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Ficha técnica do livro Título: Estórias Abensonhadas Autor: Mia Couto o António Emílio Leite Couto, filhos de portugueses emigrantes, nasceu na Beira, Moçambique, em 1955, onde se escolarizou. o É professor, biólogo e escritor e já foi jornalista. o Com catorze anos, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da Beira. Três anos depois mudou-se para Maputo, onde deu início aos seus estudos universitários. o Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que inclui poemas contra a propaganda marxista militante. o Recebeu os seguintes prémios: 1995 - Prémio Nacionais de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos; 1999 - Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra; 2001 - Prémio Mário António, pelo livro O Último Voo do Flamingo; 2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas; 2007 - Prémio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na Jornada Nacional de Literatura; 2012 - Prémio Eduardo Lourenço 2011 Editora: Caminho Local de Edição: Lisboa Data de Edição: 1994 Data de Publicação: junho de 2003 Relatório de Leitura Período de leitura: 20-10-15/21-11-15 Ficha de Leitura

Ficha de leitura - Maria José

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Page 1: Ficha de leitura - Maria José

Ficha técnica do livro

Título: Estórias Abensonhadas

Autor: Mia Couto

o António Emílio Leite Couto, filhos de portugueses emigrantes, nasceu na

Beira, Moçambique, em 1955, onde se escolarizou.

o É professor, biólogo e escritor e já foi jornalista.

o Com catorze anos, teve alguns poemas publicados no jornal Notícias da

Beira. Três anos depois mudou-se para Maputo, onde deu início aos seus

estudos universitários.

o Em 1983, publicou o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho, que

inclui poemas contra a propaganda marxista militante.

o Recebeu os seguintes prémios:

1995 - Prémio Nacionais de Ficção da Associação dos Escritores

Moçambicanos;

1999 - Prémio Vergílio Ferreira, pelo conjunto da sua obra;

2001 - Prémio Mário António, pelo livro O Último Voo do

Flamingo;

2007 - Prémio União Latina de Literaturas Românicas;

2007 - Prémio Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura, na

Jornada Nacional de Literatura;

2012 - Prémio Eduardo Lourenço 2011

Editora: Caminho

Local de Edição: Lisboa

Data de Edição: 1994

Data de Publicação: junho de 2003

Relatório de Leitura

Período de leitura: 20-10-15/21-11-15

Ficha de Leitura

Page 2: Ficha de leitura - Maria José

Apresentação Geral do Livro:

Mia Couto começa esta sua obra enquadrando-nos no contexto político-

social de Moçambique, expressando aquilo que achava que seria o seu país

e o estado de espírito do povo moçambicano após a Guerra da

Independência.

Mia Couto pintou um quadro na sua cabeça, de Moçambique, em cujos

destroços da guerra eram pesados e irreparáveis. Este quadro revelou-se-lhe

incorreto e bastante longe da realidade.

Apesar da situação, Mia Couto apercebeu-se que onde existe Homem,

existe a possibilidade de renovação e de sonhar. Possibilidade essa que se

encontra numa dimensão incorruptível pela violência.

A partir daqui dão-se início aos vinte seis contos que integram esta obra.

Vou falar de um dos contos que mais gostei.

O Perfume

Este conto fala de um casal – o Justino e a Glória.

Justino era muito ciumento e raramente deixava a sua esposa sair de

casa.

Um dia, este ofereceu um vestido à sua esposa como e convidou-a

para irem a um baile. Glória, surpresa como o presente e o convite, ficou

sem saber como reagir, mas lá se foi arranjar.

Já no seu quarto, Glória dá os últimos retoques antes de sair de casa,

pondo um perfume que seu marido lhe oferecera há muito tempo.

Desgostosa com a situação atirou o frasco do perfume pela janela, partindo-

o.

Quando se encontrou com o marido de novo, este encorajou-a a

maquilhar-se, o que a surpreendeu, uma vez que os seus comentários usuais

apontavam-lhe sempre ousadias.

Justino já tinha pedido a um vizinho para tomar conta dos filhos do

casal e, assim sendo, partiram para o baile.

No baile, um homem pediu para dançar com Glória, mas esta

recusou, pois queria dançar primeiro com o seu esposo (que nunca

dançara). No entanto, Justino insistiu que fosse dançar e que se divertisse.

Foi então que Glória que o seu marido se estava a despedir dela e a oferecê-

la ao mundo.

Page 3: Ficha de leitura - Maria José

Justino ausenta-se do baile. Glória ainda teve esperança de o

encontrar à sua espera no fim do baile, mas já não restavam vestígios do

seu marido.

Esta foi até casa a pé e, sem vontade de entrar em casa, pois sabia

que não ía encontrar seu esposo, adormeceu nos degraus da escada.

Quando acordou de manhã, teve a sensação de que Justino estava em

casa, mas estava enganada. Ao correr para dentro de casa, pisou os vidros

do perfume que partira na noite anterior.

Como diz o autor, foi assim que “Glória estreou o sangue de sua

felicidade”.

Relação título – obra

A obra e o título relacionam-se no sentido em que esta obra conta

estórias que remetem para um país que está a ser reconstruído pelas mãos

de um povo esperançoso, sonhador e, ao mesmo tempo, abençoado

(abensonhado resulta da junção das palavras ‘abençoado’ e ‘sonho’).

Transcrição de frases/ideias relevantes

“Deste território onde todo homem é igual, assim: fingindo que está,

sonhando que vai, inventando que volta.”

“A lágrima é água e só a água lava e só a água lava a tristeza.” –

página 46

“Quem me ler que desentorte as palavras. Alinhada só a morte.” –

página 159

Reação pessoal à obra

Eu gostei bastante da obra e aconselho a sua leitura.

Acho bastante interessante a forma como Mia Couto escreve e os

seus livros não se tornam cansativos de todo.

Nome: Maria José Santos

Número: 12; Turma: 12º ano