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2 a SÉRIE ENSINO MÉDIO Volume 2 GEOGRAFIA Ciências Humanas CADERNO DO ALUNO

Geografia vol. 1 e 2 2º

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  • 1. 2a SRIE ENSINO MDIO Volume2 GEOGRAFIA Cincias Humanas CADERNO DO ALUNO GEO 2 SERIE MEDIO_CAA.indd 1 18/02/14 15:09

2. MATERIAL DE APOIO AO CURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO CADERNO DO ALUNO GEOGRAFIA ENSINO MDIO 2a SRIE VOLUME 2 Nova edio 2014-2017 governo do estado de so paulo secretaria da educao So Paulo 3. Governo do Estado de So Paulo Governador Geraldo Alckmin Vice-Governador Guilherme Afif Domingos Secretrio da Educao Herman Voorwald Secretria-Adjunta Cleide Bauab Eid Bochixio Chefe de Gabinete Fernando Padula Novaes Subsecretria de Articulao Regional Rosania Morales Morroni Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP Silvia Andrade da Cunha Galletta Coordenadora de Gesto da Educao Bsica Maria Elizabete da Costa Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos Cleide Bauab Eid Bochixio Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao Educacional Ione Cristina Ribeiro de Assuno Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares Dione Whitehurst Di Pietro Coordenadora de Oramento e Finanas Claudia Chiaroni Afuso Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE Barjas Negri 4. Caro(a) aluno(a), Neste volume, as primeiras Situaes de Aprendizagem tratam de aspectos essenciais da po- pulao brasileira, sua dinmica demogrfica e social. Voc estudar conceitos fundamentais relacionados temtica da formao da populao brasileira: miscigenao, raa, etnia, preconceito e discriminao; sobre a dinmica demogrfica, entender os conceitos de taxa de natalidade, taxa de mortalidade, crescimento natural ou vege- tativo e transio demogrfica; assim como os relacionados com a populao economicamente ativa e com a segregao socioespacial. As atividades propostas so fundamentadas no uso da leitura de grficos, tabelas e mapas, para que voc compreenda a formao do povo brasileiro, sua evoluo, sua distribuio no territrio nacional e tambm a dinmica populacional e suas caractersticas. Ainda neste volume, nas Situaes de Aprendizagem 5, 6, 7 e 8, voc ter a oportunidade de estudar como as formas do planeta so moldadas por foras que tem sua origem no interior da Terra, os agentes endgenos, por exemplo, os terremotos e vulces, e por meio da ao de agentes externos, o clima, por exemplo. A partir das atividades propostas, voc estudar as formas do relevo brasileiro, suas origens, evoluo e como ele classificado. Outro tema importante tratado neste volume so os recursos naturais, principalmente a questo da gua, sua distribuio, disponibilidade e problemas associados ao desperdcio. Assim, voc poder refletir sobre a questo dos recursos naturais e sua gesto na realidade brasileira, e tambm as posturas ticas que permeiam as relaes do ser humano com a natureza. Esperamos que voc aproveite os contedos estudados nesta srie, especialmente neste vo- lume, pois eles sero importantes para as futuras discusses que voc far no prximo ano do Ensino Mdio. Bom estudo! Equipe Curricular de Geografia rea de Cincias Humanas Coordenadoria de Gesto da Educao Bsica CGEB Secretaria da Educao do Estado de So Paulo 5. 5 Geografia 2a srie Volume 2 ! ? Situao de Aprendizagem 1 Matrizes culturais do Brasil 1. Observe a imagem a seguir, do Monumento s naes indgenas, do artista Siron Franco. Foto panormica do Monumento s naes indgenas, do artista plstico Siron Franco. Aparecida de Goinia (GO), 2002. DiomcioGomes/OPopular/AE Leitura e anlise de imagem e texto a) Em sua opinio, qual foi a inteno do artista ao destacar o contorno territorial do Brasil em um monumento dedicado s naes indgenas? b) Esse monumento composto por 500 totens quadrangulares ou triangulares, com ima- gens da iconografia indgena em baixo-relevo em suas faces laterais, alm de esculturas de objetos, utenslios ou rituais sagrados de diferentes povos indgenas, todos reproduzidos minuciosamente em concreto pelo artista, a partir de peas datadas da poca pr-cabralina. 6. 6 Geografia 2a srie Volume 2 Navio de emigrantes (1939-1941), de Lasar Segall. leo com areia sobre tela, 230 x 275 cm. AcervodoMuseuLasarSegall-Ibram/MinC Em que essas informaes complementam a opinio que voc tinha a respeito da inteno do artista ao produzir esse monumento? 2. Agora, observe a imagem Navio de emigrantes. Em sua opinio, quais sensaes o artista Lasar Segall tentou representar em relao aos emigrantes? 7. 7 Geografia 2a srie Volume 2 Qual a mensagem explicitada nesse trecho? Com base nas questes anteriores e nas orientaes do seu professor, pesquise informaes sobre a miscigenao e o mito da democracia racial na sociedade brasileira e registre em seu caderno. Em seguida, voc dever compartilhar a sua pesquisa com a turma por meio de um debate. Afro-brasileiro Thade e DJ Hum [...] Vamos sentar aqui no cho, colocar o boxe do lado e ouvir o som do GOG Mano bem pesado, Cmbio Negro e Racionais, meu irmo Afinal, o que bom tem que ser provado Tanta coisa boa e voc a parado, acuado, por isso que insisto Sou preto atrevido e gosto quando me chamam de macumbeiro Toco atabaque em rodas de capoeira, e toco direito Minha cultura primeiro, o meu orgulho ser um negro verdadeiro afro-brasileiro Sabe quem eu sou? Afro-brasileiro Me diga quem (4 vezes) Somos descendentes de Zumbi Grande guerreiro. Editora Brava Gente (Dueto Edies Musicais). 3.Leia o trecho da letra da cano Afro-brasileiro, de Thade e DJ Hum, apresentado a seguir. 8. 8 Geografia 2a srie Volume 2 Uma abordagem conceitual das noes de raa, racismo, identidade e etnia [...] No sculo XVIII, a cor da pele foi considerada como um critrio fundamental e divisor dgua entre as chamadas raas. [...] No sculo XIX, acrescentou-se ao critrio da cor outros critrios morfolgicos como a forma do na- riz, dos lbios, do queixo, do formato do crnio, o ngulo facial etc. para aperfeioar a classificao. [...] No sculo XX, descobriu-se, graas aos progressos da Gentica Humana, que havia no san- gue critrios qumicos mais determinantes para consagrar definitivamente a diviso da huma- nidade em raas estanques. Grupos de sangue, certas doenas hereditrias e outros fatores na hemoglobina eram encontrados com mais frequncia e incidncia em algumas raas do que em outras, podendo configurar o que os prprios geneticistas chamaram de marcadores genticos. O cruzamento de todos os critrios possveis (o critrio da cor da pele, os critrios morfolgicos e qumicos) deu origem a dezenas de raas, sub-raas e subsub-raas. As pesquisas comparativas levaram tambm concluso de que os patrimnios genticos de dois indivduos pertencentes a uma mesma raa podem ser mais distantes que os pertencentes a raas diferentes; um marcador gentico caracterstico de uma raa pode, embora com menos incidncia, ser encontrado em outra raa. Assim, um senegals pode, geneticamente, ser mais prximo de um noruegus e mais distante de um congols, da mesma maneira que raros casos de anemia falciforme podem ser en- contrados na Europa etc. Combinando todos esses desencontros com os progressos realizados na prpria cincia biolgica (gentica humana, biologia molecular, bioqumica), os estudiosos desse campo de conhecimento chegaram concluso de que a raa no uma realidade biolgica, mas sim apenas um conceito, alis cientificamente inoperante, para explicar a diversidade humana e para dividi-la em raas estanques. Ou seja, biolgica e cientificamente, as raas no existem. A invalidao cientfica do conceito de raa no significa que todos os indivduos ou todas as populaes sejam geneticamente semelhantes. Os patrimnios genticos so diferentes, mas essas diferenas no so suficientes para classific-las em raas. O maior problema no est nem na classificao como tal, nem na inoperacionalidade cientfica do conceito de raa. Se os natu- ralistas dos sculos XVIII-XIX tivessem limitado seus trabalhos somente classificao dos gru- pos humanos em funo das caractersticas fsicas, eles no teriam certamente causado nenhum problema humanidade. Suas classificaes teriam sido mantidas ou rejeitadas como sempre aconteceu na histria do conhecimento cientfico. Infelizmente, desde o incio, eles se deram o direito de hierarquizar, isto , de estabelecer uma escala de valores entre as chamadas raas. O fizeram erigindo uma relao intrnseca entre o biolgico (cor da pele, traos morfolgicos) Leitura e anlise de texto Leia o texto a seguir e responda s questes. 9. 9 Geografia 2a srie Volume 2 1. Quais foram os critrios utilizados pelos naturalistas europeus no sculo XIX para estabelecer o conceito de raa? 2. Considerando-se a gentica, possvel dividir a humanidade em raas? Explique sua resposta. 3. Por que o autor afirma que o conceito de raa carregado de ideologia? e as qualidades psicolgicas, morais, intelectuais e culturais. Assim, os indivduos da raa branca foram decretados coletivamente superiores aos das raas negra e amarela, em fun- o de suas caractersticas fsicas hereditrias, tais como a cor clara da pele, o formato do crnio (dolicocefalia), a forma dos lbios, do nariz, do queixo etc. que, segundo pensavam, os tornam mais bonitos, mais inteligentes, mais honestos, mais inventivos etc. e consequentemente mais aptos para dirigir e dominar as outras raas, principalmente a negra, mais escura de todas, e consequentemente considerada como a mais estpida, mais emocional, menos honesta, menos inteligente e, portanto, a mais sujeita escravido e a todas as formas de dominao. [...] Podemos observar que o conceito de raa, tal como o empregamos hoje, nada tem de bio- lgico. um conceito carregado de ideologia, pois como todas as ideologias, ele esconde uma coisa no proclamada: a relao de poder e de dominao. [...] MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noes de raa, racismo, identidade e etnia. Palestra proferida no 3o Seminrio Nacional Relaes Raciais e Educao PENESB RJ, 5/11/03. Disponvel em: . Acesso em: 26 nov. 2013. 10. 10 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de grfico Observe o grfico com seu professor e seus colegas para responder questo a seguir. Fonte: IBGE. Sntese de indicadores sociais Uma anlise das condies de vida da populao brasileira 2010. Disponvel em: . Acesso em: 23 abr. 2014. Comparando os dados de 1999 com os de 2009, qual a grande mudana na distribuio tnico-racial da populao brasileira? Em sua opinio, por que isso acontece? 11. 11 Geografia 2a srie Volume 2 1. Analise o grfico a seguir e responda: Fonte: IBGE. Sntese de indicadores sociais - Uma anlise das condies de vida da populao brasileira 2012. Disponvel em: . Acesso em: 12 dez. 2013. O que estes dados revelam a respeito do acesso dos brasileiros educao? 12. 