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EMEF Capistrano de Abreu EMEF Caucásica 2012 EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICA COORDENAÇÃO GERAL IMAGEM DA VIDA COORDENAÇÃO DE PROJETO REFLEXO ASSISTENTE DE PROJETO NATÁLIA NÉRIS ARTE-EDUCADORA SANDRA COSTA MACHADO CONSULTORIA REBECA ÁVILA EQUIPE DE APOIO MARIANA ROCHA OLIVEIRA, MAYRA BRITO DOS SANTOS ILUSTRAÇÃO DA CAPA DENISE PAIVA EXPOSIÇÃO VISUAL FOTOGRAFIA CARTILHA UNIQUA DESIGN PARTICIPANTES DAS OFICINAS – EMEF CAPISTRANO DE ABREU ALESSANDRA M. C. DE ALMEIDA ALICE LORENA SILVA ARAÚJO ALICIA MA- CHADO MACIEL AMANDA DE JESUS TORRES ANDRESSA DOS ANJOS BEATRIZ OLIVEIRA CHAVES BRUNO DE MOURA GOMES CAMILLA RIBEIRO ÉRIKA REIS DA SILVA EVELYN OLIVEIRA SANTOS FLÁVIA SOUZA DE OLIVEIRA INGRID SIL- VA DE JESUS ISABELA DE SÁ JONATAS ROBERTO FERREIRA DE JESUS MARLI OLIVEIRA DE ARAÚJO MATHEUS DA SILVA RODRIGUES MURILO DOS SANTOS GOMES RAFAELA DA SILVA ARAÚJO RAQUEL F. AUGUSTO DOS SANTOS RAQUEL SILVA TRINDADE OLIVEIRA RAYSSA REBECA BEZERRA DOS SANTOS REBECA INÁCIO DOS SANTOS THAGATA ANDRADE DA SILVA THAINA E. PAULINO COSTA THAYNÁ SOUZA SANTOS VITÓRIA A. COSTA WALISON SANTOS DA SILVA PARTICIPANTES DAS OFICINAS – EMEF CAUCÁSICA BIANCA XAVIER DE FREITAS CAMILA ELENA OLIVEIRA DE JESUS MON- TEIRO CARLOS EDUARDO OLIVEIRA DE JESUS MONTEIRO CAUÊ CARDOSO DE SÁ DANILO RODRIGUES DOS SANTOS ELLEN SILVA EVERTON HENRIQUE DOS SANTOS SILVA FERNANDA DOS SANTOS CARVALHO FLÁVIA SOBRAL PE- REIRA FRANCISCO XAVIER DE SOUSA PEREIRA GUILHERME LIMA GUSTAVO TORRES BARBOSA HONITON FERREIRA BANDEIRA JAQUELINE PEREIRA OLI- VEIRA JHONATAN GABRIEL S. RODRIGUES LETÍCIA SILVA MOREIRA LUAN MARTINS MENDONÇA DE SOUSA LUCAS OLIVEIRA MARTINS LUIZ HENRIQUE RENATO DIAS MASCARENHAS RENAN LAERCIO MEDINA DE SOUZA SAMAN- THA CORDEIRO DE ALMEIDA STEFANY LOPES TALIA DO NASCIMENTO FER- REIRA TALISON ALLAN S. SANTOS THAYLANE JATOBÁ OLIVEIRA THIAGO FA- RIAS OLIVEIRA VITÓRIA FERREIRA DA SILVA WILLIAM RODRIGUES NEVES PATROCÍNIO VIABILIZAÇÃO Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen- tar sua comunidade. Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen- tar sua comunidade. Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen- tar sua comunidade. Palestra e oficinas de fotografia, redação e desenho, realizadas entre fe- vereiro e abril de 2012. Tem várias profissões e gosta do que faz: professor, técnico em informática, faz softwares, é carpinteiro e nas horas vagas é pai. Quando era jovem pretendia entrar no ITA para cursar engenharia. Na infância brincava na rua, empinava pipa, jogava bolinha de gude,e tem ótimas lem- branças. Foi a melhor fase da vida dele. Sobre preconceito no Brasil ele disse que existe sim, principalmente o “enrusti- do” de brancos com negros e também de negros com brancos e entre os próprios. Falou que por ser negro já sofreu ra- cismo, principalmente na universidade. Sobre o projeto “Viver Diversidade” ele disse que é maravilhoso, e nos falou para levar a sério e tentar absorver o máximo, pois é um grande aprendizado, e dei- xou a mensagem: Se amem, sejam autênticos, estudem para ser pessoas melhores busquem seus sonhos”. Trabalha como auxiliar de limpeza, mas pensa em ser segurança. Fez mui- tos amigos no seu tempo de escola e tem boas lembranças das travessuras: cabulava aula com os colegas para jogar fliperama ou ia jogar bola. Não acha que existe racismo no Bra- sil, mas disse que o projeto que estamos fazendo é legal, importante para os alu- nos vivenciarem a experiência de entre- vistadores e um incentivo a pensar sobre a diversidade. Pensa no futuro fazer um curso de segurança, e deixou para os alunos a seguinte mensagem: Com os ensina- mentos desse pro- jeto, que os alunos tenham a aceitação da diversidade e respeitem todos os amigos afrodescen- dentes”. É cozinheira da escola e faz com amor o seu trabalho; no futuro, pensa ser ins- petora de aluno. Teve uma infância difícil, porque pre- cisou trabalhar desde os 7 anos em uma casa de família cuidando de crianças, onde ficou até os 16 anos. Tem boas lembranças do tempo de escola, onde teve a oportunidade de ter boas amizades. Acha que existe racismo no Brasil, e o projeto “Viver Diversidade” é importan- te porque permite discutir o racismo. O filho dela de sete anos foi ofendido ver- balmente por um vizinho adulto, e o seu marido teve que por fim a essa situação. Tem o sonho de ser inspetora de aluno, porque gosta de estar junto das crianças e adoles- centes, e considera fundamental o res- peito ao próximo, além de sempre ajudar as pessoas. É técnica de Enfermagem, e sempre quis trabalhar na área da saúde. Na in- fância a escola era a segunda casa, e os professores segun- dos pais. Acha que no Brasil existe um ra- cismo mascarado, movido a base dos interesses, mas pessoalmente não chegou a sofrer muito preconceito. Acha interessante e criativo o projeto “Viver Diversidade”. Seus sonhos para o futuro são ver a filha desfrutar de um mundo melhor. Um mundo igual antigamente, sem violência e sem preconceito. A sua mensagem foi: “O respeito é fundamental na vida. Respeitem os pro- fessores, os colegas, os pais, as mães, e principalmente a Direção da Escola”. É professora e tem prazer em ensinar, chegou a pensar em ser cabeleireira, mas tem amor por dar aulas. Quase não te- ve infância porque teve oito irmãos, e sendo a mais velha precisou ajudar a mãe, mas tem boas lembranças dessa época porque gos- tava de cuidar dos irmãos mais novos, e brincava com eles de professora. Disse que no Brasil o ra- cismo é grande, principalmente quando se procura um emprego, os afrodescen- dentes enfrentam preconceito no mundo do trabalho desde a contratação, até a ocupação de cargos. Teve uma péssima experiência quan- do procurou tratamento médico, não lhe deram o devido respeito e atenção. So- nha estar sempre se aperfeiçoando para continuar exercendo com dignidade a profissão de professora. Sua mensagem: Que as pessoas respeitem as outras”. Gosta muito e sempre quis ser pro- fessora, nunca pensou em exercer outra profissão. Tem as melhores lembranças da infância, bas- tante amigos na escola que mantém até hoje. Disse que existe racismo no Brasil, e já sofreu preconceito, foi uma experiência muito ruim. Aconteceu no Banco Itaú, quando ficou presa na porta e não a deixaram en- trar, e ela fez um Boletim de Ocorrência. Vivenciou racismo com a sua família, e já se sentiu discriminada quando buscou emprego no aeroporto e não foi aceita. Do “Viver Diversidade” ela falou que é muito legal, que levassemos bastante a sério. Seu sonho é poder viajar bastante, trabalhar, e cumprir seus objetivos. Deixou a mensagem: “Que o projeto não fique somente na escola e sim no dia a dia de vocês, carreguem essa mensa- gem a todo instante”. PAULO HENRIQUE GONÇALVES CARLOS AUGUSTO DE SOUZA MARIA AUXILIADORA BATISTA DE JESUS MARIANI APARECIDA DE JESUS SANTOS ANA ALICE OLIVEIRA DA SILVA ELIOENAI ALVES DA SILVA folder_diversidade.indd 1-6 4/23/12 1:34 PM

Folder do Projeto Viver Diversidade 2012 - EMEFs Caucásica e Capistrano de Abreu - OSCIP Imagem da Vida

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Este é o material produzido a partir do projeto Viver Diversidade, realizado no primeiro semestre de 2012 pela OSCIP Imagem da Vida em parceria com as EMEFs Capistrano de Abreu e Caucásica, na cidade de São Paulo. Para conhecer mais sobre o projeto, consulte http://www.imagemdavida.org.br

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Page 1: Folder do Projeto Viver Diversidade 2012 - EMEFs Caucásica e Capistrano de Abreu - OSCIP Imagem da Vida

EMEF Capistrano de AbreuEMEF Caucásica

2012

EMEF CAUCÁSICA EMEF CAUCÁSICAEMEF CAUCÁSICAEMEF CAUCÁSICACOORDENAÇÃO GERAL IMAGEM DA VIDA

COORDENAÇÃO DE PROJETO REFLEXO

ASSISTENTE DE PROJETO NATÁLIA NÉRIS

ARTE-EDUCADORA SANDRA COSTA MACHADO

CONSULTORIA REBECA ÁVILA

EQUIPE DE APOIO MARIANA ROCHA OLIVEIRA, MAYRA BRITO DOS SANTOS

ILUSTRAÇÃO DA CAPA DENISE PAIVA

EXPOSIÇÃO VISUAL FOTOGRAFIA

CARTILHA UNIQUA DESIGN

PARTICIPANTES DAS OFICINAS – EMEF CAPISTRANO DE ABREU

ALESSANDRA M. C. DE ALMEIDA ALICE LORENA SILVA ARAÚJO ALICIA MA-CHADO MACIEL AMANDA DE JESUS TORRES ANDRESSA DOS ANJOS BEATRIZ OLIVEIRA CHAVES BRUNO DE MOURA GOMES CAMILLA RIBEIRO ÉRIKA REIS DA SILVA EVELYN OLIVEIRA SANTOS FLÁVIA SOUZA DE OLIVEIRA INGRID SIL-VA DE JESUS ISABELA DE SÁ JONATAS ROBERTO FERREIRA DE JESUS MARLI OLIVEIRA DE ARAÚJO MATHEUS DA SILVA RODRIGUES MURILO DOS SANTOS GOMES RAFAELA DA SILVA ARAÚJO RAQUEL F. AUGUSTO DOS SANTOS RAQUEL SILVA TRINDADE OLIVEIRA RAYSSA REBECA BEZERRA DOS SANTOS REBECA INÁCIO DOS SANTOS THAGATA ANDRADE DA SILVA THAINA E. PAULINO COSTA THAYNÁ SOUZA SANTOS VITÓRIA A. COSTA WALISON SANTOS DA SILVA

PARTICIPANTES DAS OFICINAS – EMEF CAUCÁSICA

BIANCA XAVIER DE FREITAS CAMILA ELENA OLIVEIRA DE JESUS MON-TEIRO CARLOS EDUARDO OLIVEIRA DE JESUS MONTEIRO CAUÊ CARDOSO DE SÁ DANILO RODRIGUES DOS SANTOS ELLEN SILVA EVERTON HENRIQUE DOS SANTOS SILVA FERNANDA DOS SANTOS CARVALHO FLÁVIA SOBRAL PE-REIRA FRANCISCO XAVIER DE SOUSA PEREIRA GUILHERME LIMA GUSTAVO TORRES BARBOSA HONITON FERREIRA BANDEIRA JAQUELINE PEREIRA OLI-VEIRA JHONATAN GABRIEL S. RODRIGUES LETÍCIA SILVA MOREIRA LUAN MARTINS MENDONÇA DE SOUSA LUCAS OLIVEIRA MARTINS LUIZ HENRIQUE RENATO DIAS MASCARENHAS RENAN LAERCIO MEDINA DE SOUZA SAMAN-THA CORDEIRO DE ALMEIDA STEFANY LOPES TALIA DO NASCIMENTO FER-REIRA TALISON ALLAN S. SANTOS THAYLANE JATOBÁ OLIVEIRA THIAGO FA-RIAS OLIVEIRA VITÓRIA FERREIRA DA SILVA WILLIAM RODRIGUES NEVES

PATROCÍNIO VIABILIZAÇÃO

Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen-tar sua comunidade.

Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen-tar sua comunidade.

Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen-tar sua comunidade.

Palestra e oficinas de fotografia, redação e desenho, realizadas entre fe-vereiro e abril de 2012.

Tem várias profissões e gosta do que faz: professor, técnico em informática, faz softwares, é carpinteiro e nas horas vagas é pai. Quando era jovem pretendia entrar no ITA para cursar engenharia. Na infância brincava na rua, empinava pipa, jogava bolinha de gude,e tem ótimas lem-branças. Foi a melhor fase da vida dele.

Sobre preconceito no Brasil ele disse que existe sim, principalmente o “enrusti-do” de brancos com negros e também de negros com brancos e entre os próprios.

Falou que por ser negro já sofreu ra-

cismo, principalmente na universidade. Sobre o projeto “Viver Diversidade” ele disse que é maravilhoso, e nos falou para levar a sério e tentar absorver o máximo, pois é um grande aprendizado, e dei-xou a mensagem: “Se amem, sejam autênticos, estudem para ser pessoas melhores busquem seus sonhos”.

Trabalha como auxiliar de limpeza, mas pensa em ser segurança. Fez mui-tos amigos no seu tempo de escola e tem boas lembranças das travessuras: cabulava aula com os colegas para jogar fliperama ou ia jogar bola.

Não acha que existe racismo no Bra-sil, mas disse que o projeto que estamos fazendo é legal, importante para os alu-nos vivenciarem a experiência de entre-vistadores e um incentivo a pensar sobre a diversidade.

Pensa no futuro fazer um curso de segurança, e deixou para os alunos a seguinte mensagem: “Com os ensina-mentos desse pro-jeto, que os alunos tenham a aceitação da diversidade e respeitem todos os amigos afrodescen-dentes”.

É cozinheira da escola e faz com amor o seu trabalho; no futuro, pensa ser ins-petora de aluno.

Teve uma infância difícil, porque pre-cisou trabalhar desde os 7 anos em uma casa de família cuidando de crianças, onde ficou até os 16 anos.

Tem boas lembranças do tempo de escola, onde teve a oportunidade de ter boas amizades.

Acha que existe racismo no Brasil, e o projeto “Viver Diversidade” é importan-te porque permite discutir o racismo. O

filho dela de sete anos foi ofendido ver-balmente por um vizinho adulto, e o seu marido teve que por fim a essa situação.

Tem o sonho de ser inspetora de aluno, porque gosta de estar junto das crianças e adoles-centes, e considera fundamental o res-peito ao próximo, além de sempre ajudar as pessoas.

É técnica de Enfermagem, e sempre quis trabalhar na área da saúde. Na in-fância a escola era a segunda casa, e os

professores segun-dos pais.

Acha que no Brasil existe um ra-cismo mascarado, movido a base dos interesses, mas pessoalmente não chegou a sofrer muito preconceito.

Acha interessante e criativo o projeto “Viver Diversidade”.

Seus sonhos para o futuro são ver a filha desfrutar de um mundo melhor. Um mundo igual antigamente, sem violência e sem preconceito.

A sua mensagem foi: “O respeito é fundamental na vida. Respeitem os pro-fessores, os colegas, os pais, as mães, e principalmente a Direção da Escola”.

É professora e tem prazer em ensinar, chegou a pensar em ser cabeleireira, mas tem amor por dar aulas. Quase não te-

ve infância porque teve oito irmãos, e sendo a mais velha precisou ajudar a mãe, mas tem boas lembranças dessa época porque gos-tava de cuidar dos irmãos mais novos, e brincava com eles

de professora. Disse que no Brasil o ra-cismo é grande, principalmente quando se procura um emprego, os afrodescen-dentes enfrentam preconceito no mundo do trabalho desde a contratação, até a ocupação de cargos.

Teve uma péssima experiência quan-do procurou tratamento médico, não lhe deram o devido respeito e atenção. So-nha estar sempre se aperfeiçoando para continuar exercendo com dignidade a profissão de professora. Sua mensagem: “Que as pessoas respeitem as outras”.

Gosta muito e sempre quis ser pro-fessora, nunca pensou em exercer outra profissão. Tem as melhores lembranças

da infância, bas-tante amigos na escola que mantém até hoje. Disse que existe racismo no Brasil, e já sofreu preconceito, foi uma experiência muito ruim. Aconteceu no Banco Itaú, quando

ficou presa na porta e não a deixaram en-trar, e ela fez um Boletim de Ocorrência. Vivenciou racismo com a sua família, e já se sentiu discriminada quando buscou emprego no aeroporto e não foi aceita.

Do “Viver Diversidade” ela falou que é muito legal, que levassemos bastante a sério. Seu sonho é poder viajar bastante, trabalhar, e cumprir seus objetivos.

