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bbmmm FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E SOCIOLÓGICOS DA ARTE AVALIAÇÃO FINAL DA DISCIPLINA JUNTO AO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTE Trabalho composto por três textos que discorrem as várias conceituações que a Arte tem vivenviado ao longo do tempo histórico. Retrata ainda a origem de várias concepções artísticas e também as leituras que o fazer arte assume nos dias atuais. 200 8 Henrique Gomes de Lima 18/3/2008

Fund. filosóficos e sociológicos da arte nota 10,0

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Trabalho composto por três textos que discorrem as várias conceituações que a Arte tem vivenviado ao longo do tempo histórico. Retrata ainda a origem de várias concepções artísticas e também as leituras que o fazer arte assume nos dias atuais.

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FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E SOCIOLÓGICOS DA ARTEAVALIAÇÃO FINAL DA DISCIPLINA JUNTO AO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTETrabalho composto por três textos que discorrem as várias conceituações que a Arte tem vivenviado ao longo do tempo histórico. Retrata ainda a origem de várias concepções artísticas e também as leituras que o fazer arte assume nos dias atuais.

2008

Henrique Gomes de Lima

18/3/2008

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HENRIQUE GOMES DE LIMA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁCENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM METODOLOGIA DO ENSINO DE ARTEDISCIPLINA: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E SOCIOLÓGICOS DA ARTE

PROFESSOR: Dr. DILMAR S. MIRANDAALUNO: HENRIQUE GOMES DE LIMA

AVALIAÇÃO FINAL DA DISCIPLINA

QUESTÕES PROPOSTAS PARA DISCUSSÃO

1. Durante todo o curso deparamo-nos com vários conceitos a respeito da arte. Discorra sobre esta questão, desenvolvendo sua própria concepção.

2. São várias as hipóteses que apontam e sugerem as origens das artes. Analise-as.

3. Destaque e analise os cânone(s) relevante(s) das diferentes doutrinas de cada momento da história da arte ocidental.

4. Em vários momentos do curso, refletimos sobre o processo de efetivação da obra de arte na sociabilidade. Qual sua opinião sobre este tema?

5. A arte ocidental sempre tendeu ao processo de autonomização. Analise os tipos de autonomia que ela buscou.

6. Qual a diferença entre o conceito de belo-em-si e o ideal de belo, e quando, na história do pensamento estético ocidental, se processou tal distinção?

7. Em que o movimento artístico-cultural Renascimento tem, paradoxalmente, de retomada e/ou ruptura com a tradição clássica grega.

8. O que é arte hoje?

Questão alternativa - Desenvolva a seguinte proposta de trabalho do seguimento Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da Arte:

Considerando todo o teor visto e analisado durante o curso e os debates em sala de aula, a bibliografia indicada, os diversos vídeos apresentados, o filme exibido (Agonia e Êxtase) bem como trechos de outros filmes, problematize uma questão e desenvolva-a.

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QUESTÃO 01.

CONCEITUANDO ARTE

A Arte é a expressão do belo. Esta definição, comum até há algumas

décadas, conduz a outra questão: O que é belo? Aí, a resposta se torna bem mais

complicada. O que é motivo de escárnio para uns, transforma-se em emoção para

outros. Arte é contradição. O artista interpreta o mundo em que vive e não pode

estar alheio às mudanças da própria sociedade. Caminha com elas e até adiante

delas, provocando escândalo e  reações iradas dos mais conservadores. O artista

não busca a unanimidade; não é um copista, é um desbravador: busca o diferente

onde todo mundo só vê o igual.

Estudiosos da questão afirmam que e vivência em arte requer um saber

historicamente construído, um fazer consciente e um sentir subjetivo. Cabe

portanto, aos indivíduos buscar tais experiências, perceber e sentir o que se

convencionou chamar de experiência estética. Diante disso, o expectador tem que

perceber que o artista é, acima de tudo, um inconformado. Não segue a corrente,

mas luta contra ela. É um visionário, que almeja dar à sociedade onde vive um

enfoque que nem ela consegue, ainda ver. E é por isso que os movimentos, via de

regra, sofrem forte oposição em seu início, para serem compreendidos bem mais

tarde, quando a idealização artística passa a ser assimilada. Compreender as

manifestações artísticas é a nosso ver um dos caminhos para a construção do

conceito de Arte.

A enciclopédia Encarta (edição em inglês) define, a seu modo, o que é arte:

"Arte é uma atividade regular e disciplinada, que pode estar limitada à habilidade,

como pode também se expandir, criando uma visão distinta e peculiar do mundo. A

palavra arte é derivada do latim ars, significando habilidade. A arte é, pois, a

habilidade de desenvolver um conjunto de ações especializadas, desde a

jardinagem ao jogo de xadrez. Entretanto, dentro de um entendimento mais

específico, arte envolve não apenas habilidade mas sobretudo imaginação, seja na

música, na literatura, na apresentação visual ou na interpretação."

Com o passar do tempo histórico e de suas impressões materiais e

imateriais no espaço geográfico, percebe-se que nos tempos atuais há uma

tendência de levar em consideração a esperiência estética do apreciador e

chegamos a uma conclusão de que arte é a interpretação peculiar de alguém,

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diante dos acontecimentos passados, ou diante do comportamento social hoje e de

seus supostos desdobramentos futuros, que anunciam modificações significativas

no mundo todo ou em regiões específicas,  despercebidas, por ora, ao cidadão

comum, mas que são captadas e materializadas na pauta de um compositor, na

pena de um poeta, nos pincéis de um pintor, no cinzel de um escultor ou ainda na

expressividade de um ator. 

Se tal não acontecer, então não estamos mais diante de uma manifestação

artística, mas de artesanato, também uma expressão do belo mas sem a

mensagem profunda que só o artista verdadeiro consegue transmitir. Mas se, por

um lado, o artista é único e insubstituível na interpretação do seu universo, por

outro, ele é em muito o produto da sociedade em que vive. É a sociedade que lhe

proporciona conhecimento, visão de conjunto e toda uma infra-estrutura que lhe

permite expressar seus sentimentos. É ela, a sociedade, que chancela sua criação,

aprovando ou reprovando, mas sempre reagindo, de alguma forma, frente à obra

criada.

     Então, arte implica na interação contínua e constante entre o artista e a

sociedade. Não importa qual a reação do público, se positiva ou negativa, o que

importa é que o artista conseguiu "incomodar", provocando um retorno diante de

seu trabalho. O inconformismo do artista diante do mundo, traduzido em sua obra,

só é válido na medida em que desperta sentimentos em quem contempla o

trabalho. A apatia é a inimiga número um da arte.

Nossa reflexão enquanto profissionais da educação e que vivemos o dia-a-

dia das relações concretas com estudantes vem no sentido de nos colocarmos

como provocadores dessa discussão. Fornecer os elementos subjetivos e práticos

para que nossos educandos possam vivenciar experiencias estéticas de forma

consciente e assim ter a oprtunidade de criar sua conceituação. Claro que antes se

faz necessário que o educador também tenha passado por esse processo de

sedimentação para que seu labor se torne significante e verdadeiro.

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QUESTÃO 02.

HISTORIANDO A ARTE

Conforme afirmamos no texto anterior a Arte é normalmente é entendida

como a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética (beleza,

equilíbrio, harmonia, revolta) por parte do ser humano, feita com a intenção de

estimular os sentidos, bem como transmitir emoções e/ou idéias. A definição de

arte, no entanto, é fruto de um processo sócio-cultural e depende do momento

histórico em questão, variando bastante ao longo do tempo.