12 Geografia 2a srie Volume 2 2.Leia a reportagem a seguir e analise criticamente essa situao. No Brasil, negros e mulheres ficam mais tempo desempregados, diz estudo Negros e mulheres so os grupos que ficam mais tempo desempregados no Brasil, segundo pes- quisa feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos Socioeconmicos). [...] O desemprego subiu para 6% em junho, maior nvel desde abril de 2012, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica). De acordo com o Dieese, 53,9% dos trabalhadores que procuram emprego h menos de um ano so mulheres e 53,3%, negros. A taxa aumenta entre os desempregados h mais de um ano: nesta situao, 63,2% so mulheres e 60,6%, negros. Ainda conforme a pesquisa, trabalhadores com ensino mdio completo ou superior incompleto so a maior parcela dos que esto desempregados h muito tempo, representando 46,2% do total. Nota: O segmento de negros composto por pretos e pardos e o de no negros engloba brancos e amarelos. Fonte: Portal de notcias Uol. Disponvel em: . Acesso em: 13 dez. 2013. 3. Com base em seus conhecimentos, responda: Por que apenas a miscigenao das etnias no permite afirmar a existncia de uma democracia racial no Brasil? Justifique sua resposta. 13. 13 Geografia 2a srie Volume 2 Com base nos mapas das prximas pginas e em seus conhecimentos, responda questo a seguir. Segundo o critrio da cor da pele adotado pelo IBGE, a distribuio da populao brasileira pode ser compreendida se forem considerados tambm os processos de povoamento e ocupao do territrio nacional. Assinale a alternativa que expressa essa relao corretamente. a) A maior concentrao de populao preta est no Nordeste e a de pardos, no Norte e no Nordeste, legado de uma intensa concentrao escravagista africana que, desde meados do sculo XVI, predominou nas duas regies devido antiga cultura canavieira. b) No Centro-Oeste h certo equilbrio entre as populaes branca e parda por causa dos descendentes de povos europeus e orientais que se dirigiram regio ao longo do sculo XX, para se dedicar colonizao de novas terras. c) A porcentagem de populao preta no Sul do pas expressiva perante as demais regies e reflete um processo de colonizao e povoamento similar ao de outras regies brasileiras, principalmente com a presena de negros. d) Os brancos so maioria nas regies Sul e Sudeste, devido grande concentrao de descen- dentes de europeus (principalmente italianos e alemes) ou de outros povos de cor branca (por exemplo, rabes). e) A maior parcela das populaes indgena e parda est no Norte, o que se deve intensa mestiagem ocorrida a partir da construo da Rodovia Transamaznica. 14. 14 Geografia 2a srie Volume 2 IBGE. Atlas do censo demogrfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 197. Disponvel em: . Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supresso de escala numrica; mantida a grafia). Populao por cor ou raa preta e indgena 15. 15 Geografia 2a srie Volume 2 IBGE. Atlas do censo demogrfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 196. Disponvel em: . Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supresso de escala numrica; mantida a grafia). Populao por cor ou raa branca e parda 16. 16 Geografia 2a srie Volume 2 Situao de aprendizagem 2 A dinmica demogrfica Para comeo de conversa 1. Considerando as caractersticas de sua famlia, preencha os dados do formulrio a seguir. ! ? 2. Converse com seus colegas e seu professor a respeito da cartografia das famlias dos alunos da sua turma. Depois, responda: a) Houve movimentos migratrios de uma gerao para outra? Comente as principais tendn- cias encontradas na turma. 17. 17 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de grfico e tabela b) O nmero de filhos aumentou ou diminuiu de uma gerao para outra? Comente as prin- cipais tendncias encontradas na turma. 1. Observe o grfico a seguir e responda s questes. Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeo para 2020 1890 1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 50 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 44,3 37,8 21,6 37,8 17,3 17,3 25,9 35,1 32,7 27,7 23,3 15,6 12,3 13,6 Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeo para 2020 % Fontes: IBGE. Anurio estatstico do Brasil, 1995, 2001; Censo Demogrfico 2010; Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Popu- lao e Indicadores Sociais, Projeo da Populao por Sexo e Idade para o Brasil, Grandes Regies e Unidades da Federao 2013. a) Com base em seus conhecimentos e nos dados do grfico, possvel afirmar que a populao brasileira est passando por uma exploso demogrfica? Justifique sua resposta. 18. 18 Geografia 2a srie Volume 2 Brasil: taxas de natalidade, de mortalidade e de crescimento vegetativo da populao Perodos Natalidade (por mil) Mortalidade (por mil) Crescimento vegetativo (por mil) 1872-1890 46,5 30,2 16,3 1891-1900 46,0 27,8 18,2 1901-1920 45,0 26,4 18,6 1921-1940 44,0 25,3 18,7 1941-1950 43,5 19,7 23,8 1951-1960 41,5 15,0 26,5 1961-1970 37,7 9,4 28,3 1971-1980 34,0 8,0 26,0 1981-1990 27,4 7,8 19,6 1991-2000 22,1 6,8 15,3 2001-2005 20,0 6,8 13,2 2006-2010 16,4 6,3 10,2 2011-2013 14,2 6,3 7,9 Fontes: CARVALHO, Alceu Vicente W. de. A populao brasileira: estudo e interpretao. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demografia brasileira: ensaio de demoeconomia brasileira. So Paulo: Atlas/Edusp, 1973; IBGE. Anurio estatstico do Brasil, 1993, 1995, 2000; Sntese de indicadores sociais, 2002; IBGE. Brasil em sntese. Disponvel em: . Acesso em: 10 mar. 2014. b) Na cartografia da turma, a variao do nmero de filhos de uma gerao para outra reflete, de certa forma, a situao do crescimento populacional brasileiro representada no grfico? Explique. 2. Converse com seus colegas e seu professor para responder s questes referentes tabela a seguir. 19. 19 Geografia 2a srie Volume 2 a) Quais variveis so utilizadas para determinar o crescimento natural ou vegetativo da populao de um pas? b) Como calculado o crescimento vegetativo? Exemplifique com dados da tabela. c) Como so definidas as taxas de mortalidade e de natalidade de um pas? 3.De acordo com os dados apresentados no grfico Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeo para 2020, quais motivos explicam as taxas de crescimento da popula- o brasileira entre 1890 e 1930? 4. Qual dos perodos apresentados no grfico a seguir corresponde ao de grande crescimento vegetativo? Justifique sua resposta. % Brasil: taxas de natalidade, mortalidade e de crescimento vegetativo da populao (por mil habitantes) Taxa de Natalidade Taxa de Mortalidade 14,2 6,3 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 Brasil: taxas de natalidade, mortalidade e de crescimento vegetativo da populao (por mil habitantes) %o 1872-1890 1891-1900 1901-1920 1921-1940 1941-1950 1951-1960 1961-1970 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2005 2006-2010 2011-2013 Fontes: CARVALHO, Alceu Vicente W. de. A populao brasileira: estudo e interpretao. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demografia brasileira: ensaio de demoeconomia brasileira. So Paulo: Atlas/Edusp, 1973; IBGE. Anurio estatstico do Brasil, 1993, 1995, 2000; Sntese de indicadores sociais, 2002; Brasil em Sntese. Disponvel em: . Acesso em: 25 mar. 2014. 20. 20 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de grfico 1. Quais relaes podem ser estabelecidas entre os dados do grfico a seguir e a situao do cres- cimento populacional brasileiro representada no grfico Crescimento populacional brasileiro entre 1890 e 2010 e projeo para 2020? 5 6 7 Mdia de filhos por mulher Brasil: reduo da taxa de fecundidade, 1940 a 2010 e projees para 2013 e 2020 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010 2013 2020 0 2 3 4 1 6,2 6,2 6,3 5,8 4,4 2,9 2,4 1,9 1,8 1,6 Brasil: reduo da taxa de fecundidade, 1940 a 2010 e projees para 2013 e 2020 Fontes: IBGE. Censo demogrfico, 1940-2000; IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Populao e Indicadores Sociais, Projeo da Populao por Sexo e Idade para o Brasil, Grandes Regies e Unidades da Federao 2013. 2. Observe o grfico a seguir. Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Sem instruo e Fundamental incompleto Fundamental completo e Mdio incompleto Mdio completo e Superior incompleto Superior completo 0,50 1,00 0,00 4,00 3,50 3,00 2,50 2,00 1,50 Taxas de fecundidade total, por nvel de instruo das mulheres, segundo as Grandes Regies - 2010Taxas de fecundidade total, por nvel de instruo das mulheres, segundo as Grandes Regies 2010 Fonte: Censo Demogrfico 2010. Nupcialidade, Fecundidade e Migrao. Resultados da Amostra. Disponvel em: . Acesso em: 25 mar. 2014. 21. 21 Geografia 2a srie Volume 2 Quais informaes apresentadas neste grfico contribuem para explicar a reduo da taxa de fecundidade das mulheres brasileiras? 3. Quais outros motivos podem ser considerados para explicar a reduo na taxa de fecundidade brasileira, principalmente a partir da dcada de 1980? 1. Observe a figura da prxima pgina, que apresenta os grficos de representao das fases da transio demogrfica, assim como um mapa-mndi com a fase em que se encontravam os pases em 2000. a) Procure explicar o significado da expresso transio demogrfica. b) Analise os grficos da transio demogrfica e explique o que ocorre em cada uma das trs fases apresentadas. Leitura e anlise de grfico e mapa 22. 22 Geografia 2a srie Volume 2 LAtlasdumondediplomatique.Paris:ArmandColin,2006.p.38.Mapaoriginal. PhilippeRekacewicz,LeMondeDiplomatique,Paris Mundo:estgiosdetransiodemogrfica,2000 23. 23 Geografia 2a srie Volume 2 c) Com base na observao do mapa-mndi, d exemplos de pases representativos de cada uma das fases da transio demogrfica e, aps conversar com seus colegas e seu professor, procure levantar hipteses que justifiquem a classificao desses pases nessas fases. d) Em sua opinio, quais fatores so responsveis pela manuteno de vrios pases africanos na Fase I? Quais aes poderiam ser realizadas para a mudana dessa situao? e) Explique por que o Brasil encontra-se na fase de transio demogrfica em curso (Fase II). Leitura e anlise de grfico 1. Com base nas semelhanas visuais das estruturas etrias das pirmides do Brasil, da Rssia, da ndia, da China e da frica do Sul, apresentadas na prxima pgina, distribua os quatro pases em dois grupos. Depois, procure caracterizar a estrutura etria desses grupos. Grupo Pases Caractersticas da estrutura etria 1 2 24. 24 Geografia 2a srie Volume 2 Fonte: Naes Unidas. Perspectivas da Populao Mundial Reviso de 2010. Disponvel em: . Acesso em: 10 mar. 2014. Pirmides etrias Brasil, Rssia, ndia, China e frica do Sul 2010 Brasil Homens Mulheres Population Division aphic Profiles 273 2005-2010 entage)...... 0.9 ................. 1.90 e births .... 29 ................. 72.2 eriod 2010-2100 refer to The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the Secretariat of the United Nations concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. solute numbers) on in certain age groups. The data are in thousands or millions. ndia Homens Mulheres opulation Division phic Profiles 773 2010 ................ 142 958 m)........... 8 ................ 15.0 ................ 14.4 ................ 72.2 ................ 12.8 2005-2010 ntage)...... -0.1 ................ 1.44 e births .... 17 ................ 67.7 eriod 2010-2100 refer to The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the Secretariat of the United Nations concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. olute numbers) n in certain age groups. The data are in thousands or millions. frica do Sul Homens Mulheres 2010 .............. 1 224 614 m)........... 373 .............. 30.6 .............. 19.2 .............. 64.5 .............. 4.9 2005-2010 tage)...... 1.4 .............. 2.73 births .... 72 .............. 64.2 iod 2010-2100 refer to The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the Secretariat of the United Nations concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. lute numbers) China Homens Mulheres United Nations Department of Economic and Social Affairs/Population Division World Population Prospects: The 2010, Volume II: Demographic Profiles 333 China, Macao SAR 2010 Total population (thousands) .................................. 544 Population density (persons per square km)........... 20 910 Percentage of population under age 15................... 13.1 Percentage of population age 15-24........................ 15.8 Percentage of population age 15-64........................ 79.9 Percentage of population aged 65+......................... 7.0 2005-2010 Annual rate of population change (percentage)...... 2.4 Total fertility (children per woman)........................ 1.01 Under-five mortality (5q0) per 1,000 live births .... 6 Life expectancy at birth (years) .............................. 80.0 Note: data presented for the projection period 2010-2100 refer to the medium fertility variant. Population by age groups and sex (absolute numbers) The dotted line indicates the excess male or female population in certain age groups. The data are in thousands or millions. Rssia Homens Mulheres United Nations Department of Economic and Social Affairs/Population Division World Population Prospects: The 2010, Volume II: Demographic Profiles 833 2005-2010 Annual rate of population change (percentage)...... 1.0 Total fertility (children per woman)........................ 2.55 Under-five mortality (5q0) per 1,000 live births .... 79 Life expectancy at birth (years) .............................. 51.2 Note: data presented for the projection period 2010-2100 refer to the medium fertility variant. The designations employed and the presentation of material on this map do not imply the expression of any opinion whatsoever on the part of the Secretariat of the United Nations concerning the legal status of any country, territory, city or area or of its authorities, or concerning the delimitation of its frontiers or boundaries. Population by age groups and sex (absolute numbers) The dotted line indicates the excess male or female population in certain age groups. The data are in thousands or millions. 25. 25 Geografia 2a srie Volume 2 2. Considerando o que voc estudou at agora e a anlise comparativa da questo anterior, explique por que a pirmide etria brasileira sinaliza um estgio de transio demogrfica. 3. Quais informaes podem ser obtidas a partir da leitura da pirmide etria de um pas? Observe o mapa ndice de Envelhecimento, 2010 na prxima pgina. Com base nas informaes do mapa, comente a questo do envelhecimento populacional no Brasil e a distribuio espacial do ndice de Envelhecimento no Brasil. 26. 26 Geografia 2a srie Volume 2 IBGE. Atlas do censo demogrfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 45. Disponvel em: . Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (supresso de escala numrica; mantida a grafia). ndice de Envelhecimento, 2010 27. 27 Geografia 2a srie Volume 2 A dinmica demogrfica brasileira modificou-se ao longo do tempo. Interprete o grfico a seguir, relativo ao perodo de 1872 a 2010. Brasil: crescimento vegetativo 1872-2010 1872-1890 1891-1900 1901-1920 1921-1940 1941-1950 1951-1960 1961-1970 1971-1980 1981-1990 1991-2000 2001-2005 2006-2010 Taxa de Mortalidade Crescimento vegetativo Taxa de Natalidade 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Fontes: CARVALHO, Alceu Vicente W. de. A populao brasileira: estudo e interpretao. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; HUGON, Paul. Demografia brasileira: ensaio de demoeconomia brasileira. So Paulo: Atlas/Edusp, 1973; IBGE. Anurio estatstico do Brasil, 1993, 1995, 2000; Sntese de indicadores sociais, 2002; Brasil em Sntese. Disponvel em: . Acesso em: 25 mar. 2014. Avalie as afirmativas em relao s mudanas representadas no grfico. I. Considerando-se o perodo de 1970 a 2010, pode-se afirmar que houve uma reduo no cresci- mento vegetativo do pas, processo em grande parte relacionado ao acesso da populao aos mto- dos contraceptivos, urbanizao e maior participao da mulher no mercado de trabalho. II. A partir da crise da dcada de 1980, amplas polticas governamentais de controle da natalidade resultaram na queda do crescimento vegetativo e no ingresso do pas na fase mais avanada da transio demogrfica. III.Considerando o perodo de 1970 a 2010, verifica-se que ocorreu um desequilbrio entre as taxas de natalidade e de mortalidade, provocando um elevado aumento populacional, em virtude dos avanos da medicina, do aumento da taxa de fecundidade e da maior participao da mulher no mercado de trabalho. IV.Em meados do sculo XX, a redistribuio espacial da populao, pelo crescimento da migrao campo-cidade, e a acelerao do processo de urbanizao foram fatores que contriburam de maneira expressiva para a reduo das taxas de natalidade. Alm disso, sobretudo a partir de 1970, as maiores taxas de escolarizao e a insero da mulher no mercado de trabalho con- triburam para maior reduo das taxas de fecundidade. 28. 28 Geografia 2a srie Volume 2 As afirmativas corretas so indicadas pela opo: a)I e II. b)III e IV. c)I e IV. d)II, III e IV. e)I, II, III e IV. 29. 29 Geografia 2a srie Volume 2 ! ? Situao de Aprendizagem 3 O trabalho e o mercado de trabalho Para comeo de conversa Quantas mulheres moram na sua casa? Elas trabalham? Se sim, em qu? Se no, o que elas fazem? Leitura e anlise de grfico, mapa e texto 1. Considerando o papel desempenhado pelas mulheres no decorrer da histria brasileira, quais mudanas podem ser constatadas a partir da leitura do grfico, do mapa e do texto a seguir? Chefia de famlia Nmero de famlias formadas por casais com filhos e chefiadas por mulheres. Brasil, 1999 e 2009. Legenda Cada janela corresponde a: 500 mil famlias 100 mil famlias 787 mil famlias 4,1 milhes famlias 50 mil famlias 10 mil famlias 1999 2009 Fonte: Retrato das desigualdades de gnero e raa 4a edio Fonte: IPEA. Retrato das desigualdades de gnero e raa 2011 4a edio. Disponvel em: . Acesso em: 17 jan. 2014. 30. 30 Geografia 2a srie Volume 2 IBGE. Atlas do censo demogrfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013, p. 182. Disponvel em: . Acesso em: 23 maio 2014. Mapa original (mantida a grafia). Segundo o IBGE, o Censo Demogrfico de 2010 revelou que o percentual de famlias che- fiadas por mulheres no pas passou de 22,2% para 37,3%, entre 2000 e 2010. Para o IBGE, res- ponsvel pela famlia a pessoa reconhecida como tal pelos demais membros do lar. A mudana do papel da mulher na sociedade, a insero no mercado de trabalho, o aumento da escolaridade em nvel superior e a reduo da fecundidade so determinantes para a questo da autonomia feminina. Referncia: Censo Demogrfico 2010. Disponvel em: . Acesso em: 17 jan. 2014. Brasil: domiclios sob responsabilidade de mulheres no total de domiclios, 2010 31. 31 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de grfico 1. Com base no grfico a seguir e no material didtico disponvel, responda s questes propostas. Fontes: IBGE. Anurio estatstico do Brasil, 1978, 1982, 1994, 1995; Pesquisa nacional por amostra de domiclios, 2001, 2005. % Brasil: distribuio da PEA por setores de produo, 1940-2005 (em %) 32. 32 Geografia 2a srie Volume 2 a) Como o IBGE define a Populao Economicamente Ativa (PEA) e como realizada sua distribuio? b) Quais atividades esto relacionadas aos setores primrio, secundrio e tercirio da economia? c) Ao considerar as dcadas de 1940 a 1960 e o perodo aps a dcada de 1970 at a atualida- de, h uma alterao muito significativa em relao distribuio da populao economica- mente ativa pelos diferentes setores da economia. Aponte as causas e algumas consequncias dessa alterao. 33. 33 Geografia 2a srie Volume 2 Observe o grfico. econmica, predominava a populao ocupada masculina. Na administrao pblica e, sobretudo, nos servios domsticos, a populao ocupada feminina era maioria em 2011. Frente s estimativas de 2003, os crescimentos mais relevantes nas participaes das mulheres ocorreram no comrcio, nos servios prestados empresas e nos outros servios, com aumento de 4,4; 4,7; 3,6 pontos percentuais, respectivamente. Nas atividades, onde historicamente h predomnio, seja de homens ou de mulheres, praticamente no ocorreram alteraes, como na construo, com os homens e nos servios domsticos com as mulheres. FONTE: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenao de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego 2003-2011. *Mdia das estimativas mensais. O crescimento da escolaridade feminina tem se consolidado nos ltimos anos e se manifestado nos diversos setores da atividade econmica. Um exemplo o comrcio, onde, em 2003, as mulheres com 11 anos ou mais de estudo ocupadas nessa atividade totalizavam 51,5%, enquanto os homens com a mesma caracterstica alcanavam 38,4%. Na construo, esses percentuais se diferenciavam ainda mais: 55,4% de mulheres e 15,8% de homens. Em 2011, os percentuais de participao alcanados por elas foram superiores aos dos homens em praticamente todos os grupamentos de atividade. A exceo ocorreu na indstria, onde o crescimento deles foi maior em 1,7 ponto percentual. A superioridade da presena feminina com nvel superior tambm foi verificada nos grupamentos de atividade, com destaque para a construo (atividade majoritariamente desenvolvida do sexo masculino). No entanto, apesar do predomnio de homens, a proporo de mulheres que possuam nvel superior foi bem mais elevada que a deles: 28,6% das mulheres e 4,7% dos homens ocupados na construo em 2011. A administrao pblica e os servios prestados empresas foram os grupamentos que apresentaram as maiores propores de mulheres, tanto com 11 anos ou mais de estudo, quanto com nvel superior. Nos avanos frente a 2003, as mulheres com 11 anos ou mais de estudo se destacaram, com crescimento, em pontos percentuais (p.p.), na indstria (14,0 p.p.), na construo (17,9 p.p.), no comrcio, (15,2 p.p.) e nos outros servios (15,1 p.p.). Nessas mesmas atividades, os homens com essa escolaridade tambm alcanaram crescimento significativo: 16,8 (p.p.), 10,8 (p.p.), 13,8 (p.p). e 15,7 (p.p.), na mesma ordem. Quando a comparao referiu-se aos que possuam nvel superior completo, o destaque ocorreu na construo, onde as mulheres atingiram um crescimento de 8,3 (p.p.), enquanto os homens, crescimento de 0,6 (p.p.) entre 2003 e 2011. 64,6 64,0 94,3 93,9 61,8 57,5 62,7 58,0 38,0 35,9 5,3 5,2 62,0 58,4 35,4 36,0 5,7 6,1 38,2 42,6 37,3 42,0 62,1 64,1 94,8 94,8 38,0 41,6 2003 2011 2003 2011 2003 2011 2003 2011 2003 2011 2003 2011 2003 2011 Indstria Construo Comrcio Servios Prestados a Empresas Administrao Pblica Servios Domsticos Outros Servios Homens Mulheres Participao na populao ocupada, por grupamentos de atividade, segundo o sexo (%) (2003 e 2011)* Fonte: Pesquisa Mensal de Emprego PME IBGE (08/03/2012). Disponvel em:. Acesso em: 03 abr. 2014. Agora, responda: 1. Caracterize a participao das mulheres de acordo com os agrupamentos de atividade nos anos de 2003 e 2011. 