Deixou a mensagem: “Que o projeto não fique somente na escola e sim no dia a dia de vocês, carreguem essa mensa-gem a todo instante”.

PAULO HENRIQUE GONÇALVES CARLOS AUGUSTO DE SOUZAMARIA AUXILIADORA BATISTA DE JESUS

MARIANI APARECIDA DE JESUS SANTOS ANA ALICE OLIVEIRA DA SILVAELIOENAI ALVES DA SILVA

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Page 2: Folder do Projeto Viver Diversidade 2012 - EMEFs Caucásica e Capistrano de Abreu - OSCIP Imagem da Vida

O projeto Viver Diversidade parte da rica experiência adquirida pela OSCIP Imagem da Vida durante nove anos de realização do projeto Olhares Cru-zados, e consiste em realizar palestras, oficinas e exposições em escolas públicas de São Paulo, tendo como objetivo discutir a origem dos precon-ceitos e da discriminação contra diversos grupos: os negros, as mulheres, os indígenas, os idosos, os homossexuais e os deficientes físicos.

No primeiro semestre de 2011, com recursos próprios, a Imagem da Vida desenvolveu esta iniciativa na EMEF Astrogildo Arruda e na Fundação CRES-CER e, graças ao apoio de um edital da Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (CONE) – Secretaria de Participação e Parceria da Pre-feitura de São Paulo, conseguimos viabilizá-lo em 2012 na EMEF Capistra-no de Abreu e na EMEF Caucásica.

Essas quatro primeiras edições abordaram a temática do negro, e foi voltada para a valorização da contribuição dos povos africanos na formação da iden-tidade brasileira, cujo ensino tornou-se obrigatório nos currículos escolares do Brasil, pelo dispositivo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, art.1º, alterado pela Lei 10.639/2003.

O Viver Diversidade tem como objetivo contribuir para uma cultura de con-vivência dentro da diversidade na escola, de forma a promover os direitos humanos, a partir do exercício da tolerância e do reconhecimento da alterida-de. Por meio de uma rede de comunicação, busca-se fomentar a igualdade e a compreensão dos direitos de grupos vítimas de preconceito, bem como a equidade étnica, cultural, de gênero e orientação sexual, formando agentes multiplicadores, e estimulando a troca de conhecimento e experiências, para que assim haja um empoderamento dos jovens no combate ao preconceito.

Trabalhando tais questões de forma lúdica com adolescentes e crianças, afastando estigmatizações e preconceitos, visamos contribuir para a nota-

bilização da temática dos direitos humanos, a promoção da cidadania e a convivência saudável na escola dentro da perspectiva da diversidade.

Tendo em vista que é justamente no período da infância e da adolescência que o indivíduo está formando seus valores por meio dos processos de so-cialização, vemos como fundamental trabalhar questões como essas, bus-cando atingir todos os estudantes envolvidos, e em especial alunas e alunos da rede pública de ensino de São Paulo.

Em um estudo realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, em parceria com o Ministério da Educação e com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais no ano de 2009, demonstra que o pre-conceito no âmbito escolar alcança números alarmantes. A pesquisa analisou o distanciamento social entre os atores escolares e os diversos grupos so-ciais pesquisados, a distância em relação a pessoas homossexuais foi a que apresentou o maior valor para o índice percentual de distância social, com 72%, seguido da distância em relação a pessoas portadoras de deficiência mental (70,9%), portadores de deficiência física (61,8%), índios (61,6%), e negros (55%). Quanto às analises referentes ao chamado bullying, tem como principais vítimas os alunos, especialmente negros, pobres e homossexuais, com médias de 19%, 18% e 17% respectivamente para o índice percentual de conhecimento de situações de bullying nas escolas entre os diversos públicos pesquisados.

O projeto Viver Diversidade foi pensado tendo em vista esse cenário, e visa contribuir para a promoção de uma cultura de paz, por meio da ampliação de horizontes culturais e do despertar da visão crítica das crianças e adolescen-tes para o respeito às diversidades.

Dirce Carrion Presidente da OSCIP Imagem da Vida

EMEF CAPISTRANO DE ABREU EMEF CAPISTRANO DE ABREU

Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen-tar sua comunidade.