Originalmente, a arte poderia ser entendida como o produto ou processo

em que o conhecimento é usado para realizar determinadas habilidades. Esse é o

sentido usado em termos como "artes marciais". Este era o sentido que os gregos,

na época clássica (séc. V a.C.), entendiam a arte: não existia a palavra arte no

sentido que empregamos hoje, e sim "tekné", da qual originou-se a palavra

"técnica" nas línguas neo-latinas. Para eles, havia a arte, ou técnica, de se fazer

esculturas, pinturas, sapatos ou navios. No sentido moderno, também podemos

incluir o termo arte como a atividade artística ou o produto da atividade artística.

Tradicionalmente, o termo arte foi utilizado para se referir a qualquer perícia ou

maestria, um conceito que terminou durante o período romântico, quando arte

passou a ser visto como "uma faculdade especial da mente humana para ser

classificada no meio da religião e da ciência".

A arte existe desde que há indícios do ser humano na Terra. Mesmo

sabendo que nesse período, ainda não houvesse o despertar da fruição. Ao longo

do tempo, a função da arte tem sido vista como um meio de espelhar nosso mundo

(naturalismo), para decorar o dia-a-dia e para explicar e descrever a história e os

diversos eus que existem dentro de um só ser (como pode ser visto na literatura), e

para ajudar a explorar o mundo e o próprio homem.

Percebe-se portanto que o processo artístico, contribuiu de forma

expressiva para o caminho civilizatório dos diversos grupos humanos em todos os

cantos do planeta. Entedemos aqui “ processo civilizatório” como a construção de

identidades e de consciência.

Os historiadores de arte buscam determinar os períodos que empregam

certo estilo estético, denominando-os por 'movimentos artísticos'. A arte registra as

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idéias e os ideais das culturas e etnias, sendo assim, importante para a

compreensão da história do Homem e do mundo.

Formas artísticas podem extrapolar a realidade, exagerar coisas aceitas ou

simplesmente criar novas formas de se perceber a realidade. Em algumas

sociedades, as pessoas consideram que a arte pertence à pessoa que a criou.

Geralmente consideram que o artista usou o seu talento intrínseco na sua criação.

Essa visão (geralmente da maior parte da cultura ocidental) reza que um trabalho

artístico é propriedade do artista. Outra maneira de se pensar sobre talento é como

se fosse um dom individual do artista. Os povos judeus, cristãos e muçulmanos

possuem esta visão sobre a arte.

Outras sociedades consideram que o trabalho artístico pertence à

comunidade. O pensamento é levado de acordo com a convicção de que a

comunidade deu ao artista o capital social para o seu trabalho. Nessa visão, a

sociedade é um coletivo que produz a arte através do artista, que apesar de não

possuir a propriedade da arte, é visto com importância para sua concepção.

Existem contradições quanto à honra ou ao gosto pela arte, indicando assim o tipo

de moral que a sociedade exerce.

Analisar as origens das Artes torna-se muito delicado, uma vez que cada

grupo de estudiosos procura associá-las a determinados parâmetros temporais e

interpretativos. Julgamos procedente utilizar métodos ou proposições de acordo

com o enfoque espacial que se quer dá.

O método formalista mais antigo, entende que a obra de arte se dá pelas

formas e sua compreensão também. O método histórico entende que a obra de

arte é um fato histórico, portanto reflexo e ação em um determinado contexto

histórico. O 'método sociológico entende a obra de acordo com o estudo da

sociedade a qual ela pertence. O método iconográfico entende a obra pelos ícones

e símbolos que ela carrega.

Se formos analisar a arte ao longo da história, podemos começar pela Arte

da Pré-História, que é o período onde se mostram as primeiras demonstrações de

arte que se tem notícia na história humana. Retratavam animais, pessoas, e até

sinais. Havia cenas de caçadas, de espécies extintas, e em diferentes regiões.

Apesar do desenvolvimentos primitivo, podem-se distinguir diferentes estilos, como

pontilhado (o contorno das figuras formado por pontos espaçados) ou de contorno

contínuo (com uma linha contínua marcando o contorno das figuras). Apesar de

serem vistas como mal-feitas e não-civilizadas, as figuras podem ser consideradas

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um exemplo de sofisticação e inovação para os recursos na época. Não existem

muitos exemplos de arte-rupestre preservada, mas com certeza o mais famoso

deles é o das cavernas de Lascaux, na França.

Se dermos um grande salto no tempo, chegaremos à Arte do Antigo Egito,

o palco para uma das mais interessantes descobertas do ser humano. A arte

egípcia, à semelhança da arte grega, apreciava muito as cores. As estátuas, o

interior do templos e dos túmulos eram profusamente coloridos. Porém, a

passagem do tempo fez com que se perdessem as cores originais que cobriam as

superfícies dos objetos e das estruturas.

Os criadores do legado egípcio chegam aos nossos dias anônimos, sendo

que só em poucos casos se conhece efetivamente o nome do artista.

As grandes tradições na arte têm um fundamento na arte de uma das

grandes civilizações antigas: Antigo Egito, Mesopotâmia, Pérsia, Índia, China,

Grécia Antiga, Roma, ou Arábia (antigo Iêmen e Omã). Cada um destes centros de

início civilização desenvolveu um estilo único e característico de fazer arte. Dada a

dimensão e duração dessas civilizações, suas obras de arte têm sobrevivido e

pode ainda influênciar e ser foi transmitida a outras culturas e tempos mais tarde.

Outro grande salto no tempo, nos leva a europa ocidental. Lá vemos surgir

a arte gótica, já na Arte pré-românica. Os monumentos construídos nessa época

marcaram todo um modo especial de criar arquitetura e desenvolveu métodos

preciosos e estilos definidos como sombrios e macabros. A Arte Bizantina e a

gótica da Idade Média ocidental, mostraram uma arte que centrou-se na expressão

das verdades bíblicas e não na materialidade. Além disto, enfatizou métodos que

mostram a glória em mundos celestes, utiliando o uso de ouro em pinturas, ou

mosaicos.

A Renascença ocidental deu um retorno à valorização do mundo material,

bem como o local de seres humanos, e mesmo essa mudança paradigmática é

refletida nessa arte, o que mostra a corporalidade do corpo humano, bem como a

realidade tridimensional da paisagem. O que se classificou como da Arte Moderna

surge desde a Grécia Antiga até meados do século XIX, todas as correntes de

pensamentos artístico e filosófico trouxeram questões novas acima de seu estilo

antecessor, de maneira formal em todos os casos, isto é, o debate sobre a Arte não

tocava o conteúdo da representação, o que ela queria dizer, mas sim a maneira

como se apresentava e os novos cânones a serem seguidos (cânones são mestres

do ofício, como Leonardo Da Vince, por exemplo). Em todas as correntes manteve-

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se um vínculo com o status-quo, ou seja, a Arte sempre era tratada como um

deleite de uma pequena elite econômica dominante, seja a nobreza ou o alto clero.

Mudava-se a forma da Arte, mas mantinha-se seu vínculo com o poder.

Os ocidentais do Iluminismo no século XVIII faziam representações

artísticas de modo físico e racional sobre o Universo, bem como visões de um

mundo pós-monarquista. Isto reforçou a atenção ao lado emocional e à

individualidade dos seres. O século XIX, em seguida, viu uma série de movimentos

artísticos, tais como arte acadêmica, simbolismo, impressionismo, entre outros.

O aumento de interação global durante este tempo fez uma grande influência de

outras culturas na arte ocidental. Do mesmo modo, o Ocidente tem tido enorme

impacto sobre arte oriental no século XIX e no século XX, com idéias ocidentais

originalmente como comunismo e Pós-Modernismo exercendo forte influência

sobre estilos artísticos.

O Modernismo baseou-se na idéia de que as formas "tradicionais" das

artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-

se ultrapassados, e que fazia-se fundamental deixá-los de lado e criar no lugar uma

nova cultura. Esta constatação apoiou a idéia de re-examinar cada aspecto da

existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as

"marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se

chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que as

novas realidades do século XX eram permanentes e iminentes, e que as pessoas

deveriam se adaptar as suas visões-de-mundo a fim de aceitar que o que era novo

era também bom e belo. No modernismo, surgiu vários estilos, os mais destacados

são Expressionismo, Simbolismo, Impressionismo, Realismo, Naturalismo,

Cubismo e Futurismo, embora tenham sido desenvolvidos diversos outros.

Atualmente, na Arte Contemporânea (surgida na segunda metade do século XX e

que se alonga até os dias atuais), encontramos, entre outros estilos secundários,

como a Pop Art. A pop art é completamente caracterizada como algo de humor e

muito diferente da arte antiga, pois retrata, de maneira irônica, o que utilizamos nos

dias de hoje, só que com outros tamanhos, ambientes e formas.

Trabalhar portanto, com as origens da Arte, requer a análise dos espaços e

dos tempos históricos. O apanhado que ora fizemos mostra apenas um corte, um

lado “ conhecido” do mundo, cabe então a cada um de nós investigar outras

realidades durante muito tempo escondidas e que com certeza possuem sua

própria história e sua própria magnitude.

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QUESTÃO 08.

CONCEITUANDO ARTE HOJE.

Pois é... O que é arte? Esta frase sempre nos acompanha. Uma peça de

arte pode ser linda pra alguém e ser um horror para um outro. Observar o

performático artista panamenho (Exposição MAC;Dragão do Mar-2007) fotografado

como um morto nas rochas da praia de Iracema ou lambedo um prato sujo, como

um cacchorro abandonado, pode ser instigador e questionador da realidade urbana

ou um exemplo de banalização da vida.

Penso que quando é arte pura, não “enrolação”, quando o artista é dotado

de dom, de excelente técnica, de bom gosto e de espírito crítico sempre algo de

bom estará a caminho. Jamais será um horror.

A Arte é um caminho para comunicar a emoção. A arte pode despertar

sentimentos morais ou estéticos, e pode ser entendida como uma forma de

comunicar esses sentimentos. Artistas expressam algo seu público e esse público

é despertado, em certa medida, mas eles não têm de fazê-lo conscientemente. Arte

explora aquilo que é vulgarmente designado como a condição humana que é

essencialmente o que é ser humano. Frequentemente traz qualquer nova visão

relativa à condição humana individualmente ou em massa, o que não é

necessariamente sempre positiva, ou necessariamente amplia os limites de

capacidade humana. O grau de habilidade que o artista tem, irá afetar a sua

capacidade de desencadear uma reação emocional e, assim, proporcionar novos

conhecimentos, a capacidade de manipulá-las à vontade, mostra habilidade e

determinação.

A Arte tende a facilitar a compreensão intuitiva, em vez de racional, e

normalmente é, conscientemente, criada com esta intenção. As obras de arte são

imperceptíveis, escapam de classificação, porque elas podem ser apreciadas por

mais de uma interpretação. Tradicionalmente, os maiores sucessos artísticos

demonstram um alto nível de capacidade ou fluência dentro de outras obras, por

isso se destacam. A arte pode utilizar a imagem para comover, emocionar,

conscientizar; ou palavras profundas para se apaixonar por um certo poema ou

livro. Basicamente, a arte é um ato de expressar nossos sentimentos, pensamentos

e observações. Existe um entendimento de que é alcançado com o material, como

resultado do tratamento, o que facilita o seu processo de entendimento.

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A opinião comum diz que para se fazer uma arte que tenha como resultado

uma obra de qualidade, é preciso uma especialização do artista, para ele alcançar

um nível de conhecimento sobre a demonstração da capacidade técnica ou de uma

originalidade na abordagem estilística.