34. 34 Geografia 2a srie Volume 2 2.Discorra sobre a atual situao das mulheres no mercado de trabalho comparando-a, de forma geral, com a dos homens. Em 1970, o trabalho feminino correspondia a 21% da Populao Economicamente Ativa (PEA) brasileira. Em 2011, segundo dados da Pesquisa Mensal do Emprego 2003-2011, realizada pelo IBGE, esse percentual saltou para 46,1%. Entre outros fatores, o aumento significativo das mulhe- res no mercado de trabalho se deve: a) igualdade profissional conquistada pelas mulheres perante os homens no mercado de trabalho, com acentuada reduo das disparidades dos ganhos salariais entre eles. b) ao aumento da industrializao brasileira e consequente expanso das oportunidades de traba- lho no setor secundrio, com melhor remunerao para as mulheres. c) ao maior nvel de escolarizao da populao feminina no perodo, o que favorece sua ocupao em atividades mais qualificadas e mais bem remuneradas, tanto para as brancas como para as demais categorias segundo a cor da pele nos dados do IBGE. d) necessidade de a mulher trabalhar fora de casa para aumentar o oramento familiar e pelo fato de muitas famlias serem chefiadas exclusivamente por mulheres. e) maior escolaridade das mulheres quando comparada dos homens e queda da taxa de fe- cundidade, fatores que evitam a situao de desemprego como ocorre com grande parcela das mulheres negras. 35. 35 Geografia 2a srie Volume 2 Situao de Aprendizagem 4 A segregao socioespacial e a excluso social Com a orientao de seu professor, rena artigos e reportagens de jornais, revistas, sites, entre outros, que tratam de diferentes aspectos da desigualdade social no Brasil, buscando inclusive dados sobre indi- cadores sociais. Esse material ser apresentado na sala de aula em data a ser definida pelo seu professor. Leitura e anlise de texto Leia os dois textos a seguir e responda questo. ! ? Desenvolvimento Humano [...] O crescimento econmico de uma sociedade no se traduz automaticamente em quali- dade de vida e, muitas vezes, o que se observa o reforo das desigualdades. preciso que este crescimento seja transformado em conquistas concretas para as pessoas: crianas mais saudveis, educao universal e de qualidade, ampliao da participao poltica dos cidados, preservao ambiental, equilbrio da renda e das oportunidades entre toda a populao, maior liberdade de expresso, entre outras. Assim, ao colocar as pessoas no centro da anlise do bem- -estar, a abordagem de desenvolvimento humano redefine a maneira com que pensamos sobre e lidamos com o desenvolvimento nacional e localmente. O conceito de desenvolvimento humano, bem como sua medida, o ndice de Desenvolvimento HumanoIDH,foramapresentadosem1990,noprimeiroRelatriodeDesenvolvimentoHumano do Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento, idealizado pelo economista paquistans Mahbub ul Haq e com a colaborao e inspirao no pensamento do economista Amartya Sen. A popularizao da abordagem de desenvolvimento humano se deu com a criao e adoo do IDH como medida do grau de desenvolvimento humano de um pas, em alternativa ao Produto Interno Bruto, hegemnico poca como medida de desenvolvimento. O IDH rene trs dos requisitos mais importantes para a expanso das liberdades das pessoas: a oportunidade de se levar uma vida longa e saudvel sade , ter acesso ao conhecimento educao - e poder desfrutar de um padro de vida digno renda. [...] Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2013. Disponvel em: . Acesso em: 10 mar. 2014. 36. 36 Geografia 2a srie Volume 2 O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o ndice de Desenvolvimento Humano ajustado desigualdade (IDHAD) O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), ponto central do Relatrio de Desenvolvi- mento Humano que elaborado, desde 1990, pelo Programa das Naes Unidas para o Desen- volvimento (PNUD), surgiu como uma proposta de se qualificar o desenvolvimento das naes a partir de ndices que superavam, do ponto de vista dos criadores do IDH (Mahbub ul Haq e Amartya Sen), a qualificao das naes a partir da noo simplista de Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Como vimos no texto anterior, esses ndices referem-se a uma vida longa e sau- dvel (sade), acesso ao conhecimento (educao) e padro de vida (renda) medido pela Renda Nacional Bruta (RNB). A partir da juno desses trs ndices, chega-se ao valor do IDH, que medido na escala entre 0 e 1, e que classifica as naes em quatro grupos: IDH muito elevado, IDH elevado, IDH mdio e IDH baixo. Em 2011, considerando-se as crticas de que o IDH tambm tendia a uma anlise simplista das naes, o PNUD trouxe novas variveis ao Relatrio de Desenvolvimento Humano, que so consolidadas no ndice de Desenvolvimento Humano ajustado desigualdade (IDHAD). Nesse ndice, considera-se a desigualdade de renda que ocorre internamente ao territrio das naes, a mortalidade infantil e a pobreza de rendimentos. O ndice de Desenvolvimento Humano Ajustado Desigualdade (IDHAD) tem o objetivo de estudar a distribuio do nvel mdio do desenvolvimento humano em relao esperana de vida, ao nvel de escolaridade e ao controle sobre os recursos. A maior diferena entre o IDH e o IDHAD indica a existncia de desigualdades. Com o IDHAD, as naes por ele avaliadas ganham classificao paralela classificao do IDH. Por exemplo, de acordo com o Relatrio de Desenvolvimento Humano 2013, com um IDH de 0,730, o Brasil alcanou a 85a posio entre os 188 pases analisados pelo PNUD, ficando dentro do grupo dos pases com IDH elevado. No entanto, quando avaliado do ponto de vista do IDHAD, o Brasil alcanou a pontuao de 0,531, ficando atrs de pases como Jordnia, China, Gabo, Moldvia e Uzbequisto, que possuem IDH inferior ao do Brasil e pertencentes ao grupo de IDH mdio. Referncia Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Relatrio de Desenvolvimento Humano 2013 Ascenso do Sul: Progresso Humano num Mundo Diversificado. Disponvel em: . Acesso em: 23 abr. 2014. Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola. A partir da leitura dos dois excertos, escreva um texto apresentando a sua concluso sobre a relao entre desenvolvimento humano e desigualdade social. Na sua argumentao, apresente exemplos verificados no lugar em que voc vive. 37. 37 Geografia 2a srie Volume 2 38. 38 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de imagem Observe a charge e, em uma folha avulsa, elabore um texto acerca das formas de segregao socioespacial encontradas nas cidades brasileiras. 1.Unicamp 2002 Recentemente o shopping center Rio-Sul o primeiro a ser construdo na cidade do Rio de Janeiro foi invadido por um grupo de 130 pessoas formado por sem-teto, favelados, estudantes e punks. Os manifestantes, com esta invaso pacfica, inauguraram uma forma nova de protesto. (Adaptado de Folha de S. Paulo, 05/08/2000.) a)Relacione essa manifestao ao exerccio da cidadania e s formas de organizao espacial das cidades contemporneas. Angeli. Folha de S.Paulo, 6 jun. 1999. p. 1-2. Angeli 39. 39 Geografia 2a srie Volume 2 b) Alm do shopping center, cite outro exemplo de segregao socioespacial no meio urbano. Justifique sua resposta. 40. 40 Geografia 2a srie Volume 2 ! ? Situao de Aprendizagem 5 A tectnica de placas e o relevo brasileiro Leitura e anlise de tabela e quadro 1.Observe os dados apresentados na tabela e analise-os com base nas informaes do quadro. Depois, responda s questes. Maiores abalos no Brasil Localizao Ano Magnitude (*) Vitria (ES) 1955 6,3 Porto dos Gachos (MT) 1955 6,2 Tubaro (SC) 1939 5,5 Codajs (AM) 1983 5,5 Pacajus (CE) 1980 5,2 Litoral de So Paulo 2008 5,2 Mogi Guau (SP) 1922 5,1 Joo Cmara (RN) 1986 5,1 Plataforma (RS) 1990 5,0 Itacarambi (MG) 2007 4,9 Mara Rosa (GO) 2010 4,5 Montes Claros (MG) 2012 4,5 Joo Cmara (RN) 2010 2,7 Porangatu (GO) 2012 2,7 (*) Na escala Richter Fonte: Observatrio Sismolgico da Universidade de Braslia (UNB). Disponvel em: . Acesso em: 29 jan. 2014. 41. 41 Geografia 2a srie Volume 2 Entenda os efeitos dos terremotos Os sismlogos usam a escala de magnitude para representar a energia ssmica liberada por cada terremoto. Veja a seguir a tabela com os efeitos tpicos de cada terremoto em diversos nveis de magnitude. Escala Richter Efeitos do terremoto Menos de 3,5 Geralmente no sentido, mas pode ser registrado 3,5 a 5,4 Frequentemente no se sente, mas pode causar pequenos danos 5,5 a 6,0 Ocasiona pequenos danos em edificaes 6,1 a 6,9 Pode causar danos graves em regies onde vivem muitas pessoas 7,0 a 7,9 Terremoto de grande proporo, causa danos graves de 8 graus ou mais Terremoto muito forte. Causa destruio total na comunidade atingida e em comunidades prximas Esta tabela aberta, portanto no possvel determinar um limite mximo de graus. Ainda que cada terremoto tenha uma magnitude nica, os efeitos de cada abalo ssmico variam bastante devido distncia, s condies do terreno, s condies das edificaes e a outros fatores. Fonte: Folha Online, 6 mar. 2007, fornecido pela Folhapress. Disponvel em: . Acesso em: 26 nov. 2013. a)Com base em dados do Instituto de Geologia do Departamento do Interior dos Estados Unidos da Amrica, estima-se que ocorram cerca de 500 mil terremotos por ano no mundo, dos quais 100 mil deles podem ser sentidos e 100 causam alguma forma de danos ou vtimas. Considerando a tabela e o quadro, por que no h registro na memria da populao brasileira acerca dos terremotos que aqui ocorreram? 42. 42 Geografia 2a srie Volume 2 A instabilidade da crosta terrestre O interior da Terra guarda mistrios que sempre excitaram a imaginao do ser hu- mano, entre outras razes, porque uma srie de eventos que tm origem nessa parte do pla- neta manifesta-se na superfcie e nos atinge, como o caso dos terremotos e das erupes vulcnicas. Alm da imensa produo fantasiosa, foram muitas as teorias que pretenderam explicar os processos que ocorrem no interior da Terra. Uma grande dificuldade emprica e concreta impe-se de incio. O interior do planeta diretamente inatingvel, e todas as informaes de que se dispem so indiretas e difceis de analisar. Nos ltimos tempos, a pesquisa do interior de nosso planeta passou a ser feita pela interpretao de ondas ssmicas que se propagam at a superfcie terrestre pois tm b)Em abril de 2009, um terremoto de magnitude 6,3 graus na escala Richter, equivalente ao terremoto ocorrido em 1955 no litoral de Vitria (ES), provocou a morte de pelo menos 287 pessoas na regio de LAquila, cidade localizada no centro da Itlia, alm de ter destrudo quase inteiramente a provncia. Considerando que a fora letal de um terremoto no se associa apenas intensidade de seu epicentro, converse com seus colegas e seu professor e responda: Quais outros fatores explicam o nmero de vtimas na Itlia e a inexistncia delas no Brasil? Leitura e anlise de texto, mapa e quadro 1.Leia o texto a seguir e responda s questes. 43. 