ,.

risco, com vistas a determinaçao do nivel de taxa a ser aplicada. Na

verdade, a inspeção de risco não é pré-requisitopara a determinaçãoda

taxa, tanto pura, quanto estatística ou comercial. Ela atua definindo

carregamentos técnicos e informamdo se o risco em questão pode afetar ou..

vir a ser afetado por eventos originados no proprio risco ou em riscos

contiguos.

A taxa estatística é conhecida como sendo o resultado da divisão do

premio estatistico pela importância segurada, ou capital segurado do

risco será que ainda não exerce um

comercial do seguro?

,proprio risco.

A definição matemática do premio estatístico (P ) é a do resultado doeproduto do valor matemático do risco (V ) pelo custo médio verificadompor sinistro (C ).m

p ; Vm x Cme

BI.892*pág.23*27.06.88

11III

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onde:

v = nl de sinistros / n2 de bens sujeitos a risco.

C = perda. total computada / nl de sinistrosm

De um modo geral, Premio Estatístico é a relação entre a perda total,

computada e o numero de bens sujeitos a risco.. " ,

A taxa comerc1al, da mesma forma que a estatistica, tambem e produto de

uma divisão, do premio comercial pela importância segurada do risco.

Premio comercial é o resultado da adição do premio estatístico com o,

carregamento tecnico-comercial.

,Como carregamento tecnico entende-se:

. despesas administrativas da seguradora (impostos, alugueis, propaganda,

pessoal, ete);

. comissionamentos diversos;

. custos financeiros praticados;

. previsão para sinistros catastróficos;

. caracteristicas do risco;

. sinistralidade, etc.

Por ser o carregamento

costuma-se representar

um percentual do próprio premio comercial,- ,

sua expressao matematica como:

A

Como se ve, poderia-se taxar um risco tomando-se por base somente sua,

historia passada e os valores segurados atuais, sem necessid~de da

realização de inspeções, desde que o risco fosse completamente isolado de

qualquer outro.

Entretanto, nem sempre tudo é assim. Há riscos em que o segurado é mais

zeloso com os se~ bens, e outros onde a possibilidade deles virem a ser,

atimgidos por sinistros e bem maior, chegando-se a pensar que o proprio

segurado busca o sinistro.

BI.892*pág.24*27.06.88

.

Page 4: Fenaseg   análise de riscos através de cálculos estatístico-atuariais

,

?ara a compreensão de todos esses fatos é que recorre-se à ínspe~ãoàe

riscos. Ela sempre deve servir como uma fotografia correta ao risco a

ser aceito, tirada por um bom profissionai e com uma boa máquina, de

sorte que se tenha condições de aplicar a taxa justa. É importante

se friza~ o aspec~o de que o segurado deve ser sempre contemplado coe a

taxa considerada justa.

7ários são os critérios e formas utilizadas para a inspeção de riscos,

a saber:

. método ae pontos;

e apreciação do risco incêndio por série de pontos;

do ~rau de proteção;

de Gretener;

de purt;

. método de Messere;

. <método de Cluzel e Eric Sarrat;

. ~étodo de 3hibe;

. método de Aschoff;,

. metodo de Dow;

.método de Trabaud, etc.

No ?rasil procurou-se seguir um método mais descritivo do que matemático.

como ~$ descritos anteriormente. Essa nossa opção, feita na década de 6Ç.,

impeai~-nos que tratassemos os riscos com mais logica e menos passiona~+4~o. Por isso, proliferaram, nas COmissões Técnicas as figuras dos DoutQ

Sennores, os quais por sua fluência e experiências passadas orientavam,

a àecisão final.

Os tempos mudaram, as técnicas de prevenção e de proteção dos riscos, .

tamaem. A cada dia que passa o fantasma de grandes sinistros ronda, ou

deveria rondar, a cabeça dos underwriters e a dos taxadores de riscos,

paia são maiores os capitais segurados envolvidos.

For outro lado paira a dúvida: O que fazer quando segurado e corretor

passam a exigir das seguradoras retornos de comissões cada vez

maiores? Em alguns casos (condominios), desde que não haja reclamaçãó:

qe sinistro são solicitados e concedidos retornos que beiram a casa ~08

60J'do premio 1lquido, saindo um cheque para o corretor e outro para o

segurado? ambos emitidos pela seguradora. Nessas circunstâncias, para

on~e vai a técnica? Vai para ....