As críticas quanto à algumas obras, deve-se muitas vezes, segundo o

crítico, à falta de habilidade ou capacidade necessária para a produção do objeto

artístico. Habilidade e capacidade necessária para a produção do tal objeto são

dois itens completamente importantes. No entanto, é importante definir que nem

toda obra de arte vale através da arte. A montagem dos materiais de uma obra

requer técnica e criatividade e também conhecimento. Um exemplo é um

dramaturgo ter em mente que o material que usará para criar sua peça de teatro

será a palavra e um aprofundamento sobre as personagens, o enredo e etc. Depois

disto, basta usar toda sua criatividade e conhecimento para ir moldando o texto da

peça.

É importante então que se analise as conceituações e definições a partir de

alguns referenciais. Há quem defenda que definir um conceito é dizer em que

consiste e caso não saibamos defini-lo dessa maneira também não estamos em

condições de o utilizar adequadamente. Defender isto é o mesmo que dizer que há

apenas uma forma de definir conceitos, o que não é o caso. Ao contrário do que é

vulgar pensar-se, não existe apenas um tipo de definições. Sabemos utilizar

perfeitamente o conceito «azul» sem que, no entanto, o possamos definir dessa

maneira. Não o saber definir dessa maneira não é o mesmo que o não poder

definir. Para compreendermos isso é preciso distinguir dois tipos de definições:

definições explícitas e definições implícitas.

Para fundamentar mais ainda tal discussão nos remetemos ao conceito de

estética. E o que viria a ser estética? O ramo da filosofia a que se dá o nome de

estética inclui um conjunto de conceitos e de problemas tão variado que, aos olhos

daquele que se inicia no seu estudo, pode parecer uma matéria demasiado

dispersa e inacessível. Essa primeira impressão é compreensível, mas

ultrapassável. Uma maneira de desfazer tal impressão é começar por esclarecer

que a estética é a disciplina filosófica que se ocupa dos problemas, teorias e

argumentos acerca da arte. A estética é, portanto, o mesmo que filosofia da arte.

Mas há um problema com esta forma de apresentar a estética: o termo estética não

tem sido sempre utilizado nesse sentido. E isso não ocorre apenas em relação ao

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uso comum da palavra estética; ocorre também no interior da própria tradição

filosófica.

Na tentativa de desfazer essa dificuldade, a estética é muitas vezes

apresentada como a disciplina filosófica que se ocupa dos problemas e dos

conceitos que utilizamos quando nos referimos a objetos estéticos. Só que isso

pouco adianta se não soubermos antes o que se entende por objetos estéticos.

Podemos, contudo, acrescentar que os objetos estéticos são os objetos que

provocam em nós uma experiência estética. Mas, uma vez mais, ficamos

insatisfeitos, pois teremos agora de saber o que é uma experiência estética. Resta-

nos insistir e perguntar: - O que é uma experiência estética? Uma resposta

possível, mas sem ser circular ― sem voltar ao princípio e afirmar que uma

experiência estética é o que resulta da contemplação de objetos estéticos ―, é

apresentar alguns exemplos daquilo que consideramos ser juízos estéticos, isto é,

juízos acerca de objetos estéticos e que, portanto, exprimem experiências

estéticas.

A estética é fundamental numa obra de arte. Vemos como exemplo a

arquitetura com seus edifícios majestosos, grandes, esbeltos, o que faz com que as

pessoas admirem. Assim é também com um bom conto, em questão de literatura, e

com uma boa pintura. Como já foi falado, o material usado é o que irá mostrar a

beleza da arte. É importante ter um estudo mais profundo sobre a estética.

Conseguimos isso separando quais conceitos formam a estética, a começar pela

beleza. A beleza é uma percepção individual caracterizada normalmente pelo que é

agradável aos sentidos. Esta percepção depende do contexto e do universo

cognitivo do indivíduo que a observa. O belo depende muito da sociedade e de

suas crenças. Um exemplo disto é o quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral. Para

ela, a figura do quadro era um monstro e para a maioria das pessoas. Mas por

quê? Será que por que não corresponde ao padrão de beleza da nossa sociedade?

Na época de Leonardo da Vinci, as mulheres eram tidas bonitas quando eram

rechonchudas. Exemplo disto é a Mona Lisa.