Rosa tem 81 anos, nasceu em Minas Gerais e veio para São Paulo em 1952. Faz um ano que é evangélica. Estudou até a segunda série, mas gostaria de ter estudado muito mais. Como os pais dela eram comerciantes, precisou largar os estudos muito cedo para ajudá-los. O pai dela era branco e a mãe era negra, e ela era a mais negra da família. Ela tem 6 filhos, 3 adotados e 3 biológicos. O maior sonho dela era trabalhar em hospital.

Apesar de não sofrer preconceito, acha o Brasil um país muito preconcei-

tuoso e diz que isso é muito ruim porque o ser humano não deve ser julgado por causa de sua cor de pele.

Palavras dela: “Sou uma pessoa boa e não tenho preconceito algum, sou determinada em tudo o que faço e meus netos e filhos me respeitam mui-to mesmo sem eu querer dominá-los”.

Paulistana, tem 51 anos, e é chamada Digina Kaiaiojare na religião Umbanda; é professora, desenhista, contadora de

histórias afro e aju-dante de enferma-gem. É formada em pedagogia e come-çou a trabalhar com 16 anos, dando au-las particulares. A mãe mora em São José do Rio Preto e o pai no Rio de

Janeiro. Mora em SP desde 1989, antes morava em Ermelino Matarazzo. Tem 4 filhas biológicas e 23 filhos na religião.

Da escola lembra que tinha que fazer várias provas antes de ir para a 5ª série. E que sempre repetia, mas que ensinou matemática pra uma menina e foi muito legal, muita gente lhe falou: “Você vai ser professora ainda!” E assim foi feito.

“Já sofri muito preconceito. A primeira vez por ser mulher, e por ser uma das pri-meiras mulheres negras a ser diretora de escola particular”.

ROSA RODRIGUES LIMA

ESTELA MAR

EMEF CAPISTRANO DE ABREU

Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen-tar sua comunidade.

Paulistana, tem um casal de filhos. A mãe nasceu em Minas Gerais e o pai na Bahia. Mora em São Paulo há 45 anos e tem o ensino médio completo. Estu-dou na EMEF Capistrano de Abreu, e gostou muito, tem boas lembranças. Já foi precnceituosa, e quando criança não queria casar com um homem negro, para que seus filhos não sofresssem o que ela sofreu pelo tipo de cabelo e cor.

Há 2 anos trabalha no ferro-velho, mas ela sonhava em ser professora. Ela se arrepende de não ter sido professo-

ra na época certa. Também dá aula de reforço em casa, e foi balconista e cos-tureira. Quando criança, na escola in-ventavam apelidos bobos em relação ao tipo e ao tom de pele dela e ela não sabia como se de-fender, mas acha que as pessoas devem se valorizar e não ligar para isso.

É afrodescendente, sempre morou no bairro, o pai é de Alagoas e a mãe de São Paulo. Completou o ensino supe-

rior e é professor, mas já foi eletricis-ta e office-boy. Não pensava em ser professor, até mes-mo pela condição social, mas sonha-va em ter uma pro-fissão.

Tem dois filhos. Acha que o preconceito no Brasil é

uma coisa natural, mas já fez interven-ções, pois na profissão de docente tem que tomar uma atitude visando a cons-cientização, que é oral e fica na conver-sa, mas já houve casos de precisar agir, porque tinha um menino que tinha uma sexualidade diferente e haviam meninos que queriam agredi-lo e ele foi obrigado a reagir fisicamente.

REGINA APARECIDA DA CRUZ

EDUARDO GALVINO E SILVA

EMEF CAPISTRANO DE ABREU

Personagens selecionados pelas crianças e adolescentes para represen-tar sua comunidade.

Nasceu em São Paulo, os pais são nordestinos e analfabetos. Mora no bairro há 30 anos e tem 3 filhos. Com-pletou o colégio e tem boas lembranças da escola, principalmente dos amigos.

Tem 51 anos e é músico desde os 18. Faz artesanato, reforma violões, já gravou dois CDs: um com a filha Dhé-bora Medrado, e um outro solo, para uma igreja evangélica. Faz shows com a banda Versátil. Chegou a abrir uma lojinha para dar aulas de música e ven-der instrumentos, mas a loja foi rouba-

da e por isso ele a fechou. Já sofreu discriminação, e por causa disso até perdeu oportunidades de trabalho por ser negro. Não tem nenhum tipo de preconceito, e não tem vergonha de ser negro, ao con-trário, tem muito orgulho, por que quer que as pes-soas olhem para ele como ele é...

DJALMA MEDRADO

Palestra e oficinas de fotografia, redação e desenho, realizadas entre fevereiro e abril de 2012.

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