Entretanto, apesar de todos os pesares e de todâS as marchas e contra

me~cnas, andanao p~la contramão, deveremos evoluir da época do "achis~~,I,

BI.892*pág.25*27.06.88i',

,'o.~:

. cal eulo

. cal cul o,. metodo

. metodo

Page 5: Fenaseg   análise de riscos através de cálculos estatístico-atuariais

.

Dara outra mais técnica.

. Condições Tarifárias

Nossas condições tarifárias estão, sabidamente, ultrapassadas, na

maioria dos.ramos de seguros trabalhados. Em alguns ramos, como a.. .

.- . ,

participaçao do resseguro e oastante elevada, cascos e aeronauticos,

estamos sujeitos aos interesses de aceitação internacionais. Em épocas

de baixa sinistralidade caem as taxas, como podemos comprovar recentemente

nas renovações dos seguros das frotas de aeronaves nacionais e em alguns

cascos. Lá fora as taxas flutuam em decorrência dos bons ou maus resultados

das carteiras. Entretanto, aqui em nosso pais, as tarifas não passam de

grandes colchasde retalhos,onde cada novo retalho pregado é aplicado

casuisticamente.

Vários são os problemas existentes, a nosso ver, dentre osquais

d.estacamos:

as tarifas não apresentam taxas mínimas. são sim, mínimas para o

quitandeiro da esquina mas não o são para o grande supermercado. Como éque se pode ter alguma coisa como mínima se de repente surge uma

redução em seu valor, em alguns casos, de até 70%?

A coisa Qe dois anos atrás resolveu-se mudar a taxa praticada para os

. riscos residenciais, por causa dos grandes comissionamentos praticados

pelo mercado. Pois oem, a taxa foi reduzida em 50% J continuando a. .

existir os retornos de comissão tão elevados quanto anteriormente.

~ntenaemos que essas grandes colchas tarifárias ainda possuem enormes

quantidades de gorduras a serem queimadas. Outros ramos de seguros, pelo

contrário, são oastante deficitários, também necessitando serem

adequados à sinistralidade atual, como algumas modalidades de

Responsabilidade Civil Geral e outras de Riscos Diversos;

as taxas devem ser originadas de um patamar mais elevado para um mais

baixo, em função dos graus de segurança oferecidos pelos segurados. O

mais zeloso deve merecer uma taxa menor do que a do menos cuidadosC? Isso

é o mInimo que se pode esperar de um mercado competitivo. Não se pode

pErmitir que as mudanças só ocorram quando alguem se sente prejudicado

e grita mais alto. Conserta-se quando se reclama, e quando não, deixa-se, ,

como esta para se ver como e que fica; ..-

C mercado deve por em prática, imediatamente, um programa de troca de

in~ormações entre seguradoras, com vistas a criação de um banco de dados

que permita modificar as tarifas.

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.

Page 6: Fenaseg   análise de riscos através de cálculos estatístico-atuariais

.- IrU.l:C tem::,u nos jeoa'temos com um ~:;:oQlema ~;:.;"ãeguinte natureza: Por que

-::onceaer-se Ilescontos pela existênci~ ae extintores"de incêndio, no

seguro incêna~o, se os mesmos são exigidos pelos Corpos de Bombeiros e

pelo ~inistério do Trabalho, e as exigências desses pr~meiros são duasvezes maiores das que as do mercado segurador,?

Mais uma vez fica aqui registrado o nosso protesto de que necessitamos

urgentemen\e, não de simples revisões tarifárias, mas sim de novas tarifas

aplicadas a riscos existentes no século xx, às portas de um novo século.

Não ~odemos e não devemos ficar aguardando novas constituintes ou novos

aecretos lei, pensando em tirar proveito da situação.Deve-sedar um, ,

tratamento digno, tieimeaiato, ao segurado, onde os criterios tecnicos

serão maiores dos que os comerciais.

Antonio Fernando de Araujo Navarro Pereira é engenheiro civil, pós graàU!

ao em "segurança do trabalho, especialista em RISK ~~~AGEMENT, trabalhando

atualmente como Gerente de Riscos do Banco Nacional S/A.

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