43 Geografia 2a srie Volume 2 a)O autor afirma que uma srie de eventos que ocorrem no interior da Terra manifesta-se externamente. Quais exemplos so citados? b)O autor afirma que o interior da Terra guarda mistrios que sempre instigaram a imaginao do ser humano e que h uma enorme dificuldade em se obter respostas para essas inquietaes. Por que isso ocorre? comportamentos distintos ao atravessarem diferentes materiais e, tambm, pelo estudo do vulcanismo e dos terremotos. A concluso a que se chegou que a crosta terrestre dinmica, vem se transformando ao longo do tempo da natureza, e essa transformao pode ser explicada com base na teoria das placas tectnicas. A crosta terrestre uma fina casca slida sobre o magma, mas no contnua; ao contrrio, trata-se de uma justaposio de placas que se movimentam sobre o magma, e essa movimentao explica grande parte da fisionomia atual da superfcie ter- restre. Uma referncia-chave para essa interpretao terica nos leva para um passado de mais de 250 milhes de anos, quando os blocos continentais atuais (Eursia, frica, Amrica, Austrlia e Antrtida) formavam um nico e gigantesco bloco: a Pangeia (ou seja, toda a Terra). De l para c, esse bloco foi se fragmentando e dando origem aos continentes atuais. Nesse processo, os intervalos que surgiram entre os fragmentos continentais fo- ram preenchidos pelas guas, e a se encontra a origem dos oceanos. Por que a Pangeia se fragmentou? Porque a crosta terrestre formada de placas que se movimentam. Assim, a estabilidade da crosta apenas aparente. Elaborado por Jaime Oliva especialmente para o So Paulo faz escola. 44. 44 Geografia 2a srie Volume 2 c)Considerando a evoluo dos estudos geolgicos, a quais concluses os cientistas chegaram quanto s caractersticas da crosta terrestre? d)De acordo com o texto, qual foi a referncia-chave para chegar a essas concluses sobre as caractersticas da crosta terrestre? e)Por que a Pangeia se fragmentou? 2.Observe o mapa da prxima pgina. a)Identifique as placas que atuam em contato com a Placa Sul-americana. 45. 45 Geografia 2a srie Volume 2 b)Observe o quadro a seguir. Brasil: trs terremotos, 2007-2008 Quando Local Epicentro Novembro de 2007 So Paulo Chile Oeste do Brasil Dezembro de 2007 Itacarambi (MG) No local Abril de 2008 So Paulo Oceano Atlntico Leste do Brasil Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola. Analise os dados e elabore algumas hipteses sobre cada um dos epicentros, destacando sua localizao e a atuao das placas tectnicas em cada um deles. Fonte: USGS. This dynamic Earth: the story of plate tectonics. Online edition. Disponvel em: . Verso do mapa com cotas em portugus disponvel em Wikimedia commons: . Acessos em: 26 nov. 2013. Mapa original. U.S.GeologicalSurvey.Cortesia Placas tectnicas 46. 46 Geografia 2a srie Volume 2 3.Observe o mapa apresentado na pgina seguinte e responda s questes. a)Identifique as reas mais propensas a terremotos na Amrica do Sul. b) Qual relao pode ser estabelecida entre as reas mais propensas a terremotos na Amrica do Sul e a disposio das placas tectnicas? c) Qual dos terremotos identificados no quadro Brasil: trs terremotos, 2007-2008 (p. 45) era mais provvel de ocorrer? Justifique. 47. 47 Geografia 2a srie Volume 2 NewYork Boston Montreal Toronto Chicago Philadelphia LosAngeles SanFrancisco Houston Miami Dallas SoPauloRioDeJaneiro Recife BeloHorizonte Johannesburg Alexandria Napoli Barcelona Milano Manchester Birmingham MadrasBangalore Bombay Hyderabad Calcutta Karachi Lahore Guangzhou Wuhan Shanghai Tianjin Shenyang Harbin Osaka Nagoya Yokohama Pusan Singapore Sydney Melbourne St.Petersburg HoChiMinhCity Detroit Mnchen Frankfurt Vancouver Seattle Anchorage Perth Manaus CapeTown Vladivostok OmskNovosibirsk Yakutsk Denver SaltLakeCity Fairbanks Nordvik Irkutsk Okhotsk Lanzhou Urmqi Edinburgh WashingtonD.C. seriAsoneuB Lima Santiago Bogota Caracas Kinshasa Lagos Algiers Cairo Baghdad Athinai Roma Madrid Tehran Paris Budapest Berlin Moskva London Delhi Dhaka Yangon KrungThep HongKong Taipei Manila Jakarta Beijing Tokyo Seoul MexicoCity Kiev Ottawa Belmopan Guatemala SanSalvador Tegucigalpa Managua SanJose Panama LaHabana Kingston Port-au-Prince Sa ntoDo mingo SanJuan PortofSpain Quito Georgetown Paramaribo Braslia Rmire LaPaz Asuncion oedivetnoM Maseru Mbabane Maputo Gaborone Antananarivo Windhoek Harare Lusaka Lilongwe Luanda Pretoria DaresSalaam Kigali Nairobi Kampala Brassaville Libreville Yaound Bangui Malabo Muqdisho dsbeba Dijbouti KhartoumAsmera San'' N'Djamena Niamey Ouagadougou Bamako MonroviaAbidjanAccra Lome PortoNovo Freetown Conakry Banjul Bissau Dakar Nouakchott Rabat Tunis Tarbulus ArRiyad Dim as hq Bayrt Nicosia Ankara Ashkhabad Kbol Is la m abad Baku Masqat Abu Dhabi Doha AlKuwayt T'Bilisi Yerevan kekhsiB Bujumbura TelAviv-Yafo Amman Kishinev Bucuresti Sofiya Skopje Tirane Titograd Sarajevo Beograd Zagreb Ljubljana WienBratislava Warszawa Praha Vilnius Riga Minsk Tallinn Helsinki Stockholm Oslo Bruxelles Amsterdam Lisboa Dublin Bern Almaty Tashkent Dushanbe Kathm andu Thimphu Hanoi Viangchan Ulaanbaatar PhnomPenh P'yngyang BandarSeriBegawan PortMoresby Canberra Wellington KualaLumpur Colombo Reykjavk Kobenhavn 1801501209060300180150120906030 1801501209060300180150120906030 0 30 30 60 90 60 60 90 30 0 30 60 10%deprobabilidadedeexcednciaem50anos,perododeretornode475anos ACELERAOMXIMADOSUBSTRATOROCHOSO(m/s)2 ProjeoRobinson 00.20.40.81.62.43.24.04.8 MODERADO PERIGOPERIGO BAIXOALTO PERIGOPERIGO MUITOALTO Mundo:perigossmico GLOBALSeismicHazardAssessmentProgram.Disponvelem:.Acessoem:23maio2014. Mapaoriginal(basecartogrficacomgeneralizao;algumasfeiesdoterritrionoestorepresentadas;mantidaagrafia). 48. 48 Geografia 2a srie Volume 2 4.Observe o quadro a seguir. Placas tectnicas e terremotos rea de contato de placas Limites convergentes: no choque (encontro), as placas tendem a ter suas bordas destrudas e a provocar processos de soerguimento. Limites divergentes: no afastamento das placas, abrem-se fissuras por onde vaza magma, e ali aumenta a atividade interna. Limites conservativos: as placas no se encontram nem se afastam, mas deslizam lateralmente entre si ao longo de falhas profundas que atravessam a litosfera e marcam o limite entre as placas (falhas trans- formantes). Entorno do centro da placa A atividade interna somente repercute na superfcie caso encontre fissuras, falhas e fragilidades na placa.* *Tremores no centro das placas so mais raros e mais fracos, ao contrrio das bordas, onde a atividade interna, denominada ssmica, mais intensa. Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola. Fonte: TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, Maria Cristina Motta de; FAIRCHILD, Thomas Rich; TAIOLI, Fabio. Decifrando a Terra. So Paulo: Ibep, 2007. Como as placas se movimentam, podem acontecer trs situaes nas reas de contato. Quais so elas? 49. 49 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de texto e mapa Leia o texto a seguir. Para compreender o relevo sul-americano, necessrio conhecer as influncias resultantes da evoluo e do dinamismo dos movimentos das placas tectnicas (ver coleo de mapas na prxima pgina). Apesar de a Pangeia ter iniciado sua fragmentao h aproximadamente 225 milhes de anos, foi somente h 200 milhes de anos que Gondwana, um grande bloco de terras emersas ao Sul do planeta, comeou a se desprender desse continente nico. O processo de fragmen- tao continuou e, h cerca de 145 milhes de anos, Gondwana tambm comeou a se romper. A partir desse rompimento, iniciou-se a formao do Oceano Atlntico, separando o que viria a ser a Amrica do Sul e a frica a Antrtida e uma poro da sia tambm se formaram a partir de rupturas na Gondwana. Ao se soltar da Placa Africana, a Placa Sul-americana principiou o seu deslocamento para Oeste. Algumas alteraes no relevo da costa Leste do Brasil podem ter se iniciado nesse processo. Foi ainda com esse movimento de divergncia entre as placas Africana e Sul-americana que, ao longo do tempo, formou-se o fundo do Oceano Atlntico em virtude da intruso de material magmtico que foi se solidificando , parte dele vinculada Placa Sul-americana e parte, Placa Africana. Assim, enquanto se afastavam, essas placas aumentaram sua dimenso, com o acrscimo do assoalho ocenico, criando uma nova extenso de 4100 quilmetros. Com esse movimento em direo ao Oeste, a Placa Sul-americana tambm acabou se encontrando com a Placa de Nazca. Esta, mais densa, mergulhou sob a Placa Sul-ameri- cana, soerguendo sua borda e dando origem Cordilheira dos Andes, h cerca de mais de 60 milhes de anos. H interpretaes que procuram explicar que a formao dos Andes teria repercutido em todo o conjunto da placa. Trata-se de uma repercusso desigual, visto que algumas reas de rochas menos resistentes foram mais soerguidas do que outras, estas constitudas de rochas mais resistentes. Foi nesse momento essa a hiptese que teriam ocorrido os movimentos que deram origem s escarpas da Serra do Mar e da Serra da Manti- queira (ROSS, 1996). No entanto, h pesquisas que revelam indcios de que parte do relevo da costa Leste do Brasil no teria uma relao to imediata com o soerguimento dos Andes. Referncia ROSS, Jurandyr L. Sanches (Org.). Geografia do Brasil. So Paulo: Edusp, 1996. Elaborado por Angela Corra da Siva especialmente para o So Paulo faz escola. A Tectnica das Placas e sua influncia na geomorfologia da Amrica do Sul 50. 50 Geografia 2a srie Volume 2 IBGE.Atlasgeogrficoescolar.RiodeJaneiro:IBGE,2004.p.64-65.Mapaoriginal. DerivaContinental:daPangeiaatnossosdias Fontes:Granatlasilustradodelmundo.BuenosAires:ReadersDigest,c1999.1atlas(288p.):mapas;USGS.ThisdynamicEarth:thestory ofplatetectonics.Onlineedition.Disponvelem:.Acessoem:27dez.2010. 51. 51 Geografia 2a srie Volume 2 1. Quando e como se iniciou a formao da Amrica do Sul? Quais outros blocos de terras foram formados nesse processo? 2.A regio da Placa Sul-americana onde se localiza o atual Brasil sofreu alguma alterao resultante do processo de formao do Oceano Atlntico? Justifique. 3. Quais hipteses so apresentadas no texto para explicar a relao entre o movimento da Placa Sul-americana e o modelado do relevo brasileiro? 52. 52 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de mapa e quadro 1.Observe o mapa e o quadro a seguir. Converse a respeito deles com seus colegas e seu professor e, depois, responda s questes propostas. Fonte: ROSS, Jurandyr L. Sanches. Os fundamentos da geografia da natureza. In: _____ (Org.). Geografia do Brasil. So Paulo: Edusp, 1996. p. 47. Brasil: grandes estruturas 53. 53 Geografia 2a srie Volume 2 Representao no mapa Crtons pr-brasilianos Faixas de dobramentos do ciclo brasiliano Bacias sedimentares fanerozoicas Simplificao operacional reas cratnicas Dobramentos antigos Bacias sedimentares Breve definio Terrenos mais antigos do Brasil muito desgastados pela eroso rochas metamrficas muito antigas (2 a 4,5 bilhes de anos) rochas intrusivas (magmticas) antigas (1 a 2 bilhes de anos). reas de soerguimento de cadeias de montanhas, orognese ou dobramentos (1 a 4 bilhes de anos). Terrenos mais recentes (600 milhes de anos para c) rochas sedimentares (arenitos, calcrio, argilitos etc.) rochas mais moles, menos resistentes. Elaborado especialmente para o So Paulo faz escola. a)Indique as principais estruturas geolgicas encontradas no territrio brasileiro. Quando elas se formaram e quais so as caractersticas de cada uma delas? b) Qual a estrutura geolgica predominante no territrio brasileiro? Como se pode explicar essa predominncia? 54. 54 Geografia 2a srie Volume 2 c)Em qual das estruturas geolgicas ocorrem as maiores riquezas minerais do Brasil? Quais minerais so esses? Desafio! Para o aprofundamento desta Situao de Aprendizagem, propomos a realizao de duas tarefas: 1.Construo de um glossrio: utilizando como fonte livros didticos, atlas e outros mate- riais, a ideia construir um glossrio com vrios termos que apareceram na Situao de Aprendizagem. Eis alguns exemplos: geologia, eroso, rochas metamrficas, rochas sedi- mentares, sedimentos, soerguimento, dobramentos, orognese etc. 2.Todos os eventos mencionados, assim como a data de vrias formaes, esto assinalados com um tempo numrico. Exemplos: soerguimento da Cordilheira dos Andes (60 milhes de anos); abertura do Ocenico Atlntico (200 milhes de anos); bacias sedimentares no Brasil (a partir de 600 milhes de anos). A ideia que, com a escala geolgica do tempo, vocs identifiquem individualmente as Eras, os Perodos e as pocas de tudo o que foi datado nesta Situao de Aprendizagem. No final deste Caderno est disponvel para consulta a Histria Geolgica daTerra. No Quadro Ano-Terra, possvel encontrar informaes para o desenvolvimento desta atividade. O geofsico Marcelo Assumpo, da Universidade de So Paulo (USP), est mapeando a estru- tura da placa sob o Brasil (a Sul-americana). J descobriu que ela mais fina e frgil em algumas regies, como no Nordeste. Esse fato, somado provvel presena de uma falha tectnica, faz desta a regio com mais riscos ssmicos do pas. Em seu caderno, comente essa afirmao. 55. 55 Geografia 2a srie Volume 2 Com relao estrutura tectnica do territrio brasileiro, correto dizer que: a) a costa Leste, por se encontrar na borda da Placa Sul-americana, possui as montanhas mais eleva- das do Brasil. b) a fronteira Oeste do Brasil est livre de eventos como tremores por causa da imensa distncia da Cordilheira dos Andes. c) a posio do Brasil no interior da Placa Sul-americana explica a baixa ocorrncia de eventos ssmicos nos ltimos 60 milhes de anos. d) ao Sul do Brasil, as reas de serras resultam de dobramentos que ocorreram nos ltimos 60 milhes de anos e que deram origem tambm aos Andes. e) o Brasil instvel em termos tectnicos em funo das vrias fissuras e falhas existentes na Placa Sul-americana, que sustenta a Amrica do Sul. 56. 56 Geografia 2a srie Volume 2 Situao de Aprendizagem 6 As formas de relevo brasileiro e as funes das classificaes Para comeo de conversa Considerando o que voc estudou at agora, apresente o significado dos seguintes termos: Relevo: Modelado: Geomorfologia: Topografia: ! ? 57. 57 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de texto Leia o texto a seguir. A fora da eroso Como explicar a configurao atual das formaes montanhosas? Se a resposta se referir apenas s foras tectnicas como aquelas que constroem as ca- deias montanhosas, ela estar incompleta. Um elo fundamental na explicao precisa vir luz: foras associadas ao clima e, mais diretamente, eroso devem ser consideradas. A melhor maneira de se referir configurao montanhosa dizer que ela produto de interaes entre pro- cessos tectnicos, climticos e erosivos. Tendo em vista essa interao, pode-se explicar a altura mxima das montanhas, alm do tempo necessrio para esculpir ou destruir uma cadeia montanhosa. Depois de observar por longo tempo o processo de eroso, muitos gelogos chegaram concluso de que ela a principal fora que configurou as cadeias montanhosas tal como as observamos atualmente. Minsculas gotas de chuva contribuem em boa parte para a definio da fisionomia e da altura dessas cadeias. Elaborado por Jaime Oliva especialmente para o So Paulo faz escola. Aps a leitura e a discusso com seus colegas e seu professor, responda s questes a seguir. 1.De acordo com o texto, como se explica a configurao atual das formaes montanhosas? 2. Qual a concluso a que os gelogos chegaram aps observarem por muito tempo a ao dos processos erosivos? 58. 58 Geografia 2a srie Volume 2 3.Os agentes internos e externos podem ser responsveis tanto pela construo quanto pela destruio do relevo. Com base no que voc estudou at agora, apresente exemplos dessas duas possibilidades. 4.Preencha o quadro com o significado das macroformas de relevo solicitadas. Formas de relevo Macroformas Elementos envolvidos Planaltos Plancies Cadeias montanhosas Depresses Aps preencher o quadro, responda: Temos, em nosso territrio, cadeias montanhosas recentes? 59. 59 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de mapa Observe o mapa da prxima pgina e responda s questes a seguir. 1.Com base no mapa, indique as principais formas de relevo encontradas no Brasil. 2.Leia a descrio das principais formas de relevo encontradas no Brasil e preencha as lacunas indicando o nome correto de cada uma delas. a) __________________________________: superfcies elevadas, mais ou menos planas, delimitadas por escarpas, onde o processo de eroso supera o de sedimentao. Em geral, so formas residuais, isto , relevos que restaram de formaes antigas, divididos em qua- tro tipos. b) __________________________________: apresentam tipos bem diversificados, sendo de- finidas como um modelado de relevo que se apresenta mais baixo do que as reas vizinhas. Em seu trabalho, Ross reconhece um total de 11 espalhadas pelo Brasil. c) __________________________________: reas, em geral, planas, constitudas por de- posio de sedimentos de origem marinha, lacustre ou fluvial. Esses terrenos, onde predomina a sedimentao, so encontrados em seis pores do territrio brasileiro. 60. 60 Geografia 2a srie Volume 2 Fonte:ROSS,JurandyrL.Sanches.Osfundamentosdageografiadanatureza.In:_____(Org.).GeografiadoBrasil.SoPaulo:Edusp,1996.p.53. Brasil:formasderelevo 61. 61 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de mapa Observe o mapa a seguir. ABSABER, Aziz. Os domnios de natureza no Brasil: potencialidades paisagsticas. So Paulo: Ateli Editorial, 2007, encarte. Mapa original. Terras baixas florestadas equatoriais Domnios Morfoclimticos Brasileiros (reas Nucleares 1965) Chapades tropicais interiores com cerrados e florestas-galeria reas mamelonares tropical-atlnticas florestadas Depresses intermontanas e interplanlticas semiridas Planaltos subtropicais com araucrias Coxilhas subtropicais com pradarias mistas (No diferenciadas) I.Amaznico II.Cerrado III.Mares de morros Domnios IV.Caatingas V.Araucrias VI.Pradarias Faixas de transio 62. 62 Geografia 2a srie Volume 2 Tomando por base o mapa Domnios Morfoclimticos Brasileiros, identifique quais foram os elementos da paisagem considerados pelo autor para construir o mapa. 1.Todas as macroformas do relevo esto, de modo geral, presentes no territrio brasileiro? Explique. 2. Se a altitude for tomada como nico parmetro, o que pode ser dito a respeito do relevo brasileiro? 63. 63 Geografia 2a srie Volume 2 Considerando o processo de eroso e sua relao com as formas de relevo, correto dizer que: a) as plancies so formas de relevo, em geral planas, produto do trabalho de deposio de sedimentos. b) os planaltos so formas baixas e planas de relevo, resultado da deposio de sedimentos ero- didos em zonas mais altas. c) a eroso a principal fora formadora das grandes cadeias montanhosas, que nada mais so do que planaltos entrecortados e esculpidos. d) as plancies so formas planas e altas no topo das cadeias montanhosas, resultado da deposio sedimentar. e) planaltos so terras mais baixas que as vizinhas, resultantes do trabalho de eroso elica e fluvial em reas mais elevadas. 64. 64 Geografia 2a srie Volume 2 Situao de Aprendizagem 7 guas no Brasil: gesto e intervenes Para comeo de conversa Leia o texto a seguir. ! ? guas no Brasil O Brasil apresenta uma situao confortvel, em termos globais, quanto aos recursos hdricos. A disponibilidade hdrica per capita, determinada a partir de valores totalizados para o Pas, indica uma situao satisfatria, quando comparada aos valores dos demais pases informados pela Organizao das Naes Unidas (ONU). Entretanto, apesar desse aparente conforto, existe uma distribuio espacial desigual dos recursos hdricos no ter- ritrio brasileiro. A maior disponibilidade hdrica concentra-se na regio hidrogrfica Amaznica, onde se encontra o menor contingente populacional. Assim, reas muito mais povoadas no tm toda essa disponibilidade de gua. Algumas delas vivem, inclusive, situaes de escassez hdrica. Fonte: Conjuntura dos recursos hdricos no Brasil 2012. Agncia Nacional de guas (ANA). Disponvel em: . Acesso em: 29 jan. 2014. 1.Conforme o texto, o Brasil enfrenta problemas com o abastecimento de gua para o consumo da populao e para as atividades econmicas que exigem o uso da gua? 2.O que so bacias hidrogrficas? Quais so as mais importantes do territrio brasileiro? 65. 65 Geografia 2a srie Volume 2 Leitura e anlise de mapa e tabela Com base nos mapas e na tabela responda s questes a seguir. Elaborado por Simone Freitas Dias, Agncia Nacional de guas (ANA). Diviso Hidrogrfica Nacional, set. 2009. Mapa original. Brasil: regies hidrogrficas 66. 66 Geografia 2a srie Volume 2 Brasil: rea, produo hdrica absoluta e relativa e a disponibilidade hdrica das regies hidrogrficas Vazo Mdia Regio Hidrogrfica rea (km2 )* m3 /s** % Disponibilidade hdrica (m3 /s) Amaznica 3869953 132145 73,4 73748 Tocantins-Araguaia 918822 13799 7,6 5447 Atlntico Nordeste Ocidental 274301 2608 1,4 320 Parnaba 333056 767 0,4 379 Atlntico Nordeste Oriental 286802 774 0,4 91 So Francisco 638576 2846 1,6 1886 Atlntico Leste 388160 1484 0,8 305 Atntico Sudeste 214629 3167 1,8 1145 Atlntico Sul 187552 4055 2,3 647 Paran 879873 11831 6,6 5956 Uruguai 174533 4103 2,3 565 Paraguai 363446 2359 1,3 782 Total 8532802 179938 100 91271 *Considera apenas o territrio brasileiro; ** Dados de dezembro de 2012. Fonte: Conjuntura dos recursos hdricos no Brasil 2012. Agncia Nacional de guas (ANA). Disponvel em: Acesso em: 29 jan. 2014. 67. 