Outro aspecto da estética é o equilíbrio. O equilibrio se encontra quando

todos os elementos que compõe a imagem estão organizados de tal forma que

nada é enfatizado, todos passando uma sensação de equilíbrio visual. O equilibrio

é mais utilizado nas pinturas. O que influencia o equilibrio são as cores, as

imagens, as superfícies, os tamanhos e as posições dos itens presentes na pintura,

ou numa outra arte plástica.

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Muitos são os elementos usados atualmente para não somente entender,

mas também buscar uma conceituação. A harmonia por exemplo, é relacionada à

beleza, à proporção e também à ordem. Um exemplo, é a música: todos os ritmos

precisam estar bem delineados, bem ordenados para que haja uma harmonia, uma

beleza no som. Quanto ao design, podemos definir harmonia como efeito da

composição de formas, não de maneira aleatória, mas de modo que contornos e

enchimentos sejam bem definidos, variando segundo um grau de importância pré-

estabelecido e se relacionando ao esquema geral da organização do objeto. Este

objeto pode ser um quadro, um site, enfim, qualquer entidade que esteja sendo

composta por partes (engrenagens) menores.

Na escultura e na arquitetura, a forma também é uma das coisas mais

importantes. Nas esculturas de Michelangelo, ou nas de Rodin, como, por exemplo,

Davi, notamos que é um ser ali esculpido e este ser possui um corpo. Portanto, a

forma do corpo precisa ser bem definida, bem adquirida para que se assemelhe a

um corpo humano. No entanto, se o escultor for esculpir um monstro, como

exemplo, é preciso haver a mesma coisa, embora ele tenha em mente um corpo

totalmente diferente do comum. O que define uma obra como estéticamente bonita

e importante, além dos recursos que fora usado nela e de suas técnicas, é também

seu valor.

Uma outra característica da arte é o valor. Esta vem depois de sua

realização pelo artista. É quando já está exposta ao público. Aqui, não é discutido

especialmente a estética, e sim o valor relacionado a importância da obra, segundo

a maioria. Podemos exemplificar esse raciocinio com a seguinte pergunta: por qual

motivo o quadro Mona Lisa tem um grande valor? Ou até mesmo: por que as obras

de Shakespeare são tão famosas e tidas como as melhores do mundo? E até: por

que várias músicas do Beatles são tão prestigiadas? Para começar, é importante

relacionar quais elementos tornam uma obra de arte tão glamurosa. Quanto à

Mona Lisa e as peças de Shakespeare, podemos notar algo semelhante: um

elemento novo até então. Por exemplo: na Mona Lisa, há o sfumato. Nas peças

mais famosas de Shakespeare, há técnicas ímpares para o teatro, como, p.

exemplo, em Hamlet: o teatro no teatro. As músicas dos Beatles possuem ritmos e

melodias pioneiros. Mas será que é apenas um elemento novo que faz uma obra

ficar em destaque?

Além da distribuição e divulgação de uma obra, coisas que contribuem

bastante para a sua fama, há também um outro item: a forma como a obra é criada

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e, assim, como ela sobrevive depois de anos. Este item é mais aplicado na

literatura, onde diversos romances permanecem prestigiados mesmo depois de

muito tempo escritos, por terem um valor social e emocional ainda muito presente

no ser humano, como as peças de Shakespeare. Além disto tudo, quando uma

obra influencia outras por conter coisas novas e quando essa mesma obra possui

aspectos que atraiam o espectador por algum motivo (seja motivacional, de

reflexão, ou outro), ela então se torna valiosa pelos que gostaram.

Voltamos então ao início de nossa conversa. O que é arte? E no nosso

caso de educadores qua atuamos na escola básica? Como trabalhar tais

fundamentos com a realidade social que vivenciamos? Acredito que um dos

caminhos é a reflexão. Refletir sobre nossas práticas. Refletir sobre nossas

convicções e crenças. Refletir sobre nossa postura política. Vivenciar experiências

estéticas.