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Ficha de leitura Nome da obra: O Malhadinhas Autor: Aquilino Ribeiro Editora: Bertrand Editora Ano de edição: s.d Ano de publicação: 2007 Local de publicação: Lisboa Resumo da obra: Esta obra é baseada numa história real. Retrata a vida do Malhadinhas, homem da Beira Alta, almocreve (cangalheiro) de profissão que viaja de terra em terra e que ao longo do tempo e dos locais que vai passando vai ganhando amigos e onde vai mostrando os seus dotes de galã. Nesta obra todas as suas aventuras são contadas em estilo alegre e solto, recorrendo a várias expressões populares. Apaixonado por uma prima sua que não demonstra interesse por ele decide embarcar numa aventura ao raptá-la e fugir com ela pelos campos de encontro com o seu amigo padre que os irá casar. Entretanto viola a sua prima pelo caminho e foge do seu tio que o perseguia. Mas entretanto acabaram por viver felizes. Malhadinhas continuou a sua vida de almocreve violento até que a sua mulher pedir para o deixar de fazer e que se fizesse homem sério, já depois de ter sido pai. Posto à prova por várias vezes, lá se foi amanhando, combatendo entre a jura e a honra, sempre se safando airosamente. Ele é um homem crente e justo, sempre honrado e duro. A brutalidade inicial foi-se perdendo ao longo da obra sem nunca desaparecer por completo. Teve ainda fôlego para justiçar uma neta atormentada, substituindo o filho no papel de castigador. Lidou com histórias de traições, educou homens cujas mulheres não os respeitavam, até influenciou um homem a agredir a mulher que, por isso mesmo, o passou a respeitar. Corajoso até à morte, às portas da qual, matou a sua mulher com uma espingarda para que dela não se gozasse ninguém após a sua ida. É um homem monstruoso desde o inicio ao fim da obra. Não o quis a sorte porque não morreu após o episódio, para durar mais uns anos em sossego. Citações favoritas: “- Que foi? Roubaram-me as duas libras na missa. Levava-as atadas na ponta do lenço para não as perder. Chego cá fora, lenço que é dele?!” “ A Brízida jurara-me amor verdadeiro, e eu bem lhe ouvia as vozes tão afoitas como singelas; ria-se para mim, e nos seus olhos encontravam os meus ternura e claridade.”

Ficha de leitura

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Page 1: Ficha de leitura

Ficha de leitura

Nome da obra: O Malhadinhas

Autor: Aquilino Ribeiro

Editora: Bertrand Editora

Ano de edição: s.d

Ano de publicação: 2007

Local de publicação: Lisboa

Resumo da obra:

Esta obra é baseada numa história real. Retrata a vida do Malhadinhas, homem da Beira Alta, almocreve (cangalheiro) de profissão que viaja de terra em terra e que ao

longo do tempo e dos locais que vai passando vai ganhando amigos e onde vai mostrando os seus dotes de galã. Nesta obra todas as suas aventuras são contadas em

estilo alegre e solto, recorrendo a várias expressões populares. Apaixonado por uma prima sua que não demonstra interesse por ele decide embarcar

numa aventura ao raptá-la e fugir com ela pelos campos de encontro com o seu amigo

padre que os irá casar. Entretanto viola a sua prima pelo caminho e foge do seu tio que o perseguia. Mas entretanto acabaram por viver felizes.

Malhadinhas continuou a sua vida de almocreve violento até que a sua mulher pedir

para o deixar de fazer e que se fizesse homem sério, já depois de ter sido pai. Posto à prova por várias vezes, lá se foi amanhando, combatendo entre a jura e a honra,

sempre se safando airosamente. Ele é um homem crente e justo, sempre honrado e duro. A brutalidade inicial foi-se

perdendo ao longo da obra sem nunca desaparecer por completo. Teve ainda fôlego para justiçar uma neta atormentada, substituindo o filho no papel de castigador.

Lidou com histórias de traições, educou homens cujas mulheres não os respeitavam, até influenciou um homem a agredir a mulher que, por isso mesmo, o passou a

respeitar.

Corajoso até à morte, às portas da qual, matou a sua mulher com uma espingarda para que dela não se gozasse ninguém após a sua ida. É um homem monstruoso desde o

inicio ao fim da obra. Não o quis a sorte porque não morreu após o episódio, para durar mais uns anos em sossego. Citações favoritas: “- Que foi? Roubaram-me as duas libras na missa. Levava-as atadas na ponta do lenço para não as perder. Chego cá fora, lenço que é dele?!” “ A Brízida jurara-me amor verdadeiro, e eu bem lhe ouvia as vozes tão afoitas como

singelas; ria-se para mim, e nos seus olhos encontravam os meus ternura e claridade.”

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Biografia do autor:

Aquilino Gomes Ribeiro nasceu a 13 de Setembro de 1885, em Carregal de Tabosa, no concelho de Sernancelhe, Beira Alta, e faleceu em Lisboa a 27 de Maio de 1963. Orientado pela família para a carreira eclesiástica, estudou em Lamego e Viseu, antes de ingressar no seminário de Beja, onde esteve de 1902 a 1904. Por ausência de vocação, abandonou os estudos teológicos e dois anos depois já está em Lisboa, onde se dedica ao jornalismo e se envolve em actividades políticas de natureza revolucionária, tendentes a derrubar a monarquia. Na sequência de uma explosão acidental no seu quarto, na qual morreram duas pessoas, foi preso. No entanto, conseguiu evadir-se e exilou-se em Paris, só regressando a Portugal no início da grande guerra, em 1914.

Entre 1910 e 1914 frequentou em Paris a Sorbonne. De regresso a Portugal leccionou durante algum tempo no Liceu Camões e trabalhou na Biblioteca Nacional entre 1919 e 1927. Nessa fase ajudou a fundar a revista Seara Nova, tendo integrado a sua primeira direcção. Detido na sequência de um levantamento abortado, conseguiu evadir-se, tendo-se exilado novamente em França, donde só regressou em 1932, após uma amnistia. A publicação do romance Quando os lobos uivam deu origem, em 1959, a um processo judicial de natureza censória contra o autor.

Ao longo da sua vida exerceu uma intensa actividade literária, abrangendo, além da ficção, biografias, crónicas, ensaios históricos e literários, textos polémicos, a par com a tradução de textos marcantes da literatura mundial.