67 Geografia 2a srie Volume 2 Fontes: IBGE, Censo Demogrco 2010; Atlas nacional do Brasil Milton Santos. Rio de Janeiro: IBGE, 2010; e Agncia Nacional de guas - ANA, 2002. Nota: Redenio da sistemtica de codicao de bacias hidrogrcas para a Poltica Nacional de Recursos Hdricos instituda pela Resoluo n 30, do Conselho Nacional de Recursos Hdricos - CNRH, de 11 de dezembro de 2002, publicada no Dirio Ocial da Unio em 19 de maro de 2003. % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % % / #Y #Y #Y #Y 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 OCEANO ATL N T IC O -25 -15 -5 -75 -65 -55 -45 -35 -30 -25 -15 -5 -35-45-55-655 5 -10 OCEANO TRPICO DE CAPRICRNIO TRPICO DE CAPRICRNIO -40-50-60-70 EQUADOR -20 -30 -70 -60 -50 -40 -30 -20 -10 0 PACFICO 0 CHILE C O L O M B I A A R G E N T I N A V E N E Z U E L A P E R P A R A G U A Y U R U G U A Y SURINAME GUYANE GUYANA B O L I V I A Pindar Paraguai Cuiab A raguaia Pe l otas PARAN PA RAN Pardo MAMOR MARO WIJNE R . Trombetas CORANTIJN ESS E QUIBO Tacutu Jufari Ca trimani ORIN O CO M A R A ON PUT UMAYO AMA ZONAS JA PUR Abac ax is TAP AJ S TOCANTINS Parn aba Parnab a Tocantins Uru bamba Jeq uitinhon ha PARAN ABA RIO Rio Francisco S. Dos Gurguia Acre R. R. Nhamund Oiapoque Jauaperi BRANCO R. Guaina R. Papuri META R. R. RO R. R. R . R. R. Machadoou Jip aran Abun Rio R.Ene R. Amapari R. R. Apurimac Vaups R o Uaups Ro R. R. Moa Purus Rio Rio Urucu Tef Rio Itu Itaqua Rio Rio PAR Ro RIVER de Madre Ro Beni Ro R io R io Itapecuru Rio Gurupi Rio IR IR I RIO Iriri Rio Purus Rio Rio Juru Araguari JARI Jari Rio Paru Rio R io Rio Rio Alala CAQUET RO RO IRIO RIO RIO Rio Uraricoera RO I ana RioAripuan RO RO JURU RIO SOLIM ES R. Mucuri GRANDE Carinhanha Rio R. R . R . Araguari R io R. R. do Sul Paraba Rio R. RIO RIO TIET Correntes Rio D oce R. R. Q uara R. Rio Apa G RANDE GUAPAY Dulce Salado Ro R o Pilcom ayo Bermejo Ro R o RO URUGUAY R. Rio Uruguai R. Manuel So R. R. S. R. R. Rio Pires Tele s R. RO Negro MADEIR A R io Rio Rio Juruena XINGU Rio Rio ou Paranapanema R IO SO FRANCIS CO R. Rio Rio RIO GUAPOR Francisco R io PARAGUAY RIO ARAGUAIA RIO Xingu RIO AMAZONAS R IO RIO Javari RIO NEGRO ItiquiraRio Arquip. de Fernando de Noronha Rio Juru Rio Purus Rio Madeira Rio Capivari Rio Oiapoque Rio I Rio Itaja Rio Araguari Rio Trombetas Rio Nhamund Rio Guaba/Lagoa Rio Guam Rio Japur Rio Par Rio Paru Rio Uruguai Rio Jari Rio Javari Rio Paraguai Rio Araguaia Rio Tocantins Rio Tapajs Rio Xingu Rio Negro Rio Paran Rio Capibaribe Rio Vaza-Barris Rio Inhambupe Rio Jequiri Rio Potengi Rio Una Rio Curimata Rio So Mateus Rio Maca Rio Itapemirim Rio Paraba Rio Coruripe Rio Apodi Rio Mucuri Rio Piranhas-A Rio Itanhm Rio Munim Rio Turiau Rio Itapicuru Rio Paraba do Sul Rio Jequitinhonha Rio Gurupi Rio Paraguau Rio Itapecuru Rio Acara Rio Jaguaribe Rio de Contas Rio Pardo Rio Mearim Rio Doce Rio Parnaba Rio So Francisco Rio Ribeira do Iguape A M A Z N I C A SOFRAN C IS C O P A R N A B A TOCANTINS-ARAGUAIA ATLNTICO NO RDESTEORIENTAL A TLNTICO NOR D ESTE OCIDENTAL A T LNTICOLESTE P A R A N PARAGUAIU R U G U A I A T L N T I C O SUL A T L N T I C O S U D ESTE Densidade demogrfica por bacia hidrogrfica 2010 BOA VISTA MACAP BELM SO LUS MANAUS RIO BRANCO PORTO VELHO CUIAB CAMPO GRANDE GOINIA BRASLIA PALMAS TERESINA FORTALEZA NATAL JOO PESSOA RECIFE MACEI ARACAJU SALVADOR VITRIA BELO HORIZONTE RIO DE JANEIRO SO PAULO CURITIBA PORTO ALEGRE FLORIANPOLIS ASUNCIN LA PAZ BOGOT CAYENNE Atol das Rocas Arquip. de Abrolhos 75 750 150 225 km PROJEO POLICNICA ESCALA Hab/km Limite de grande bacia Limite de sub-bacia Populao (hab. x1.000) rea densamente urbanizada at 500 500 a 1.000 1.000 a 2.500 2.500 a 5.000 5.000 a 12.600 54.641 Capital: % % % % % % #Y / 5 Nacional Estadual Internacional at 2 3 a 15 16 a 50 51 a 100 101 a 131 327 733 IBGE. Atlas do censo demogrfico 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2013. Mapa original (mantida a grafia). Agora, responda s questes. a)O que se pode dizer a respeito da distribuio geogrfica da gua no Brasil? 68. 68 Geografia 2a srie Volume 2 Com base nessas informaes, analise os problemas que ocorrem em seu municpio e/ou na cidade de So Paulo, capital do Estado, relativos ao uso da gua como recurso natural. Problemas de abastecimento nas grandes cidades: escassez; dificuldade de trata- mento; reas de mananciais habitadas e degradadas; reas de captao muito distantes; custos elevados do sistema de captao, tratamento e distribuio. Problemas de poluio das guas: rios contaminados ao longo de seu curso por atividades econmicas, por falta de saneamento bsico, pelo recolhimento de esgotos domsticos etc. Desperdcio da gua: crena ingnua numa abundncia sem custos; gastos absurdos de gua potvel e tratada para lavar automveis, caladas etc.; falta de controle de vazamentos etc. reas muito povoadas versus escassez hdrica: o semirido nordestino, com excesso de populao para suas condies. Barragens nos rios: acmulo de sedimentos; alterao negativa da fauna fluvial; au- mento da evaporao e desperdcio das guas. b)Com base na tabela, indique em ordem decrescente as maiores vazes mdias encontradas no territrio brasileiro. Leitura e anlise de texto Leia as informaes a seguir. 69. 69 Geografia 2a srie Volume 2 Com a orientao de seu professor, pesquise em sites da internet e/ou no material didtico dis- ponvel na escola a situao do Rio Tiet. Considere, para tanto, os seguintes aspectos: Rio Tiet. Camada de espuma cobrindo trecho do rio, prximo ao Cebolo: interligao entre as Marginais do Tiet e do Pinheiros. So Paulo (SP), 3 out. 2003. MatuitiMayezo/Folhapress Combine com seu professor como ser a apresentao da pesquisa. Como a estrutura bsica do Rio Tiet na rea de metrpole e como ela favorece a degradao do rio? O rio muito usado pela populao? De que maneira? Quais efeitos tem esse uso para o rio e para o ambiente? 70. 70 Geografia 2a srie Volume 2 Com a orientao de seu professor, realizem uma pesquisa considerando as seguintes questes: Leitura e anlise de texto Leia o texto a seguir. Rio So Francisco. Parte da barragem da Usina Hidreltrica de Xing. Canind de So Francisco (SE), 2004. WernerRudhart/Kino Aps a produo dos relatrios, combine com seu professor como ser feito o debate. O que a transposio do Rio So Francisco? Por que ela foi proposta? Quais so as possveis conse- quncias dessa transposio? Uma obra dessa envergadura foi suficientemente discutida pela populao? Gesto Integrada dos Recursos Hdricos A Lei federal no 9.433/97 instituiu a Poltica Nacional de Recursos Hdricos que se baseia nos seguintes fundamentos: a gua um recurso limitado de domnio pblico dotado de valor eco- nmico, a unidade de planejamento e gerenciamento deve ser o limite das bacias hidrogrficas e a sua gesto deve ser feita de forma descentralizada e contar com a participao do poder pblico, dos usurios e da comunidade. Criado tambm pela Lei no 9.433/97, o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hdricos (SNGRH) possui uma estrutura institucional composta por entidades de gesto propo- sitoras e executivas. Por se tratar de um sistema nacional, conta com entidades federais e estaduais, tendo os seguintes objetivos: coordenar a gesto integrada das guas; administrar os conflitos rela- cionados aos usos dos Recursos Hdricos; implementar a Poltica Nacional dos Recursos Hdricos; 71. 71 Geografia 2a srie Volume 2 planejar, regular e controlar o uso, a preservao e a recuperao; promover a cobrana pelo uso da gua (o que pagamos na conta o tratamento e a distribuio e coleta de esgoto). Para que esses objetivos sejam alcanados, integram o SNGRH: Conselho Nacional de Re- cursos Hdricos CNRH rgo mximo do sistema nacional de recursos hdricos, tem carter normativo e deliberativo. composto por representantes do Poder Executivo Federal Ministrio do Meio Ambiente e Secretaria da Presidncia da Repblica, dos Conselhos Estaduais de Recursos Hdricos, dos usurios e das organizaes civis de recursos hdricos. O CNRH responsvel por administrar os conflitos de uso dos recursos hdricos em ltima instncia e subsidiar a formao da poltica nacional de recursos hdricos. Tambm de sua responsabilidade a criao de Comits de bacias de domnio federal, alm de determinar os valores de cobrana pelo uso da gua. A Agncia Nacional de guas ANA uma autarquia federal, possui autonomia administrativa e finan- ceira. Exerce o papel de uma agncia reguladora e responsvel pela utilizao dos rios de domnio da Unio. Atua tambm como uma agncia executiva responsvel pela implementao do sistema nacional de recursos hdricos. A ANA tambm gerencia os recursos provenientes da cobrana pelo uso da gua em rios de domnio da Unio e fiscaliza e concede a outorga de direito de uso dos recursos hdricos. Conselhos Estaduais de Recursos Hdricos So os fruns mximos no mbito Estadual das discusses e deliberaes sobre as bacias hidrogrficas que esto sob seu domnio. Tm a responsabilidade de elaborar o Plano Estadual de Recursos Hdricos, dando subsdios para a implantao da Poltica Estadual de Recursos Hdricos, representando o Conselho Nacional de Recursos Hdricos. Comits de Bacias Hidrogrficas A Poltica Nacional dos Recursos Hdricos tem como um de seus fundamentos a gesto descentralizada e participativa. Os comits de bacias contam com a participao de representantes dos poderes pblicos, dos setores usurios de guas e da sociedade civil organizada, sendo tripartite, ou seja, todos os segmentos tm direito a voto na mesma proporo. competncia do Comit de Bacias Hidrogrficas: arbitrar conflitos e usos de recursos hdricos, aprovar e acompanhar a execuo do Plano de Recursos Hdricos da bacia hidrogrfica, propor aos conselhos nacional e estadual os usos dos recursos e propor valores e es- tabelecer mecanismos para a cobrana pelo uso da gua. Agncias de guas Devem atuar como uma Secretaria Executiva do seu respectivo comit, gerenciando os recursos obtidos pela cobrana do uso da gua, alm de outros recursos destinados. Deve ainda manter cadastro de usurios e balano da disponibilidade hdrica, elaborar o Plano de Recursos Hdricos para a aprovao do comit, realizar estudos, planos e projetos a ser executados com o recurso proveniente da cobrana do uso da gua. rgos e poderes pblicos de todos os nveis que se relacionam com a gesto de recursos hdricos, como exemplo as secretarias de Meio Ambiente. Referncia Palcio do Planalto Presidncia da Repblica. Disponvel em: . Acesso em: 25 abr. 2014. Elaborado por Sergio Damiati especialmente para o So Paulo faz escola. 1.Mencione os principais fundamentos da Poltica Nacional de Recursos Hdricos. 72. 72 Geografia 2a srie Volume 2 2. Quais so as vantagens de se estabelecer uma poltica integrada de gerenciamento dos recursos hdricos? A qualidade das guas no Brasil tem sido comprometida por diversas formas de poluio: lana- mento de esgotos domsticos no tratados e de efluentes industriais, contaminao por agrotxicos, mercrio de garimpos, derramamentos de leo etc. Consulte o Mapa das Bacias/Regies Hidrogr- ficas do Estado de So Paulo e identifique a UGRHI onde est localizada a escola ou sua residncia. Faa uma pesquisa individual sobre os instrumentos utilizados na gesto dos recursos hdricos pelo poder pblico nessa UGRHI. Regio Hidrogrfica da Vertente Paulista do Rio Paranapanema UGRHI 14 - Alto Paranapanema UGRHI 17- Mdio Paranapanema UGRHI 22 - Pontal do Paranapanema Regio Hidrogrfica Aguape/Peixe UGRHI 20 - Aguape UGRHI 21- Peixe Bacia do Rio Tiet UGRHI 05 - Piracicaba, Capivari e Jundia UGRHI 06 - Alto Tiet UGRHI 10 - Sorocaba e Mdio Tiet UGRHI 13 - Tiet - Jacar UGRHI 16 - Tiet - Batalha UGRHI 19 - Baixo Tiet Regio Hidrogrfica da Vertente Litornea UGRHI 03 - Litoral Norte UGRHI 07- Baixada Santista UGRHI 11 - Ribeira de Iguape e Litoral Sul Regio Hidrogrfica de So Jos dos Dourados UGRHI 18 - So Jos dos Dourados Bacia do Rio Paraba do Sul UGRHI 02 - Paraba do Sul Regio Hidrogrfica da Vertente Paulista do Rio Grande UGRHI 01 - Serra da Mantiqueira UGRHI 04 - Pardo UGRHI 08 - Sapuca-Mirim/Grande UGRHI 09 - Mogi-Guau UGRHI 12 - Baixo Pardo/Grande UGRHI 15 - Turvo/Grande Mapa das Bacias/Regies Hidrogrficas do Estado de So Paulo 1717 1414 2222 2020 1919 2121 1111 77 33 1616 1313 1010 66 55 1212 1515 88 99 44 11 1818 22 Plano Estadual de Recursos Hdricos do Estado de So PauloPERH 2012-2015. Disponvel em:. Acesso em: 4 jun. 2014. Mapa original. 73. 73 Geografia 2a srie Volume 2 1. Sobre o Rio So Francisco, correto afirmar que: a) o principal esforo das autoridades governamentais o de recuper-lo, de modo a garantir que suas guas abasteam todo o semirido nordestino. b) ele est sendo objeto de obra cuja meta fazer migrar parte de suas guas para zonas do semirido de relevo desnivelado em relao ao leito natural do rio. c) ele est sendo desviado para uma rea do Nordeste que compe o agreste de Pernambuco, na qual se desenvolve o cultivo de soja para fins comerciais. d) ele est sendo revitalizado, com a retirada das barragens do mdio curso, e esse o sentido principal da expresso transposio do So Francisco. e) as obras atuais visam abrir canais para atrair, das partes mais altas do semirido nordestino, guas para revitalizar o rio. 2. Qual a situao dos recursos hdricos brasileiros nos grandes centros urbanos? 74. 74 Geografia 2a srie Volume 2 Situao de Aprendizagem 8 Gesto dos recursos naturais: o estado da arte no Brasil Para comeo de conversa O que significa desenvolvimento sustentvel? Leitura e anlise de texto 1.Leia o texto a seguir. ! ? Gesto dos recursos naturais Uma gesto sustentvel dos recursos naturais requer, como condies indispensveis sua implementao, posturas mais abrangentes dos governos e da sociedade. Como ponto bsico para a implementao das estratgias propostas, so estabelecidas as seguintes premissas: a)participao; b) disseminao e acesso informao; c) descentralizao das aes; d) desenvolvimento da capacidade institucional; e) interdisciplinaridade da abordagem da gesto de recursos naturais, promovendo a insero ambiental nas polticas setoriais. Vrios aspectos influenciam e interagem no processo de gesto dos recursos naturais, que precisa considerar, alm das relaes intrnsecas entre os prprios recursos, as relaes de inter- dependncia com as dinmicas econmica, social e poltica. Isso pressupe: conhecimento especfico sobre os fatores naturais como recursos potenciais inseridos em um ecossistema; conhecimento especfico quanto ao estado (natural ou transformado) desses fatores; definio precisa de unidades de anlise e, dentro destas, das inter-relaes e sinergias que ocorrem entre os fatores biticos e abiticos. NOVAES, Washington (Coord.); RIBAS, Otto; NOVAES, Pedro da Costa. Agenda 21 brasileira: bases para discusso. Braslia: MMA/PNUD, 2000. p. 58. 75. 75 Geografia 2a srie Volume 2 a) Quais estratgias devem ser implementadas para que se consiga a gesto sustentvel dos recursos naturais? b) Quais so as condies necessrias para a criao de polticas de gesto dos recursos naturais? 2.Agora, leia o texto a seguir. Constituio Federal do Brasil, 1988, Ttulo VIII, Captulo VI, Artigo 225 Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. [...] Disponvel em: . Acesso em: 26 nov. 2013. possvel afirmar que a Constituio de 1988, em seu artigo 225, incorpora a ideia de susten- tabilidade? Justifique sua resposta. 76. 76 Geografia 2a srie Volume 2 Recursos do solo. Recursos hdricos. Recursos ocenicos e das zonas costeiras. Recursos da diversidade biolgica. Os recursos naturais so tratados como bens pblicos? H investimentos no reconhecimento e na conservao desses recursos? Combinem com seu professor como ser a apresentao da pesquisa. Retome as anotaes realizadas em sala de aula aps a apresentao de cada um dos grupos de trabalho da Pesquisa em grupo e, em seu caderno, elabore um texto argumentativo com o seguinte tema: Principais ameaas aos recursos naturais no Brasil. Sobre os recursos naturais, correto dizer que: a) eles esto praticamente esgotados, pois so os mesmos desde a origem das sociedades humanas e so intensamente usados. b) os diferentes grupos sociais usam distintos recursos naturais, com finalidades diversas; logo, relacionam-se de formas diferentes com a natureza. c) aqueles de origem abitica (inorgnica) so os que resistem mais ao uso humano, devido sua capacidade de recuperao, como o caso da gua. d) aqueles de origem bitica so os mais utilizados pelo ser humano, pois so cultivados por ele, evitando seu uso no estado natural. e) a maioria dos mananciais de recursos naturais no Brasil alvo de polticas de conservao bas- tante adequadas, uma vez que eles so uma das nossas principais riquezas. Sob orientao de seu professor, esco- lha com seu grupo um dos recursos natu- rais relacionados ao lado e realizem uma pesquisa sobre a situao atual do recurso escolhido. Para organizar o trabalho, considerem os seguintes questionamentos: 77. 77 Geografia 2a srie Volume 2 Ano-Terra Histria da Terra Tempo geolgico Ms Data Eventos marcantes e seus registros (idades em milhes de anos = Ma) Principais tendn- cias e inovaes Subdiviso Janeiro Primeiro dia, da meia-noite at 15h35 4566: Formao da nebulosa solar. O on Hadeano marcado pela acreo do planeta, impactos gigantescos, oceanos de magma e intenso magmatismo, diferen- ciao e desvalorizao do interior do planeta. Do dia 6 ao dia 14 (4500 e 4400 Ma) a conveco catica e a rpida reciclagem das rochas da superfcie impedem a formao de placas estveis. (Fase pr-placa da tectnica global). No dia 14 de janeiro, (4400 Ma) aparecem microplacas e, na segunda quinzena de fevereiro, o primei- ro protocontinente (4000 a 3850 Ma), onde hoje a Groen- lndia. ON HADEANO (4566 a 3850 Ma) 4563: Planetsimos comeam a se formar por acreo. 4558: Planetsimos maiores j exibem magmatismo plutnico e vulcnico. s 11h30 do dia 5 4510: A Lua se forma quando um planetsimo do tamanho de Marte colide com a Terra, ainda em formao. s 6h45 do dia 6 4500: Transformaes no jovem Sol criam um vento solar to in- tenso que a atmosfera primordial da Terra "varrida" para o espao, arrefecendo a superfcie do pla- neta. Vulcanismo libera grandes quantidades de gs carbnico e vapor de gua. s 16h05 do dia 8 4470: Acreo da Terra e dife- renciao do ncleo metlico (Fe, Ni) esto praticamente conclu- das e a atmosfera, rica em CO2 , reestabelecida. s 6h30 do dia 14 4400: Cristais de zirco (ZrSiO4 ) com esta idade so os mais antigos objetos terrestres datados. So evidncias da existncia, na poca, de crosta continental grantica e da alterao de rochas por meio aquo- so (hidrosfera). A Terra se torna propcia vida primitiva. s 0h do dia 17 4366: Termina a fase de aque- cimento do interior do planeta por meio de impactos acrecio- nrios (energia cintica calor) e diferenciao interna (energia gravitacional potencial calor). 78. 78 Geografia 2a srie Volume 2 Fevereiro No incio do dia 12 4040: Mais antigas rochas conhecidas gnaisses de Acasta, Canad. s 5h45 do dia 15 4000: Ncleo interno se cris- taliza, dando incio ao campo magntico terrestre. Do dia 23 at o dia 2 de maro 3900 a 3800: Retomada de im- pactos gigantes criam as maiores crateras da Lua e ameaam a sobrevivncia de quaisquer formas de vidas presentes na Terra. A partir das 5h45 do dia 27 at o dia 15 de maro 3850-3650: Forma-se o mais an- tigo registro conhecido de rochas supracrustais, como lavas e rochas sedimentares, agora metamor- fizadas (ilha Aklia e Isua, SW Groenlndia). Estas rochas evidenciam a existn- cia de pequenos protocontinentes e incluem grafite, interpretado por alguns pesquisadores como a mais antiga evidncia de vida na Terra. O incio do on Arqueano base do registro geolgico mais antigo de rochas sedimentares. A fase de microplacas termina no dia 30 de maio (2700 Ma) aps a consolidao de placas litosfricas de dimenses e relevo expressivos. Inicia-se a fase de tran- sio tectnica, que culminar no dia 13 de outubro com o sur- gimento do "ciclo de Wilson" e a tectnica global moderna. A atmosfera comea a se tornar oxidante a partir do dia 6 de maio (3000 Ma) devido expanso de microrganismos fotossintetizantes, como as cianobac- trias. Como conse- quncia, deposita-se quantidade gigantesca de ferro nos oceanos. ON ARQUEANO (3850 a 2500 Ma) Maro s 5h do dia 27 3500: Fsseis mais antigos: estro- matlitos e microfsseis orgnicos (evidncias de vida procaritica j diversificada) W Austrlia. Pores duradouras (cratnicas) se formam nos protocontinentes maiores (oeste da Austrlia e sul da frica). Intensa atividade vulcnica irrom- pe na Lua. Abril s 5h do dia 4 3400: Rochas mais antigas da Amrica do Sul o tonalito de So Jos do Campestre, prximo de Natal, Rio Grande do Norte, Brasil. Maio s 3h50 do dia 30 2700: Mais antigas evidncias bio- geoqumicas (quimiofsseis) de fo- tossntese oxignica (cianobactrias) e de esteris, compostos produzidos apenas por eucariotos. Formao ferrfera da Serra dos Carajs depositada. 79. 79 Geografia 2a srie Volume 2 Junho s 3h35 do dia 15 2500: O incio da era Paleoproterozoica. O on Proterozoico marcado por profun- das modificaes na atmosfera, magmatis- mo, sedimentao, cli- ma e regime tectnico, cada vez mais pare- cidos com processos modernos. A retirada de gs carbnico da atmos- fera por processos intempricos e por organismos fotossinte- tizantes reduz o efeito estufa do Arqueano e provoca a primeira glaciao de extenso continental no dia 17 de julho (2100 Ma). A atmosfera se torna oxidante em julho (2300 a 2000 Ma). Com o aumento de oxignio na atmos- fera e a expanso de reas de guas rasas habitveis em torno de continentes, surgem grandes inovaes evolutivas: vida euca- ritica simples (micro- algas) entre o fim de julho (2000 Ma) e fim de agosto (1600), al- gas marinhas plurice- lulares microscpicas e sexualidade a partir do dia 27 de agosto (1200 Ma) e, animais, finalmente, apenas no dia 14 de novembro (600 Ma), ao final da era Neoproterozoica. ERA PALEOPROTEROZOICA ONPROTEROZOICO(2500A542Ma) s 3h20 do dia 23 2400: Formao ferrfera e os estromatlitos mais antigos do Brasil depositam-se no Quadri- ltero Ferrfero, Minas Gerais (Brasil). Julho s 3h20 do dia 1 2300: Mais antigos depsitos sedimentares continentes aver- melhados (red beds), considerados como evidncia geolgica de uma atmosfera oxidante. s 3h05 do dia 17 2100: Mais antigas evidncias de glaciao continental extensa (Canad). Marca paleontolgica representada pela microflora pro- caritica silicificada de Gunflint (Canad). s 6h45 do dia 23 2023: Impacto de meteorito em Vredefort, frica do Sul (cria cra- tera de 300 km de dimetro). s 2h55 do dia 25 2000: O fssil enigmtico, Grypania, talvez represente os pri- meiros organismos megascpios (algas eucariticas?). Agosto s 2h40 do dia 6 1850: Impacto de Sudbury, Canad, forma cratera de 250 km de dimetro. ERAMESOPROTEROZOICA (1600a1000Ma) s 2h40 do dia 10 1800: Forma-se o suposto pri- meiro supercontinente, Nuna. s 2h10 do dia 26 1600: Incio da era Mesoproterozoica. Setembro s 1h40 do dia 27 1200: Mais antiga evidncia de multicelularidade eucaritica e de sexualidade rodofceas micros- cpicas (Canad). Agregao do supercontinente Rodnia se inicia. 80. 80 Geografia 2a srie Volume 2 Outubro s 1h25 do dia 13 1000: Incio da era Neoprotero- zoica. Agregao final de Rodnia. Termina a fase de transio na tectnica e inicia-se a fase da tectnica global mo- derna, caracterizada por ciclos de Wilson (expanso do assoalho ocenico e subduo). Na primeira quinzena de novembro (750 a 600 Ma) a Terra passa por dois episdios de glaciao extrema. No curto intervalo de 14 a 18 de novembro (600 a 542 Ma), a vida animal pluri- celular e megascpica aparece e diversifica- -se, estabelecendo praticamente todos seus princi