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Ariel José Aparecido Fernando Luciana O PROCESSO HISTÓRICO DOS QUILOMBOS E O CASO DE FURNAS DE DIONÍSIO

Furnas de dionísio

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Ariel

José Aparecido

Fernando

Luciana

O PROCESSO HISTÓRICO DOS QUILOMBOS E O CASO DE FURNAS DE DIONÍSIO

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QUILOMBO NO PÓS-ABOLIÇÃO

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FORMAÇÃO DE QUILOMBOS Durante o período escravocrata em terra brasileiras, os cativos procuravam

lugares distantes do pesado braço da escravidão onde pudessem usufruir de sua

força de trabalho. Os antigos núcleos de resistências, denominados

historicamente quilombos, constítuiam-se numa forma eficaz de resistência e

oposição ao sistema escravista. (BARROS, 2011)

O período pós abolição mudança no cenário das reivindicações .

Mesmo com a proibição legal da escravidão , a questão quilombola continuou a fazer parte da história do Brasil, sendo que segundo Ilka leite (2000) o “ quilombo que constitui os primeiros focos de resistência dos africanos ao escravismo colonial, reaparece no Brasil República com Frente Negra Brasileira na década de 30/40 e retorna à cena política no final dos anos 70 com a redemocratização do país.

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Em 1930/40 a Frente Negra Brasileira vai ganhando dimensão no cenário

nacional e a imagem Getulio Vargas valorizada na memória dos negros

devido a legislação social que propiciava a ocupação de terras por parte dos

negros que viviam na região do antigo sudeste cafeeiro.

Três décadas depois o movimento de comunidades negras rurais do Brasil

ganhou força no final da década de 70 com a redemocratização do país.

Com o fim da ditadura militar e através dos

movimentos sociais, iniciados a partir da década de

80 há um avanço em relação aos conhecimentos

histórico dos quilombos e um processo de

organização das comunidades negras.

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Dentre os primeiros movimentos no Brasil que lutaram pela posse da terra estão as comunidades rurais do Maranhão. Sendo está divida por duas fases consideráveis.

O estreitamento dos laços entre as comunidades negras rurais maranhenses foi importante para que, após a Constituição Federal de 1988 o processo de reconhecimento como comunidades remanescentes de quilombo fosse efetivado pelo Ministério da Cultura devido ao Art.68 do ato das Disposições Constitucionais transitórias. Fiabani (2009) salienta que 1992 houve a titulação da primeira comunidade negra rural do Maranhão e que “ este acontecimento renovou a esperança das demais comunidades, na luta pela terra. A primeira titulação comprovou que a luta das comunidades não havia sido em vão.” (BARROS, 2011)

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Portanto...O processo histórico e social de comunidade quilombolas no periodo pós-

Abolição é relevante para o entendimento da luta pela terra dessas

comunidades num cenário de problemas relacionados a reforma Agrária no

Brasil. Apesar de conquistas importantes, ao longo das ultimas décadas, terem

ocorrido por parte dos quilombolas, indígenas e assentados rurais, ainda

existem diversos desafios a ser superados para que a questão da terra seja

democratizada de forma eficaz em solo brasileiro. (BARROS, 2011)

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FURNAS DE DIONÍSIO

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Comunidade quilombola de furnas do Dionísio

• Localizada a aproximadamente 40 km de Campo Grande,

no município de Jaraguari, a comunidade quilombola de

Furnas do Dionísio foi fundada em 1901 por Dionísio

Antônio Vieira, ex-escravo oriundo de Minas Gerais, que

se deslocou com sua família na expectativa de encontrar

solo produtivo no qual pudesse garantir a subsistência

de seus familiares. (Marinho; Oliveira, 2005).

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• Seis anos após sua chegada, Dionísio decidiu requerer

definitivamente a posse das terras, recebendo o título provisório

junto à Secretaria da Agricultura, Indústria, Comércio, Viação e

Obras Públicas, do então Estado de Mato Grosso. Dez anos mais

tarde, foi-lhe outorgado o título definitivo de apropriação.

(Marinho; Oliveira, 2005).

• Furnas de Dionísio hoje possui cerca de 400 moradores,

agrupados em aproximadamente 86 famílias que descendem

diretamente de Dionísio. (Marinho; Oliveira, 2005).

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Aspectos econômicos

• Segundo os estudos de Leite (1995), a economia dos

Dionísios, voltada para a subsistência e para o pequeno

comércio, baseia-se na criação de animais de pequeno ou

médio porte, na produção de leite e seus derivados, na

agroindústria caseira, assim como na agricultura familiar -

que ocupa mão de obra local, provêm o sustento em épocas

difíceis e reduz a migração para outras áreas. (Marinho;

Oliveira, 2005).

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• Assim, a maior parte dos membros da comunidade tem produção própria,

cujos excedentes são comercializados em cidades próximas: rapadura,

farinha de mandioca, açúcar mascavo, melado, frutas locais em compota

(doces de caju, mamão, goiaba, guavira, entre outros), ainda produzidos

segundo processos artesanais e métodos passados de geração para geração

(Marinho; Oliveira, 2005).

• Há também aqueles que trabalham em fazendas da região, ou como

professores nas três escolas locais, auxiliares administrativos, merendeiras

ou serventes, contribuindo para aumentar a renda de suas próprias famílias.

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Identificação de uma comunidade remanescente

• Em conseqüência dos estudos antropológicos da Fundação Cultural

Palmares (FCP), em 2000 Furnas do Dionísio recebeu a denominação de

"remanescente de quilombos“ [...]. (Marinho; Oliveira, 2005).

• A identificação de uma comunidade como remanescente é essencial para

garantir o direito à propriedade. Para definir Furnas do Dionísio como

território quilombola, a FCP elaborou um relatório técnico, informando

sobre os aspectos étnicos, históricos, culturais e sócio-econômicos do

grupo, para que as terras suscetíveis de reconhecimento e demarcação

fossem delimitadas, evitando posteriores questionamentos e disputas

territoriais. (Marinho; Oliveira, 2005).

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Manifestações culturais

• rezas e benzimentos• Festas religiosas (Santo Antônio, Nossa

Senhora Aparecida)• Outras comemorações (Festa da Primavera,

Dia da Consciência Negra, os aniversários dos mais idosos)

• plantas medicinais

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BARROS, Luiz Eduardo Pinto. O processo histórico dos quilombos e o caso de Furnas de Dionísio. Revista IDeAS, v. 5, n. 1, p. 247-291, 2011.

LEITE, C. D. Furnas dos Dionísios. Revista Arca. Campo Grande, nº 05, out. 1995.

MARINHO, Marcelo; OLIVEIRA, Anelize Martins de. Comunidade Quilombola de Furnas do Dionísio: manifestações culturais, turismo e desenvolvimento local. Caderno Virtual de Turismo, Vol. 5, N° 1, 2005

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA