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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR HILDA ALBERTON DE CARVALHO Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Tecnologia, Linha de Pesquisa: Tecnologia e Desenvolvimento. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Orientador: Dr Hélio Gomes de Carvalho Co-orientador: MSc.Cezar Augusto Romano CURITIBA 2002

Hilda

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA

IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS DE

PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO

SUPERIOR

HILDA ALBERTON DE CARVALHO

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Tecnologia, Linha de Pesquisa: Tecnologia e Desenvolvimento. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Orientador: Dr Hélio Gomes de Carvalho Co-orientador: MSc.Cezar Augusto Romano

CURITIBA

2002

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HILDA ALBERTON DE CARVALHO

IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS DE PESQUISA E

DESENVOLVIMENTO EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

Dissertação apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Mestre em Tecnologia, Linha de Pesquisa: Tecnologia e Desenvolvimento. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná. Orientador: Dr Hélio Gomes de Carvalho Co-orientador: MSc Cezar Augusto Romano

CURITIBA - 2002

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AGRADECIMENTOS Ao Prof. Hélio Gomes de Carvalho, meu orientador, pelo apoio e dedicação na condução do desenvolvimento desta dissertação.

Ao Prof. Cezar Augusto Romano, meu co-orientador, pelo apoio, confiança e estímulo.

Ao Prof. Douglas Paulo Bertrand Renaux, coordenador do LIT pela oportunidade de desenvolver o trabalho de pesquisa, neste Laboratório.

Aos demais Membros do LIT, pelo apoio no desenvolvimento das atividades pertinentes a Projetos e à Gestão da Qualidade.

Ao meu marido Fabiano Scriptore de Carvalho, pelo apoio, carinho e compreensão nos momentos mais difíceis.

Aos meus irmãos pelas palavras de incentivo e de orientação.

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DEDICATÓRIA Ao Senhor Supremo, fonte da vida. A minha Mãe pelo seu amor incondicional. Ao meu Pai pelo seu entusiasmo, positivismo, postura de orgulho e encorajamento (que vive em minha memória).

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ...............................................................................................................8 RESUMO.................................................................................................................................10 ABSTRACT.............................................................................................................................11 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................12 1.1 CONTEXTO E MOTIVAÇÃO ..........................................................................................12 1.2 OBJETIVO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ...........................................................14 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA/ DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA.................................14 1.4 NATUREZA.......................................................................................................................15 1.5 MÉTODO ...........................................................................................................................16 1.6 FONTES DE DADOS ........................................................................................................17 1.7 ABORDAGEM DA PESQUISA........................................................................................20 1.8 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA .........................................................................................21 1.9 CONCEITO DE MODELO................................................................................................22 1.10 ESTRUTURA DO TRABALHO .....................................................................................22 2. PROJETOS .........................................................................................................................24 2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES .........................................................................................24 2.2 PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E PROJETOS.......................................................25 2.3 GESTÃO DE PROJETOS..................................................................................................27 2.4 MODELOS DE ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE PROJETOS .....................30 2.4.1 Organização funcional......................................................................................................30 2.4.2 Organização por Projeto ...................................................................................................31 2.4.3 Estrutura Balanceada-Matricial ........................................................................................32 2.4.4 Estrutura Matricial Funcional...........................................................................................33 2.4.5 Estrutura por Projetos Pura ...............................................................................................34 2.4.6 Estrutura por Processo ......................................................................................................35 2.4.7 Estrutura por Produto........................................................................................................36 2.5 CICLO DE VIDA DE UM PROJETO ...............................................................................36 2.5.1 Fase da conceituação ou concepção .................................................................................37 2.5.2 Fase de Planejamento e Estruturação ...............................................................................37 2.5.3 Fase de Desenvolvimento ou Implementação/Execução..................................................38 2.5.4 Fase de encerramento .......................................................................................................39 2.5.5 Acompanhamento após o encerramento de um projeto....................................................39 2.6 O GESTOR DO PROJETO ................................................................................................40 3. QUALIDADE......................................................................................................................45 3.1 QUALIDADE E DESEMPENHO .....................................................................................45 3.1.1 Qualidade ..........................................................................................................................45 3.1.2 Desempenho .....................................................................................................................45 3.2 EVOLUÇÃO DA VISÃO DA QUALIDADE ...................................................................46 3.2.1 Antiguidade.......................................................................................................................46 3.2.2 Inspeção ............................................................................................................................47 3.2.3 Controle Estatístico da Qualidade ....................................................................................47 3.2.4 Garantia da Qualidade ......................................................................................................48 3.2.5 Gestão da Qualidade .........................................................................................................48

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3.3 GURUS DA QUALIDADE ...............................................................................................49 3.4 GESTÃO DA QUALIDADE EM AMBIENTES EMPRESARIAIS ................................55 3.5 GESTÃO DA QUALIDADE EM AMBIENTES DE ENSINO ........................................55 3.6 QUALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO E A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES......60 4. IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE.......................................................64 4.1 GERÊNCIA DA QUALIDADE EM PROJETOS .............................................................64 4.2 GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS EM AMBIENTES EMPRESARIAIS .....67 4.3 PASSOS PARA A IMPLANTAÇÃO ................................................................................69 4.4 SISTEMA DA QUALIDADE............................................................................................74 4.5 SISTEMA DE DOCUMENTAÇÃO .................................................................................75 4.6 ISO 9000/2000...................................................................................................................78 5. INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................................82 5.1 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS.................................................................82 6. ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................................90 6.1.RESULTADOS, PRINCIPAIS PERCEPÇÕES E RESPECTIVAS ANÁLISES ...........90 6.1.1 Diagnóstico .......................................................................................................................90 6.1.2 Atividades de sensibilização .............................................................................................92 6.1.3 Elaboração de Documentos ..............................................................................................94 6.1.4 Aplicação dos 5Ss .............................................................................................................98 6.1.5 Elaboração do Manual de Projetos .................................................................................104 6.1.6 Manual da Qualidade ......................................................................................................107 7. MODELO PARA A IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS DE P&D EM IES ............................................................................................108 7.1 MODELO .........................................................................................................................108 7.2 – ETAPAS DA APLICAÇÃO DO MODELO.................................................................110 7.2.1 Sensibilização .................................................................................................................110 7.2.2 Diagnóstico do ambiente de P&D em IES .....................................................................111 7.2.3 Estruturação das ações ....................................................................................................112 7.2.4 Descrição dos documentos apoiadores da Gestão da Qualidade em Projetos ................113 7.2.5 Aplicação dos 5Ss ...........................................................................................................122 7.2.6 Avaliação para a Qualidade ............................................................................................126 7.2.7 Análises e ações corretivas .............................................................................................127 7.2.8 Pré – Avaliação e certificação ........................................................................................127 7.2.9 Manutenção do Sistema da Qualidade............................................................................129 8. CONCLUSÃO...................................................................................................................131 Anexo 01 – Resumo dos requisitos da ISO 9001/2000. .........................................................136 Anexo 02 - Questões utilizadas para a entrevista do Diagnóstico .........................................138 Anexo 03 - Questões da Entrevistas do procedimento Inserção de Novos Membros ...........140 Anexo 04 – Entrevista para a elaboração dos Procedimentos ................................................141 Anexo 05 – Questionário Requisito 4.1 da Norma ................................................................142 Anexo 06 – Questionário para a aplicação dos 5S’s...............................................................143 Anexo 07 - Avaliação Cinco Ss – SEIRI ................................................................................144 Anexo 08 - Lista de materiais analisados ...............................................................................145 Anexo 09 - Modelo de etiqueta afixada nos lotes de materiais para descarte ........................146 Anexo 10 - Lista para registro de ítens forem retirados da biblioteca para Doação (Seiri) ...147 Anexo 11 - Avaliação Cinco Ss – SEITON............................................................................148 Anexo 12 - Lista de armários do LIT – (Seiton) ....................................................................149 Anexo 13 - Avaliação 5Ss – SEISO (3°S) ..............................................................................150 Anexo 14 - Modelo de flanela para limpeza...........................................................................151 Anexo 15 - Avaliação 5Ss SEIKETSU ( 4° S) ...................................................................152

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Anexo 16 -Ficha de Avaliação dos 5S’s – Individual ............................................................153 Anexo 17 - Ficha de Avaliação dos 5S’s – Realizada em equipe ..........................................154 Anexo 18 - Exemplo de chamada utilizada na Intranet do Laboratório .................................155 Anexo 19 -Resultados obtidos com a Entrevista ....................................................................156 Anexo 20 - Modelo de Cartaz.................................................................................................158 Anexo 21 - Procedimento ¨Orientações para a elaboração e aprovação de Procedimentos¨.159 Anexo 22 - Procedimento Mestre ...........................................................................................162 REFERENCIAS....................................................................................................................164

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LISTA DE FIGURAS

1 Delimitação do problema.......................................................................................................15 2 Organograma do Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas Embarcados.............20 3 Estrutura da Dissertação.........................................................................................................23 4 Organização Funcional..........................................................................................................30 5 Organização por Projetos.......................................................................................................31 6 Matricial- Balanceada............................................................................................................32 7 Matricial Funcional................................................................................................................33 8 Estrutura por Projeto Pura......................................................................................................34 9 Funcional por Processo..........................................................................................................35 10 Organizacional por Produto................................................................................................ 35 11 Compromisso dos envolvidos no projeto.............................................................................36 12 Comparativo dos fatores para definição do conceito da Qualidade.....................................51 13 A hierarquia das necessidades humanas e os meios de satisfação.......................................52 14 Visão da gerência da Qualidade em Projetos.......................................................................64 15 Características desejáveis no Gerente do programa da Qualidade......................................69 16 Visão Sistêmica dos Cinco Sensos.......................................................................................72 17 Exemplo de composição de um Sistema da Qualidade........................................................73 18 Sistema da Qualidade e Inter-relações.................................................................................74 19 Documentos da Qualidade...................................................................................................75 20 Fluxograma de Aprendizagem e Melhoria...........................................................................79 21 Modelo de Processo de Melhoria Contínua.........................................................................80 22 Plano de aplicação para a implantação da Gestão da Qualidade em Projetos.....................82 23 Seqüência de aplicação adaptada do plano Inicial...............................................................88 24 Processo básico para a elaboração e aprovação de documentos..........................................94 25 Fluxograma para a elaboração de documentos....................................................................95 26 Fotografia da primeira seleção.............................................................................................99 27 Material aguardando o descarte.........................................................................................100 28 Material Etiquetado aguardando o descarte.......................................................................101 29 Material aguardando registro de baixa no setor de patrimônio..........................................101 30 Estrutura do Manual de Projetos........................................................................................105 31 Modelo para a Implantação da Qualidade em Projetos de P&D em IES...........................108 32 Representação do processo de sensibilização para a Qualidade........................................109 33 Processo para a Elaboração do Diagnóstico......................................................................111 34 Representação de estruturação de atividades da Qualidade...............................................112 35 Representação do processo de elaboração e aprovação de documentos da Qualidade......112 36 Modelo de Procedimento...................................................................................................113 37 Passos para a Elaboração do Manual de Projetos..............................................................114 38 Modelo de formulário de registro de Prospecção..............................................................115 39 Modelo de formulário de Proposta.....................................................................................116 40 Modelo de documento de conclusão de Projeto.................................................................120 41 Modelo de documento de acompanhamento pós encerramento de Projeto.......................121 42 Representação do processo de sensibilização para aplicação dos 5S’s.............................122

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43 Modelo de fichas de avaliação 5S’s Três Primeiros S’s. ..................................................123 44 Modelo de fichas de avaliação 5S’s...................................................................................124 45 Avaliação da Qualidade.....................................................................................................125 46 Análise e correções............................................................................................................126 47 Avaliação/certificação........................................................................................................127 48 Manutenção do Sistema.....................................................................................................128 49 Sugestão de Cronograma...................................................................................................129

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RESUMO

O propósito deste trabalho, de caráter exploratório, foi estudar o processo de implantação de Sistemas da Qualidade em laboratórios de pesquisa e desenvolvimento inseridos em Instituições de Ensino Superior (IES), do setor público. Tais ambientes são formados por grupos de professores-pesquisadores e alunos de mestrado, doutorado e graduação. Estes laboratórios de P&D, que têm trazido relevante contribuição ao processo de geração e transferência de tecnologia, são crescentemente requisitados pelas empresas a contribuir com o país, frente ao contexto de evolução tecnológica e competitividade da atual economia globalizada de mercados. Com este enfoque realizou-se um estudo tomando-se como referência o Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas Embarcados (LIT), no Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná CEFET-PR. Utilizou-se como método a pesquisa-ação e para a obtenção de dados realizou-se entrevistas semi-estruturadas, conjugadas com questionários, observação participante e reuniões de trabalho. A partir de um diagnóstico inicial estruturou-se ações para a sensibilização da equipe e um plano de desenvolvimento de atividades. O trabalho partiu de uma proposta prévia que foi adaptada em função das necessidades sentidas no ambiente pesquisado. Aplicou-se os Cinco Ss com avaliação processual e a descrição dos documentos da Qualidade (Procedimentos, Instruções de Trabalho, Manual de Projetos e Manual da Qualidade), atividades estas realizadas com a participação da equipe e posterior validação no LIT. Os resultados obtidos com a aplicação foram analisados, resultando em um Modelo de Implantação da Gestão da Qualidade para ambientes de P&D em IES, com a determinação de uma seqüência de etapas implantação e seus respectivos instrumentos.

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ABSTRACT

The purpose of this dissertation, which is a research based on exploration, is to study the implantation process of Quality Systems in R&D laboratories inserted into Superior Education Institutions (SEI). Such environments are composed by groups of lecturers-researchers, undergraduate and graduate students. These R&D laboratories, which have significantly contributed to the process of technology generation and transfer, are often required by companies to contribute with society, due to the technological evolution and competitiveness context of the current global market economy. A study was performed with this approach, having as reference the Laboratory of Embedded Systems Innovation and Technology (LIT), at the Federal Center of Technological Education - Paraná (CEFET-PR). Research-action was used as method and the data collecting was performed through semi-structured interviews, together with questionnaires, participating observation and work meetings. From an initial diagnostic, the actions for persuading the team and an activity’s development plan were structured. The work started from a previous proposal, which was customized due to the requirements mapped at the researched environment. The 5S’s method was applied together with an evaluation at the end of each step and the description of the quality documents (procedures, work instructions, project manuals and quality manuals), and these activities were performed with collaboration of the team and further validation at LIT. The results obtained through this application were analyzed, resulting in a Quality Management Implantation Model for the R&D environments inserted into the SEI, with the determination of a sequence of implantation steps and their corresponding instruments.

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12

1. INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO E MOTIVAÇÃO

A globalização da economia e a necessidade de decisões e ações rápidas, em todas as

áreas de negócios, valorizam a informação e ambientes que viabilizam o compartilhamento de

conhecimentos como meio de motivar e mobilizar as organizações para a busca do

desenvolvimento Tecnológico.

As profundas mudanças que vêm ocorrendo no mundo contemporâneo têm feito com

que a inovação e as tecnologias sejam parte indissociável do cotidiano das organizações.

A inovação tecnológica acontece através da transformação de idéias ou invenções em

algo que tenha valor ou utilidade no mercado, seja pela melhoria constante das tecnologias

utilizadas, ou pelo surgimento de novos padrões tecnológicos. A inovação pode ser traduzida

na forma de um novo produto, de ser um novo serviço ou uma nova técnica de Gestão.

A constante busca pela competitividade tem levado as organizações a inserirem um

novo entendimento da variável tecnológica, no que se refere ao Planejamento Estratégico, às

Tecnologias de Produtos, de Processos, da Informação, da Gestão da Qualidade,

Comportamental, Integração de Tarefas e da Gestão de Projetos. Junto com esse novo

entendimento, o reconhecimento de que as dificuldades podem ser mais facilmente superadas

com parcerias.

Através do Ministério da Ciência e Tecnologia, o Governo têm desenvolvido ações

para incentivar o desenvolvimento da tecnologia pelas empresas brasileiras em cooperação

com Universidades e Centros de Tecnologias, através da utilização dos recursos decorrentes

da Lei de Informática e dos fundos Setoriais. Recentemente editou a Medida Provisória 66,

que intenta uma mini Reforma Tributária onde estão inseridos mecanismos de incentivos

fiscais, com o objetivo de incentivar as empresas que investem em inovação.

As Instituições de Ensino Superior (IES) tem papel importante na Pesquisa e

Desenvolvimento (P&D) em cooperação com o setor produtivo por ser esta uma maneira de

troca que traz ganhos para ambas as partes. Os laboratórios de P&D nas Universidades

possuem características diferentes dos centros de P&D das empresas, visto que seus

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13

pesquisadores são professores que na maioria das vezes não se dedicam exclusivamente à

pesquisa, mas desempenham outras atividades como o ensino. Também fazem parte dos

grupos de pesquisa professores visitantes que permanecem nesses laboratórios por tempo

determinado, além de estagiários. Outro aspecto que também diferencia os laboratórios de

P&D das IES é a peculiaridade de seus projetos, ou seja, como atendem às mais diversas

solicitações da sociedade, normalmente requerem tecnologias diferenciadas e exclusivas o que

faz com que os trabalhos desenvolvidos sejam únicos. Destes trabalhos ficam a experiência e

o conhecimento tácito adquiridos. Outra característica é o não registro adequado dos

procedimentos, o que por vezes dificulta a utilização dos resultados obtidos em outros

projetos.

A busca da qualidade deve ser parte de um processo coordenado e em equipe

objetivando aproveitar os esforços depositados em cada atividade, seja ensino, pesquisa ou

extensão.

A maioria dos grupos de P&D é altamente técnicos e, com muita freqüência, seus

gerentes não possuem visão e formação administrativa adequada e necessária. Gerenciar

projetos na grande maioria das vezes acaba sendo conseqüência do sucesso obtido enquanto

pesquisador.

Fatores como a rotatividade de pesquisadores dos grupos em ambientes de P&D, as

descontinuidades de linhas de fomento, e a não existência de procedimentos escritos sobre os

projetos, provoca demora na obtenção de saltos qualitativos e maior dificuldade na inserção

dos novos pesquisadores. A falta de padronização é outra variável que interfere negativamente

na busca das informações existentes.

Outro fator que deve ser levado em conta na forma de como implantar Gestão da

Qualidade em ambientes de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), é que os profissionais

envolvidos nestas atividades em instituições de ensino nem sempre são receptivos a esta

filosofia e às normas.

Por isso, a forma a ser utilizada para implantação da Gestão da Qualidade nos

ambiente de pesquisa e desenvolvimento em Instituições de ensino precisa ser diferenciada

daquela utilizada em empresas privadas, para que as especificidades desses ambientes sejam

respeitadas.

No que se refere a Projetos, uma das contribuições mais significativa nestes últimos

anos é o desenvolvimento do PMBOK (The Project Management Body of Knowledge), que

pode ser considerado como uma espécie de “teoria geral” sobre gerenciamento de projetos e

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14

sua relevância pode ser observada nas inúmeras citações encontradas nas bibliografias

especializadas no tema (PMI, Project management Institut. PMBOK, Disponível no Site:

http://www.pmi.org, jan, 2001).

Dentro do tema Qualidade para o ambiente de empresas são inúmeros os autores que

possuem publicações relevantes. A Gestão da Qualidade para os ambientes de Ensino também

possui um número considerável de autores que trazem diferentes casos de aplicações.

Desenvolver conceitos da Qualidade dentro de gestão de projetos de Pesquisa e

Desenvolvimento em ambientes de P&D em IES, passa a ser um tema cada vez mais

relevante e com significativas contribuições a fazer, uma vez que embora exista um elevado

número de bibliografias voltadas a Gestão de Projetos e a Gestão da Qualidade a maioria não

trata especificamente de ambientes de P&D em IES e nem da Qualidade em Gestão de

Projetos.

A questão de pesquisa que se buscará responder é como melhorar a Qualidade na

Gestão de Projetos de P&D em IES?

1.2 OBJETIVO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

Propor um Modelo para a implantação da Gestão da Qualidade em Projetos de P&D

em IES.

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA/ DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA

A pergunta de pesquisa que se pretendeu responder ao final do estudo foi: ¨Como

melhorar a qualidade na gestão de Projetos de P&D em IES?¨

O estudo em questão buscou propor um modelo para a g

Gestão da Qualidade em Projetos de Pesquisa e Desenvolvimento em ambientes de P&D em

IES.

Objetivos específicos que se buscou atingir, foram:

• propor um modelo de procedimentos e documentação para a gestão da Qualidade em

Projetos em IES;

• identificar vantagens e dificuldades da implantação da gestão de qualidade em P&D

em IES;

• caracterizar os processos e atividades ligados a Gestão da Qualidade em Projetos;

• propor manual para gerenciamento de projetos em P&D em IES.

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15

O Modelo de Implantação da Gestão da Qualidade em Projetos buscou atender aos

Laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento de Instituições de Ensino Superior (vide Figura

01), e que desenvolvam P&D em cooperação com empresas de base tecnológica e possuam

rotatividades de pessoal e pesquisadores que não se dediquem exclusivamente à pesquisa.

1.4 NATUREZA DO TRABALHO

SELLTIZ et al. (1974) apresentam a classificação em três tipos principais de estudo

de pesquisa, sendo: exploratórios, descritivos e causais.

Os estudos exploratórios são indicados quando não há preocupações com

generalizações, mas com a ampliação da compreensão do fenômeno e o fundamental é

descobrir idéias e intuições.

Já os estudos descritivos têm por finalidade caracterizar uma situação, grupo ou

indivíduo, descrevendo e identificando a freqüência com que certo fenômeno ocorre ou como

que está relacionado com algum outro;

LABORATÓRIOS DE P&D

Como melhorar a Qualidade na Gestão de projetos de P&D em IES?

IES

Projeto 01

Projeto 02

Projeto n

Qualidade

Figura 01 – Delimitação do Problema

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16

Enquanto os estudos causais buscam verificar uma hipótese de relação causal entre

variáveis, ou seja, emitir quantitativamente relações de dependência entre as variáveis.

Os estudos exploratórios, segundo MARCONI e LAKATOS (1996: 77), (1999: 57)

colaboram para desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um

ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura, assim como, para

modificar e clarificar conceitos. CERVO E BERVIAN (l983: 56) afirmam que "A pesquisa

exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes

entre os elementos componentes da mesma”.

Para THIOLLENT (2000: 48) a fase exploratória da pesquisa-ação consiste em

descobrir o campo de pesquisa, os interessados e suas expectativas e estabelcer um primeiro

levantamento (ou diagnóstico) da situação, dos problemas prioritários e de eventuais ações.

Segundo este autor ¨trata-se de detectar apoios e resistências, convergências e divergências,

posições otimistas e céticas¨.

Este estudo é de caráter exploratório, uma vez que, busca a compreensão da natureza

geral do problema ou situação atual. Como a finalidade básica é a busca de informações sobre

como melhorar a qualidade da gestão de projetos em ambientes de P&D em IES, o método

permite identificar idéias, problemas e propor, em conjunto com os demais membros do

ambiente, um modelo para auxiliar na melhoria dos métodos de controle e gestão de processos

e Qualidade no Laboratório.

1.5 MÉTODO

O método adotado foi a pesquisa-ação. De acordo com THIOLLENT e CHIZZOTTI

(2000), a pesquisa-ação possui cunho social onde o pesquisador desempenha um papel ativo

na transformação de determinada situação. Interage com a comunidade, grupo, setor ou

instituição. O pesquisador levanta os problemas, analisa-os, propõe alternativas e as

encaminha na forma de soluções.

Vale ressaltar que os procedimentos metodológicos adotados pelo pesquisador não são

estanques. Se há um problema, esse deve ser cientificamente investigado, elaborado e

concluído, ou pelo menos, esclarecido. Para THIOLLENT e CHIZZOTTI (2000: 16) "a

pesquisa não se limita a uma forma de ação (risco de ativismo): pretende-se aumentar o

conhecimento dos pesquisadores e o conhecimento ou o ‘nível de consciência’ das pessoas e

grupos considerados”.

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17

Para os autores THIOLLENT e CHIZZOTTI (2000: 7) a “pesquisa-ação” difere-se da

“pesquisa-participante” fundamentalmente no seguinte ponto: “a pesquisa-ação, além da

participação, supõe uma forma de ação planejada de caráter social, educacional, técnico ou

outro, que nem sempre se encontra em propostas de pesquisa-participante”.

Na pesquisa-ação, há a interação entre os pesquisadores e o grupo pesquisado, de

modo que seja possível aos pesquisadores delimitar a problematização daquele grupo social

baseado em um raciocínio empírico vivido pelo grupo de participantes. Desta forma são

desenvolvidos estudos e aplicações de teorias com o objetivo de propor soluções a fim de

resolver a problemática do grupo, procurando sempre maximizar a satisfação do grupo social

pesquisado. No entanto a base do levantamento, o foco principal e o objetivo final da

pesquisa-ação são o atendimento das necessidades levantadas junto ao próprio grupo.

1.6 FONTES DE DADOS

A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas

Embarcados – LIT, Laboratório que faz parte de Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de

Tecnologia em Telecomunicações – CPDTT no CEFET-PR, unidade de Curitiba.

O CEFET-PR é composto por uma estrutura organizacional inovadora, pois está

estruturado na forma de Sistema em Rede, sendo composto por seis unidades distribuídas

estrategicamente em diversas regiões do Paraná: Campo Mourão, Cornélio Procópio, Curitiba,

Medianeira, Pato Branco e Ponta Grossa, sendo que as mesmas possuem independência

administrativa com padrões de qualidade e uniformidade pré-estabelecidas pela Direção Geral

em conjunto com cada uma das Diretorias.

OO CCoorrppoo ddoocceennttee éé ffoorrmmaaddoo ppoorr 11..228866 professores, sendo que destes 455 são mestres

e 103 Doutores. O quadro administrativo e de técnicos-administrativos é de 680, O corpo

discente era composto pelo total de 13.358 estudantes no primeiro semestre de 2002.

O CPDTT é um centro dentro da estrutura organizacional do CEFET-PR subordinado

ao DEPOG (Departamento de Ensino de Pós-Graduação). Ele foi criado em 1998 com o

objetivo de reunir e oferecer uma infra-estrutura comum e apropriada aos diversos projetos de

pesquisa e desenvolvimento tecnológico na área de telecomunicações existentes no CEFET-

PR.

O CPDTT se organiza na forma de uma Coordenação Geral, responsável pela gerência

administrativa de todo o Centro, e seis Laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento, atuando

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18

em diferentes domínios relacionados com as telecomunicações. Cada laboratório possui um

Coordenador que dirige as atividades específicas do laboratório.

A infra-estrutura comum do Centro inclui uma secretaria que trata as questões

administrativas e de gestão, um centro de gerência de redes que mantém o sistema lógico e de

informação, uma sala de treinamento para cursos, palestras e treinamentos em geral.

Os laboratórios que compõem o CPDTT são :

• NuPES : Núcleo de Pesquisa em Engenharia Simultânea.

• LIT : Laboratório de Inovação e Tecnologia Em Sistemas Embarcados.

• LASD : Laboratório de Sistemas Distribuídos.

• LST : Laboratório de Sistemas de Telecomunicações.

• LME : Laboratório de Micro-Eletrônica.

• NGT : Núcleo de Gestão de Tecnologia.

O papel do CPDTT em pesquisa:

O CPDTT é um centro de pesquisa e desenvolvimento no qual realizam-se trabalhos

de investigação científica e trabalhos de aplicação dos conhecimentos gerados em projetos

acadêmicos e industriais.

Os trabalhos de pesquisa científica desenvolvidos no CPDTT envolvem,

essencialmente, pesquisas vinculadas aos programas de pós-graduação (CPGEI, PPGEM e

PPGTE) do CEFET-PR. A totalidade dos professores doutores que atuam no CPDTT são

igualmente professores dos programas de pós-graduação. Neste sentido, os laboratórios do

CPDTT representam uma extensão da infra-estrutura dos programas de pós-graduação

embora estejam em outro ramo da estrutura organizacional.

Os laboratórios do CPDTT agregam um número crescente de alunos dos programas de

pós-graduação e de graduação, oferecendo suporte para desenvolvimento de seus trabalhos de

pesquisa. O maior número é o de alunos de mestrado já que o CEFET-PR oferece três

programas neste nível.

Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas Embarcados – LIT

A vocação do LIT é a pesquisa e o desenvolvimento de Sistemas Embarcados

operando em Tempo Real. Sua atuação engloba desde a concepção do produto até o teste de

campo. Este laboratório caracteriza-se como um ambiente de ensino, pesquisa e

desenvolvimento, com característica francamente interdisciplinar.

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19

Criado em janeiro de 1995 e decorrente de uma parceria com a empresa SIEMENS, o

LIT está com 8 anos de atividades. Este laboratório tem características peculiares a centros de

pesquisa e desenvolvimento avançados, tanto no tocante a sua infra-estrutura técnica, quanto,

nos quesitos concernentes à segurança dos dados trocados entre as organizações parceiras,

salvaguardando segredos de propriedade industrial e necessidades educacionais de publicação

técnico-científica.

Desde sua criação, o LIT abrigou 07 projetos, com 02 grandes empresas nacionais e 01

empresa mundial. O projeto que marcou a gênese do Laboratório foi o Módulo de Modem,

Memória e Alarme – MMA, com a SIEMENS. Os projetos foram:

1. Módulo de Modem, Memória e Alarme – MMA;

2. Módulo de Modem, Memória e Alarme 2 - MMA2;

3. Operating and Maintenance Terminal - OMT;

4. Versão do software MMA2 para operar com os protocolos ISDN e TCP/IP (usado na

Internet).

5. Impressora Fiscal – IF2 - BEMATECH;

6. Versão de software para a placa de assinante digital - SLMI-POTS.

7. TMN – Terminal de Monitoração de No-Break NHS

A equipe de pesquisadores é formada por professores, alunos de pós-graduação

(mestrado e doutorado), alunos de graduação (Engenharia e Tecnologia) e alunos de nível

médio (Cursos Técnicos). Sendo uma equipe multidisciplinar, o LIT conta com 3 Doutores, 4

Mestres (1 em Doutoramento), 4 alunos de Mestrado, e 2 alunos de graduação nas áreas de

Engenharia de Software, Sistemas em Tempo Real, Informática Industrial e Sistemas de

Informação.

A estrutura organizacional do LIT está representa na Figura 02 .

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20

Figura 02- Organograma do Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas Embarcados. Fonte: http//[email protected].

1.7 ABORDAGEM DA PESQUISA

A pesquisa foi qualitativa, pois esta permite o direcionamento do estudo à relação

dinâmica entre o mundo real e o sujeito, e segundo CHIZZOTTI (1991) o objeto não é um

dado inerte e nem neutro, mas está cheio de significados e relações. Desta forma a pesquisa

qualitativa pode se valer de entrevistas, questionários e observações, porém a sua

confiabilidade depende muito da habilidade metodológica e da seriedade do pesquisador.

Para THIOLLENT (2000: 65) Pesquisa-ação pode se valer de técnicas como a

observação controlada por seminários de discussão, entrevistas coletivas no local de moradia

ou de trabalho, entrevistas individuais aplicada de modo aprofundado. Pode ser utilizado

também segundo este autor questionários convencionais que são aplicados em escala maior.

No estudo que foi desenvolvido no LIT, optou-se por utilizar-se de entrevistas

individuais, com questões abertas, pois o grupo era pequeno e permitia esta possibilidade.

Além disso a entrevista individual permite um maior aprofundamento nas questões específicas

do grupo permitindo identificar informações inicialmente não previstas.

Coordenador

Gestão da Qualidade Administração

Apoio Técnico

Testes On-line

Projeto 1 Projeto 2 Projeto n

Líder 1 Líder 2 Líder n

Secretaria

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21

Utilizou-se também observação e discussão em reuniões semanais, que tinham por

objetivo aumentar a conscientização para as questões da Qualidade e ao mesmo tempo colher

sugestões sobre o modo de conduzir o processo, adequar as propostas de trabalho e

estabelecer prioridades.

O questionário também foi utilizado, na maioria das vezes com questões abertas.

Utilizou-se de questionários para identificar o conhecimento que as pessoas possuiam sobre

determinados temas, para coleta de sugestões e também para avaliação do desenvolvimento

das atividades pertinentes à Gestão da Qualidade em Projetos.

1.8 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a partir de material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos, a pesquisa foi efetuada de abril de

2001 à setembro de 2002. A principal vantagem da pesquisa bibliográfica residiu no fato de

permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que

aquela que poderia pesquisar diretamente. Isto torna-se particularmente importante quando o

problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço.

Para o levantamento do que já estava disponível nas publicações em termos de

informações e conhecimentos na área de Gestão da Qualidade e Gestão de Projetos, a

pesquisa bibliográfica foi baseada em fontes de “papel” (GIL, 1994), composta por consulta a

publicações avulsas, revistas, livros, monografias, dissertações, teses, anais de congressos,

relatórios de grupo de pesquisa, home pages e informações disponíveis no Centro de Pesquisa

e Desenvolvimento de Tecnologia em Telecomunicações (CPDTT).

Para a pesquisa qualitativa, segundo CHIZZOTTI (1991) todos os fatos são

importantes e preciosos, seja: a freqüência das manifestações e sua ocasionalidade, a

constância e a interrupção, o silêncio e as palavras. É necessário encontrar o significado

manifesto e o que permaneceu oculto.

A metodologia foi julgada adequada aos objetivos propostos inicialmente, tendo

colaborado para a explicitação dos elementos e de conceitos envolvidos na Gestão da

Qualidade em Projeto de P&D em IES. Os resultados obtidos da pesquisa bibliográfica

serviram de orientação para a aplicação da pesquisa no LIT e também orientaram juntamente

com os resultados obtidos com a aplicação, a elaboração da proposta do Modelo para a

Implantação da Gestão da Qualidade em Projetos.

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22

1.9 CONCEITO DE MODELO

Para o entendimento do significado do que é um modelo utilizou-se a visão de

BEUREN (2000:18) que afirma que para “desenvolver o conhecimento, muitas vezes, implica

trabalhar com abstrações da natureza”. Desta forma, “um modelo representa ou descreve os

elementos relevantes de um processo ou de uma situação e as interações existentes entre eles”.

Assim, um modelo abstraído de uma realidade, facilita o entendimento e manipula as relações

ocorridas entre variáveis que integram um universo, sistema ou processo.

A vantagem de se utilizar modelo segundo BEUREN (2000:18) está no fato de que

“um modelo caracteriza-se como uma importante ferramenta para conceber algo e representar,

simular ou idealizar essa realidade por meio de objetos, fluxos, idéias ou palavras, pois ele

sumariza os efeitos e relacionamentos mais relevantes de determinada situação ou problema

específico”.

A partir das indicações apresentadas pela literatura e das necessidades percebidas no

ambiente de aplicação, foram sistematizados e incorporados conjuntos de instrumentos e

elementos identificados na aplicação da pesquisa para o desenvolvimento da proposta de um

Modelo para a implantação da Gestão da Qualidade em Projetos em P&D em IES.

1.10 ESTRUTURA DO TRABALHO

O capítulo 2 trata da Gestão de Projetos, definições e principais etapas. São

apresentadas diferentes estruturas organizacionais, a figura do gestor de projetos e suas

competências, a gestão de projetos em ambientes de P&D e a Gestão da Qualidade em

Projetos. Este capítulo fornece indicações importantes para a Gestão de Projetos bem como as

principais etapas. A partir das indicações foi possível elaborar documentos apoiadores para as

etapas de planejamento, desenvolvimento, acompanhamento e controle de projetos (na forma

de um Manual de Projetos).

O Capítulo 3 aborda a Gestão da Qualidade, sua evolução histórica, diferentes

definições, gestão da qualidade em ambiente empresarial e na Educação assim como

orientações utilizadas pelo Programa de Qualidade do Governo Federal – PQGF, visto que

este trabalho foi realizado numa Instituição pública Federal.

No Capítulo 4 são apresentados os Passos para a Implantação de Um Sistema de

Gestão da Qualidade, bem como a definição da hierarquia de documentos, a Gestão da

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23

Qualidade em ambientes de P&D em IES, a Gestão da Qualidade em Projetos e a estrutura de

requisitos da ISO 9000/2000.

Esses capítulos, propiciaram o entendimento das características que deveriam ser

consideradas na implantação de um Programa de Qualidade em um Laboratório em ambiente

de ensino. Apoiaram também na escolha de estratégias e forneceram indicativos da

importância da definição adequada da qualidade no contexto de cada ambiente.

No capítulo 5 são apresentados os instrumentos utilizados para a coleta de dados.

O capítulo 6 aborda os resultados obtidos e as principais percepções e orientações

colhidas a partir da análise destes.

No capítulo 7 utilizando-se das indicações obtidas no referencial teórico e das

orientações obtidas pela análise dos resultados e da aplicação da pesquisa-ação no Laboratório

de Inovação e Tecnologia em Sistemas embarcados, apresenta-se um modelo de implantação

da Gestão da Qualidade em Projetos de P&D em IES, com a descrição das etapas e sugestão

de cronograma.

No capítulo 8 são apresentadas as conclusões obtidas a partir da realização do estudo

e são apontadas recomendações para futuros trabalhos.

A Figura 03 apresenta a estrutura da dissertação.

Figura 03 – Estrutura da Dissertação

Gestão de Projetos Implantação da GQ Gestão da Qualidade

Indicações

Intrumentos Metodológicos

Resultados e análise

MODELO DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GESTÃO DA

QUALIDADE EM PROJETOS DE P&D EM IES

Como melhorar a qualidade na Gestão de projetos em P&D em IES

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24

2. PROJETOS

Neste capítulo serão apresentados conceitos, terminologias de projetos. Destacam-se

as áreas de conhecimento relevantes e caracteriza-se a Pesquisa & Desenvolvimento.

Apresenta-se, também a Gestão de Projetos e seus aspectos, características importantes, bem

como as estruturas organizacionais mais adequadas. Destacam-se as principais fases no

desenvolvimento de um projeto, ressaltando-se a importância de cada uma, além das

principais dificuldades encontradas no gerenciamento das mesmas. São elencadas as

características, habilidades e competências necessárias ao gestor de Projetos e, por fim,

discorre-se sobre a importância da Gestão da Qualidade em projetos de P&D em IES.

2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES

Neste tópico serão apresentadas definições de projetos a partir da visão de diferentes

autores. Observa-se como as definições que serão apresentadas se complementam e

contribuem para a elaboração de uma visão ampla acerca de projetos.

Para MAXIMIANO (1997:20) projetos são ¨empreendimentos finitos, que têm

objetivos claramente definidos em função de um problema, oportunidade ou interesse de uma

pessoa ou organização¨.

Já VALERIANO (1998:19) afirma que projeto pode ser entendido como ¨um conjunto

de ações, executadas de forma coordenada por uma organização transitória, ao qual são

alocados os insumos necessários para, em um dado prazo, alcançar um objetivo determinado¨.

Para HUBBARD, (apud – MAXIMIANO – 1997:24) ¨ Projetos são orientados para

metas ou objetivos e definidos pelos objetivos operacionais ou técnicas que se pretende

atingir. São tarefas específicas, singulares, complexas, finitas e com recursos limitados, que se

compõem de inúmeras tarefas menores inter-relacionadas¨. Essas características são

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25

reforçadas por WEBSTER (1993:57), quando afirma que ¨projetos envolvem mudança, a

criação de algo diferente, e tem princípio e fim¨.

Um projeto pode ser visto como o investimento em uma idéia que se pretende

trabalhar no presente para garantir um resultado efetivo no futuro. Segundo o dicionário

Aurélio o termo projeto vem do latim e significa “lançar para diante; idéia que se forma de

executar ou realizar algo no futuro; empreendimento a ser realizado dentro de determinado

esquema; esboço ou risco de obra a se realizar; redação ou esboço preparatório ou provisório

de um texto”. Assim sendo pode-se afirmar que o projeto é elaborar uma idéia, planejar a sua

realização, analisar os riscos, executá-la e conferir os resultados obtidos.

A geração das intenções e a iniciativa das ações incorporam diversos componentes que

formam o processo de Gestão de Projeto. Uma definição básica do PMBOK é que “Projeto é

um empreendimento temporário conduzido para criar um produto ou serviço único. É

aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do Projeto de

forma a atingir e exceder as necessidades e expectativas dos patrocinadores deste projeto”.

Com base nestes autores pode-se definir projeto como um conjunto de atividades com

início e fim programado, que visa a atender a um objetivo específico de um cliente ou usuário.

Depende da alocação de insumos e recursos geralmente limitados, necessita de administração

específica e especializada e tem a mudança como cotidiano.

2.2 PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E PROJETOS

Gerenciar competências estruturadas, técnicas e procedimentos num projeto de P&D,

significa transformar objetivos em soluções práticas para o cliente ou usuário que a previu.

No entanto, o processo da Pesquisa e Desenvolvimento em Instituições de Ensino

Superior enfrenta adversidades próprias. Para LANDGRAF (1996:1391), uma das maiores

dificuldades do gerenciamento de ambientes de P&D em IES “é que costuma ser feito por

amadores¨. Um coordenador de projeto deve ser e é, via de regra, um pesquisador, um

especialista no tema do projeto. ¨Seu treinamento gerencial, entretanto, costuma ser mínimo.

Quando existe sua formação gerencial foi feita hands on, eventualmente guiado pelo

orientador de doutorado ou chefe do laboratório” que também, normalmente não tinha

formação própria a um especialista.

Page 26: Hilda

26

Outra dificuldade que poderia ser acrescida segundo LIMA (1999) ¨a falta de

estruturas facilitadoras, a falta de tomada de decisão compartilhada entre gerentes de projetos

e gerentes funcionais¨. E a conseqüência disso são os conflitos que acabam sendo gerados

pela visão parcial do tomador de decisão, que nem sempre conhece a real capacidade dos

pesquisadores, o que muitas vezes acaba impedindo o atingimento dos objetivos do projeto.

D’ALKAINE et al. (1992,752) aponta a existência de dois níveis de problemática na

gestão de projetos que são:

1) “o acionar institucional sobre o projeto;

2) e ao acionar do próprio projeto”.

O acionar institucional deve abranger as áreas de acompanhamento e capacitação

gerencial, enquanto que o acionar do projeto deve abranger os elementos que compõem o

processo de gestão dos projetos.

MAXIMIANO (1997: 10) reforça a idéia da existência de problemática na Gestão de

projeto ao apresentar os seguintes aspectos:

• A administração do projeto em si mesma, como sistema de recursos e atividades que

procuram realizar um objetivo dentro de um prazo. O projeto é um empreendimento que exige

o esclarecimento das necessidades a serem atendidas, para que um objetivo coerente possa ser

formulado. Este é o problema de preparar o projeto e planejar a sua realização.

• O Segundo problema é o de administrar o projeto dentro de um contexto

organizacional. O projeto é um empreendimento que exige consenso, formação e coordenação

de equipes, divisão de responsabilidades, apoio da alta administração e coordenação de

fornecedores internos e externos. Este é o problema de administrar o projeto como atividade

coletiva, que exige capacidade de planejar e mobilizar recursos e orientá-los para a realização

do objetivo do projeto.

Desta forma pode-se entender que a gestão de projetos deverá se ocupar da

compreensão do contexto organizacional, onde o projeto será desenvolvido e bem como das

variáveis internas do mesmo. Envolverá portando diagnóstico e gerenciamento das questões

organizacionais e dos recursos, informações, requisitos específicos do projeto em si.

Page 27: Hilda

27

2.3 GESTÃO DE PROJETOS

Um projeto normalmente abrange várias áreas de conhecimento. O PMBOK (2001)

organiza o contexto de projetos em nove áreas:

• Integração: geralmente as equipes de projetos são oriundas de outros projetos ou áreas

funcionais, a integração tem como função buscar a junção das diversas áreas do

conhecimento, de forma harmônica e coordenada.

• Escopo: define, verifica e promove as alterações adequadas para o desenvolvimento de

planos e a sua execução.

• Custos: sua função é de assegurar a execução dentro do orçamento, no sentido de

planejamento de recursos necessários e o controle de custos.

• Aquisição: obtenção de produtos e serviços internos e externos.

• Recursos Humanos: sendo os projetos empreendimentos temporários, há a necessidade da

utilização produtiva das pessoas e isso requer liderança, ou seja, o líder deverá ser capaz

de enxergar e lidar com a interdependência de diversos tipos de esforços coletivos durante

o desenvolvimento do projeto. Será necessário, portanto, organização, contratação,

integração e motivação da equipe do projeto.

• Riscos: é a adequada avaliação de ameaças e oportunidades. Planejar ações visando a

eliminação ou minimização dos efeitos dos riscos.

• Comunicação: envolve a coleta, geração, disseminação e arquivamento de informações.

• Qualidade: visa assegurar a satisfação das necessidades/expectativas do cliente,

padrões/especificações, garantia e confiabilidade.

• Prazo: tem como função assegurar a pontualidade, a estimativa de tempos, a programação

e o acompanhamento das atividades.

Para KRUGLIANSKAS (1997: 801) ¨O gerenciamento de projetos envolve a plena

integração de todos os recursos envolvidos (materiais, financeiros e humanos) com o objetivo

de, no prazo acordado e com a verba proposta, atingir o resultado negociado, primordialmente

com êxito em todos os sentidos.¨ Percebe-se, portanto que a Gestão de Projetos é uma

atividade complexa e que necessariamente depende de recursos, requisitos e sincronia de

ações no desenvolvimento, controle e negociação.

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28

Quanto à utilização da administração por projetos, KRUGLIANSKAS (1989:75)

afirma que esta tem se mostrado uma alternativa mais interessante que a administração

funcional quando:

- o desafio constitui um empreendimento, de porte complexo, cujos propósitos podem

ser descritos de forma explícita;

- sua execução requer a participação de elementos de diferentes unidades

organizacionais ou até mesmo de organizações externas;

- os objetivos do empreendimento são considerados importantes pela organização e o

sucesso do mesmo tem um impacto importante nas metas e objetivos da empresa;

- o empreendimento foge à rotina e a equipe que vai executá-lo (especialmente a

administração) domina os conceitos e pressupostos da administração por projetos e está

disposta a utilizá-los.

Outra marca importante do processo de gestão de projeto, tanto em uma Instituição

de Ensino, Pesquisa e Desenvolvimento como em uma indústria, é que ela é altamente

interativa, tornando-se indispensável uma gestão com visão sistêmica. Deve-se, portanto,

levar em consideração a elaboração, a negociação e o desenvolvimento dos elementos que

compõe o projeto, incluindo a utilização de instrumentos institucionais, recursos humanos e

materiais.

Corroborando com esta visão VALERIANO (1998:55) afirma que “o projeto não é

uma entidade isolada: ele está vinculado pelo menos à organização hospedeira e esta, por sua

vez, está integrada em um contexto maior. Assim, o projeto faz parte de um sistema complexo

e, para ser bem gerenciado, é necessário que se tenha um sólido entendimento deste ambiente,

um verdadeiro mosaico dos vários subsistemas de níveis mais altos, que tem interações com o

projeto”.

As principais características de um projeto, segundo MAXIMIANO (1997: 21) são:

• Empreendimentos finitos, que têm objetivos claramente definidos em função de um

problema, oportunidade ou interesse de uma pessoa ou organização.

• Envolvem relação entre fornecedor e cliente ou usuário.

• Os projetos são “rotineiramente singulares”: não há dois iguais.

• Tem um componente de incerteza, que cerca o resultado esperado ou das condições de

realização de ambos.

Page 29: Hilda

29

• Administração específica: as atividades ou situações que apresentam essas

características têm maior probabilidade de êxito quando são administradas por meio de

técnicas específicas, as técnicas da administração de projetos.

• Neste sentido, segundo LIMA (1999), ¨as Instituições e Empresas têm demonstrado

significativa preocupação com respeito às habilidades de conduzir os esforços da P&D. E na

composição dos elementos de um projeto, seus recursos humanos constituem a parte chave

para o sucesso do projeto¨.

Nos ambientes de P&D em IES alguns aspectos importantes devem ser considerados,

segundo LIMA (1999), que são:

• a estrutura organizacional utilizada na gestão dos projetos;

• os principais resultados que podem ser obtidos nos projetos e nos processos de

desenvolvimento das pesquisas tecnológicas;

• a visão do gestor com relação ao processo de gerenciamento dos projetos;

• a política de gerenciamento do RH desenvolvida pelos laboratórios de P&D;

• a forma de tratamento das informações nos projetos com relação à capacitação da

equipe, registro e disseminação para uso em outros projetos;

• o perfil do gestor de projetos a forma como a gestão da qualidade pode otimizar as

ações;

• capacitação permanente de pesquisadores para a função de gestores de projetos.

Um projeto, quer seja acadêmico, produto, inovação ou serviço, sempre será

conduzido por um gerente responsável que empreenderá esforços para atingir as metas do

projeto. Desta forma o domínio de instrumentos gerenciais e a capacitação de recursos

humanos para a gestão de projetos são elementos importantes.

Para melhor gerenciar projetos é fundamental que a estrutura organizacional esteja

adequada para assim permitir maior eficiência e eficácia no processo.

2.4 MODELOS DE ESTRUTURAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE PROJETOS

Existem vários tipos de estruturas organizacionais e cada instituição deve escolher a

que melhor se adapta às suas características. A seguir será apresentada a definição das

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30

principais estruturas, segundo VERZUH (2000: 40), VASCONCELLOS (1992: 126),

MAXIMIANO (1997: 1298) e KERZNER (2001:111).

2.4.1 Organização funcional

Cada segmento do projeto fica sob responsabilidade de uma unidade funcional,

privilegiando os gerentes funcionais. A unidade funcional realiza atividades regulares e

repetitivas e possuem estruturas organizacionais permanentes. As responsabilidades são

distribuídas entre os membros da equipe seguindo o padrão da organização principal. As

equipes formam agrupamentos conforme as especialidades.

Segundo VERZUH (2000:47) neste tipo de organização, muitas vezes acabam

surgindo problemas no gerenciamento pelo fato dos gerentes de projetos precisarem negociar

seus interesses com os diferentes gerentes funcionais. Exemplo de estrutura funcional, Figura

04.

Figura 04 - Organização Funcional. Fonte; VERZUH (2000: 147).

Page 31: Hilda

31

2.4.2 Organização por Projeto

Estrutura e equipe temporárias privilegiando os gerentes de projetos. Realiza

atividades singulares e não repetitivas com grupos dedicados inteiramente ao projeto. A

equipe é desvinculada da estrutura funcional e coordenada por um gerente de projeto. Uma

das principais vantagens do modelo é ter a equipe totalmente voltada para os objetivos do

projeto e os participantes podem atuar em diversos projetos simultâneos. VASCONCELLOS

(1992) ratifica esta visão como pode ser observado na Figura 05.

2.4.3 Estrutura Matricial Balanceada

É a combinação de uma estrutura funcional com uma organização de projeto e

equilibrando as responsabilidades entre os gerentes funcionais e de projetos. A organização

matricial procura conciliar a utilização dos recursos humanos entre as atividades dos projetos

e as atividades rotineiras da organização, além de poder compartilhar laboratórios,

equipamentos e materiais. Desta forma uma pessoa poderá gerenciar um grupo de pessoas em

um determinado projeto ao mesmo tempo em que, em outras atividades ou áreas funcionais

responde como subordinado.

Vantagens do modelo de estrutura matricial balanceada segundo MAXIMIANO (1996

p.1297)

• Desenvolvimento gerencial: sobressaem-se as atividades gerenciais do gerente de

projeto e diminuem as atividades de natureza técnica.

• Eficiência: Gerente de projeto pode cuidar de um número maior de projetos e as

atividades de Administração de pessoal são realizadas de maneira mais eficiente pelas

unidades funcionais.

Figura 05 – Estrutura organizacional por Projeto. Fonte VASCONCELLOS (1992:126).

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32

• Qualidade: A produtividade não é tão elevada como numa unidade autônoma de

projetos, mas a qualidade melhora;

• Flexibilidade e Adaptabilidade.

• Compartilhamento de recursos na realização de projetos simultâneos. Ao lado da

ênfase nos resultados, esta é a grande vantagem da estrutura matricial.

• Ambiente participativo: compartilhamento de recursos obriga os gerentes e técnicos a

trabalhar num ambiente em que predominam comunicação, trabalho de grupo, consenso e

resolução negociada de conflitos. Neste ambiente a autoridade formal fica em segundo plano

e as habilidades interpessoais emergem. O desenvolvimento gerencial resultante é um dos

grandes benefícios da estrutura matricial.

Entre as desvantagens MAXIMIANO (1996: 1298) cita:

• Certo grau de conflito em função da duplicidade de comando e da pulverização das

responsabilidades ao longo da estrutura funcional.

• Conflito entre projeto específico e interesse do restante da organização.

Estas características, vantagens e desvantagens são ratificadas por VASCONCELLOS

(1992:127) e KERZNER (2001:113) Figura 06.

Figura 06 - Estrutura Matricial Balanceada. Fonte: KERZNER (2001:113).

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33

2.4.4 Estrutura Matricial Funcional

Neste tipo de estrutura também é feita a combinação entre a estrutura funcional com a

organização de um projeto, porém os gerentes de projetos são subordinados aos gerentes

funcionais da área em que o projeto é mais forte, conforme Figura 07.

Figura 07 – Estrutura Matricial Funcional. Fonte: VASCONCELLOS (1992: 126).

2.4.5 Estrutura por Projetos Pura

Esta estrutura é caracterizada pelo agrupamento de pesquisadores conforme os

projetos que desenvolvem. Segundo VASCONCELLOS (1992: 127), o que favorece a

utilização deste tipo de estrutura é que os recursos humanos e materiais são utilizados em

tempo integral, normalmente os projetos são de longa duração, o centro de pesquisa é de

tamanho reduzido e há pouca diversificação tecnológica. A estrutura é apresentada por

KERZNER (2001: 113) e pode ser observada na Figura 08.

Percebe-se que o que diferencia este tipo de estrutura da organização por projeto é que

nesta, pelo fato dos recursos serem utilizados em tempo integral, vai existir uma maior

probabilidade de ociosidade. Já na organização por projeto o risco de conflitos é maior e o

trabalho do gerente geral também é maior no sentido de alocar recursos.

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34

Figura 08 – Estrutura por Projeto Pura.

Fonte: Adaptada de KERZNER (2001:130)

2.4.6 Estrutura por Processo

Este tipo de estrutura é caracterizado pelo agrupamento de pesquisadores conforme

etapas de um processo produtivo. Para VASCONCELLOS (1992: 124) as condições que

favorecem a utilização deste modelo de estrutura são:

- elevada diferenciação entre as pesquisas feitas para cada etapa do processo;

- volume mínimo de pesquisadores para justificar a existência da unidade

organizacional;

- não há projetos envolvendo pesquisadores de várias áreas do centro.

Segundo esse autor as vantagens desta estruturação seriam a maior aproximação dos

pesquisadores dos problemas tecnológicos em cada etapa do processo facilitando, portanto, a

especialização pelo acompanhamento direto da aplicação dos resultados da pesquisa. Porém,

as desvantagens seriam: o risco da duplicação de recursos e de que com o tempo estas

unidades se tornarem estanques o que dificultaria a realização de trabalhos integrados. Um

exemplo da Estrutura Organizacional por Processo está na Figura 09.

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35

Figura 09– Estrutura Organizacional por Processo. Fonte: VASCONCELLOS (1992:126).

2.4.7 Estrutura por Produto

Neste tipo de estrutura faz-se o agrupamento de pesquisadores de acordo com os

produtos ou linhas de produtos da empresa. Segundo VASCONCELLOS (1992: 124) este

modelo de estruturação exige atenção individualizada e elevada diferenciação entre os

produtos. E, ainda segundo esse autor, as vantagens e desvantagens da estrutura por produto

são bastante similares às da estrutura por processo que já foi citada anteriormente. Exemplo

da Estrutura por Produto está na Figura 10.

Figura 10 – Estrutura Organizacional por Produto. Fonte VASCONCELLOS (1992:126).

2.5 CICLO DE VIDA DE UM PROJETO

O ciclo de vida de um projeto é composto basicamente pelas seguintes fases:

conceituação ou concepção, estruturação, desenvolvimento ou execução, encerramento e

acompanhamento pós-encerramento.

Embora esta seja a seqüência didática utilizada, as fases não são estanques, pois

segundo MAXIMIANO ( 1997: 29) “normalmente, antes que uma fase termine, a próxima já

é iniciada. Sempre há elementos para que uma nova fase comece quando a anterior se

Page 36: Hilda

36

aproxima de seu final. Esse processo de sobrepor as fases do projeto é chamado fast-

tracking¨.

2.5.1 Fase da conceituação ou concepção

“Nesta fase define-se os objetivos do projeto, com base no esclarecimento das

expectativas de seus clientes, e se preparam os planos preliminares do projeto” MAXIMIANO

(1997:29). Na fase de conceituação os esforços concentram-se na montagem da proposta e na

busca de sua aprovação. VALERIANO (1998: 379) afirma que nesta fase, no momento da

aprovação do projeto, alguns compromissos precisam ser assumidos por parte dos envolvidos,

conforme Figura 11.

Quem Compromisso

Gerente do projeto e sua equipe Executar o projeto tal como proposto

Organização hospedeira do projeto apoio com recursos humanos, infra-estrutura e

serviços

Patrocinador Dar o suporte financeiro

Cliente Arcar com as despesas ajustadas e receber o

produto do projeto

Figura 11 – Compromisso das partes envolvidas num Projeto.

Fonte: Baseado em VALERIANO (1998: 379).

É importante que as responsabilidades fiquem claras para assim evitar conflitos

posteriores e retrabalho. Segundo VERZUH (2001: 42) ¨As suposições básicas e os acordos

estabelecidos durante a definição fazem com que as atividades de planejamento fiquem mais

direcionadas e produtivas¨. Percebe-se, portanto, a necessidade de dedicar atenção especial a

esta etapa, pois a mesma norteará o desenvolvimento das demais.

2.5.2 Fase de Planejamento e Estruturação

Nesta fase ocorre o planejamento, detalhamento das atividades, composição das

equipes, o estabelecimento das condições básicas para execução das atividades e a

determinação das atribuições e responsabilidades. Segundo VALERIANO (1998:391) esta

etapa recebe da fase de conceituação:

• o planejamento preliminar aprovado.

Page 37: Hilda

37

• um núcleo da equipe de planejamento (a equipe básica que trabalhou no planejamento

preliminar);

• os dados obtidos do monitoramento ambiental e a conseqüente análise de riscos.

Percebe-se a importância desta fase para viabilizar o desenvolvimento adequado do

projeto, pois decisões importantes serão tomadas e com base nelas é que o projeto será

desenvolvido.

2.5.3 Fase de Desenvolvimento ou Implementação/Execução

Nesta fase o projeto começa a ser realizado, ou seja, o trabalho físico e intelectual de

desenvolver o objetivo final tem início. Será executado o que foi planejado considerando os

ajustes necessários para o atingimento da solução almejada. Muitas das tarefas que são

realizadas durante a fase de desenvolvimento já tiveram início na fase de estruturação, como

por exemplo, a complementação e definição final da formação de equipes e o prosseguimento

da sondagem e atualização de riscos. Na fase de execução, a equipe é mobilizada e os

recursos financeiros e materiais passam a ser consumidos, de acordo com o planejamento

operacional. Nesta etapa estão presentes as funções de coordenação e acompanhamento das

atividades desenvolvidas no projeto, para garantir a sincronia e a realização dos objetivos e

garantir a qualidade durante o processo. O fornecimento precisa ser garantido com qualidade

necessária e as etapas deverão ser desenvolvidas dentro do cronograma.

A fase de desenvolvimento apresenta como principais tarefas: difundir o planejamento

detalhado, formação da equipe definitiva do projeto, gerenciamento do produto/serviço,

gestão das áreas e controle (VALERIANO, 1998:407). Ou seja, o projeto será efetivamente

realizado na sua parte técnica, mas para isso dependerá do apoio da área gerencial.

Para MAXIMIANO (1995: 381) ¨esta é a fase do fazejamento, onde o que importa é

fazer as coisas acontecerem.¨ Para ambas as partes a realização do que foi planejado é

fundamental, pois os prazos são limitados tanto do ponto de vista do cliente como dos

pesquisadores e o sucesso do projeto muitas vezes depende disso. Percebe-se que se a fase de

desenvolvimento for adequadamente realizada facilita o processo de encerramento das

atividades pertinentes ao projeto.

Page 38: Hilda

38

2.5.4 Fase de encerramento

A fase de finalização de um projeto tecnológico deve ser vista como uma oportunidade

para avaliar as ações desenvolvidas que obtiveram sucesso e também as que não obtiveram

êxito, bem como por que isso aconteceu. Com sucesso ou não convém que o projeto seja

encerrado adequadamente.

Segundo VALERIANO (1998:409) ¨a fase de encerramento de um projeto bem

sucedido inicia-se com a consecução do objetivo explícito do projeto. Para LIMA ( 1999)

¨Um projeto pode ser encerrado por outros motivos, pois a incerteza quanto aos resultados faz

parte das características de projetos tais como, inviabilidade técnica, indisponibilidade de

tecnologia pertinente, obsolescência do provável produto, falta de recursos etc¨.

Independentemente da razão para o término de um projeto é importante que se faça a

documentação da memória do mesmo para que possa servir de referencial para outros projetos

que venham a ser desenvolvidos.

MAXIMIANO (1997:30) observa que na fase de encerramento de um projeto “Muitas

atividades precisam ser realizadas depois do projeto terminar tais como: implantação de

soluções, manutenção, treinamento, venda de produtos e idéias, identificação e planejamento

de novos projetos”. Desta forma as atividades relativas ao projeto não terminam

necessariamente no encerramento do mesmo.

Nesta fase, segundo VALERIANO (1998: 415), as principais tarefas são: aceitação do

produto pelo cliente, avaliação interna, desmobilização e dissolução da equipe.

Complementando a visão supra citada, MAXIMIANO (1995:382) observa que o

encerramento de um projeto também tem seu lado burocrático que ¨consiste em elaborar

relatórios finais, receber e fazer os últimos pagamentos, fechar as contas e os contratos e

cuidar da realocação dos recursos e da equipe.¨

Percebe-se que nesta fase, como nas anteriores, para a realização de um projeto,

funções administrativas de planejamento, organização, direção (execução) e controle serão

utilizadas constantemente, pois fazem parte do processo administrativo.

2.5.5 Acompanhamento após o encerramento de um projeto

Segundo CARVALHO & CARVALHO & ROMANO (2002:06) ¨é o

acompanhamento do uso da tecnologia ou produto desenvolvido pelo cliente, visando avaliar

a importância do produto e a possibilidade de vir a ser substituído e por qual tipo de

tecnologia¨. Sugere que se investigue, ainda, outras possibilidades de aplicação e o nível de

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39

satisfação do cliente com o produto ou serviço resultante do projeto. Indicam ainda, que se

busque informações em relação aos aspectos positivos para ressaltá-los e também dos

aspectos negativos da aplicação visando minimizá-los. Neste sentido percebe-se a

possibilidade de utilização do acompanhamento pós-encerramento de um projeto como uma

fonte de informações.

2.6 O GESTOR DO PROJETO

Uma das providências mais importantes na administração de um projeto é a escolha do

gerente do projeto. A escolha da pessoa certa é fundamental para o sucesso da atividade já que

cabe ao gestor de projetos o papel definitivo de realizar a integração da equipe e a

mobilização dos recursos, além das tarefas necessárias específicas do projeto.

Para MAXIMIANO (1997: 138) a responsabilidade de um gerente de projeto “é

assegurar a realização do projeto dentro dos padrões de desempenho da missão, prazo e custo

o que exige a administração de comunicações, recursos humanos, contratos, materiais e

riscos”.

Para atender adequadamente estas responsabilidade o Gestor de projetos deverá,

segundo MAXIMIANO (1997: 139):

• esclarecer precisamente as necessidades do cliente, os produtos do projeto, suas

especificações de desempenho e outros objetivos;

• traçar estratégias eficazes para a realização dos objetivos;

• analisar o contexto em que o projeto será iniciado e realizado;

• enxergar o projeto como sistema, desde sua concepção básica até, se for o caso,

seu ciclo de vida como produto comercial;

• coordenar e participar da elaboração de propostas, cronogramas, orçamentos,

estruturas analíticas e outras ferramentas de planejamento;

• assegurar que a equipe entenda às exigências do cliente em relação ao projeto.

• planejar todas as tarefas necessárias para atender às exigências do cliente e da

organização;

• garantir o planejamento e o controle realista do projeto.

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40

No entanto, segundo LIMA (1999), ¨a prática tem mostrado que a maior dificuldade

para um gerente de projetos tem sua origem nas pessoas¨. Um gerente de projetos é um

articulador de interfaces entre a comunidade externa e interna e, necessariamente, irá “lidar

com competências, sentimentos e comportamentos da equipe”. Enquanto gerente de um

projeto suas responsabilidades principais, segundo MAXIMIANO (1997: 140) passam a ser:

• Transformar a equipe em um grupo de pessoas interessadas e empenhadas no

sucesso do projeto, apresentando-lhes uma visão do desenvolvimento global do

empreendimento e informações sobre o seu andamento;

• desenvolver uma atitude favorável, com relação ao projeto (atitude de projeto), em

outras pessoas envolvidas no empreendimento, mas que não estejam diretamente

sob sua autoridade formal;

• lidar com as frustrações decorrentes de decisões sobre alocação e movimentação

de pessoal, que levam em conta as necessidades e limitações da empresa antes dos

interesses pessoais;

• tomar e explicar decisões que afetam o território emocional dos integrantes da

equipe, como promoções, escolhas de pessoas e outras;

• administrar e orientar as carreiras de seu pessoal;

• prestar orientação técnica e gerencial à equipe;

• avaliar e encaminhar o atendimento das necessidades de treinamento da equipe;

• detectar e resolver os conflitos técnicos e humanos ao longo do projeto;

• promover a integração da equipe e o intercâmbio entre as diferentes equipes de

projetos;

• detectar, analisar, e encaminhar as reivindicações da equipe;

• avaliar as potencialidades e o desempenho efetivo dos membros da equipe;

• enfrentar situações de administrar e compatibilizar comportamentos pessoais

excêntricos, harmonizar interesses de pessoas e grupos com a estratégia da

organização e reduzir os riscos da obsolescência profissional da equipe.

VASCONCELLOS (1992: 290) cita alguns cuidados que os gerentes de P&D devem

tomar:

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41

• A cilada das habilidades técnicas

Geralmente as pessoas são promovidas pelo seu desempenho e dessa forma, isso

também acontece quando um pesquisador se torna um gerente. A grande diferença é que para

o cargo de gerente ele não precisará apenas de suas habilidades técnicas, pois o cargo exigirá

além destas também habilidades administrativas e humanas. Uma das principais dificuldades

é que o pesquisador pela sua experiência se habilitou muito mais às coisas do que às pessoas,

e o seu sucesso como gerente dependerá muito mais de saber lidar com pessoas. Além do que

administrar é obter resultados através de pessoas e para se conseguir isso é necessário saber

organizar, comandar, motivar, comunicar e, ainda, se necessário, treinar pessoas.

• A cilada da fixação técnica

Na nova função as atitudes, o comportamento e inter-relacionamento humano irão

influenciar sobremaneira os resultados de seu trabalho, embora a tendência das pessoas seja

deixar de lado a parte que têm mais dificuldade, para se fixar naquilo que entendem. Para

evitar isso deverá se concentrar em procurar compreender a natureza humana, para aprender a

conviver com ela.

• A cilada do autoritarismo

A falta de experiência gerencial normalmente leva os novos gerentes a adotar um

estilo autocrático, que num ambiente de P&D, onde existem profissionais de alta qualificação,

será um convite ao fracasso. Num ambiente de P&D é mais conveniente adotar um estilo de

administração participativa, onde a cooperação e a diplomacia poderão fluir livremente.

• A cilada da burocracia

A organização formal é a burocracia dentro da qual um gerente vai conviver ou

fracassar. Para tanto deverá entender os detalhes do funcionamento da formalidade

burocrática da empresa, suas normas, seus métodos, sua cultura, etc. Fundamentalmente,

deverá compreender como flui a burocracia informal que se exterioriza através de canais

diferentes dos canais formais. Para tanto deverá investir parte de seu tempo para cultivar um

bom relacionamento com os elementos-chaves da organização, para obter sua cooperação e

ajuda na obtenção de seus próprios resultados.

Percebe-se a importância da habilidade comportamental além da competência técnica,

para gerenciar projetos. Segundo SBRAGIA (1998:15) ¨as atitudes são fatores de sucesso ou

insucesso na realização de projetos¨, ou seja, o resultado é profundamente influenciado pelas

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42

atitudes do gestor do projeto, as quais passam a ser ¨padrão de Referência” para os membros

da equipe. SBRAGIA(1998) classifica como de grande importância habilidades como:

(i) De natureza gerencial – que envolve a capacidade de planejar, organizar, dirigir e

controlar o projeto;

(ii) relações humanas – que envolve formação e manutenção de equipes coesas,

habilidade para lidar com conflitos, construir clima motivacional e habilidade de

negociação;

(iii) política - que se traduz na capacidade de conhecer e manejar a cultura

institucional.

Reforçando esta visão LIMA (1999) e MAXIMIANO (1995: 388) apresentam alguns

atributos desejáveis na escolha dos gestores de projetos:

Ø ter desejo de realizar o projeto e transmití-lo para a equipe;

Ø maturidade como gerente;

Ø experiência em administração de projetos e visão global do projeto e de alternativas;

Ø habilidade de planejamento;

Ø realizar freqüentes reuniões para esclarecer objetivos do projeto e avaliação do

empreendimento e manutenção da equipe informada sobre o andamento do projeto;

Ø familiaridade com a estrutura organizacional e cultura da empresa;

Ø boa visão das diferentes áreas envolvidas no projeto;

Ø ser capaz de transmitir aos demais membros da equipe os objetivos do projeto de

forma clara e motivadora;

Ø bom entendimento com o cliente;

Ø habilidade para perceber as competências dos participantes da equipe, para poder

designar-lhes as tarefas adequadas;

Ø delegar autoridade sem deixar de comprometer-se e sem deixar de cobrar resultados;

Ø capacidade de coordenar reuniões objetivamente;

Ø capacidade de entendimento do clima emocional do grupo de gerenciamento;

Ø capacidade de distinguir autoridade formal de habilidade pessoal.

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Diante do exposto percebe-se a importância das competências e habilidades necessárias

ao gestor de projeto e a necessidade do seu desenvolvimento e capacitação para gerenciar

Pesquisa e Desenvolvimento.

O impacto mais significativo sobre o resultado do projeto está relacionado com a escolha

de quem vai dirigi-lo. Competência gerencial, aceitação do grupo, imagem positiva, bom

relacionamento com a administração superior e habilidade na interação com o cliente são

atributos relevantes.

Há, portanto, uma significativa importância da aplicação da Gestão de Projetos em

unidades de Pesquisa e Desenvolvimento. Questões ligadas a cada etapa, desde o

planejamento até o acompanhamento após término são fundamentais para a obtenção de saltos

qualitativos no desenvolvimento de projetos. Entretanto, a Gestão de Projetos precisa ser

apoiada por diversas outras gestões, como a gestão da Informação, de Pessoas e da Qualidade.

Esta última, em particular, será mais detalhada no próximo capítulo.

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44

3. QUALIDADE

O objetivo deste capítulo é o de apresentar um panorama geral sobre a Gestão da

Qualidade, sua evolução histórica, conceitos e definições. Será apresentada também, a visão

da Gestão da Qualidade em Ambientes empresariais, sua importância e as diferenças no

ambiente de ensino. Serão apresentados os 14 pontos de Deming aplicados à Educação e a

visão da Qualidade em Educação no Brasil. Serão destacados, ainda, os principais critérios de

excelência do Programa da Qualidade do Governo Federal- PQGF.

3.1 QUALIDADE E DESEMPENHO

3.1.1 Qualidade

A Qualidade pode ser definida de muitas formas e as organizações podem utilizá-la

como uma vantagem competitiva. A definição de Qualidade deve atender aos requisitos

esperados pelo cliente. Desta forma, cada organização deve identificar as características

desejáveis para os seus produtos e serviços, de modo a levar satisfação para o seu público.

3.1.2 Desempenho

O desempenho é a medida das principais características de operação de um produto.

Como o desempenho geralmente pode ser medido em termos quantitativos específicos, as

características de desempenho de um produto são, freqüentemente, comparadas e avaliadas

em relação às características de desempenho dos produtos da concorrência. Em quê o

produto/serviço está melhor que o produto/serviço da concorrência. Quais vantagens possuem

os concorrentes: custo, inovação, processo, logística ou fornecimento.

A Norma Internacional da Qualidade (ISO 9001:2000), define que ¨os objetivos da

qualidade devem ser mensuráveis e consistentes com a política da qualidade¨ da organização.

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45

Prevê, também, que os resultados devem ser ¨medidos para desenvolver o potencial das

pessoas envolvidas, das características dos produtos e dos processos empresariais¨,

possibilitando desta forma a melhoria contínua no Sistema da Qualidade.

JATOBÁ (2001) afirma que ¨num mercado de intensa competição global, as

organizações competem em termos de excelência dos produtos, menor tempo de entrega,

rapidez, eficiência dos serviços, menor burocracia interna e pela satisfação e retenção dos

clientes, mas nenhuma dessas variáveis é considerada pelas medidas de desempenho

tradicionais. Ninguém compra produtos ou contrata serviços. O que se busca no mercado é

valor agregado, traduzido constantemente como satisfação. As Instituições podem criar

mecanismos para medir o desempenho, através da utilização de indicadores adequados para

cada tipo de atividade. Uma base interessante para a utilização na mensuração são os critérios

utilizados pelo PNQ (Prêmio Nacional da Qualidade).

Na empresa, quando se implanta a Gestão da Qualidade, passa-se a exigir dos

fornecedores que eles também tenham um sistema de Gestão da Qualidade implantado, e estes

irão cobrar de seus parceiros, formando um círculo de aplicação. Por outro lado, na medida

em que a utilização da gestão da qualidade passa a ser exigida, tê-la passa a ser condição para

penetrar em determinados mercados.

3.2 EVOLUÇÃO DA VISÃO DA QUALIDADE

3.2.1 Antiguidade

A qualidade está presente na vida do homem desde os primórdios, quando o homem

procurou o que fosse melhor ou o que mais se adequasse às suas necessidades. O código de

Hamurabi (2150 a. C), por exemplo, previa que se um construtor erguesse uma casa para

alguém e seu trabalho não fosse sólido e a casa desabasse e matasse o morador, o construtor

seria imolado. A qualidade também está presente na construção das pirâmides ( qualidade do

produto), na arquitetura de diversos povos da antiguidade, assim como no desenvolvimento de

fórmulas matemáticas. A história antiga, segundo PALADINI (1995:32), "pode ser

caracterizada pela alta qualidade e padrões para artes em geral e a arquitetura de extrema

precisão na Grécia. Em Roma, igualmente, destacam-se os modelos arquitetônicos, alvenaria

e a engenharia de estruturas”. Percebe-se que na história antiga a qualidade está mais

relacionada ao produto final.

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46

3.2.2 Inspeção

A Idade Média foi marcada pela presença dos artesãos e artífices que eram

responsáveis pela fabricação de seus produtos com qualidade. Nesse período são definidos

"padrões rudimentares da qualidade para bens e serviços e níveis básicos de desempenho da

mão-de-obra, tendo sido determinadas as condições gerais para o trabalho humano”

(PALADINI, 1995: 33). Diferente da fase anterior, nesta os padrões começam a se fazer

presentes na medição da qualidade de produtos e serviços.

No início do século XX, segundo BARÇANTE (1998), Taylor, através da

Administração Científica, deu ênfase à padronização de todos os produtos. Com a

industrialização e a produção em massa, foram desenvolvidos sistemas baseados em

inspeções, onde um ou mais atributos eram examinados, medidos ou testados. Surge a figura

do inspetor ou supervisor da qualidade, que no final do processo fazia a inspeção e o controle

separando os ‘bons’ dos ‘maus’ produtos.

A racionalização e a padronização dos produtos também foram características

marcantes, na prática dos princípios da Administração Científica por Henry Ford, o qual

deixou registrada a célebre frase: ¨Você pode escolher o carro da cor que quiser, desde que

seja preto¨. Percebe-se, portanto, a presença da padronização dos produtos e a utilização de

métodos que enfatizavam o uso racional dos recursos para melhorar a eficiência e a

padronização de produtos cujos atributos poderiam ser inspecionados.

3.2.3 Controle Estatístico da Qualidade

Com o objetivo de atender às reais necessidades dos clientes, técnicas estatísticas

foram desenvolvidas para controlar a qualidade. Segundo PALADINI (1995:33), Walter A.

Shewhart reconheceu a variabilidade como inerente aos processos industriais, utilizando

técnicas estatísticas para o controle de processos. Foram criados conceitos como "risco do

produtor e consumidor, probabilidade de aceitação, fração defeituosa tolerável e nível de

qualidade aceitável”. Nesta fase houve o estabelecimento de padrões mínimos para a

aceitação dos produtos, ferramenta que ainda hoje é utilizada na Qualidade.

Com o advento da Segunda Grande Guerra, desenvolveram-se outras técnicas com o

objetivo de combater a ineficácia e impraticabilidade apresentada pela inspeção 100%.

O crescimento das indústrias neste período, segundo PALADINI (1995:35) e "a

utilização de mão-de-obra pouco preparada, pela urgência do incremento da produção,

interferiu nos níveis da qualidade de produtos e serviços. Estes aspectos ampliaram, num

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47

momento, os procedimentos de controle e inspeção; a seguir, geraram a necessidade da

estruturação de programas formais de qualificação de pessoal”. Percebe-se, portanto, a criação

neste período de procedimentos de controle e inspeção e a estruturação de programas de

qualificação de pessoal. Passa-se, assim, a considerar a importância do papel das pessoas na

aplicação de procedimentos e manutenção de padrões.

3.2.4 Garantia da Qualidade

Segundo PALADINI (1995: 37) dissemina-se no Japão "o conceito de círculos da

qualidade, dentro de um modelo que viria mais tarde a ser conhecido como a abordagem

participativa da qualidade”. Percebe-se mais uma vez a importância das pessoas no processo

de melhoria na Gestão da Qualidade nas organizações.

Para BARÇANTE (1998), este período (pós Segunda Guerra Mundial) foi marcado

por:

(i) quantificação dos custos da Qualidade (Juran, 1951).

(ii) pelo controle total da Qualidade (A. Feigenbaum, 1956),

(iii) pelas técnicas de confiabilidade desenvolvidas pelas indústrias aeroespacial,

eletrônica e militar, e pelo programa Zero Defeito (Philip Grosby, 1961).

Fica evidenciada a utilização de quantificação de custos, controle Total da Qualidade,

utilização de técnicas e a busca do zero defeito, conceitos e ferramentas muito utilizadas ainda

nos dias atuais.

3.2.5 Gestão da Qualidade

Na Gestão da Qualidade enfoca-se a valorização dos clientes como fator fundamental

para se preservar e ampliar a participação no mercado, com a visão de que convém que seja

aplicada em tudo o que se faz na empresa e em todos os níveis. BARÇANTE (1998:12)

afirma que "a alta administração deve reconhecer o impacto da qualidade no sucesso

competitivo da empresa, passando a merecer a sua atenção rotineira e integrando-se na gestão

estratégica do negócio”. Ou seja, o convencimento da alta administração é fundamental para

a inserção da Gestão da Qualidade na vida de qualquer organização.

A Gestão da Qualidade deve prever ações de planejamento, controle e aprimoramento

contínuo de cada processo, tendo como objetivo central a satisfação dos clientes. Para

CERQUEIRA (1994:15) "Gerenciar a qualidade é agir de forma planejada e sistemática para

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48

implantar e implementar um ambiente no qual, em todas as relações fornecedor-cliente da

organização, sejam elas internas ou externas, exista a satisfação mútua”. Desta forma a

Qualidade, significa atender a todos os envolvidos, sejam clientes, fornecedores, funcionários,

acionista ou mesmo parte da sociedade afetada pelo desempenho da organização.

3.3 GURUS DA QUALIDADE

Ao longo da história, vários autores apresentaram abordagens diferentes sobre o tema

Qualidade o que faz com que seja necessário conhecer as terminologias empregadas já que o

tema está em constante evolução.

Os gurus da Qualidade, tais como Deming, Crosby, Feigenbaum, Juran e Ishikawa

deixaram valiosas contribuições para a evolução do conceito da qualidade segundo

CARDOSO (1995:92).

Joseph Juran destacou-se ao lado de Deming como o consultor que ajudou o Japão a

alcançar a supremacia da qualidade. Sua abordagem, para CARDOSO (1995:92),"possui um

forte ingrediente gerencial e focaliza planejamento, fluxo organizacional, responsabilidade

gerencial para a qualidade e a necessidade de estabelecer metas e objetivos para a melhoria”.

W. Edward Deming enfocou mais a estatística dentro da qualidade, por conferir o

rigor da análise necessária para soluções de problemas. Para ele os empregados são

envolvidos por comprometimento, conscientização e motivação integrados aos objetivos

individuais e da empresa.

Armand V. Feigenbaum (Apud SCRIBEL, 1996:27) ficou conhecido como um dos

pais do TQC (Total Quality Control), traduzido para o português como Controle da Qualidade

Total - CQT - sob o aspecto sistêmico. Destacou a importância do comprometimento positivo

das pessoas com a qualidade como fundamental para o sucesso do TQC.

Philip B. Crosby ganhou destaque pela divulgação do conceito de ‘zero defeito’ na

década de 60 e acrescentou um ponto inovador: ‘o custo da prevenção’ na garantia da

qualidade, que até então era de inspeção, teste e verificação. Sua filosofia enfoca princípios

dirigidos à alta administração e apresenta como ponto forte uma forma estruturada de

mudança na cultura da organização ( BARÇANTE, 1998).

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49

Kaoru Ishikawa foi considerado um dos pais do Total Quality Control -TQC - pela sua

forte visão humanística dos sistemas de produção. Para CARDOSO (1995:93) ¨o enfoque da

qualidade é abrangente e agrega a agilidade de resposta da empresa às reações de mercado¨.

Para tanto as organizações necessitam pessoas preparadas para poder responder às exigências

do mercado de maneira eficaz. O envolvimento das pessoas de diferentes setores da

organização e da cadeia produtiva onde a organização está inserida é importante para facilitar

o compartilhamento do conhecimento dos processos e experiências relevantes no âmbito da

Gestão da Qualidade.

Os sistemas de comunicações cada vez mais globalizados e eficientes intensificaram o

intercâmbio de informações, tornando mais unificado o processo de evolução da Qualidade no

mundo (ALBERTON, 1999). A adoção de um conceito de Qualidade é passo fundamental

para uma organização e este deve atender a pré-requisitos: deve ser de fácil entendimento, e

ser baseado na cultura dos diferentes grupos que a constituem para ser assimilado por todos

seus colaboradores. Percebe-se a importância de promover ampla discussão e treinamento

para que se tenha uma visão ampla a respeito do significado da Qualidade.

Para JURAN (1990:05) ¨ não se pode planejar Qualidade sem antes concordar no

significado da mesma .̈ Deve-se segundo esse autor, evitar-se a armadilha de se ter uma

definição curta. Para tanto é fundamental que se use o tempo que for necessário para definir

qualidade de maneira que se possa concordar a respeito de qual deve ser o assunto a ser

planejado. JURAN ainda afirma que Qualidade tem vários significados e que dois deles são

críticos, não apenas para o planejamento da Qualidade como para o planejamento estratégico

da Empresa. São eles:

a) Desempenho do produto: satisfação com o produto

b) Ausência de deficiências: insatisfação com o produto

JURAN (1990:06) afirma que a ¨ insatisfação e satisfação com o produto não se

opõem. A satisfação com o produto é o motivo porque os clientes o compram. Insatisfação

com o produto é por que eles reclamam¨. Então, segundo esse autor,¨é plenamente possível

que um produto não tenha deficiência e ainda assim não tenha boas vendas, porque algum

produto concorrente tem um desempenho melhor¨.

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50

É fundamental observar as influências que um conceito para a qualidade exerce

durante a implantação da Gestão da Qualidade - GQ. O conceito definido no momento do

planejamento deverá estar direcionado, segundo CARDOSO (1995:332), essencialmente para:

• ¨a visão de Qualidade da empresa, esclarecendo sua filosofia a partir da qual

estratégias serão definidas;

• o sistema da Qualidade, identificando as características básicas a serem

implementadas;

• a abordagem da gerência, indicando ações adequadas aos recursos disponíveis na

empresa;

• os fatores humanos envolvidos, mostrando como devem ser abordadas as pessoas para

um maior comprometimento com a Qualidade¨.

Desta forma, segundo CARDOSO (1995:333), "uma empresa ao adotar o conceito de

qualidade, deverá fazê-lo conforme cultura vigente e estágio em que esteja na evolução da

qualidade. Para adotar o conceito que lhe seja adequado, poderá examinar a definição de

qualidade que direcionará suas características de sistema, abordagem gerencial e fatores

humanos para a qualidade”. Fica evidenciado, mais uma vez, a importância de se conhecer as

características e os valores culturais do ambiente onde se pretende implantar a gestão da

qualidade para fazê-lo adequadamente e conseguir assim um maior comprometimento das

pessoas.

A Figura 12 apresenta um comparativo de definições da Qualidade e do papel dos

Recursos Humanos, os autores consagrados pela sua participação no desenvolvimento da

visão da Qualidade nos últimos cinqüênta anos.

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Comparativo de definições da Qualidade e o papel dos Recursos Humanos

Abordagem QUALIDADE RECURSOS HUMANOS

Deming Perseguição às necessidades dos clientes e

homogeneidade do processo de serviços

com baixa variabilidade (previsibilidade)

Promovendo comprometimento,

conscientização e motivação pela integração de

objetivos do desenvolvimento individual

através do desenvolvimento da empresa.

Crosby Cumprimento das especificações

estabelecidas para satisfazer aos clientes de

modo econômico

Estabelecendo comprometimento,

conscientização, comunicação e motivação

através de recompensas.

Feigenbaum Exigência dos clientes através de

especificações em todas as fases da

produção, com qualidade de processos.

Desenvolvendo a conscientização em torno da

contribuição de cada um para com a função

qualidade

Juran Adequação ao uso através de percepção das

necessidades dos clientes e

aperfeiçoamentos introduzidos a partir de

níveis de serviços já alcançados

Mostrando compreensão da qualidade como

uma das principais responsabilidades

gerenciais, comprometimento da organização

com a qualidade objetiva em todos os níveis,

conscientização e conseqüente envolvimento de

todos com projetos de melhoria.

Ishikawa Rápida percepção e satisfação das

necessidades do mercado, adequação ao uso

dos produtos/ serviços e homogeneidade

dos resultados dos processos (baixa

variabilidade).

Compreendendo a qualidade como inerente ao

trabalho, fazendo parte e sendo resultado do

trabalho, com construção da qualidade de vida

de cada um e da sociedade.

Figura 12 –Comparativo de definição da Qualidade e o Papel dos Recursos Humanos na Qualidade .

Fonte: Adaptado de: CARDOSO, Olga Regina. Foco da Qualidade Total de Serviços no Conceito do Produto Ampliado. 1995 p. 333.

No que se refere à definição da qualidade, percebe-se que a maioria dos autores

apresentam em suas definições a satisfação de necessidades de clientes ou mercados e

atendimento de requisitos, especificações e adequação a uso.

Quanto aos recursos humanos os fatores mais destacados são a conscientização,

comunicação, motivação e comprometimento de todos para com os conceitos da Qualidade e

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52

aplicação dos mesmos na melhoria constante da organização, de seus produtos e serviços e da

qualidade de vida de cada um.

Para CHIAVENATO (1997) a maneira como as pessoas agem e se comportam deriva

das forças que existem dentro delas próprias, porém estas forças se apresentam de forma

diferente de indíviduo para indivíduo e, em situações diferentes. Maslow caracterizou as

necessidades básicas como um dos aspectos de sua teoria de motivação humana,

hierarquizando-as em cinco categorias. A Figura 13 apresenta a hierarquia das necessidades

de Maslow.

Figura 13 : A hierarquia das necessidades humanas e os meios de satisfação Fonte: Chiavenato (1997:31)

Na medida em que uma dessas necessidades for satisfeita, a necessidade seguinte

passa a ser dominante. O argumento é de que as pessoas começam a satisfazer suas

necessidades a partir da necessidade fisiológica e seguem buscando a satisfação das outras.

Assim, a partir do momento em que uma necessidade for satisfeita, outras necessidades

surgem.

A liderança tem um papel importante junto a equipe para o desenvolvimento também

dos fatores que ficam no topo da pirâmide, que se referem ao assumir novos desafios, ter

Necessidades Fisiológicas

Segurança

Sociais

Estima

Auto- realização

; Trabalho criativo e desafiante ; Diversidade e autonomia ; Participação nas decisões

; Responsabilidade por resultados ; Orgulho e reconhecimento ; Promoções

; Amizade dos colegas ; Interação com clientes ; Gerente amigável

; Condições seguras de trabalho ; Remuneração e benefícios ; Estabilidade de emprego

; Intervalo de descanso ; Conforto físico ; Horário de trabalho razoável

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53

reconhecimento, assumir responsabilidades e participar das decisões. Fatores estes que são

fundamentais para o sucesso na implantação de um Sistema da Qualidade.

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54

3.4 GESTÃO DA QUALIDADE EM AMBIENTES EMPRESARIAIS

Empresas que pretendem permanecer no mercado cada vez mais globalizado e

competitivo têm que partir da premissa que Qualidade é o mínimo necessário para nele

continuarem.

GARY HAMEL & C. K. PRAHLAD, citado por REIS (1995: 61) afirmam que ¨na

competição pelo futuro, as empresas devem ter presente que o importante é o compromisso de

ser ¨pioneiro¨ e que este precede o cálculo exato do ganho financeiro. A empresa que esperar

números para dar a partida em direção ao futuro, ficará para trás nesta corrida¨.

Desta forma, segundo REIS (1995), ter qualidade nos produtos e serviços ofertados no

mercado é fundamental, mas é preciso fazer bem mais que isso. As organizações precisam

envolver todas as pessoas que nela trabalham. É preciso estimular para que surjam intra-

empreendedores na organização que sejam capazes de desafiar constantemente o ¨status quo¨

da mesma. Faz-se necessário desenvolver competências e atualmente as empresas já estão

desenvolvendo as chamadas Universidades Corporativas no intuito de desenvolver o seu

pessoal com a intenção de ter potencial humano para gerar mudanças e alterações de foco

sempre se antecipando ao mercado e as tendências.

Se até uma década atrás, ter qualidade era diferencial, agora passou a ser condição

necessária para as empresas serem habilitadas a concorrer. As exigências podem vir do

mercado externo, do concorrente ou do cliente.

3.5 GESTÃO DA QUALIDADE EM AMBIENTES DE ENSINO

Nas últimas décadas percebeu-se uma nova configuração da sociedade, onde

consolidam-se novas tecnologias e novas formas de atuar das organizações alterando

profundamente a vida das pessoas. A palavra qualidade passa a fazer parte do cotidiano

estando presente na maioria das atividades, nos produtos e serviços consumidos.

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Para GUILLON (1994: 14) ¨à medida em que as economias crescem e se tornam

interdependentes, as distâncias entre os países diminuem e aumenta a necessidade dos países

produzirem serviços e produtos com qualidade e preço competitivo .̈

Na era da multifuncionalidade exige-se educação de qualidade para formar

profissionais polivalentes, multifuncionais, alertas, curiosos e competentes.

As Instituições de Ensino são organizações que prestam serviços para a sociedade. De

certa forma as organizações que prestam serviços possuem dificuldade de consenso sobre

Qualidade em função da natureza intangível da atividade. Os serviços segundo GIANESI et al

(1994:32) são "de difícil padronização o que torna a gestão do processo mais complexa. Pela

dificuldade de avaliar os resultados e pela impossibilidade de avaliação do serviço antes da

compra”. Segundo esses autores os serviços são diferentes da manufatura. Suas principais

características são: a intangibilidade; a presença e participação do cliente e o fato de que

geralmente os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente.

Nos serviços o único nível que se deseja definir para erros, falhas e tempo

desperdiçado é zero. Não se deve definir um nível aceitável de falta de cortesia, de falta de

educação, indiferença ou mau humor, segundo SANBAUER (Apud ALBERTON, 1999).

A gestão da qualidade nos serviços exige atenção aos seguintes aspectos segundo

MEZOMO (1994:48).

• as pessoas são o recurso mais importante da Instituição, e por isso devem ser educadas e valorizadas;

• os clientes são o verdadeiro ativo das organizações e sua percepção da organização deve ser levada a sério;

• as pessoas devem incorporar a qualidade em suas atividades diárias;

• cultura organizacional transformada pelo princípio da clientização da organização;

• a organização deve ter uma estrutura flexível para responder com rapidez às mudanças do mercado;

• a qualidade deve estar embutida na própria missão da organização.

Produto, segundo a NBR ISO 8402, ¨é o resultado de atividades ou processos, e pode

ser tangível ou intangível¨. O produto tangível pode ser montagens, materiais processados ou

equipamentos. O produto intangível pode ser o conhecimento ou conceitos ou uma

combinação de ambos.

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Em uma instituição de ensino, o produto, segundo ARRUDA (1997, 15) ¨pode ser a

geração e transmissão do conhecimento, o aluno formado e os serviços prestados à sociedade.

Porém, as instituições de ensino não são apenas um negócio, não possuem controle

total de seus alunos, também não conseguem dominar plenamente o processo de ensino-

aprendizagem, pois este é afetado pela participação maior ou menor do aluno. O produto das

instituições de ensino pode ser relacionado a desenvolver habilidades no estudante para ler,

pensar e raciocinar, falar, escrever e habilidade para resolver problemas, diferente, portanto do

que é definido para a manufatura.

Qualidade na Educação Brasileira

A Gestão da Qualidade na Educação brasileria começou a ser pensada com mais

ênfase a partir da proposta da Escola da Qualidade Total de Cosete Ramos (1992), e para tal

baseou-se na tradução dos 14 pontos do método Deming e dos princípios difundidos por

William Glasser, educador americano, precursor das idéias de Deming.

No entendimento de Glasser (apud RAMOS, 1992), o sucesso e a produtividade de

uma organização educacional dependem da qualidade do trabalho do aluno e das habilidades

dos dirigentes e professores. Os sete pontos principais da proposta de Glasser:

1) Gestão democrática ou por liderança da escola e das salas de aula.

2) O diretor como líder da comunidade educativa.

3) O professor como líder dos alunos.

4) A escola como ambiente de satisfação das necessidades de seus membros.

5) Ensino baseado no aprendizado cooperativo.

6) Participação do aluno na avaliação de seu próprio trabalho.

7) Trabalho escolar de alta qualidade como produto de uma escola de qualidade.

Acredita-se que o pensamento de Deming é aplicável às instituições de ensino como a

qualquer outro tipo de organização. Segundo RAMOS (1992), MEZOMO (1994), GUILLON

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e MIRSHAWKA (1995) e NISKIER (1996) os 14 pontos do método Deming são importantes

para refletir, analisar e repensar as estruturas, funções e atividades das instituições

educacionais. A análise dos 14 pontos para instituições de ensino seria assim apresentada:

a) Constância de propósitos: A instituição deve definir o que pretende ser no futuro e

como fará para chegar ao ponto desejado. Isto envolve definir a missão, visão, política,

objetivos e planos de curtos e longos prazos. Para MEZOMO (1994:81) "a constância de

propósito e a consciência de que a melhoria contínua na educação é fundamental em todas as

etapas do processo, ou seja, na formulação da política, na definição da estrutura, na gestão do

sistema, na execução dos processos e na avaliação de resultados”.

Desta forma a definição do rumo que se pretende dar à instituição, seja no que se refere

ao processo ensino-aprendizagem, seja no que tange a pesquisa e extensão, é fundamental para

manter o direcionamento de esforços no foco certo, evitando assim desperdício de energia na

busca de soluções para problemas que não interessam ao ambiente.

b) Filosofia da Qualidade: adotar a filosofia da qualidade "significa repetir

indefinidamente o ciclo do planejamento, da ação, da avaliação e do redesenho do processo da

educação”(MEZOMO, 1994: 82). Ou seja, a aplicação do planejamento, ação, controle e

avaliação num processo contínuo de melhoria.

c) Avaliação no processo: acompanhamento do processo para identificar na origem a

causa de não conformidades, procurando fazer certo na primeira vez.

d) Os insumos da qualidade: selecionar fornecedores e estabelecer transações de

longo prazo, de modo que a possibilidade de não conformidade da matéria prima seja

eliminada.

e) Melhoria constante: fazer da melhoria constante uma rotina buscada

permanentemente nas áreas que possam se aperfeiçoadas utilizando o ciclo PDCA e métodos

estatísticos.

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f) Treinamento em serviço: o treinamento pode ser utilizado para suprir as

necessidades imediatas da instituição e para aperfeiçoar processos, estabelecer nos padrões

para colaboradores, para utilização de novos métodos e novas tecnologias.

g) Liderança: Instituir a liderança que possam orientar e motivar as pessoas na

consecução dos objetivos organizacionais.

h) Afastamento do medo: o medo das pessoas normalmente está muito relacionado

com possibilidade de perda de espaço e isso provoca custos elevadíssimos às organizações. "O

medo, quando está presente, estraga os relacionamentos francos, distorce as comunicações

entre as pessoas." (GUILLON e MIRSCHAWKA, 1995: 179). Nesse sentido, trabalhar para

afastar o medo das pessoas, é um passo importante para manter um clima positivo no

ambiente da organização.

i) Eliminação de barreiras: as barreiras podem estar nas áreas administrativas,

pedagógicas e grupos informais nas instituições educacionais. Para RAMOS (1992:19), ¨uma

alternativa para derrubar as barreiras entre áreas consiste na criação de Equipes ou Comitês da

Qualidade¨.

j) Comunicação produtiva: as chefias deverão estar conscientes da importância do

conhecimento socialmente compartilhado. Todos deverão ter acesso à informação que deverá

ser passada de forma aberta e transparente. A informação deverá ser utilizada para sensibilizar

e libertar (desenvolver o senso crítico) e não para escravizar e tutelar ( controle e repetição),

de acordo com RAMOS (1992:30).

l) Abandonar cotas numéricas: deve-se buscar mensurações através de métodos

estatísticos e incentivar o debate sobre os resultados obtidos.

m) Orgulho da execução: é muito importante a comunidade escolar estar

emocionalmente envolvida com a tarefa educativa da organização. O sucesso do aluno resulta

do esforço coletivo, portanto o sucesso deve ser atribuído a todos que participaram da

realização do trabalho (RAMOS, 1992:32).

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n) Educação e aperfeiçoamento: investir na educação continuada de todo o seu

pessoal. Promover e realizar seminários e cursos avançados.

o) Ação para transformação: todos deverão participar da discussão e do

planejamento de como agir para melhorar a Qualidade dos processos e resultados e buscar a

inovação (RAMOS, 1992:37).

Nesse sentido a instituição deve garantir a qualidade para resgatar sua legitimidade

social e provar que ela mesma se respeita e respeita a comunidade, "a instituição de ensino

precisa enfrentar o desafio da qualidade em seus serviços para evitar que os efeitos da não-

qualidade descaracterizem sua missão, criem um impasse total na relação fornecedor-cliente e

tornem infrutífero o esforço da universidade para a criação de uma nova ordem social”,

(MEZOMO, 1994:10).

De acordo com BARÇANTE (1998), as Instituições Federais de Ensino Superior têm

zelado pela Qualidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão, formando profissionais

que têm se destacado no mercado. Mas há diferença entre ser uma Instituição reconhecida pela

Qualidade dos profissionais que lança no mercado e uma instituição que tem um processo

dinâmico de Gestão da Qualidade implantado e difundido em todos os níveis da Instituição.

Um exemplo de aplicação da Gestão da Qualidade é apresentado por GUILLON E

MIRSHAWKA ( 1995:253), o Caso da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), onde

comenta sobre a aplicação da Gestão da Qualidade na Faculdade de Artes Plásticas, Economia

e Administração.

3.6 QUALIDADE NO SERVIÇO PÚBLICO E A UTILIZAÇÃO DE INDICADORES

Para GOMES (1997: 52), a Gestão da Qualidade no setor público "pode ser vista como

um amplo processo de mudança cultural cujo principal objetivo é modificar as relações

institucionais, transformando chefes e subordinados em parceiros que busquem atingir as

metas da organização”. Desta forma os dirigentes da administração pública optam pela Gestão

da Qualidade, com o propósito de:

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• melhorar a imagem institucional perante a sociedade, que fatalmente considerará a

mudança na prestação dos serviços;

• alcançar níveis de excelência através da motivação do funcionalismo, que passa a se

sentir valorizado pela função que ocupa;

• melhorar o atendimento ao usuário e, ao mesmo tempo, diminuir a pressão dos gastos

públicos sobre a economia, visando a uma máquina administrativa mais enxuta e

flexível.

Como uma das ações estratégicas do Programa da Qualidade no Serviço Público, em

03 de março de 1998, foi instituído o Prêmio Qualidade do Governo Federal (PQGF). A

finalidade do Prêmio é de reconhecer e premiar as organizações públicas que comprovem,

mediante avaliação feita por uma banca examinadora, desempenho institucional compatível

com as faixas de reconhecimento e premiação. A premiação se dá a partir de avaliação, através

do modelo de excelência de gestão utilizado pelos setores público e privado em mais de 40

países, dentre eles os prêmios President's Quality (específico para organizações públicas) e

Malcoln Baldrige National Quality , dos Estados Unidos e o Prêmio Nacional da Qualidade,

do Brasil (www.planejamento.gov.br/noticias/conteudo/ geral/premio_qualidade.htm)

Atualmente o Prêmio Qualidade do Governo Federal – PQGF é um instrumento de

reconhecimento do esforço institucional empreendido por organizações públicas na direção da

implementação de um modelo empreendedor de gestão, voltado à prestação de serviços

públicos de qualidade a um menor custo.

Objetivos do PQGF:

• Reconhecer formalmente os resultados obtidos pelas organizações públicas com a

implantação da Qualidade na Gestão Pública.

• Estimular os órgãos e entidades da Administração Pública a priorizarem as ações de

melhoria da gestão e de desempenho institucional.

• Estimular candidaturas de organizações públicas ao Prêmio Nacional da Qualidade.

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• Oportunizar uma avaliação externa especializada da gestão pública, com vistas ao seu

aperfeiçoamento.

• Disponibilizar para a sociedade informações sobre práticas bem sucedidas de gestão

pela Qualidade na Administração Pública.

• Possibilitar a troca de experiências entre organizações públicas envolvidas com a

implantação de programas da Qualidade.

Modalidade de reconhecimento e premiação:

O PQGF tem seis categorias para reconhecimento e premiação, sendo para categorias

básicas: órgãos ou unidades da administração direta, autarquias e fundações, empresas

públicas e sociedades de economia mista e organizações sociais. E para categorias especiais:

educação e saúde.

Premiação: São contempladas com o Prêmio Qualidade do Governo Federal as

organizações que apresentarem destacado desempenho dentre as classificadas na Faixa de

Reconhecimento Ouro, recebendo o Troféu Qualidade do Governo Federal.

Uma organização não poderá receber o Prêmio por duas vezes consecutivas. As

organizações públicas que ganharem o Prêmio Nacional da Qualidade serão homenageadas

pelo Prêmio Qualidade do Governo Federal. (Fonte: Prêmio Qualidade do Governo Federal

– PQGF – Abril/2002).

A definição de mecanismos para a mensuração é muito importante para avaliação dos

sistemas da qualidade das organizações sendo que esta necessidade está prevista na ISO-9000.

A exemplo do PQGF existem outros sistemas de premiação que apresentam conjuntos de

indicadores adaptados às áreas que pretendem atender.

No trabalho desenvolvido por STRAUHS et al (2002: 10) utilizou-se da combinação

de três instrumentos para avaliação de Laboratórios de P&D em IES, fundamentados no PNQ

(Prêmio Nacional da Qualidade). Para o desenvolvimento destes indicadores estes autores

utilizaram os seguintes instrumentos:

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A auto-avaliação baseada no Programa Gaúcho de Qualidade – PGQ, que apresenta no

seu todo 28 indicadores (MATTOS et al, 1995: VIII).

Avaliação baseada em dimensões da Gestão do conhecimento – Método proposto por

TERRA (2000: 87), foram propostos 41 indicadores por este autor.

Avaliação baseada nos indicadores do ¨Projeto Excelência na Pesquisa Tecnológica¨ da

Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica – ABIPTI, a Qual propõe um

conjunto de 57 indicadores distribuídos em: aspectos financeiros, responsabilidade pública,

mercado e clientes, processos, capacidade de inovação, pessoas e ambiente organizacional

(STRAUHS et al, 2002: 10).

A qualidade é condição para a permanência das empresas no mercado. O setor público,

como prestador de serviços à sociedade, tem por obrigação melhorar o seu desempenho por

meio da Qualidade. Porém, a melhoria da Qualidade começa com a mudança da cultura

organizacional das instituições públicas, ou seja, há necessidade de alterar comportamentos e

atitudes. O desenvolvimento constante, e o comprometimento por parte dos líderes que

comandam essas instituições, pode ser a alternativa para a melhoria da qualidade dos serviços

oferecidos pelas organizações de ensino, no médio e longo prazo.

Deverão ser definidas, entretanto, estratégias de implantação. Deverá ser nomeado um

responsável para conduzir o processo de implantação, a equipe terá que perceber a importância

da padronização dos documentos e os passos para operacionalização. No próximo capítulo

serão enfocados os aspectos importantes a serem observados para a operacionalização da

implantação da Gestão da Qualidade.

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4. IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE

Neste capítulo serão abordados temas que se referem à gerência da Qualidade em

projetos e a operacionalização da implantação de um Sistema da Qualidade. Serão

apresentados os principais passos, hierarquia de documentação e o ciclo PDCA.

4.1 GERÊNCIA DA QUALIDADE EM PROJETOS

A gerencia da qualidade em projetos, segundo o PMBOK, inclui os processos

requeridos para garantir que o projeto irá satisfazer as necessidades para as quais ele foi

empreendido. Isto inclui ¨todas as atividades da função de gerência geral que determinam as

políticas de qualidade, objetivos e responsabilidades e para a implementação destes, por meio

de planejamento da qualidade, controle da qualidade, garantia da qualidade e melhoria da

qualidade, dentro do sistema de qualidade¨.

A gestão da qualidade do projeto deve ser direcionada tanto para a gerência do projeto

quanto para o produto do projeto. Por exemplo: O atendimento aos requisitos dos clientes,

através de trabalho extra da equipe do projeto, pode produzir conseqüências negativas na

forma de aumento de rotatividade de empregados.

O atendimento aos objetivos de cronograma do projeto realizando-se as inspeções planejadas

de qualidade apressadamente, pode vir a gerar conseqüências negativas caso algum erro não

seja detectado.

Na figura 14 é apresentada a visão geral da Gerência da Qualidade em Projetos,

segundo o PMBOK (2001).

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Visão Geral da Gerência da Qualidade em Projetos.

Planejamento da

qualidade

Garantia da

qualidade

Controle da

Qualidade

Entradas Políticas de qualidade

Declaração de escopo

Descrição de produto

Padrões e

regulamentações

Saídas de outros

processo

Plano de gerência

da qualidade

Resultados da

medição do

controle da

qualidade

Definições

operacionais

Resultados do trabalho

Plano de gerencia da

qualidade

Definições

operacionais

Ferramentas e

Técnicas

Análise de custo

benefício

Benchmarking

Fluxograma

Projeto de

experimentos

Ferramentas e

técnicas de

planejamento da

qualidade

Inspeções

Gráficos de controle

Diagrama de Pareto

Amostragem

estatística

Análise de tendências

Figura 14 - Visão Geral da Gerência da Qualidade em Projetos. Fonte: PMBOK , (2001).

Qualidade, segundo o PMBOK (2001), é ¨a totalidade de características de uma

entidade que a torna capaz de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas¨. Pode-se

entender como o atendimento dos requisitos do cliente.

A equipe de gerência de projetos deve também estar atenta ao fato de que a gerência

moderna da qualidade complementa a moderna gerência do projeto. Ambas consideram

importante os seguintes aspectos:

• Satisfazer o cliente – entender, gerenciar e influenciar necessidades de forma que as

expectativas do cliente sejam satisfeitas ou excedidas. Isto exige a combinação de

conformidade com e especificações e a conveniência para o uso.

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• Prevenção ao invés de inspeção – O custo destinado a evitar erros é sempre muito

menor que o custo de corrigir.

• Responsabilidade da gerência – O sucesso exige a participação de todos os membros

da equipe, mas permanece a responsabilidade da gerência em fornecer os recursos

necessários para se ter êxito.

• Processos dentro de fases – O ciclo repetitivo de planejar, fazer, checar e agir descrito

por Deming é bastante similar às etapas de um projeto.

Para a elaboração do planejamento da Qualidade algumas Ferramentas e técnicas são

importantes, como:

• Análise de custo/benefício – O principal benefício em se satisfazer os requisitos da

qualidade é um menor retrabalho.

• Benchmarking: - Envolve comparar as práticas reais ou planejadas do projeto com as

de outros projetos. Os outros projetos podem estar dentro da instituição ou fora dela.

Podem ainda estar dentro da mesma área de aplicação ou em outra.

• Fluxogramação: Um fluxograma é um diagrama que mostra como os vários elementos

de um sistema se relacionam.

As técnicas mais utilizadas são:

• Diagrama de causa e efeito: também conhecido como Diagrama de Ischikawa ou

Espinha de Peixe, onde várias causas e subcausas estão relacionadas com a criação de

problemas ou efeitos potenciais.

• Fluxograma de sistema ou processo: mostra como os elementos de um sistema

interagem.

• Projeto de experimento: O projeto de experimento é uma técnica analítica que auxilia a

identificar que variáveis têm uma influência maior no resultado geral.

A Gestão da Qualidade e a Gestão de Projetos se complementam e ambas podem utilizar-

se de ferramentas e técnicas para a análise e apoio a tomada de decisão no processo de

planejamento.

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66

4.2 GESTÃO DA QUALIDADE EM PROJETOS EM AMBIENTES EMPRESARIAIS

A gestão da qualidade perpassa por toda a organização. A qualidade é uma das

características fundamentais de produtos e serviços, e também passa por atitudes,

comportamentos e fixação de padrões e procedimentos que são buscados no decorrer de todo

o ciclo de vida de um produto. Estes podem ser definidos por determinação legal (Metrologia)

ou por consenso (Normatização). Os níveis de qualidade dos produtos e serviços são buscados

por força de lei como nos casos de saúde, segurança, propriedade e preservação da natureza

ou são buscados por força da concorrência.

Para VALERIANO (1998: 311) ¨O projeto, como uma organização transitória dentro

de outra maior, deverá ter seus padrões de qualidade (...) como aqueles da organização

hospedeira, como um subsistema imerso na cultura do nível superior.¨ Desta forma um

projeto ao nascer já seguirá as normas e sistemáticas, ferramentas, conhecimentos e

habilidades pessoais já existentes na organização.

A qualidade é um conceito presente desde a antigüidade. Nos últimos anos com o

aumento da competitividade passou a ser mais refinado e mais exigido como condição para a

permanência das empresas em seus mercados. A gestão da qualidade depende de toda a

organização, do comprometimento da alta administração ao colaborador operacional. Envolve

desde a identificação de necessidades dos clientes, passando pelo projeto, fornecedor,

processo produtivo, serviço pós-venda ao cliente do produto ou serviço. Para VALERIANO

(1998: 345) ¨O projeto, como organização transitória, está imerso na cultura da organização-

mãe e integralmente comprometido com sua gestão da qualidade.¨

Desta forma se torna mais presente a necessidade do gestor de projetos ter

compreensão do assunto, ainda que para isso, segundo VALERIANO (1998: 345), ¨necessite

dispor de uma ou mais pessoas para o trato direto da gestão da qualidade em seu projeto. O

gerente precisa estar identificado com a política da qualidade e com o Manual da Qualidade

da organização¨.

Em algumas situações, no entanto, o projeto fará adaptações ou alterações de métodos,

processos e padrões, visto que os projetos normalmente trabalham com inovação, para atender

a determinadas características de clientes. Portanto, segundo VALERIANO (1998: 345), o

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projeto ¨poderá ser um indutor de progressos e melhoramentos dos níveis de gestão da

qualidade (...) de sua organização.¨

Ainda para VALERIANO (1998: 359), ¨ O projeto é uma das interfaces privilegiadas

da organização porque ele aborda um amplo espectro, compartilhando, no seu planejamento,

execução e controle quase todas as facetas da organização: recursos humanos (incluindo

relações humanas), tecnologias (processos, materiais, instrumentos e equipamentos, etc),

informações, contratos e relações externas com entidades associadas ao projeto, com

fornecedores, clientes, serviços externos, etc.

Para VASCONCELLOS (1992: 228) ¨a garantia da qualidade de um produto ou

serviço deve ser entendida segundo as ações que a compõem.¨ Que podem ser, segundo o

autor: ação de controle da qualidade, ação de avaliar a qualidade segundo abordagem

sistêmica, e conscientização para o negócio da qualidade das pessoas envolvidas em um

processo produtivo. Os principais instrumentos de inovação são as pessoas, assim como, na

gestão da qualidade também. Pois é através das pessoas, segundo VASCONCELLOS (1992:

230),¨ que as informações do mercado são absorvidas e transformadas em idéias que irão

gerar os resultados da pesquisa e desenvolvimento (...)”. Esses resultados estão nos projetos

de P&D que trazem inovação e competitividade para as empresas.

Para VASCONCELLOS (1992: 236) algumas considerações sobre qualidade no

contexto de P&D no Brasil:

• Deve-se tentar embutir qualidade na produção de informações de P&D e não

adicioná-la à informação;

• o sucesso na obtenção de níveis crescentes da qualidade em P&D na empresa

para aperfeiçoá-lo, ao invés de centralizar sua atenção no produto de P&D;

• a mudança de cultura da empresa é imperativa para tornar possível ganhos reais

com qualidade em P&D;

• os resultados da qualidade em P&D devem ser traduzidos em vantagens

comerciais para a empresa;

• a mudança de cultura de P&D é processo lento e demorado, sendo necessário,

portanto, conhecer os objetivos do programa da qualidade e identificá-los com

a cultura, valores e crenças e a missão da empresa;

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• a implementação do programa da qualidade em P&D deve ser precedida de fase

de identificação cuidadosa dos problemas reais, uma vez que os programas

convencionais da qualidade não contemplam pesquisa e desenvolvimento.

4.3 PASSOS PARA A IMPLANTAÇÃO

Antes de se iniciar a implantação de um sistema da Qualidade ISO Série 9000 é

importante que sejam seguidos alguns passos. MARANHÃO (1999: 91) sugere os seguintes:

4.3.1Convencimento da Direção

A adoção de um Sistema da Qualidade representa, para a maioria das empresas, uma

fonte de mudança cultural. Usualmente, tais mudanças provocam conflitos. Se não houver

uma firme e clara disposição de apoiar as mudanças, resistências à implementação podem

inviabilizar o Programa. Dessa forma só deve se iniciar um processo de implementação da

Qualidade se a direção da organização estiver e se mostrar convencida e engajada no processo.

Para se fazer Qualidade, dentre outras condições, é necessário ter regras e disciplina.

Todavia, a literatura especializada (Deming, Juran, Ishikawa, Crosby, entre outros) retrata, de

forma extensiva, situações nas quais os diretores são os primeiros a violar os princípios

estabelecidos. As regras são válidas até que provoquem incômodo em quem tem poder (nas

chefias).

Essa questão é muito relevante na medida em que é universalmente aceito que as ações

da Qualidade funcionam quando são exercidas de modo vertical, isto é, do topo para a base da

pirâmide organizacional. Segundo MARANHÃO (1999: 91) exemplos da direção, bons ou

maus, são os mais poderosos estímulos, por isso o papel do líder é fundamental para o sucesso.

4.3.2 Escolha do Coordenador de Implantação

A implantação da ISO 9000 é um processo que exige muita disciplina e organização.

Duas das atividades deste programa são essenciais:

a) O gerenciamento do programa;

b) O controle dos documentos.

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Tais características exigem uma coordenação muito eficaz, cujo responsável, (Gerente

do Programa) deve possuir, dentre outras, as características pessoais que estão apresentadas no

Figura 15.

Características Ações Desejadas

Capacidade de liderança Motivar, por intermédio do convencimento,

os colaboradores para engajamento no

sistema.

Organização Gerenciar o grande e complexo volume de

informação e documentos.

Entusiasmo, capacidade de trabalho e

persistência

Gerar um clima favorável às mudanças.

Bom relacionamento pessoal Administrar vários conflitos normalmente

gerados e manter os colaboradores unidos

em torno do projeto.

Lógica e inteligência Proporcionar um sentido lógico e

harmônico ao sistema.

Coerência de comportamento Demonstrar que o processo é compensador

e os benefícios pela adoção do sistema são

muito superiores aos custos para fazê-lo.

Conhecimento de Sistema Coordenar e ajudar a criar um sistema

adequado e aceito como bom e necessário

Figura 15 – Características desejáveis no Gerente do Programa da Qualidade . Fonte: MARANHÃO, Mauriti (1999: 92).

4.3.3 Avaliação situacional

É necessário fazer um diagnóstico inicial. Segundo MARANHÃO (1999: 92) ¨a

avaliação da situação atual é importante para definir os vazios (gaps) que devem ser

preenchidos e aproveitar o que de bom já existir¨. Assim, começa-se o trabalho de implantação

conhecendo-se as características do ambiente, suas peculiaridades e também os valores

importantes para os seus membros. Segundo CARVALHO et al (2001: 03) nos ambientes de

P&D em IES ¨é importante fazer um diagnóstico, inclusive para se saber que ações podem ser

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70

bem aceitas e as que seriam rejeitadas¨ pelos seus membros, caso fossem tomadas. Ou seja, as

ações de implantação de um Programa da Qualidade devem ser norteadas por um diagnóstico

prévio.

4.3.4 Elaboração do cronograma de trabalho

A elaboração do cronograma vai depender de inúmeras variáveis e, em princípio, no

todo será diferente para cada organização. As atividades básicas, entretanto, são comuns a

qualquer implantação. Segundo MARANHÃO (1999: 93), seriam:

Ø Unificação conceitual nos vários níveis.

Ø Formação e implantação de grupos de trabalho.

Ø A primeira vassourada.

Ø Elaboração do Manual da Qualidade.

Ø Elaboração e implementação dos demais documentos.

Ø Implementação do Manual da Qualidade.

Ø Treinamento de auditores interno.

Ø Execução das auditoras internas da Qualidade.

Ø Treinamento de suporte.

Ø Pré-auditoria de certificação.

Ø Auditoria de certificação.

Ø Manutenção do sistema da Qualidade.

4.3.5 Unificação conceitual nos vários níveis

A disseminação da informação (adequada para cada nível hierárquico) sobre a intenção

da empresa em implementar a ISO é fundamental.

Em primeiro lugar, evita a fermentação dos inevitáveis comentários dos funcionários,

tão logo eles percebem que algo sofrerá mudanças. É muito fácil impedir que os boatos

proliferem, mas é bem mais difícil anular os males que esses comentários produzem, em

particular na base da pirâmide organizacional.

Em segundo lugar quando todos são informados de maneira adequada, cria-se uma

expectativa favorável às mudanças, e é provável que muitos possam tornar-se aliados, em vez

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de adversários. Se os colaboradores são informados, eles assumem mais facilmente suas

responsabilidades.

4.3.6 Formação e Implementação dos grupos de trabalho

Para as organizações que decidem por uma forma participativa, é o momento de

planejar a formação e funcionamento dos grupos de trabalho.

Há inúmeras formas de fazê-lo, mas uma forma bastante recomendável, segundo

MARANHÃO (1999: 94), é manter um grupo de coordenação e grupos de trabalho.

4.3.7 A primeira ¨Vassourada¨ (Housekeeping)

Segundo REIS & MANÃS (1995: 104) ¨W.E. Deming, o mais respeitado teórico da

Qualidade, quando perguntado sobre como começar a implantação da Qualidade, é

simplesmente devastador ao dizer que é com uma vassoura¨.

O método dos 5S’s enfatiza o princípio de que, trabalhando-se em um ambiente limpo,

saudável e organizado, a instituição não só poderá obter ganhos de melhoria referente aos

aspectos físicos, reduzindo desperdícios, problemas e defeitos causados pelos equipamentos,

bem como também poderá garantir maior conscientização e melhor motivação e participação

positiva por parte dos funcionários nas atividades de melhoria contínua (HIROYUKI, 1994).

Segundo AMANO & SUGISSAWA (1997:29), uma das principais características dos

5S’s é a simplicidade. Portanto, qualquer proposta de implantação deverá estar voltada para a

execução dos 5S’s com simplicidade e com um foco bastante grande nas pessoas, no trabalho

em equipe. Segundo os autores, deverão ser realizados treinamento de acordo com as reais

condições e atividades do trabalho e que este cuidado geralmente garante melhores resultados.

Para SILVA (1994: 27) Os Cinco Sensos estão interligados compondo um sistema e,

segundo esse autor ¨ às vezes é difícil e desnecessário fazer uma distinção precisa entre eles¨

Figura 16 é apresentada a visão sistêmica dos cinco Sensos.

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Figura 16 - Visão Sistêmica dos Cinco Sensos. Fonte: SILVA (1994:30) - 5 S – O Ambiente da Qualidade, QFCO, Belo Horizonte- MG.

Aplicação dos Cinco Ss:

SEIRI – Senso de seleção e de utilidade: separação do serve do que não serve, com a

eliminação do que não serve. Resultado que se obtém da aplicação: liberação de espaço nos

armários prateleiras e descarte de coisas desnecessárias.

SEITON – Senso de organização: organização do que serve, tendo como critério o seu uso

funcional (¨uso toda hora¨, ¨uso todo dia¨ ou ¨uso de vez em quando¨). Ainda etiquetar de

forma que seja fácil visualizar onde cada coisa está alocada.

SEISO – Senso de limpeza: ter como base da limpeza a inspeção detalhada e completa.

SEIKETSU – Senso de zelo: manter os hábitos desenvolvidos nos três ¨S¨ anteriores, tendo

como base o gerenciamento visual e a padronização (alguns autores denominam-o de Senso de

Saúde).

SHITZUKE – Senso de autodisciplina: praticar espontânea e continuamente os quatro ¨S¨

anteriores, reiniciando o ciclo.

O objetivo do 5S é ter uma organização com ambiente que facilite o trabalho, que seja

segura e cuja produtividade seja a mais alta possível.

Utilização

Ordenação Autodisciplina Limpeza

Saúde/Zelo

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SISTEMA DA QUALIDADE

Estrutura organizacional

Procedimentos Responsabili-dades

Processos Recursos

Gestão da Qualidade

Intenções e Diretrizes

Função Gerencial

Política de qualidade

Planejamento Controle Garantia

4.4 SISTEMA DA QUALIDADE

Para Philip B. Crosby (1990), três elementos são essenciais para o êxito de qualquer

programa da qualidade:

a) Um sistema de instruções escritas que definem como cada atividade na

organização deve ser executada;

b) A integridade pessoal dos elementos responsáveis por fazer funcionar o

sistema;

c) Uma equipe de gerência que acredite que o zero defeito constitui o único

padrão viável de desempenho.

Na Figura 17 é apresentado um exemplo de composição dos Sistema da Qualidade. Na

Figura 18 REIS et al (1995) apresentam o Sistema da Qualidade e suas Inter-relações.

Figura 17 - Exemplo de como é composto um Sistema da Qualidade. Fonte: REIS, Luís Filipe Sousa Dias & MAÑAS, Antonio Vico. ISO-9000, Implementação e Gerenciamento para a Qualidade Total, São Paulo, Érica, 1995.

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Responsabilidade da Administração

Interface com os Clientes

Estrutura do Sistema da Qualidade

Recursos de pessoal e de Materiais

Figura 18 - Sistema da Qualidade e Inter- relações Fonte: REIS, Luís Filipe Sousa Dias & MAÑAS, Antonio Vico. ISO-9000, Implementação e Gerenciamento para a Qualidade Total, São Paulo, Érica, 1995.

4.5 SISTEMA DE DOCUMENTAÇÃO

O sistema de documentação da qualidade tem por objetivo facilitar a implantação. Os

documentos ajudam no sentido de padronizar e cada um tem uma função para garantir o

sistema da qualidade, conforme Figura 19.

A documentação da Qualidade está subdividida em vários níveis. Segundo REIS

(1995), o Manual da Qualidade é um documento de primeiro nível enquanto que os

procedimentos são considerados de segundo nível e as Instruções de Trabalho, Métodos de

Análise e Registros da Qualidade são considerados documentos de terceiro nível.

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MANUAL

Procedimentos

Procedimentos

Instruções

Instruções

Instruções

Instruções

O QUE FAZER

COMO FAZER

DETALHES

REG I S TRO

Figura 19 – Documentos da Qualidade. Fonte: REIS, Luís Filipe Sousa Dias & MAÑAS, Antonio Vico. ISO-9000, Implementação e Gerenciamento para a Qualidade Total, São Paulo, Érica, 1995.

MARANHÃO (1999: 158) estabelece a classificação dos documentos como sendo de

Nível Estratégico, de Nível Tático e de Nível Operacional.

- Documentação de Nível Estratégico

Para MARANHÃO (1999: 158) a documentação de nível estratégico ¨é a de mais alto

nível e a que deve conter as informações mais gerais e abrangentes da organização, cujos

efeitos são, em geral específicos aos níveis hierárquicos mais altos (top management)¨.

Exemplos de documentos estratégicos: Manual da Qualidade, Manual de Organização,

Políticas, planejamento Estratégico, Documentos de Princípios e Valores da Organização,

Declaração de missão, etc.

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- Documentação de Nível Tático

É a documentação de nível intermediário, tanto em termos hierárquicos quanto em

termos de gestão da organização. Por Exemplo: Procedimentos (manual de procedimentos)

Objetivos ou Planos e Metas, Planos de Cargos e Salários, etc.

- Documentação de Nível Operacional

É a documentação utilizada mais a nível das tarefas. Ela contém todos os detalhes e

informações técnicas, padrões, especificações, tabelas e etc (para a operação segura de último

nível, ou seja, do pessoal da ¨mão na massa¨).

Segundo MARANHÃO 1999: 98) ¨ Um bom projeto (de implantação da qualidade)

pode simplificar a tarefa da documentação, cujos pontos-chave são: atender aos requisitos da

norma; documentar o sistema, permitindo que ele seja bem compreendido por aqueles que o

usam; assegurar a implementação efetiva dos documentos que o compõem; demonstrar que o

sistema está implementado de maneira eficaz.¨ Desta forma planejar minunciosamente antes

de começar a implantação do Sistema da Qualidade pode trazer vantagens na medida em que

fica mais fácil desenvolver ações preventivas no sentido de buscar a melhoria continuamente,

quando há previsão e acompanhamento.

MARANHÃO (1999: 98) ainda cita a importância de se construir um check-list para

estabelecer seqüência lógica para o alcance dos objetivos e dá as seguintes recomendações:

a. Trabalhar apenas sobre o seu check-list (se necessário efetuar reformulação);

b. estabelecer cronograma para todas as atividades;

c. cumprimento das etapas previstas;

d. realização de follow-up da eficácia dos documentos, usando intensamente

auditorias internas;

e. atuar sobre as causas dos desvios (e não somente sobre os efeitos).

O Manual da Qualidade

Segundo REIS & MAÑAS (1995) também conhecido como ¨Manual do Sistema da

Qualidade ou Manual da Garantia da Qualidade ¨ é o documento do sistema que contém e

divulga a política e os objetivos da Qualidade da empresa, sendo o documento mais

importante do sistema da Qualidade¨. Por este motivo o Manual da qualidade deve ser

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desenvolvido dentro do máximo de profissionalismo e estar de acordo com a realidade da

empresa.

O Manual da Qualidade, segundo Segundo REIS & MAÑAS (1995), deverá atingir o

seguintes objetivos:

1) comunicar a política e os objetivos da qualidade da empresa emanados da alta

administração a todos os funcionários, clientes e fornecedores;

2) projetar imagem favorável da empresa, ganhando a confiança dos clientes, garantindo

o atingimento dos requisitos contratuais, quando especificados, isto é, proporcionar

evidência objetiva de que a empresa está esperando um sistema da qualidade conforme

estabelecido na política da qualidade e objetivos da qualidade;

3) conscientizar os fornecedores da necessidade de implantação nas suas organizações de

um sistema da garantia da qualidade;

4) servir como um padrão de referência na implantação nas suas organizações de um

sistema da garantia da qualidade;

5) definir estrutura organizacional e responsabilidades para os diversos departamentos da

empresa, bem como delinear os canais de comunicação (verticais e horizontal) em

todos os assuntos que se relacionem com a qualidade;

6) ensinar/divulgar a todos os funcionários os elementos do sistema da qualidade e torná-

los conscientes do impacto do seu trabalho sobre a qualidade do produto final, isto é,

tornar os funcionários orientados para a qualidade;

7) servir de base para as auditorias internas da qualidade.

4.6 ISO 9000/2000

A ISO (sigla da International Organization for Stadartization), foi fundada em

23/02/1947 em Genebra na Suíça sendo esta sua atual sede. O objetivo é estabelecer Normas

que representem o consenso de diferentes países do mundo em relação a determinados temas.

No Brasil a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), é quem distribui as normas

da Série ISO.

A Norma ISO-9000/2000 incentiva a adoção de uma abordagem de processo para o

desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia de um sistema de Gestão da

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Qualidade para aumentar a satisfação do cliente pelo atendimento aos requisitos do cliente (

Ítens da Norma ISO 9001 estão resumidos no Anexo 01). A norma apresenta a visão de que

para que uma organização funcione de maneira eficaz, necessita identificar e gerenciar

diversas atividades interligadas. Desta forma uma atividade que usa recursos e que é

gerenciada de forma a possibilitar a transformação de entradas em saídas pode ser considerada

um processo. De modo geral a saída de um processo é a entrada para outro.

A vantagem da abordagem por processo é o controle contínuo que ela permite sobre a

ligação entre os processo individuais dentro do sistema de processos, bem como sua

combinação e interação. A abordagem de processos, quando utilizada num Sistema de Gestão

da Qualidade, enfatiza:

Ø entendimento e atendimento dos requisitos;

Ø necessidade de considerar os processos em termos de valor agregado;

Ø obtenção de resultados de desempenho e eficácia do processo;

Ø melhoria contínua de processos baseada em medições objetivas.

Juntamente com a abordagem de processos pode ser utilizada, conforme indicação da

norma ISO-9001/2000, a aplicação da metodologia do PDCA, que pode ser definido como:

• P- PLAN (planejar): estabelecer os objetivos e processos necessários para

fornecer resultados de acordo com os requisitos do cliente e políticas da

organização;

• D- Do (fazer): implementar processos;

• C- Check (checar): monitorar e medir processo e produtos em relação às

políticas, e aos objetivos e aos requisitos e relatar os resultados;

• A- ACT (agir): executar ações para promover continuamente a melhoria do

desempenho do processo.

O PDCA é derivado do Ciclo PDSA (Figura 20) originado dos estudos Deming no

Japão em 1950. Segundo DEMING (1997: 103) este ciclo ¨é um fluxograma de aprendizagem

e melhoria de produto e processo¨. Exemplo do PDCA segundo a ISO 9000 na figura 21.

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Figura 20 - Fluxograma de aprendizagem e melhoria de produto ou processo. Fonte: Adaptado de W. Edwards Deming (1997:104).

O objetivo da utilização do Ciclo PDSA é de gerar aprendizagem e melhoria constante

tanto nos produtos quanto nos processos. Todas as etapas devem ser trabalhadas

adequadamente segundo DEMING (1997:103), ou seja, deve-se evitar que se inicie

precipitadamente qualquer das etapas. Não se deve permitir que por imediatismo das pessoas

se saltem etapas.

O ciclo Shewhart de aprendizagem e melhoria O Ciclo PDSA

A P S D

Agir – Adotar a mudança ou abandoná-la, e recomeçar o ciclo. A = Act

Estudar os resultados. O que foi aprendido, o que deu errado. S = Study

Planejar uma modificação, ou teste, para aperfeiçoamento. P = Plan

Fazer – Implementar a mudança ou teste (preterivelmente em pequena escala). D = Do

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80

Figura 21 – Modelo de Processo de Melhoria Contínua. Fonte: ISO 9001/2000 (ABNT) 2001.

Este capítulo apresentou indicações consideradas importantes para o planejamento dos

procedimentos metodológicos e indicações sobre como deveria ser conduzida a pesquisa, que

será apresentada no próximo capítulo.

Melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade

Responsabilidade da direção

Gestão de Recursos

Mediação análise e melhoria

Realização do produto

Clientes (Requisitos)

Clientes (satisfação)

Entrada Saída

Produto

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5. INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS

5.1 INSTRUMENTOS DA COLETA DE DADOS

Entre os instrumentos, os mais utilizados para o desenvolvimento da pesquisa foram as

entrevistas semi-estruturadas para a realização de diagnóstico e os questionários com questões

abertas.

Para TRIVIÑOS (1997), a prática em pesquisa qualitativa tem ensinado que, em geral,

o processo de entrevista semi–estruturada deu melhores resultados pois trabalhou-se com

diferentes grupos de pessoas como: Professores, doutorandos, mestrandos e estagiários da

graduação. Esses possuem graus de experiência diferenciados em relação ao desenvolvimento

de projetos e aos fatores que fazem parte da gestão dos mesmos.

Para TRIVIÑOS (1997:146), a entrevista semi-estruturada “ao mesmo tempo em que

valoriza a presença do investigador, oferece todas as perspectivas possíveis para que o

informante alcance a liberdade e a espontaneidade necessárias, enriquecendo a investigação”.

Ainda, na elaboração da entrevista semi-estruturada foram formuladas questões abertas, as

quais permitiram aos informantes maior liberdade de expressão.

No caso específico do LIT, inicialmente se fez uma entrevista com todos os membros,

questões abertas e entrevistas gravadas. As questões apresentadas visavam colher informações

dos membros do laboratório sobre qual era a visão de cada membro com relação à gestão da

Qualidade, experiência que possuíam, em que aspectos a consideravam relevante para o LIT,

qual era a importância dada às ferramentas de gestão da informação e memória dos projetos.

5.2 APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS

Para o desenvolvimento do trabalho de pesquisa elaborou-se um plano, no qual

dividiu-se em etapas principais para o desenvolvimento do trabalho. Para o início planejou-se

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um diagnóstico, seguido de sensibilização, procedimentação, elaboração do manual de

projetos e elaboração do Manual da Qualidade, conforme Figura 22:

Figura 22 - Plano de aplicação para a implantação da Gestão da Qualidade em Projetos de P&D em IES.

A entrevista semi-estruturada permitiu ganhos importantíssimos, tais como:

• Obtenção de respostas que seriam impossíveis de se conseguir através de materiais,

inclusive aqueles dados que não se encontram em fontes documentais (MARCONI e

LAKATOS, 1996), ou seja, o conhecimento particular de cada respondente;

• Condições de fornecer explicações de difícil descrição o que poderia exigir instruções

minuciosas e específicas caso não houvesse a presença do pesquisador (CERVO e BERVIAN,

1983);

• Condições de promover discussão pelo contato pessoal, tendo em vista a possibilidade do

pesquisador repetir ou esclarecer as perguntas e assim, garantir a compreensão das mesmas

( MARCONI e LAKATOS, 1996) e eliminação de dúvidas e interpretações errôneas;

• Condições de observar comportamentos, atitudes do indivíduo entrevistado.

Diagnóstico

Sensibilização

Elaboração do Manual de projetos

Procedimentação

Elaboração do Manual da Qualidade

Entrevistas semi-estruturadas e reunião de trabalho.

Entrevistas e reuniões de trabalho

Busca bibliográfica, entrevistas e reuniões de trabalho

Questionários de avaliação

Levantamento bibliográfico, apresentação de proposta e discussão em reuniões

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• Redução da frieza contida no questionário auto-preenchível e que, via de regra, apresenta

baixo retorno e perguntas sem resposta .

• Aproximação entre o pesquisador e os membros do LIT.

• Quebra de resistências e comprometimento para com o tema da pesquisa-ação.

Ocorrem algumas limitações para a coleta de dados via entrevista, citadas em

MARCONI e LAKATOS (1996 :86):

• Possibilidade do entrevistado ser influenciado pelo questionador.

• Receio do entrevistado quanto à revelação dos dados e da sua identidade.

• Ocupa muito tempo e é difícil de ser realizada.

Para a realização do diagnóstico foram feitas entrevistas individuais e agendadas. Para

os 11 encontros adotou-se os seguintes procedimentos:

Pré-entrevista:

• Solicitação de agendamento da entrevista.

Durante a entrevista:

• Explicação sobre os objetivos e proposta da entrevista;

• Apresentação das questões individualmente com explicações quando dúvidas se

apresentavam;

• Agradecimento pela disponibilidade e contribuição aos objetivos da pesquisa e para o

trabalho que seria desenvolvido no Laboratório.

A sistematização utilizada possibilitou obter outras informações que não estavam

previstas no questionário, mas que representam ganhos para a compreensão e a interpretação

dos dados, os quais foram obtidos por meio de comentários e sugestões adicionais.

Informações sobre atitudes que foram bem aceitas em processos anteriores, inclusive aquilo

que não seria bem aceito pela equipe, enquanto estratégia para a implantação da qualidade no

ambiente do LIT.

A aplicação do instrumento foi sempre no local de trabalho dos respondentes, ¨em

situação discreta e confidencial¨ (CERVO e BERVIAN, 1983: 127) e teve uma duração média

aproximada de 40 minutos.

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A entrevista semi – estruturada (Anexo 02 ), foi organizada de acordo com objetivos

específicos a serem atingidos.

Para elaboração do diagnóstico as questões foram divididos em três categorias principais

sendo:

a) Experiências anteriores com a Qualidade

Para identificar as experiências anteriores com a qualidade de cada membro, foram

formuladas quatro questões que tinham por objetivo, investigar a participação em outros

programas de implantação da Qualidade e em caso afirmativo, prós e contras, participação em

treinamentos ou disciplinas sobre o tema, conhecimento de conceitos e elementos envolvidos

na Gestão da Qualidade.

b) Gestão da Qualidade do LIT

O objetivo do conjunto de questões apresentadas neste tópico era identificar

expectativas, conhecimento e resistências ao programa de Qualidade do LIT, conhecimento

sobre a infra-estrutura, missão e políticas adotas no LIT. Perguntou-se ainda, sobre a

relevância de o LIT obter certificação.

c) Gestão de documentos e informações

Neste tópico procurou-se investigar como era vista a gestão de Documentos e

Informação pelos membros do LIT. As questões apresentadas versavam sobre os documentos

que eram manuseados no Laboratório, que informações mais relevantes para o

desenvolvimento das atividades de cada um. Conhecimento do projeto do qual participavam

como um todo, utilização de padrões de relatórios e informativos e ainda sobre o

conhecimento que tinham sobre o software de Gestão de Documentos utilizado no LIT.

As entrevistas foram gravadas e após transcritas. Os resultados foram classificados em

categorias e analisados. Gerou-se um relatório o qual foi apresentado à coordenação do

laboratório, foram discutidas as dúvidas para então gerar-se o relatório final do diagnóstico.

Atividades de sensibilização:

A bibliografia especializada sobre implantação de Sistemas da Qualidade recomenda

que se faça a sensibilização antes de começar o processo. Inicialmente previu-se atividades de

treinamento e lançamento formal do programa, porém as indicações do diagnóstico mostraram

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que os resultados poderiam ser melhores se o lançamento fosse feito em evento informal e

pequenas inserções nas reuniões semanais.

Elaboração de documentos:

Programou-se que para a elaboração de documentos estes passariam por várias etapas,

sendo: elaboração, revisão, aprovação e liberação e que na medida do possível estes seriam

avaliados pelos membros do Laboratório. Para tanto utilizar-se-ia de entrevistas para

levantamento de dados e reuniões de trabalho para revisão, discussão e aprovação dos

documentos.

Procedimentos:

Para elaboração do ¨Procedimento Geral¨ de orientação para elaboração dos demais

procedimentos utilizou-se reuniões de discussão e coleta de sugestões até se chegar ao modelo

final.

Utilizou-se de entrevistas para a elaboração do ¨procedimento de Inserção de Novos

Membros¨ (Anexo 03). Para tanto perguntou-se a todos os membros, individualmente,

utilizando-se de entrevistas gravadas: como foi a inserção de cada membro no laboratório,

como eles consideravam que deveria ter sido e quais as sugestões que cada um poderia

apresentar para se fazer a melhor inserção de um novo Membro. Para identificar o processo de

inserção de novos membros do LIT elaborou-se uma questão para identificar as diferentes

formas de inserção até então utilizada, já que não existia um padrão até então. Para identificar-

se as dificuldades percebidas pelos membros do LIT no momento de suas respectivas

inserções também formulou-se uma questão e outra para coletar sugestões de como deveria

ser a inserções de novos no Laboratório, baseada nas experiências dos atuais Membros.

Para elaborar os demais procedimentos também realizou-se entrevistas para fazer o

diagnóstico específico de cada qual. As questões sempre eram direcionadas para esclarecer: O

objetivo do procedimento, interfaces, processo, principais atividades e a seqüência em que

deveriam ser desenvolvidas (Questões utilizadas para a elaboração do procedimento Novos

Membros Anexo 03 e roteiro para diagnóstico dos demais procedimentos Anexo 04).

Manual da Qualidade:

O Manual da Qualidade deveria ser um dos primeiros documentos a ser elaborado, por

isso no plano inicial assim estava disposto. Previu-se a realização de questionários para o

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diagnóstico do documento, levantamento bibliográfico, revisão, aprovação e liberação através

de reuniões de trabalho.

Em função de indicações obtidas no diagnóstico inicial realizado no Laboratório,

percebeu-se que não seria adequado começar por este documento, optou-se desta forma por

iniciar o processo de documentação pelos procedimentos.

Após o desencadeamento do processo de elaboração dos procedimentos,

concomitantemente aplicou-se questionários com questões abertas para avaliar o nível de

conhecimento que os membros do LIT possuíam sobre os elementos do requisito 4.1 da

Norma ISO 9001, aplicados ao Laboratório. Os requisitos previstos são a definição de missão,

políticas, visão, organização, responsabilidade da administração (questionário utilizado no

Anexo 05). A intenção da aplicação deste questionário era de avaliar o conhecimento que os

membros possuíam em relação ao ítem 4.1 da Norma ISO 9001/2000 e o conhecimento da

estrutura organizacional do Laboratório, informações estas que poderiam auxiliar na

elaboração do Manual da Qualidade.

Manual de Projetos:

Para a elaboração do Manual previu-se a mesma seqüência de elaboração dos demais

documentos. Porém como no decorrer do desenvolvimento das atividades de implantação,

optou-se pela elaboração realizada pelo pesquisador pelo menos na sua primeira versão, já que

para tanto dependia de um levantamento bibliográfico sobre Gestão de Projetos.

Para adequar o conhecimento teórico às práticas do Laboratório o pesquisador

acompanhou o processo de desenvolvimento de um projeto desde o início. Utilizou-se de

observações, pesquisa documental, reuniões de trabalho e discussão com o grupo até que

fosse possível chegar-se ao formato final do Manual de Projetos, com a aprovação do mesmo

pelos pesquisadores envolvidos. A partir da primeira versão aprovada partiu-se para a

aplicação nos projetos que estavam sendo desenvolvidos no LIT, isso permitiu que fosse

possível observar a adequabilidade dos documentos propostos e realizar ajustes, de acordo

com as necessidades apresentadas.

Aplicação dos 5 S’s A aplicação dos 5S’s inicialmente não estava prevista, embora, seja indicado pela

bibliografia especializada, que seja realizada logo no início da implantação da Gestão da

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Qualidade. No caso do LIT acabou sendo programada por solicitação da Coordenação do

Laboratório.

Para tanto programou-se o lançamento, sendo que a previsão era de um S (senso) por

mês. Seriam realizadas apresentações em reunião, seria fotografado o ambiente, antes, durante

e depois da aplicação. Seriam ainda utilizadas questionários e fichas de avaliação a cada S.

Para investigar o nível de conhecimento que os membros do laboratório possuíam a

respeito desta ferramenta aplicou-se um questionário. As questões apresentadas pretendiam

identificar conhecimentos e experiências que os Membros do LIT possuíam. Questionou-se

sobre as experiências, filosofia, vantagens e pontos importantes, segundo a visão de cada qual.

Questionou-se ainda sobre dificuldades e benefícios que poderiam advir da aplicação (Anexo

06 – questionário para a aplicação dos 5Ss e fichas de avaliação de cada S e da avaliação final

anexos 07, 11, 13, 15, 16 e 17).

A seqüência metodológica que foi efetivamente aplicada, está representada pela Figura

23. Convém, porém, esclarecer que algumas das ações aconteceram concomitantemente com

outras. A seqüência é válida para o início das atividades que foram desenvolvidas, embora

algumas delas aconteceram no momento em que outras atividades estavam em andamento.

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Figura 23 - Seqüência de aplicação adaptada a partir do plano Inicial

Diagnóstico

Sensibilização

Elaboração do Manual de projetos

Procedimentação

Elaboração do Manual da Qualidade

Entrevistas semi-estruturadas e reunião de trabalho

Evento social, cartazes, apresentações em reuniões, incentivos, chamadas na Intranet e mensagens por e-mails.

Busca bibliográfica, entrevistas e reuniões de trabalho, acompanhamento de projeto pelo pesquisador

Questionários de avaliação, cartazes, chamadas na Intranet, fotografias e incentivos

Levantamento bibliográfico, apresentação de proposta e discussão em reuniões

Aplicação dos 5s’s

Entrevista para diagnóstico, avaliação, consenso e aprovação.

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6. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Neste capítulo serão apresentados os resultados e respectivas análises seguindo a

seqüência de etapas da proposta metodológica.

6.1.RESULTADOS, PRINCIPAIS PERCEPÇÕES E RESPECTIVAS ANÁLISES DA

IMPLANTAÇÃO DAS ETAPAS

6.1.1 Diagnóstico

A partir da análise das informações obtidas nas entrevistas, foi possível identificar

pontos relevantes para a condução do trabalho. Foram traçadas as estratégias que nortearam a

aplicação do estudo de forma adequada às características e espectativas encontradas no

ambiente.

Principais Resultados e percepções obtidas com a entrevista

1- A maioria dos integrantes do LIT declarou não ter ou possuir pequena experiência na área

da Qualidade (ver percepções no Anexo 19).

2- Os que já haviam participado de tentativas anteriores de implantar a qualidade (36%)

argumentaram que não viam a aplicação daquilo que foi apresentado nos cursos de

treinamento para a Qualidade na sua totalidade e este poderia ser um fator de resistência a

uma nova tentativa.

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3- Os que já possuíam experiência declararam que se fazia necessário que alguém exercesse o

comando da implantação e o controle, para assim efetuar cobrança na manutenção de

ações e procedimentos.

4- Os entrevistados reconheceram que é importante para o LIT obter a certificação.

5- As pessoas declararam que esperavam que alguém lhes explicasse o porquê da aplicação

das normas, que diferença faria a normatização, qual a importância de saber a política da

qualidade, saber a missão, o papel de cada um no processo, por que todos deveriam

conhecer o Manual da Qualidade.

6- A maioria dos membros declarou não conhecer o Manual da Qualidade do LIT (existia

uma proposta de manual que havia sido elaborada um ano antes).

Percepções

1- O treinamento do pessoal do LIT deveria ser diferenciado dos treinamentos que

normalmente são aplicados, evitando-se a resistência.

2- O grupo não demonstrava entusiasmo pela implantação do Sistema da Qualidade;

principalmente devido às experiências anteriores.

3- No que se refere à normatização e à padronização de procedimentos, algumas pessoas se

mostravam resistentes. Mas no decorrer das respostas, acabaram por admitir que a

utilização de normas e procedimentos padrões traria ganhos de eficiência e qualidade.

4- A demonstração por parte da Coordenação de que era importante para o Laboratório

implantar a Qualidade ajudaria sobremaneira no convencimento dos demais membros,

pelo respeito da equipe pela pessoa do Coordenador.

5- As pessoas queriam ver aplicabilidade dos documentos da Qualidade nas suas atividades.

6- Os Membros demonstraram que não queriam ficar várias horas em curso sobre Gestão da

Qualidade ou sobre requisitos da Norma.

7- Os membros do laboratório demonstraram temer que as atividades da Qualidade viessem a

aumentar o trabalho dos mesmos.

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Análise:

Os resultados obtidos no diagnóstico possibilitaram o desenvolvimento da estratégia

adequada ao ambiente. Foi possível perceber atitudes que seriam bem vindas e atitudes que

não seriam bem aceitas. Por exemplo, ficou claro que os membros do laboratório não queriam

participar de cursos com várias horas de duração, pois alguns já tinham passado por isso e não

gostaram, pois faltou a aplicação nas atividades de rotina do laboratório. Percebeu-se,

portanto, que começar a sensibilização através de cursos com várias horas de duração não

seria uma atitude bem aceita.

A resistência demonstrada por alguns estava muito relacionada a idéia de que

procedimentos e padronização iria aumentar o trabalho, na medida em os procedimentos

começaram a ser escritos e o volume de trabalho não havia aumentado tanto, essa barreira

começou a ser quebrada.

A informação de que a maioria dos membros do LIT reconhecia a importância da

certificação de um laboratório, passou a ser relevante na medida em que este poderia ser um

dos objetivos da implantação da Gestão da Qualidade em Projetos. Este reconhecimento

poderia facilitar o envolvimento dos membros do laboratório com as questões da Qualidade.

O fato das pessoas demonstrarem que gostariam de ter o entendimento do porquê da

documentação da qualidade (Manual da Qualidade, procedimentos e instruções), de forma

prática, induziu para a necessidade de se trabalhar no desenvolvimento dos procedimentos e

instruções do trabalho antes mesmo de se elaborar o Manual da Qualidade.

6.1.2 Atividades de sensibilização

A partir dos resultados obtidos no diagnóstico, percebeu-se que seria interessante

lançar o Programa da Qualidade utilizando a estratégia da informalidade, por isso realizou-se

reunião com jantar informal onde compareceram todos os membros do laboratório juntamente

com a coordenação. Neste evento as pessoas se mostraram mais receptivas para abordar o

tema Gestão da Qualidade em Projetos, apresentaram dúvidas, questionamentos e sugestões

que de certa forma vieram a reforçar as percepções obtidas no diagnóstico, as quais foram:

1. Que não gostariam de passar horas novamente estudando a norma, sem ver a aplicação.

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2. Que não queriam gastar horas passando por treinamento. Até gostariam de saber

algumas coisas específicas sobre a qualidade mas no momento em que fossem utilizar.

3. Demonstraram preocupação com a possibilidade de surgir muitos papéis e em função

disso terem de dedicar, muito tempo com as questões da qualidade.

4. Na medida em que as dúvidas eram discutidas, mesmo as pessoas que demonstravam

uma certa resistência, acabavam admitindo que o registro das informações pertinentes

aos projetos poderia sofrer melhorias e assim auxiliar mais eficientemente na tomada

de decisão e apoio no planejamento dos demais projetos.

Após o lançamento do Programa da Qualidade no LIT – PQLIT, passou-se a fazer

pequenas inserções nas reuniões semanais geralmente dedicando-se de 10 a 20 minutos para

abordar um ponto importante da Qualidade. Como incentivo foram distribuídas camisetas para

todos os membros do laboratório com a inscrição da frase: PQLIT – Programa da Qualidade

do Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas Embarcados.

Aos poucos as resistências foram vencidas e os membros do Laboratório passaram a

colaborar de forma efetiva com as questões da qualidade, como por exemplo se empenhando

na descrição dos procedimentos, fornecendo informações e apresentando contribuições de

melhoria.

Análise:

Como os meios formais de sensibilização pareceram que não seriam os mais adequados

para o ambiente do laboratório, optou-se por atividades sociais.

O lançamento do programa via evento informal teve um impacto significativo para a

quebra de resistências, na forma de atitudes mais receptivas, atitudes de maior simpatia para

com o programa da Qualidade e até de maior envolvimento a partir daquela data, o que

demonstra que muitas vezes a informalidade tem uma atuação mais forte na quebra de

barreiras e resistências.

Percebe-se que as inserções nas reuniões semanais, que sempre traziam alguma dica da

Qualidade, comportamento, ou ação de melhoria sempre contextualizada, acabava

funcionando como uma semente que ia crescendo aos poucos e ganhava espaço no ambiente

do laboratório através de seus membros.

Page 93: Hilda

93

A distribuição de camiseta também foi importante para que as pessoas se sentissem

como participantes mais efetivos das questões da Qualidade. A atividade de sensibilização

esteve presente em todas as demais etapas. As inserções em reuniões, mini-cursos, podem ser

utilizadas tanto para o treinamento, quanto para a sensibilização.

6.1.3 Elaboração de Documentos

Após a utilização de instrumentos de coleta de informação decidiu-se por escrever um

procedimento mestre o qual deveria orientar a escrita dos demais. Definiu-se que o

procedimento deveria ter os seguintes campos: objetivos, escopo/campo de aplicação,

definições de termos, processo e principais atividades, fluxograma, formas de registro e

controle, interfaces, referências e distribuição.

Como resultado de discussão com a coordenação, considerou-se conveniente começar

pela descrição do procedimento de novos membros. Porém a partir do momento que a

primeira versão foi escrita, surgiram dúvidas com relação ao real conteúdo que deveria conter

cada etapa, formatação, tamanho de letra, margens e outros atributos que o procedimento

deveria conter.

Considerou-se conveniente desta forma que se elaborasse um procedimento de

orientação para elaboração dos demais procedimentos. Este deveria ser orientador para a

escrita dos demais em todos os aspectos. O modelo foi apresentado ao grupo que por sua vez

apresentou sugestões e o documento final permaneceu com os campos apresentados no

procedimento mestre, porém com adaptações. O procedimento deveria ter título, número de

acordo com ítem da norma ISO 9000, palavras chaves, tema, objetivo, escopo/campo de

aplicação, processo e principais etapas, formas de registro e controle, fluxograma, interfaces,

referências e distribuição (Procedimento ¨Orientações para a elaboração e aprovação de

Procedimentos¨: Anexo 14, Anexo 15: procedimento mestre). Definiu-se também o tamanho

de letra, tipo de fonte para tabelas, figuras e texto normal. O processo de discussão e descrição

deste procedimento até a sua aprovação levou 02 (dois) meses e meio.

O processo que passou a ser norteador para a descrição dos demais procedimentos, está

apresentado na Figura 24.

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94

Figura 24: Processo básico para a elaboração e aprovação de Procedimentos

Outro destaque importante neste procedimento está no fluxograma para a elaboração de

um procedimento, pois este passou a ser utilizado no processo de escrita de todos os demais

procedimentos, conforme Figura 25.

Procedimento aprovado

• Padrão de documento • Informações • Referências bibliográfica • Descrição de etapas • Resultado de Entrevistas

PROCESSAMENTO SAÍDA

Elaboração Consenso Revisão Aprovação

ENTRADA

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95

Figura 25- Fluxograma para a elaboração e aprovação de procedimentos

Início

Diagnóstico

Descrição

Consenso?

Revisão

Aprovação?

fim

sim

não

não

Aval. 3 Aval. 2 Aval. 1

Liberação

sim

Relatório de considerações iniciais

1a. versão do Procedimento

Fichas de Avaliação (Anexo 03)

2a. versão do Procedimento

3a. versão do Procedimento

Versão final do Procedimento

Procedimento liberado

Correções são pequenas?

sim

não

Discussão

Page 96: Hilda

96

Além do procedimento de Orientação para a Elaboração de Procedimentos (Anexo 21)

também foi descrito o procedimento ¨Novos Membros, para o qual utilizou-se a metodologia

de entrevistas gravadas com posterior transcrição para identificar as principais atividades a

serem desenvolvidas no momento que novas pessoas são incorporadas ao ambiente. Da

mesma forma que no exemplo após a descrição as pessoas opinaram indicando contribuições

de melhoria.

Os demais procedimentos foram escritos utilizando como base a seqüência proposta

no fluxograma do procedimento de Orientação para a Elaboração de Procedimentos. Para o

diagnóstico de cada procedimento, utilizou-se sempre o roteiro que está apresentado no Anexo

04.

A parte positiva de se utilizar o fluxograma é que as pessoas acabam sempre

participando de pelo menos uma etapa da elaboração dos procedimentos e esta é uma forma

interessante para as pessoas conhecerem quais são os procedimentos que foram escritos e o

que eles contém. Uma desvantagem de se utilizar este processo é que as descrições dos

documentos até sua aprovação demora mais, pois depende sempre do retorno dos avaliadores,

que nem sempre devolvem o procedimento com rapidez (algumas vezes mais que uma

semana). Da descrição até a aprovação de um procedimento leva pelo menos um mês,

geralmente mais. O Procedimento de Orientação para a Elaboração de procedimentos pôde ser

validado na elaboração dos demais, os quais foram:

- Inserção de Novos Membros.

- Compras Nacionais e Internacionais.

- Pagamento de Bolsa Auxílio.

- Pedido de Materiais.

- Manutenção.

- Inserção de Notícias.

- Elaboração de Propostas de Cursos.

- Lançamento de Cursos.

- Revisão de Documentos.

Page 97: Hilda

97

- Registro de Atividades.

- Atendimento ao Telefone.

- Compras de Pequeno Valor.

- Registro de Configurações.

- Manutenção da Rede.

- Tratamento de Não-conformidades.

- Empréstimo de Materiais Bibliográficos.

Análise: O fato de se utilizar sempre de entrevistas para a coleta de dados fez com que se

obtivesse qualidade de informações para a elaboração dos documentos. O sistema utilizado

com a possibilidade de todos participarem também fez com que as pessoas demonstrassem

comprometimento, pois afinal todos acabavam sendo autores dos documentos aprovados.

A seqüência do fluxograma em que três pessoas avaliavam, fazia-se um consenso para

posterior revisão por uma quarta pessoa, fez com que a qualidade na elaboração dos

procedimentos fosse alta. Uma desvantagem deste processo é que a escrita dos procedimentos

se tornou mais demorada pois os membros do LIT, trabalhavam na elaboração dos

procedimentos, mas também tinham que desenvolver as atividades dos projetos. Talvez fosse

interessante utilizar este método para os primeiros procedimentos e depois, diminuir para

apenas duas pessoas fazerem as revisões.

6.1.4 Aplicação dos 5Ss

Como parte da implantação da Gestão da Qualidade também se fez a aplicação dos

5S’s no Laboratório. A aplicação dos 5S’s partiu da solicitação da coordenação do

Laboratório. Para iniciar o processo de aplicação, optou-se por primeiro fazer-se um

diagnóstico via questionário (Anexo 06) para se avaliar o nível de conhecimento e de

experiência que os membros tinham com relação a aplicação dos 5S’s.

Principais percepções obtidas com o questionário:

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98

• A maioria dos membros do laboratório nunca havia participado da aplicação

dos 5S’s.

• Todos consideraram importante que se fizesse a aplicação.

• Três pessoas declararam que tinham apenas vaga noção do que se tratava.

• A maioria demonstrou preocupação com tempo que teriam que dedicar para a

aplicação.

Após o diagnóstico optou-se por apresentar o conteúdo dos 5S’s em reunião, fazendo

primeiro uma apresentação geral e depois lançando-se um S a cada três semanas. Inicialmente

imaginou-se que uma semana seria suficiente pois o laboratório estava bem organizado. Mas

na prática percebeu-se que era necessário dedicar mais tempo para que as atividades

pertinentes a cada S pudessem ser realizadas. A partir de então passou-se a dedicar pelo menos

um mês e meio para cada S.

O lançamento do primeiro S foi realizado na reunião semanal, através de apresentação

de arquivo, que tinha por objetivo divulgar o significado, vantagens e pontos chaves da

implementação. Foram criados cartazes (Anexo 20) e afixados em vários pontos do laboratório

com o intuito de chamar a atenção para a atividade de Seleção e Utilização. Colocou-se

também uma chamada na página de abertura na Intranet, como mais uma forma de divulgação

dos Cinco Ss, um exemplo encontra-se no Anexo 18.

Em princípio as pessoas se mostraram um pouco resistentes a dar início no trabalho de

seleção, então se optou por agendar horário para que um representante da qualidade pudesse

acompanhar, com a intenção de ajudar ou apoiar nas atividades, caso o membro do laboratório

sentisse necessidade. Assim que alguns iniciaram a atividade de Seleção e Utilização,

acabaram contagiando os outros que aplicaram em seus ambientes. As áreas comuns foram

divididas em reunião para que o trabalho pudesse ser desenvolvido sem parar o

desenvolvimento dos projetos. Criou-se um espaço para seleção separado por fitas e com um

cartaz de identificação para que os ítens que sofressem o primeiro descarte fossem colocados

para serem analisados em um segundo momento. Fez-se uma listagem com o nome, as

condições e reservou-se espaço para que se registrasse o destino dado o material descartado (

exemplos de fichas de controle nos Anexos 08, 09 e 10). Ao final da aplicação gerou um total

Page 99: Hilda

99

de 48 itens que foram descartados, o que acabou liberando espaço nos armários. Na seleção

efetuada na biblioteca foram retirados para descartes mais de trinta volumes que já estavam

desatualizados.

O S de Seleção trouxe a oportunidade de reavaliar materiais guardados nos diversos

armários e gavetas do laboratório, e isso foi considerado, pelos membros do LIT como

positivo. O fato de o LIT ser um laboratório pequeno facilitou a execução da seleção segundo

alguns membros.

Outro aspecto positivo, segundo depoimento, foi o envolvimento de toda a equipe com

as questões da qualidade.

Figura 26 - Fotografia da 1ª Seleção realizada no LIT

Houve a justificativa, por parte dos membros do LIT, ao responder o questionário de

avaliação, que a inércia apresentada no início do processo se deveu ao fato de que as pessoas

muitas vezes não gostam de interromper o trabalho para realizarem a seleção. Justificaram

ainda que esta é uma atividade que normalmente demanda tempo e nem sempre as pessoas

estão dispostas a interromper suas atividades de projeto para executar este trabalho.

Acrescentaram ainda que no momento em que se realiza a atividade, a liberação de espaço fica

perceptível e que as maiores dificuldades acabam sendo a bagunça ocasionada inicialmente e o

tempo gasto.

Nesta figura está apresentada a primeira seleção onde ficaram expostos os ítens que deveriam ser avaliados.

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100

Principais resultados obtidos segundo declaração de membros do LIT:

• discussão sobre destino a ser dado aos diversos materiais e equipamento já em

desuso;

• aproveitamento de materiais que não estavam sendo utilizados por alguns

membros do LIT mas que serviam para outros;

• liberação de espaço físico no laboratório e melhoria no ambiente.

Um momento que merece destaque foi o posicionamento da coordenação quando

houve a necessidade de se fazer a seleção nas áreas de uso comum, a qual usando a camiseta

do programa de Qualidade do LIT-PQLIT, foi para frente do quadro e escreveu as áreas e

pediu que cada um escolhesse a que ficaria sob a sua responsabilidade. Essa atitude teve um

impacto importante pois cada qual realmente organizou a sua área de escolha. A demonstração

de como ficou o volume de material para descarte pode ser observado nas Figuras 25, 26 e 27:

Figura 27 – materiais aguardando o descarte no LIT.

Nesta figura está apresentada a fotografia dos ítens que foram separados para descarte (doação para outros setores). Os materiais ficaram dispostos próximo a porta para não haver o risco de retornarem por engano para o Laboratório.

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101

Figura 28 – materiais Etiquetados aguardando o descarte no LIT.

Figura 29 – materiais aguardando baixa no setor de patrimônio.

O ¨S¨ de Organização também levou mais tempo do que havia sido planejado (foram

quase dois meses), pois dependia de uma nova ordem para os armários, gavetas, cantos e

materiais neles dispostos. Nesta etapa cabia separar os materiais e classificá-los por área e

também por prioridade. Ou seja, era necessário guardar utilizando-se os critérios de uso, por

exemplo: 1- usa toda a hora; 2- usa todo o dia e 3- usa de vez em quando.

A idéia chave do segundo S é que as coisas fossem guardadas no lugar definido e que

qualquer pessoa do ambiente pudesse imediatamente ver, pegar e devolver. Isso foi viabilizado

com a identificação dos armários e prateleiras com etiquetas (exemplo de lista de armários

Anexo 12) e reorganização dos espaços liberados.

Materiais aguardando baixa no Setor de patrimônio para serem descartados do LIT

Nesta figura é possível observar as etiquetas que foram colocadas nos materiais com objetivo de identificá-los quanto a características e ao destino que receberiam. ( ver ficha no anexo )

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102

Segundo depoimentos de alguns membros, a aplicação deste S no laboratório teve

impacto importante, pois da mesma forma que o primeiro S, os seus resultados são muito

visuais. Porém segundo estes depoimentos, ¨a disciplina necessária para a constante aplicação

do mesmo tem que ser grande, pois mexe com valores, hábitos e costumes dos membros do

laboratório¨.

Após a aplicação deste ¨S¨, um questionário foi distribuído aos membros do LIT, com

o intuito de avaliar o processo de aplicação do mesmo, e algumas considerações apresentadas

pelos membros do LIT, merecem destaque:

¨O Senso de organização foi o mais complexo porque envolve, mudança de valores,

escolha, seleção e descarte. Envolve portanto desapego de objetos além de reorganização

mental e emocional. As pessoas tiveram que destinar tempo para criar uma nova ordem para

os seus papéis e suas gavetas¨ ( Membros do LIT em maio de 2002).

Principais percepções:

• Maior espaço disponível nos armários;

• Etiquetas de identificação;

• Melhor disposição da biblioteca;

• Melhor organização das ferramentas;

• Reconhecimento da importância da seleção e organização por parte dos

membros do LIT;

• Fotografar o antes e o depois foi importante, pois as pessoas não querem ser

comparadas aos demais, sem demonstrar algum resultado.

O lançamento do terceiro S seguiu o mesmo padrão dos Ss anteriores, porém para

causar maior impacto, após a apresentação na reunião, os membros do LIT receberam como

incentivo uma flanela personalisada de presente com o símbolo e o nome do Laboratório

impresso juntamente com uma chamada para o Seiso (foto impressa no Anexo 14).

O quarto S Seguiu o padrão de lançamento dos Ss anteriores e o seu objetivo era de

reforçar os Ss anteriores e se estes estivessem totalmente aplicados, já estaria cumprido. Para

lançá-lo também se utilizou dos mesmos recursos de divulgação dos Ss anteriores. Na reunião

Page 103: Hilda

103

de lançamento porém, a coordenação sugeriu que fosse marcada uma data com antecedência

para que as pessoas pudessem se programar e dedicar pelo menos meia hora para a execução

desta tarefa. Foram programados desta forma dois dias para que as pessoas dedicassem nestas

datas algum tempo para realizar o Zelo. Foram feitas chamadas na intranet divulgando o que

foi chamado de ¨o momento do ZELO no LIT¨.

O quinto S seguiu o padrão de lançamento de divulgação dos anteriores para reforçar o

seu objetivo que é o de reafirmar as ações e comportamentos de: seleção, organização, limpeza

e zelo. O quinto S passou a cobrar a postura individual para a autodisciplina e constante

aplicação dos 4Ss anteriores pelos membros do LIT.

Análise

Percebeu-se na aplicação dos 5Ss a importância de resultados visuais na aplicação da

Gestão da Qualidade, seja pela liberação do espaço, melhor ordenamento ou identificação.

Percebeu-se a dificuldade de mudança de comportamentos e hábitos das pessoas no ambiente

de trabalho, pelas atitudes inicialmente resistentes na aplicação dos 5Ss.

Fica também perceptível o impacto de ações de incentivo como fornecimento de

material diferenciado, propagandas via fotografias do antes e do depois da aplicação. E a

importância da divulgação dos objetivos e da cobrança para mudança de atitude.

Percebeu-se também o papel do líder no sentido de demonstrar comprometimento

através de ações concretas. De certa forma o fato reafirmou mais uma vez o princípio da

qualidade que destaca a importância do comprometimento da direção para o sucesso no

gerenciamento. A atitude da coordenação foi realmente de comprometimento o que certamente

mobilizou os demais membros para a aplicação dos 5Ss.

6.1.5 Elaboração do Manual de Projetos

Com o objetivo de padronizar as atividades de Gestão de Projetos, desenvolveu-se um

Manual, o qual foi elaborado e testado nos projetos que estavam em andamento. O que se

pretendia era desenvolver um conjunto de documentos onde pudesse ser registrado de forma

padronizada e sistemática as atividades relativas do desenvolvimento de um projeto desde a

sua prospecção até ao acompanhamento após finalização. Para isso, buscou-se a participação

efetiva de todos os pesquisadores, para que estes contribuíssem com suas experiências,

Page 104: Hilda

104

somadas ao que a literatura propõe. E assim, foram evidenciadas dentro do Manual as etapas

consideradas relevantes para o registro e memória dos mesmos, dentro de um laboratório de

P&D em IES.

O Manual de Projetos foi estruturado utilizando como base as principais etapas de um

projeto e a partir de cada qual foram desenvolvidos formulários específicos, com o objetivo de

coletar e sistematizar as informações. Em cada formulário previram-se campos que foram

considerados importantes para serem preenchidos em cada fase. Desta forma, independente

das características do projeto que viesse a ser desenvolvido no LIT, todos obedeceriam ao

mesmo padrão para registro das informações relevantes.

A estrutura geral do Manual de Projetos ficou representada na Figura 30 por caixas

maiores que significavam as etapas de um projeto e as menores representam os formulários

correspondentes. Foram propostos ao todo um conjunto de vinte três formulários conforme

está representado na estrutura dada ao Manual na Figura 30. A validação do manual se deu

através da aplicação do mesmo num projeto do início ao fim e o documento foi

disponibilizado para que todos os envolvidos no projeto pudessem apresentar contribuições de

melhoria.

Análise:

Percebeu-se que o fato das pessoas participarem fornecendo sugestões na elaboração

do manual fez com que o mesmo pudesse estar o mais adaptado possível às características do

laboratório.

Outro fator importante foi a participação do pesquisador no desenvolvimento de um

projeto, desde o início aplicando o manual de projetos no mesmo. Isso possibilitou um maior

entendimento da sistemática de desenvolvimento de projetos no laboratório e consequênte

adequação do manual.

Como cada projeto desenvolvido no LIT é singular, o fato de o manual ser aplicado

nos demais projetos e ser adaptado para as etapas comuns a todos, possibilitou o

desenvolvimento de um manual padrão que permite aplicação a todos os projetos

desenvolvidos no Laboratório.

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105

Figura 30 – Estrutura do Manual de projetos – Fonte: A AUTORA.

Organização

Acompanhamento Pós-encerramento

Encerramento

Desenv olvimento/ execução

Análise de risco

Organização do Projeto Contatos

Mudanças no Projeto Memorando de falhas

Convite para reunião Relatório parcial

Acompanhamento

Conclusão do projeto

Certificado de aceite Relatório Final

Marcos importantes

Idéia/oportunidades

Estrutura do sistema

Plano de trabalho

Dados gerais do projeto

Documentos e registros

Proposta

Estrutura do projeto

Prospecção

Planejamento

Proposta

Acordos do Projeto

Pacotes de atividades

Cronograma

Estimativas correntes

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106

O Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas Embarcados vem aplicando o

Manual nos projetos que estão em desenvolvimento atualmente.

6.1.6 Manual da Qualidade

Manual da Qualidade foi elaborado e entregue para a coordenação do Laboratório para

que o mesmo pudesse ser avaliado, revisado e posteriormente aprovado.

Para a elaboração do mesmo foram utilizadas informações que foram colhidas de

questionário aplicado a todos os membros do LIT a respeito do ítem 4.1 da norma (Anexo 05).

Foram utilizadas ainda informações disponíveis em documentos do LIT e dos ítens da norma

ISO –9001/2000.

A validação do Manual da Qualidade não aconteceu no período de aplicação da

pesquisa, portanto não é possível ainda analisar a sua adequabilidade e efetividade ao

Laboratório.

Análise

A aprovação e validação do Manual da Qualidade não foi efetuada, ficando como

sugestão que seja realizada em trabalhos futuros.

Os ambientes de P&D possuem características muito particulares e estas devem ser

identificadas para que as ações de implantação de programas da Qualidade surtam efeitos. A

sutileza no momento da sensibilização muitas vezes acaba tendo maior poder no

convencimento do Grupo.

Ratificando o que a bibliografia diz a respeito do convencimento da direção, nos

laboratório de P&D as atitudes do Coordenador são fundamentais para o engajamento da

equipe.

A partir da análise e dos resultados apresentados, mais às indicações obtidas no

levantamento bibliográfico elaborou-se um Modelo para a Implantação de Um Sistema da

Qualidade em Projetos de P&D em IES, o qual será apresentado no próximo capítulo.

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107

7. MODELO PARA A IMPLANTAÇÃO DA GESTÃO DA QUALIDADE EM

PROJETOS DE P&D EM IES

O presente capítulo apresenta uma proposta de modelo para a implantação da Gestão

da Qualidade em Projetos para ambientes de P&D em IES e o detalhamento das etapas do

mesmo.

7.1 MODELO

O Modelo para a implantação da Gestão da Qualidade em Projetos de P&D em IES, foi

elaborado a partir das indicações extraídas do referencial teórico e das orientações obtidas a

partir da análise dos resultados da aplicação da Gestão da Qualidade em Projetos no

Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas Embarcados – LIT.

O Modelo Proposto é adequado para Laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento

(P&D) de instituições de Ensino Superior (IES), ou que possuam características similares a

estes, conforme Figura 31.

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108

Figura 31 – Modelo para Implantação de Sistema de Gestão da Qualidade em Projetos de P&D em IES

Fonte: A AUTORA

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109

7.2 – ETAPAS DA APLICAÇÃO DO MODELO

7.2.1 Sensibilização

Para o sucesso na implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade é fundamental o

apoio da alta administração. No caso específico de Laboratórios de P&D, se o Coordenador

não estiver comprometido com a Qualidade, torna-se difícil levar o Programa de Implantação.

A equipe normalmente é influenciada pelas atitudes e exemplos demonstrados pelo líder.

7.2.1.1 Objetivo

Conseguir o apoio e comprometimento da Coordenação e demais membros do

laboratório para o desenvolvimento de atividades ligadas à Qualidade.

7.2.1.2 Instrumentos da fase

• Reuniões de trabalho com apresentações e discussão posterior.

• Mini-cursos.

• Atividade social, por exemplo: jantar informal, churrasco, coquetel ou café.

• Recursos visuais, por exemplo: cartazes, chamadas na Intranet e e-mails.

• Incentivos, por exemplo, a distribuição de camisetas ou outro prêmio.

7.2.1.3 Processo

Figura 32 - Representação do Processo de Sensibilização para a Qualidade Fonte: A AUTORA

7.2.1.4 Resultados Esperados

• Adesão

• Comprometimento

• Participação efetiva

• Atitudes

• Necessidade de sensibilizar para as atividades da Qualidade

• Mini-cursos • atividades

sociais • recursos

visuais • reuniões de

trabalho • incentivos • Treinamento

• Sensibilização

Page 110: Hilda

110

7.2.2 Diagnóstico do ambiente de P&D em IES

É necessário identificar as características do ambiente para adotar a postura adequada

no momento de abordar a nova filosofia de trabalho. A cultura do ambiente tem uma força

muito grande, por isso precisa ser respeitada. Os valores e crenças dos membros do ambiente

em que se pretende trabalhar a gestão da qualidade em projetos tem importância significativa

para se conseguir comprometimento. Conhecendo-se o ambiente fica mais fácil identificar

atitudes bem vindas e as que fatalmente seriam rejeitadas.

A estratégia de implantação de um sistema de Gestão da Qualidade em projetos deve

ser escolhida em função das características do ambiente e de seus membros. Embora as etapas

de implantação de um sistema possam ser comuns de um local para outro, é importante

identificar as características próprias de cada ambiente.

7.2.2.1 Objetivo

Identificar principais características do ambientes onde se pretende implantar a Gestão

da Qualidade em Projetos, para utilizá-las como apoio no delineamento de estratégias e

condução das atividades.

7.2.2.2 Instrumentos da fase

• Entrevistas

• Questionários

• Observações

• Reuniões de trabalho

7.2.2.3 Processo

Figura 33 – Processo para elaboração do diagnóstico Fonte: A AUTORA.

7.2.2.4 Resultados Esperados

• Obter características principais do ambiente e de seus membros.

• Necessidade de indentificar as principais características do Laboratório

• Entrevistas • Questionários • Observações • Categorização • Resultados • Análise/orientações • Treinamento

• Relatório de

diagnóstico

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111

• Indicações de ações que poderão ser bem aceitas e de ações que poderão ser rejeitadas.

• Que experiências possuem os membros do Laboratório em relação à Gestão da

Qualidade.

7.2.3 Estruturação das ações

A definição de ¨o que fazer¨ e principalmente do ¨como fazer¨. Pelas características

dos ambientes de P&D, convém que as decisões, sempre que possível, sejam tomadas em

conjunto com toda a equipe e necessariamente com o apoio da Coordenação.

É importante definir um conjunto de indicadores para que se possa fazer a mensuração

dos resultados obtidos com a implantação do Sistema da Qualidade. Cada laboratório deverá

definir o conjunto de indicadores adequado à sua realidade, podendo se basear nos

indicadores do PQGF (Prêmio da Qualidade do Governo Federal), dos Indicadores do Projeto

Excelência na Pesquisa Tecnológica ( Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa

Tecnológica- ABIPTI) ou dos indicadores do PNQ (Prêmio Nacional da Qualidade).

Convém, também que se estabeleça um cronograma de ações com previsão de tempo gasto

para realizá-las.

7.2.3.1 Objetivo

Definir ações que deverão ser desenvolvidas, bem como, a seqüência em que serão

realizadas e quem será o responsável. Deverá ser definido ainda, os prazos e os recursos que

serão destinados.

7.2.3.2 Instrumentos da fase

• Reuniões de trabalho

• Pesquisa bibliográfica

7.2.3.3 Processo

Figura 34 - Representação de estruturação de atividades da Qualidade

7.2.3.4 Resultados Esperados

• Seqüência de ações.

• Necessidade

de estruturar ações

• Discussão e priorização de ações e definição responsabilidade, tempo e recursos

• Definição de Indicadores

• Estrutura de

ações definida

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112

• Definição de responsabilidades, custos, prazos.

• Definição de estratégias.

7.2.4 Descrição dos documentos apoiadores da Gestão da Qualidade em Projetos

Para o desenvolvimento de todas as atividades deverá ser levada em conta a

participação de todos os membros do Laboratório no qual se pretenda aplicar a Gestão de

Qualidade em Projetos.

7.2.4.1 Objetivo

Identificar como deverá ser a seqüência utilizada para a elaboração dos documentos

que serão necessários para apoiar a Gestão da qualidade em projetos.

7.2.4.2 Instrumentos da fase

• Entrevistas

• Questionários

• Reuniões de trabalho

7.2.4.3 Processo

Figura 35 - Representação do Processo de elaboração e aprovação de documentos da

Qualidade.

7.2.4.4 Resultados Esperados

• Documentos claros e objetivos

• Documentos elaborados e aprovados com consenso do grupo.

A seguir será descrita uma seqüência acompanhada de justificativa para a elaboração dos

principais documentos indicados pela norma ISO 9000.

7.2.4.5 Modelos de para a elaboração de documentos da Qualidade em projetos

• Definição do documento

• Diagnóstico • Revisão/

consenso • Revisão (2.) • Aprovação • Liberação • Treinamento

• Documentos

elaborados e aprovados

Page 113: Hilda

113

a) Procedimentos

A geração e a implementação seja a primeira ou suas sucessivas revisões, deve sempre

respeitar de maneira rigorosa a cadeia de geração. ¨Como cadeia de geração, se refere às

etapas deveriam existir no ciclo de vida e qualquer documento¨ (MARANHÃO, 1998, 100).

Um documento antes de ser liberado deve passar pela pelas etapas de: elaboração,

verificação, aprovação, autorização, formatação, inclusão no sistema, implementação, revisão,

cancelamento. Para se escrever os procedimentos elaborou-se um modelo básico que pode ser

utilizado por ambientes de P&D em IES, conforme Figura 36.

Figura 36 – Modelo de Procedimento

Page 114: Hilda

114

b) Instruções de trabalho

São documentos de menor abrangência que os procedimentos e como modelo básico

para ser utilizado por ambientes de P&D em IES, sugeriu-se um documento parecido com o

padrão básico para procedimentos, porém contendo apenas: objetivo, escopo e principais

atividades.

c) Manual de Projetos

É importante criar formulários específicos para cada etapa de um projeto, procurando

identificar que dados seriam relevantes para o acompanhamento em todas as suas fases. Na

Figura 37 são sugeridos passos para a Elaboração do Manual de Projetos.

Figura 37 – Passos para elaboração do Manual de Projetos

Fonte – A AUTORA-2002

O projeto tem etapas básicas que são: começo, meio e fim previstos e programados.

Isso permite desde o início possuir uma visão do ciclo de vida do projeto. O ciclo de vida de

um projeto é composto basicamente por:

Entrevistas com pesquisadores e coordenação

Coleta de informações

Geração da 1ª versão do Manual de Projetos

Discussão em reunião para aprovação

Preenchimento do Manual – 1ª aplicação

Discussão em Reunião e validação

Page 115: Hilda

115

1) Fase da conceituação ou concepção: Segundo MAXIMIANO “Nesta fase define-se os

objetivos do projeto, com base no esclarecimento das expectativas de seus clientes, e se

preparam os planos preliminares do projeto” (1995, 20). Na fase de conceituação os esforços

concentram-se na montagem da proposta e na sua aprovação. VALERIANO (1998: 379)

afirma que na nesta fase quando da aprovação do projeto, implica em vários compromissos

por parte dos envolvidos os quais sejam:

• “do gerente do projeto e sua equipe, em executar o projeto tal como aprovado;

• da organização hospedeira do projeto, em apoiá-lo, com recursos e serviços;

• do patrocinador, em dar o suporte compromissado; e

• do cliente, em arcar com as despesas ajustadas e receber o produto do projeto”.

Nos Laboratórios de P&D em Instituições de Ensino Superior nem sempre os projetos

que estão em fase de prospecção já possuem um cliente. Muitas vezes, a idéia é debatida entre

os pesquisadores e registrada e em algumas ocasiões assume-se o início do desenvolvimento

da idéia como projeto de risco até que surja um parceiro interessado. Para esta etapa sugere-

se aplicação de formulário que se convencionou chamar de prospecção no qual devem ser

registrada a idéia em todas as fases de elaboração, conforme exemplo na Figura 38.

Figura 38 – Modelo de formulário de registro de Prospecção Fonte – A AUTORA- 2002

2) Proposta – Formulário onde é declarada a intenção de projeto e tem por objetivo definir o

que, que estrutura será necessária, que recursos e ainda evidenciar as responsabilidades das

partes envolvidas conforme a estrutura básica do documento apresentada na Figura 38.

Cabeçalho

Corpo do formulário

Rodapé

Símbolo – Nome do laboratório

Título e número do formulário Tema e autor Tecnologia Produto/serviço/solução Nicho de mercado Clientes potenciais Desdobramentos

Titulo, responsável, data, projeto, contrato, caminho.

Page 116: Hilda

116

Figura 39 – Modelo de formulário de Proposta Fonte – A AUTORA- 2002

3) Fase de Estruturação: Nesta fase ocorre o planejamento, detalhamento das atividades,

composição das equipes, o estabelecimento das condições básicas para execução das

atividades e a determinação das atribuições e responsabilidades.

Segundo VALERIANO esta etapa recebe da fase de conceituação:

• o planejamento preliminar aprovado;

• um núcleo da equipe de planejamento (a equipe básica que trabalhou no

planejamento preliminar);

• os dados obtidos da monitoração ambiental e a conseqüente análise de riscos

(1998, 391).

As etapas de um projeto geralmente acontecem simultaneamente “normalmente, antes

que uma fase termine, a próxima já é iniciada. Sempre há elementos para que uma nova fase

comece quando a anterior se aproxima de seu final. Esse processo de sobrepor as fases do

projeto é chamado fast-tracking MAXIMIANO (1997, 29).

No contexto dos Laboratórios de P&D em ambientes de IES, antes mesmo de

acontecer o fechamento do contrato do projeto oficialmente com o parceiro as negociações já

caminharam e a estrutura precisa já estar definida para que a equipe possa iniciar o trabalho.

Por vezes o processo administrativo de documentação do contrato é burocrático e funciona

como um complicador, principalmente quando a estrutura é pública.

Cabeçalho

Corpo do formulário

Rodapé

Símbolo – Nome do laboratório

Título e número do formulário Tema e autor Objetivo Justificativa Metodologia Equipe e Infra-estrutura necessária Orçamento hora/custo Obrigações do contratado e da contratante Cronograma físico/financeiro Responsáveis de ambas as partes

Título, responsável, data, projeto,contrato,caminho

Page 117: Hilda

117

Deverá ser possível ainda perceber que tipo de informação deverá buscar, de que

depende sua tarefa e, para qual será pré-requisito. Pelo fato de nestes ambientes os

pesquisadores não se dedicarem exclusivamente à pesquisa e haver constante rotatividade é

fundamental que haja procedimentos claros e que sejam comuns em termos de estruturação a

todos os projetos, para assim facilitar a constante melhoria da qualidade da gestão dos

mesmos.

Considerando-se ainda as características particulares dos ambientes de P&D em IES é

fundamental que se faça à definição de funções e se tenha clareza do resultado esperado. As

pessoas ao olharem o plano de trabalho deverão identificar com clareza suas funções,

responsabilidades e de que etapa do projeto farão parte. Para esta etapa sugere-se a utilização

de vários formulários entre eles: Documento e Registros, Dados Gerais do Projeto, Plano de

Trabalho, Estrutura do Sistema, Estrutura do Projeto, Pacotes de Atividades, Cronograma

Tempo/Recursos, Marcos Importantes, Estimativas Correntes e Acordo do Projeto.

Plano de trabalho – Este formulário tem por objetivo definir o que será feito, por quem, até

quando e como. Os campos propostos no documento foram:

• atividades de coordenação;

• atividades administrativas;

• atividades de Gestão da Qualidade;

• definição do processo de desenvolvimento;

• sub-projetos;

• pacotes de atividades;

• principais marcos.

Relatório Parcial – O objetivo deste documento é de acompanhar o andamento das atividades

do projeto durante o processo de desenvolvimento conjuntamente com o cliente.

a) Pacotes de atividades concluídos

b) Pacotes de atividades em desenvolvimento

c) Principais resultados obtidos

d) Dificuldades

e) Posição em relação ao cronograma proposto

Pacotes de atividades – O objetivo deste documento é de reunir o registro de conjunto de

atividades, deixando evidente qual o resultado que se espera deste conjunto em termos de

realização do objetivo do projeto, previsão de recursos, tempo, pessoas envolvidas e

responsabilidades. Uma vantagem da utilização deste documento para acompanhamento de

Page 118: Hilda

118

um projeto eque será possível identificar o tempo destinado para execução das atividades e

compará-lo com o previsto. Este tipo de informação é muito importante como apoio à decisão

na elaboração de propostas de outros projetos.

Análise de Risco – Este documento tem por objetivo identificar os possíveis riscos associados

a projeto, implicações dos mesmos caso aconteçam, probabilidade de acontecerem e ainda

ações que podem ser tomadas para minimizar os possíveis riscos bem como o custo destas

ações. Geralmente os riscos estão associados a: Tecnologia, Complexidade dos sistemas,

Concepção e engenharia, inabilidade ou dificuldade de utilizar a capacidade tecnológica,

Alterações de projetos, Custos e cronogramas. Os risco ainda poderão estar associados a:

Fornecedores e contratos, Financiamento, Mercado, Riscos associados ao ambiente, requisitos

da sociedade, mudanças na legislação, crises internacionais e condições do ambiente.

4) Fase de Desenvolvimento/Implementação: Neste momento o projeto começa a ser

realizado efetivamente, ou seja, o trabalho físico e intelectual de desenvolver o objetivo final

pode ser iniciado. Será executado o que foi planejado considerando os ajustes necessários

para o atingimento da solução almejada. Muitas das tarefas que são realizadas durante a fase

de desenvolvimento já tiveram início na fase de estruturação. Como por exemplo, a

complementação e definição final da formação de equipes e o prosseguimento da sondagem e

atualização de riscos. Na fase de execução, a equipe é mobilizada e os recursos financeiros e

materiais passam a ser consumidos, de acordo com o planejamento operacional. Nesta fase

estão presentes as funções de coordenação e acompanhamento das atividades desenvolvidas

no projeto, para garantir a sincronia e a realização do objetivo do projeto e a qualidade

durante o processo. O fornecimento precisa ser garantido com qualidade necessária e as

etapas desenvolvidas dentro do cronograma. Embora nos laboratórios de P&D em IES, os

pesquisadores desenvolvam outras atividades o acompanhamento deve ser constante. Devem

ser realizadas reuniões de avaliação e de discussão com a coordenação do projeto e demais

membros da equipe.

Principais tarefas da etapa de Desenvolvimento: Difundir o Planejamento detalhado,

formação da equipe definitiva do projeto, gerenciamento do produto/serviço, gestão das áreas,

controle (VALERIANO, 1998, 407).

No ambiente de P&D em IES mais do nunca a realização do planejado é fundamental,

pois os prazos são limitados tanto do ponto de vista do cliente como para os pesquisadores.

Para esta fase alguns formulários são importantes para facilitar o acompanhamento da

implementação do planejado.

Page 119: Hilda

119

Convite para reunião – Este formulário tem por objetivo criar um padrão de programação de

reuniões. Para que com antecedência as pessoas saibam os assuntos que serão abordados,

quem participará da reunião, quem fará apresentação e qual duração e ainda que documentos

ou recursos serão necessários.

Modelo de Ata – Este formulário deverá ter campos para que possam ser registrados as ações

realizadas entre o período de uma reunião e outra e o que se pretende em termos de ações o

período subseqüente. O registro de informações através de atas padronizadas permitem um

acompanhamento mais direto do desenvolvimento do projeto, além de servir de apoio para a

gestão da Informação do laboratório.

Memorando de falhas – Documento que tem como objetivo registrar as falhas que se

apresentarem, características, quem identificou e causa da mesma.

Mudanças no Projeto – este formulário deverá prever espaço para registro do responsável pela

mudança, que tipo de mudança, data da solicitação, status do projeto, que tipo de alteração

traz para os custos, mudanças nos valores da proposta e qual mudança ocorrerá na proposta

negociada.

5) Fase de Encerramento: A fase de finalização de um projeto tecnológico deve ser vista

como uma oportunidade de avaliar as ações desenvolvidas que obtiveram sucesso e também

as que não lograram êxito e porque isso ocorreu. Com sucesso ou não o projeto deve ter seu

encerramento feito de maneira adequada. A etapa de encerramento de um projeto de sucesso

se dá com a realização do objetivo declarado na sua proposta. Porém um projeto pode ser

encerrado por outros motivos. Independente da razão para o término de um projeto, este

deverá ter sua memória registrada de forma sistemática e padronizada para servir de

referencial para outros projetos que venham a ser desenvolvidos.

Para os ambientes de P&D em IES é fundamental avaliar os pontos negativos e

positivos do desenvolvimento de um projeto em termos de dificuldades, competências

desenvolvidas, aplicações do conhecimento gerado e ainda destinos dados para recursos

financeiros, materiais e humanos. Isso tudo registrado sistematicamente e seguindo padrão

para possibilitar comparações. Fazem parte da finalização de um projeto os formulários de

aplicação de aceite, Certificado do Aceite, Conclusão do Projeto e Relatório Final.

Certificado de Aceite – Este formulário deverá prever campos para registro do nome do

representante de ambas as partes, o que será objeto de aceite, características de aceite, datas e

assinaturas. O objetivo deste formulário é de documentar o aceite do projeto ou parte dele

pela empresa contratante.

Page 120: Hilda

120

Conclusão do projeto – O objetivo deste documento é de registrar a análise dos resultados do

processo de desenvolvimento do projeto. O documento de conclusão do projeto é dividido em

vários campos procurando fazer uma avaliação geral do projeto e registrar a alocação de

recursos, conforme modelo apresentado na Figura 40.

Figura: 40 - Modelo de documento de conclusão de projeto Fonte – A AUTORA- 2002

Relatório Final – Este formulário tem por objetivo fazer um relatório de análise do projeto

para a empresa contratada analisando: resultados esperados em relação a resultados obtidos e

as principais dificuldades enfrentadas no desenvolvimento do projeto e as principais

mudanças ocorridas

Acompanhamento Pós-projeto – O objetivo deste documento é de registrar o

acompanhamento após o término do projeto junto ao cliente. A vantagem disso é o

monitoramento das tendências de utilização pelo cliente da tecnologia desenvolvida e

possibilidades de novos projetos, conforme Figura 41.

Título e número do formulário Tema e autor Principais dificuldades Aspectos positivos Competências desenvolvidas Custo/tempo/recursos Alocação dos recursos humanos alocação dos recursos financeiros e materiais

Símbolo – Nome do laboratório

Título, responsável, data, projeto,contrato,caminho

Corpo do formulário

Rodapé

Cabeçalho

Page 121: Hilda

121

Figura 41 – Modelo de documento para acompanhamento de projeto pós-encerramento Fonte: A Autora – 2002.

d) Manual da Qualidade

O Manual é o documento geral da Gestão da Qualidade. Para MARANHÃO ¨ O

Manual da Qualidade é o primeiro documento a ser elaborado¨. O passo inicial para sua

elaboração é a seleção da Norma, que para o caso específico dos Laboratórios de P&D em

IES selecionou-se a ISO 9001/2000. A norma é importante, pois dela se poderão tirar

explicações complementares e importantes alertas quanto aos requisitos.

Observar que as Normas ISO 9000 possuem itens mandatários e outros não-

mandatários. O essencial é que o Manual contenha todos os itens mandatários, podendo conter

ou não os itens não-mandatários. É importante que Manual da qualidade faça referência aos

outros documentos da qualidade tais como: Procedimentos, Instruções de Trabalho e Manual

de Projetos.

7.2.5 Aplicação dos 5Ss

7.2.5.1 Objetivo

Desenvolver atividades de conscientização para a importância da utilização da

ferramenta 5S’s, para estimular a melhoria contínua através da utilização adequada,

organização e limpeza autônoma e cooperativa de todos os membros do Laboratório.

Cabeçalho

Corpo do formulário

Rodapé

Símbolo – Nome do laboratório

Título e número do formulário Cliente/Projeto Responsável pelas informações e data Retorno do cliente Tendência de aplicações da tecnologia desenvolvida

Título, responsável, data, projeto,contrato,caminho

Page 122: Hilda

122

7.2.5.2 Instrumentos da fase

Questionários (exemplo anexo 08 ).

Reuniões de trabalho

Avaliações em cada etapa (exemplo – Figura 42)

Avaliação final ( vide anexos ).

7.2.5.3 Processo

Figura 42 - Representação do Processo de Sensibilização do 5S’s Fonte – A AUTORA- 2002

7.2.5.4 Resultados Esperados

• Aumento da eficiência no trabalho;

• Organização visual;

• Espaço liberado;

• Redução de custos;

• Segurança no trabalho.

Uma avaliação após a aplicação de cada S pode trazer informações importantes para se

adequar à aplicação dos demais S’s às necessidades do ambiente. Modelos de avaliação para

cada S estão apresentados nas Figuras 43 e 44.

• Necessidade ou solicitação de aplicação

• Entrevistas • Análise • Apresentações • Reuniões de trabalho • Recursos visuais • Atividades sociais • Fichas de avaliação • Treinamento (se

necessário).

Aplicação realizada

Page 123: Hilda

123

Figura 43– Modelo de ficha de avaliação 5 S’s

Page 124: Hilda

124

Figura 44 – Modelo de ficha de avaliação 5 S’s

Para apoiar a aplicação dos 5S’s, podem ser realizadas apresentações, discussões e

agendamento prévio para acompanhamento de cada membro nas atividades. Fotografar o

ambiente antes, durante e depois é importante para fazer comparações. Podem ainda ser

utilizadas mensagens por e-mail, exposição de cartazes com lembretes importantes, chamada

na intranet, notas no item notícias.

Atividades de sensibilização tais como, fornecimento de flanelas personalizadas,

coquetel ou outro evento são importantes para incentivar a aplicação constante dos 5S’s.

Page 125: Hilda

125

No lançamento de último S fornecer ficha para que cada membro faça uma auto-

avaliação e montar lista para que diferentes comissões avaliem cada membro no que se refere

às áreas pessoais e ao laboratório como um todo. O Fato de as pessoas saberem que serão

avaliadas faz com que se empenhem mais na aplicação. Na ficha de avaliação é importante

que se destine espaço para comentários e contribuições de melhoria para os avaliadores.

7.2.6 Avaliação para a Qualidade

É importante que sejam feitas avaliações para a Qualidade para que se possa

diagnosticar o envolvimento e a aplicação da filosofia da qualidade em projetos pelos

membros do Laboratório. Se os procedimentos estão sendo aplicados, a organização do

laboratório está mantida, se o Manual de projetos está sendo aplicado na sua totalidade e em

todos os projetos, se os web site estão atualizados, se o Manual da Qualidade está sendo

cumprido. O grande objetivo das avaliações é de oportunizar a melhoria contínua no Sistema

de Gestão da Qualidade do ambiente.

7.2.6.1 Objetivo

Avaliar se as atividades de Qualidade estão sendo desenvolvidas de acordo com aquilo

que o laboratório declarou enquanto objetivo no Manual da Qualidade e nos demais

documentos.

7.2.6.2 Instrumentos da fase

• Entrevistas

• Análise documental a partir de lista elaborada de acordo com os itens da Norma ISO

9000/2000.

7.2.6.3 Processo

Figura 45 - Representação do Processo de avaliação da Qualidade

• Necessidade de avaliar a Qualidade

• Entrevistas • análise de

evidencias objetivas

• Roteiro da ISO 9000/2000

• Mensuração

• Relatório de

avaliação

Page 126: Hilda

126

7.2.6.4 Resultados Esperados

• Relatório com aspectos positivos, evidências objetivas e oportunidades de

melhoria.

7.2.7 Análises e ações corretivas

Essa etapa deve ser uma constante nos sistemas de Gestão da Qualidade em Projetos.

Identificar os potenciais de melhoria e implementar mudanças quando necessárias. A

utilização do sistema PDCA é muito importante principalmente porque os laboratórios de

P&D são ambientes típicos da inovação e a convivência com sistemas da Qualidade (focada

na melhoria contínua) poderá induzir a inovação através da postura de constante melhoria.

7.2.7.1 Objetivo

Identificar oportunidades de melhoria nos relatórios de avaliação da Qualidade.

7.2.7.2 Instrumentos da fase

• Reuniões de trabalho

• Caixa de sugestões

• Ciclo PDCA

• Utilização de Indicadores

7.2.7.3 Processo

Figura 46 - Representação do Processo Análise e Correções

7.2.7.4 Resultados Esperados

• Oportunidades de melhoria implementadas.

• Não-conformidades eliminadas.

7.2.8 Pré – Avaliação e certificação

• Necessidade de identificar oportunidades de melhoria

• Reuniões de trabalho

• Análises • Orientações • Planejamento • Implementação • Treinamento

• Melhoria do

Sistema

Page 127: Hilda

127

Quando todos os documentos estiverem escritos e aprovados realizar uma pré-

avaliação visando constatar o grau de envolvimento da equipe com as questões da qualidade e

a efetiva utilização dos procedimentos, instruções de trabalho, normas e a aplicação do

Manual de Projetos e do Manual da Qualidade. A certificação é a declaração oficial de que o

ambiente atende as normas e tem presente a Gestão da Qualidade em seus processos e isso

deverá ser feito através da contratação de um órgão certificador .

7.2.8.1 Objetivo

Avaliar se as atividades de Qualidade estão sendo desenvolvidas de acordo com aquilo

que o laboratório declarou enquanto objetivo no Manual da Qualidade e nos demais

documentos.

7.2.8.2 Instrumentos da fase

• Entrevistas

• Análise documental a partir de lista elaborada de acordo com os itens da Norma ISO

9000/2000.

• Auditoria interna e externa.

• Contratação de órgão certificador.

7.2.8.3 Processo

Figura 47 - Representação do Processo de avaliação/certificação do laboratório 7.2.8.4 Resultados Esperados

• Relatório com aspectos positivos, evidências objetivas e oportunidades de

melhoria.

• Certificação

• Necessidade de avaliar certificar o Laboratório

• Entrevistas • Análise de

evidencias objetivas

• Contratação de órgão certificador

• Relatório de

avaliação ou relatório de auditoria

Page 128: Hilda

128

7.2.9 Manutenção do Sistema da Qualidade

Para a manutenção do Sistema da Qualidade deverá sempre realizar-se ações de

treinamento e reciclagem com relação ao tema qualidade e sempre buscar oportunidades de

melhoria. Ter um responsável sempre cobrando e chamando atenção sobre a manutenção das

atividades e utilização dos formulários pertinentes a qualidade. Nos ambientes de P&D em

IES como existe constante rotatividade as ações de manutenção deverão ser constantes para

integrar todos os membros com a filosofia da Gestão da Qualidade em Projetos.

7.2.9.1 Objetivo

Manter e melhorar constantemente o Sistema da Qualidade já implantado.

7.2.9.2 Instrumentos da fase

• Entrevistas

• Questionários

• Análise documental a partir de lista elaborada de acordo com os itens da Norma ISO

9000/2000.

• Aplicação do PDCA.

• Avaliações

7.2.9.3 Processo

Figura 48 - Representação do Processo de manutenção do Sistema da Qualidade

7.2.9.4 Resultados Esperados

• Manutenção do Sistema da Qualidade e Melhoria Constante

Baseado na experiência vivenciada no LIT sugere-se um cronograma da Figura 49,

considerando-se que manutenção deverá ser constante após a implantação:

• Necessidade de buscar melhoria constante

• Entrevistas • análise de

evidencias objetivas

• Questionários • Fichas de

avaliação • PDCA • Treinamento

• Manutenção do

Sistema da Qualidade

Page 129: Hilda

129

Sugestão de cronograma (evento/previsão de tempo)

Evento Meses 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22

1. Sensibilização x

2. Diagnóstico x

3. Estruturação de ações

x

4. Definição e descrição documentos apoiadores da Gestão da Qualidade em Projetos

x x

4.1 Procedimentos x x x x x x x x x x x

4.2 Instruções de trabalho

x x x x x x x x x x x

4.3 Manual de projetos

x x x x x

4.4 Aplicação dos 5S’s

x x x x x

4.5 Manual da Qualidade

x x

5 Avaliação para a Qualidade

x

6 Análises e ações corretivas

x x

7 Pré – Avaliação e certificação

x x

8 Manutenção do Sistema da Qualidade

x x

Figura 49 – Sugestão de cronograma (evento/tempo gasto) Fonte: A AUTORA

O Modelo ora apresentado é adequado para ambientes de Pesquisa e

Desenvolvimento inseridos dentro de Instituições de Ensino Superior, ou Laboratórios que

possuam características similares a estes. A adequação do modelo se dará a partir do momento

em que as etapas forem executadas. Alguns instrumentos podem ser alterados em função das

informações colhidas na etapa de diagnóstico do local de aplicação.

Page 130: Hilda

130

8. CONCLUSÃO

Esta pesquisa buscou identificar meios de melhoria da Qualidade na Gestão de Projetos

em ambientes de Pesquisa e Desenvolvimento em Instituições de Ensino Superior,

apresentando um modelo de estrutura e implantação da Qualidade.

Foi utilizado o método pesquisa-ação, partindo-se da apresentação de propostas que

foram ampliadas a longo do desenvolvimento do trabalho com a identificação de necessidades

do grupo pesquisado. A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Inovação e Tecnologia

em Sistemas Embarcados do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, por este ser

um Laboratório que desenvolve projetos tecnológicos para empresas de base tecnológica, se

utiliza de técnicas de administração de projetos o qual disponibilizou-se para que a pesquisa

pudesse ser desenvolvida no seu ambiente. A pesquisa foi desenvolvida entre abril de 2001 a

setembro de 2002.

A coleta de dados foi por meio de entrevistas, questionários, reuniões de trabalho,

fichas de avaliação, observação participante, consulta a documentos e no referencial teórico, a

qual mostrou-se eficiente para atingir os objetivos propostos.

O trabalho atendeu também ao objetivo desta Instituição de Ensino Superior de cada

vez mais desenvolver P&D em cooperação com o setor produtivo, e a necessidade de

adequação de seus ambientes para melhor atender o seu público parceiro e a partir dos

resultados obtidos na aplicação, a presente dissertação apresentou um modelo para a

implantação da Gestão da Qualidade em Projetos específico para laboratórios de Pesquisa e

Desenvolvimento em Instituições de Ensino Superior.

A utilização de um Modelo específico se justificou, pois, os Laboratórios de P&D em

IES precisam dar respostas inovadoras e no tempo adequado para as instituições parceiras e

também para os programas de mestrado e doutorado nos quais parte dos pesquisadores estão

inseridos. Como estes ambientes, na sua grande maioria, fazem parte de estrutura pública, a

Page 131: Hilda

131

maneira de conduzir o processo precisa ser diferenciada, respeitando-se as peculiaridades

destas instituições, quer sejam de ordem filosófica, cultural ou estrutural.

Diminuir as incertezas e agregar valor à gestão de projetos é fundamental para o

sucesso no desenvolvimento de projetos tecnológicos em ambientes de P&D em IES, de

forma que a utilização de instrumentos que facilitem o acompanhamento é fundamental.

Acompanhar sistematicamente a execução das ações e comparar com o objetivo

proposto no acordo do projeto facilita a máxima utilização de esforços, de forma que o

monitoramento assume o papel importante de fornecer informações que levem a ajustes

durante o processo de desenvolvimento.

O registro adequado das experiências vivenciadas num projeto permite a utilização

destas experiências para as outras atividades que venham a ser desenvolvidos nestes

ambientes. Obter sucesso não significa apenas entregar dentro do tempo previsto e dos custos

orçados e com qualidade. Sucesso também significa criar ambiente e estrutura para que as

pessoas possam crescer e transmitir conhecimentos de forma fácil, agilizada e dentro de

padrões que permitam comparações, mas que não engessem.

Portanto, entender o ambiente de ensino e dos Laboratórios da P&D dentro de IES

deve ser o primeiro passo para se pensar adequadamente na forma de se adotar os conceitos

da qualidade ou como fazer a implantação da mesma.

O estudo mostrou que a aplicação dos 5S’s traz bons resultados para a eficiência do

grupo, mesmo que o ambiente aparentemente seja organizado racionalmente, sempre haverá

oportunidade de melhoria. Alguns autores se referem aos 5S’s como o Jardim da Infância da

Qualidade. Na prática foi possível perceber que além de trazer uma nova organização para o

ambiente, também sensibilizou para a importância da Qualidade, pois os resultados são

visuais na forma de espaço liberado e materiais numa nova ordem. Tem impacto positivo pois

mexe com atitudes, comportamentos e mudança de cultura.

Percebe-se que o modelo deve ser diferenciado em função dos mais diversos perfis de

pesquisadores que normalmente atuam nestes ambientes, e também, em função das

características dos projetos que são desenvolvidos.

As Instituições de Ensino Superior que atuam na pesquisa e no desenvolvimento

poderão melhorar sua atuação em gestão de projetos com a utilização de manuais,

procedimentos e instruções de trabalho, os quais permitem a sistematização e automatização

das atividades que via de regra são rotineiras nos projetos.

Page 132: Hilda

132

O fato das IES utilizarem manuais para registro e acompanhamento dos seus projetos

utilizando padrões permite a comparação e facilita saltos qualitativos no âmbito da gestão e

do desenvolvimento de projetos tecnológicos.

O acompanhamento por manual permite a utilização da memória de projetos como

apoio à gestão da informação e compartilhamento do conhecimento nos ambientes de P&D

em IES.

A existência e a utilização de procedimentos definidos e escritos, facilitam a

padronização de ações e o treinamento de novos membros, isso foi possível comprovar na

aplicação do procedimento inserção de novos membros, no momento em que foram inseridos

novas pessoas ao grupo, após o início da implantação da Gestão da Qualidade em Projetos no

LIT.

Os mecanismos para registros de memória de projetos devem ser padronizados, para

que possam permitir a comparação com outros projetos e também servir de referencial para a

estruturação de novas propostas. Isso pode melhorar a eficiência destes laboratórios, pois

estes trabalham para atingir objetivos específicos de um cliente ou financiador, possuem

tempo e recursos limitados e normalmente trabalham com uma relativa incerteza por estarem

atendendo a uma nova demanda que busca por tecnologias diferentes. Convivem ainda com as

incertezas provocadas pelas políticas de fomento para incentivo do desenvolvimento de

pesquisas tecnológicas.

Garantir a satisfação do cliente nem sempre é tarefa simples, pois, não ter reclamações

quanto ao resultado obtido com os projetos desenvolvidos não é suficiente. É preciso analisar

porque os clientes estão buscando outros fornecedores de tecnologia. O importante é

identificar a razão pela qual os clientes poderiam estar preferindo outros Centros de pesquisa.

Identificar a causa é fundamental para que se possa fazer correções de rota. Este é um

procedimento que deve estar previsto na documentação da Qualidade, pois se refere ao

acompanhamento.

O papel do líder e o sistema de liderança ficam mais uma vez evidenciados, neste caso

específico na pessoa do coordenador, com um papel fundamental para incentivar e cobrar

envolvimento dos demais membros com as questões da qualidade no laboratório.

Para o caso dos Laboratórios de P&D o gerente de projetos tem que ser mais do que

um coordenador, precisa ser um líder com capacidade de conduzir os esforços para a busca

dos objetivos.

Page 133: Hilda

133

Embora nos laboratórios de P&D em IES, os pesquisadores desenvolvam outras

atividades o acompanhamento deve ser constante e realizar reuniões de avaliação e de

discussão com a coordenação do projeto e demais membros da equipe, possibilita o

crescimento do grupo.

O processo de elaboração da documentação embora demande tempo, pois precisa

passar por todas etapas até ser aprovado (diagnóstico, passar por 03 revisores, buscar

consenso, nova revisão e finalmente aprovação), demonstrou trazer superioridade na

qualidade e no comprometimento dos membros do Laboratório.

O Modelo Proposto para Implantação da Gestão da Qualidade em Projetos de P&D

em IES, traz um conjunto de instrumentos para cada fase, que demonstraram serem eficazes

na busca dos resultados específicos, como é possível observar na análise dos resultados de

cada etapa da aplicação.

O presente estudo mostrou-se relevante por apresentar um modelo que pode ser

utilizado por outros laboratórios em de P&D em IES, que pretendam implantar a Gestão da

Qualidade em Projetos.

O tema e a conclusão deste trabalho pode servir de base para o desenvolvimento de

outros trabalhos tais como:

- Gestão da Qualidade em Projetos como apoio a Gestão da Informação e do

compartilhamento de Conhecimentos em ambientes de P&D em IES.

- Ferramentas automatizadas para a Gestão da Qualidade em Projetos de P&D em IES.

- Gestão da Qualidade em Projetos como apoio para a transferência de tecnologia na

Cooperação Universidade e Empresas.

- Gestão da Qualidade em Projetos como indutora da mudança de cultura em

ambientes de P&D em IES.

Em Síntese, embora Gestão da Qualidade e Gestão de Projetos sejam temas bastante

abordados, o presente trabalho traz como novidade a aplicação em Ambientes de P&D em

IES, abordando os aspectos que diferenciam estes laboratórios dos que estão localizados em

empresas.

Page 134: Hilda

134

ANEXOS

Page 135: Hilda

135

Anexo 01 – Resumo dos requisitos da ISO 9001/2000.

A seguir serão apresentados os requisitos principais da ISO 9001/2000:

4.4.1 ISO 9001:2000 – ESTRUTURA DOS REQUISITOS:

1.1 – OBJETIVO

1.1.1 Generalidades

1.1.2 Aplicação

1.2– REFERÊNCIA NORMATIVA

1.3 – TERMOS E DEFINIÇÕES

1.4 – SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

1.4.1 Requisitos Gerais

1.4.2 Requisitos de documentação

1.5 – RESPONSABILIDADE DA DIREÇÃO

1. 5.1 Comprometimento da direção

Foco no cliente

Política da qualidade

Planejamento

1.5.5 Responsabilidade, autoridade e comunicação.

Análise crítica pela direção

1.6- GESTÃO DE RECURSOS

Provisão de recursos

Recursos humanos

Infraestrutura

Ambiente de trabalho

1.7– REALIZAÇÃO DO PRODUTO

Planejamento da realização do produto

Processos relacionados ao cliente

Projeto e desenvolvimento

Aquisição

Produção e fornecimento de serviços

Controle de dispositivos de medição e monitoramento

MEDIÇÃO, ANÁLISE E MELHORIA.

Generalidades

Medição e monitoramento

Page 136: Hilda

136

Controle de produto não conforme

Análise de dados

Melhoria

Esses ítens da norma ISO –9000/2000 que devem ser utilizados quando se tem a

pretensão de certificar uma Organização. Nesta norma é dada maior ênfase para os processos.

Page 137: Hilda

137

Anexo 02 - Questões utilizadas para a entrevista do Diagnóstico

1. Para identificar as experiências anteriores com a qualidade de cada membro. Foi

perguntado aos entrevistados:

• Você já participou de algum programa da qualidade?

• Você já participou de algum curso /treinamento ou teve disciplina sobre gestão da

qualidade?

• Você conhece conceitos e elementos envolvidos com a gestão da Qualidade

(qualidade, procedimentos, Manual da Qualidade e Auditorias)?

• Se houve participação em outros programas, prós, contras e dificuldades encontradas?

2. Para identificar expectativas, conhecimento e resistências ao programa de Qualidade

do LIT perguntou-se:

• Qual o seu conhecimento sobre a política da Qualidade, seus objetivos e forma de

realização?

• Qual o conhecimento que você tem das funções e das relações hierárquicas?

• Qual o conhecimento que você tem dos processos de Comunicação interna e externa,

bem como das interfaces com outros setores?

• Você já manuseou ou tem conhecimento do Manual da Qualidade do LIT?

• Existe a utilização de procedimento padronizados no LIT?

• Qual é adequabilidade da infra-estrutura (ambiente, equipamentos, HW e SW)?

• Qual é a importância da certificação para o Laboratório?

3- Para identificar Gestão de documentos e informações fez-se as seguintes perguntas:

• Quais são os principais documentos manuseados no LIT?

• Que informações são mais relevantes para sua atividade/

• Você conhece o projeto no qual participa como um todo?

• Você utiliza padrões de relatórios e/ou informativos?

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• Quais são os relatórios normalmente preenchidos e qual a utilidade dos mesmos?

• Qual é o seu conhecimento sobre Globaldoc e qual é o grau de utilização.

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Anexo 03 - Questões da Entrevistas do procedimento Inserção de Novos Membros

1) Como foi sua inserção no LIT? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) Quais as principais dificuldades que você teve? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3) Como acha que deveria ser? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Anexo 04 – Entrevista para a elaboração dos Procedimentos

Questionário para entrevistas que antecedem a descrição dos procedimentos

Título do Procedimento:

1) Quem é o responsável pelo

procedimento?________________________________________

___________________________________________________________________________

2) Qual é o objetivo do procedimento?____________________________________________

___________________________________________________________________________

1) Qual é o Escopo/ campo de aplicação do Procedimento? Quem são os atingidos pelo

procedimento?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

Entrada Processo Saída

4) Como é formado o processo do procedimento? Quais são os ítens de entrada? Como se dá o

processamento? O que se espera na saída deste processo?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

1) Com quais outros procedimento ou funções este procedimento faz interface? Com quem

está relacionado? __________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6) Qual é a seqüência de ações para efetuar o procedimento?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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Anexo 05 – Questionário Requisito 4.1 da Norma

Questionários utilizado para identificar o nível de conhecimento que os membros do LIT

possuíam sobre os elementos do requisito 4.1 da Norma ISO 9001/2000.

1- Para identificar a definição de missão que cada membro tinha em relação ao LIT

perguntou-se:

• Qual é a missão do LIT (Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas

Embarcados)?

2- Para identificar a visão do laboratório percebida por seus membros perguntou-se:

• Qual é a visão do LIT?

3- Para identificar a política do laboratório percebida por seus membros, perguntou-se:

• Qual a principal política do LIT?

4- Para identificar a visão organizacional adequada percebida pelos membros do

Laboratório, perguntou-se:

• Qual é o organograma adequado para o LIT?

5- Para identificar ações consideradas importantes para identificar a responsabilidade da alta

administração perguntou-se:

• Que ações você considera que podem garantir o comprometimento e responsabilidade

da alta administração?

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Anexo 06 – Questionário para a aplicação dos 5S’s

Cinco Ss:

1) O que você sabe sobre a filosofia dos 5Ss?_______________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) Você já teve oportunidade de aplicar os 5Ss?_____________________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3) Caso você já tenha aplicado quais foram às vantagens? O que você considerou mais importante?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4) Para aplicar os 5Ss constantemente, o que você considera mais difícil?_________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 4) Quais serão os benefícios da aplicação dos 5Ss no LIT_____________________________ _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Anexo 07 - Avaliação Cinco Ss – SEIRI

1- Como se deu o processo de aplicação do Senso de Seleção e Utilização? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2- Resultados da aplicação de Senso de Seleção e Utilização (pontos positivo e

negativos)____________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 3- Quais as principais dificuldades que você imagina que farão parte doS (Seiton) Senso

de organização? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Anexo 08 - Lista de materiais analisados

(Senso de utilização)

Item nº Descrição Condição Destino

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Anexo 09 - Modelo de etiqueta afixada nos lotes de materiais para descarte

(Senso de Utilização)

Item nº Descrição Condição Destino

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Anexo 10 - Lista para registro de ítens forem retirados da biblioteca para Doação (Seiri)

Item nº

Título Categoria Destino

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Anexo 11 - Avaliação Cinco Ss – SEITON

4- Como se deu o processo de aplicação do Senso de Organização? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 5- Resultados da aplicação de Senso de Organização (pontos positivo e

negativos)_________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6- Quais as principais dificuldades que você imagina que farão parte do S (Seiso) Senso

de saúde? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Anexo 12 - Lista de armários do LIT – (Seiton)

Armário usuário Conteúdo Consulta A2 Uso comum Documentação Freqüente A/2/1 A/2/2 A2/3 A2/4 A2/5 A2/6 Armário usuário Conteúdo Consulta Armário usuário Conteúdo Consulta Armário usuário Conteúdo Consulta Armário usuário Conteúdo Consulta

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Anexo 13 - Avaliação 5Ss – SEISO (3°S)

7- Como se deu o processo de aplicação do Senso de Limpeza? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

8- Resultados da aplicação de Senso de Limpeza (pontos positivo e

negativos)____________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

9- Quais as principais dificuldades que você imagina que farão parte do S (SEIKETSU)

Senso de Zelo (4° S)? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Anexo 14 - Modelo de flanela para limpeza

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Anexo 15 - Avaliação 5Ss SEIKETSU ( 4° S)

10- Como se deu a aplicação do Momento do Zelo? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 11- Quais foram os aspectos positivos e negativos de se programar datas para realizar o

zelo (Seleção, utilização, organização e limpeza)? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Anexo 16 -Ficha de Avaliação dos 5S’s – Individual

I = Insatisfatório, PM = Potencial de Melhoria, S = Satisfatório

Auto-avaliação:____________________________ Área Pessoal Item avaliado I PM S Comentário Organização de Armários Organização da Mesa Limpeza do Micro Limpeza da Mesa Limpeza do Armário Seleção e utilidade Áreas comuns do LIT Item avaliado I PM S Comentário Organização de Armários Organização das Mesas Limpeza dos Micros Limpeza das Mesas Limpeza dos Armários Seleção e utilidade

1) Na sua área pessoal e na suas atitudes, mudou alguma coisa após a aplicação dos 5Ss? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 2) No LIT como um todo, quais foram as mudanças que aconteceram, na sua percepção?

Ou não houve mudança? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Comentários Gerais:___________________________________________________________

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Anexo 17 - Ficha de Avaliação dos 5S’s – Realizada em equipe

I = Insatisfatório, PM = Potencial de Melhoria, S = Satisfatório Avaliado:___________________________ Avaliadores:_____________________________________________________________ Área pessoal: Item avaliado I PM S Comentário Organização de Armários Organização da Mesa Limpeza do Micro Limpeza da Mesa Limpeza do Armário Seleção e utilidade Comentários Gerais:___________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ficha de Avaliação dos 5S’s – áreas comuns do LIT I = Insatisfatório, PM = Potencial de Melhoria, S = Satisfatório

Avaliadores:_____________________________________________________________ Áreas comuns do LIT Item avaliado I PM S Comentário Organização de Armários Organização das Mesas Limpeza dos Micros Limpeza das Mesas Limpeza dos Armários Seleção e utilidade Comentários Gerais:_______________________________________________________

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Anexo 18 - Exemplo de chamada utilizada na Intranet do Laboratório

Chamada da Intranet– Autor: João Alexandre Góes – Pesquisador do LIT

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Anexo 19 -Resultados obtidos com a Entrevista

Identificação de principais dificuldades: 1- Eu não sabia muito bem o que eles faziam, não tinha nem idéia. (2) (4) (5) (9) 2- No que eu fazia não tinha dificuldade. (2) 3- Não tive dificuldade (1) (6) 4- A principal dificuldade foi tomar pé do que se fazia no laboratório (3) 5- Dominar as ferramentas que se usa no laboratório, linguagem de programação, softwares,

os ambientes de desenvolvimento. (3) 6- Conhecer as pessoas (3) 7- Conhecer o projeto é a maior dificuldade (4) (5) 8- Tive dificuldade de ordem técnica (6) (8) (9) (11) 9- Ter a visão do todo do projeto (9) 10- Eu não conhecia os processos dentro do LIT (10) 11- Não existia nada por escrito do que eu fazia (10) 12- Não existia nenhum procedimento especificado (10) 13- Eu não conhecia o jargão do grupo (10) 14- Não tive dificuldade administrativa (11) 15- Eram poucas as pessoas que podiam dar informações (10) 16- Procedimentos de instalação (4) 17- Muita leitura técnica, cansativa. (11) Sugestões apresentadas para a melhor inserção do novo membro ao laboratório: 1) Conhecer bem o organograma de onde está entrando. Onde é que o LIT se encaixa na CPDTT, no CEFET-PR, como se dividem os grupos de trabalho, o que faz cada grupo, que tipo de trabalho este grupo faz. Em que grupo esta entrando. O que se espera da pessoa naquele grupo. (1) (2) (4) (5) (7) (8) (9) (10) (11) 2) Ter uma idéia corrente das outras pessoas, como funciona o laboratório, que atividades devem ser desenvolvidas diariamente, semanalmente. (1) (2) 3) Que documentos devem ser indicados para que o novo membro busque informações (1). 1) Dirigir o novo membro para o projeto que ele vai trabalhar (3) 2) Apresentar normas gerais (3) 3) Dizer ao novo membro como as coisas funcionam (3) 4) Indicar os procedimentos que são importantes que ele saiba (3) 5) Mostrar o funcionamento da parte administrativa que deve interessar ao novo membro (3)

(9) (10) 6) Indicar o uso da Internet e da Intranet, diretórios, o que pode acessar e o que não. (3) (4)

(5) (6) (11) 7) Saber a quem deve se reportar (4) 8) Acho que a explicação deve partir do principal para o particular (5) 9) Disponibilizar acesso fácil aos arquivos com informações, livros periódicos. (6) (7) (11) 10) Mostrar as ferramentas disponíveis no laboratório (7) 11) Repassar normas, horários (7) 12) Apresentar o novo membro para todos os demais em reunião e dizer qual será a sua

responsabilidade para que os outros também possam ajudá-lo fornecendo-lhe informações. (8)

13) Ter informação do todo do projeto em que vai participar (9) 14) A quem deve se reportar (4) (10)

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15) Dar dicas básicas (11) 16) Fazer um manual de iniciação com informações básicas para ajudar quem esta

começando. (11) 17) Disponibilizar a história do LIT via Intranet, para que aos poucos as pessoas possam

através da leitura conhecer mais o Laboratório. 18) Procurar alguém que tenha interesse pela área e tenha vontade de aprender para então

admiti-lo no LIT (8).

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Anexo 20 - Modelo de Cartaz

Programa da Qualidade do LIT PQLIT

• Distinguir entre aquelas coisas que são necessárias e as que não são.

• Manter somente os materiais necessários no local de trabalho.

• Mandar embora imediatamente todos os itens desnecessários

Laboratório de Inovação e Tecnologia em Sistemas

Seiri = Seleção e utilidade

Os Cinco S’s

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Anexo 21 - Procedimento ¨Orientações para a elaboração e aprovação de Procedimentos¨

Procedimento n.º P 4.2.1.d-001

Tema: (Será definido em função do Mapa do Site) Palavras chave: Orientação; Elaboração; Procedimentos Título: Orientações para a elaboração e aprovação de Procedimentos 1. Objetivos: Fornecer sugestões quanto ao padrão e conteúdo dos documentos normativos do Sistema da Qualidade do LIT. Estabelecer o fluxograma de atividades para a aprovação de procedimentos. 2. Escopo/Campo de aplicação: Aplicação para elaboração e aprovação de Procedimentos e Instruções de Trabalho no âmbito do LIT. 3. Definições: Formato: forma pela qual o documento deve ser elaborado e apresentado em formato eletrônico na sua versão final. Essa versão será aquela utilizada para a obtenção das cópias físicas necessárias (quando for o caso). O formato padrão a ser utilizado está disponível em C:\Qualidade\Doc-mestres\Proced_doc_mestre.doc. Quando em papel o formato deve ser o A4 com as dimensões de 210X297 mm. Fontes: identificação do Procedimento (primeira linha) deve utilizar fonte Times New Roman 16, em negrito, com borda; título do Procedimento (segunda linha) deve utilizar Time New Roman 14, em negrito, com borda; para o tema e palavras chave utilizar fonteTimes New Roman 10; demais tópicos, numerados seqüencialmente em algarismos arábicos, devem utilizar fonte 12, em negrito. Cabeçalho: deve ser utilizado o padrão disponível no Documento-mestre. A revisão pós- liberação, quando ocorrer, deve ser registrada em ordem numérica crescente a partir de ¨0¨. Rodapé: deve ser utilizado o padrão disponível no Documento-mestre. Deve ser indicada a versão do documento na fase elaboração. Devem ser identificados os responsáveis pela elaboração, revisão e aprovação do Procedimento. 4. Processo e Fluxograma: Descrição dos elementos de entrada, do processo e da saída esperada. Deve ficar evidenciado o que se busca com o processo. Figura 01 – Processo de Orientações para a elaboração e aprovação de Procedimentos

PROCESSO

Procedimento aprovado

• Padrão de documento • Informações • Referências bibliográfica • Descrição de etapas • Resultado de Entrevistas

ENTRADA SAÍDA

Elaboração Consenso Revis ão Aprovação

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Figura 2: Fluxograma das atividades de elaboração e aprovação de Procedimentos 5. Atividades principais (etapas): Diagnóstico. Descrição.

Início

Diagnóstico

Descrição

Consenso?

Revisão

Aprovação?

fim

sim

não

não

Aval. 3 Aval. 2 Aval. 1

Liberação

sim

Relatório de considerações

1a. versão do Procedimento

Fichas de Avaliação (Anexo 03)

2a. versão do Procedimento

3a. versão do Procedimento

Versão final do Procedimento

Procedimento liberado

Correções são pequenas?

sim

não

Discussão

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Revisão. Aprovação. Liberação. Obs.: o detalhamento das atividades está descrito no Anexo 01 documento diponibilizado no Laboratório. 6. Forma de Controle e de Registro: Controle: Após liberação: acompanhamento e avaliação periódica (semestral) via e-mail. Durante a execução: acompanhamento de cumprimento de prazos via e-mail. Registro: Lista de Controle de Procedimentos (Anexo 2). 7. Interfaces e/ou Referências: Manual da Qualidade. Itens da Norma: 4.2.1.d – documentos necessários à organização para assegurar o planejamento, a operação e o controle eficazes de seus processos; 4.2.1.e – registros requeridos por esta Norma. Referência bibliográfica: MARANHÃO, Mauriti. ISO Série 9000 – Manual de Implementação. Rio de Janeiro : QualityMark Editora, 1999, p. 146. 8. Distribuição: Para todos os membros do LIT via: Via correio eletrônico, com solicitação de confirmação de recebimento. Informação da liberação e do caminho no LIT News. ANEXO 01: Detalhamento das atividades de “Orientação para a elaboração e aprovação de Procedimentos”

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Anexo 22 - Procedimento Mestre

PROCEDIMENTO Nº P x.y.z.w-nnn (Requisito da Norma-número seqüencial geral)

Título: Utilize File->Properties para definir título (identificação clara e concisa do processo a ser documentado)

Tema: : (definido em função do mapa do site)

Palavras-chave: três palavras-chave)

Objetivos Explicação da finalidade principal a que se destina o procedimento. O que se quer com o procedimento. Escopo ou Campo de aplicação Limites da aplicação do procedimento e/ou sua abrangência. Funções e pessoas atingidas. Definições, Termos e Conceitos Para quando for necessário explicar, padronizar ou melhor esclarecer termos contidos no procedimento. Processo e Principais Etapas Justificativa e breve descrição. Figura elucidativa (numerada e nomeada) do Processo com os principais componentes. Fluxograma e Workflow podem constar, se necessários. Figura 01: Componentes básicos do processo de criação de procedimentos.

Figura 1:

Figura 01 – Processo para a realização do procedimento

Lista das principais etapas e/ou atividades em ordem cronológica. O detalhamento,

indicando quem, como, onde, quando e recursos de infra-estrutura devem constar no Quadro

¨Detalhamento de ações/atividades¨, que compõe o anexo 01 ao final do documento. Este

Quadro estará no formato ” Landscape”.

Exemplo de preenchimento do Quadro ¨Detalhamento de Atividades¨ (Anexo1):

Resultado do Processo

Componentes

Processamento

Entrada Processo

Saída

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Atividade Quem Como Onde Quando Recursos Detalhamento da seqüência de ações e/ou atividades

Executor (es) da ação

Forma como será executado

Local ou locais onde será executada a ação

Época/período de execução

Recursos físicos e/ou materiais necessários

De forma auxiliar pode ser utilizada uma “Lista de Controle e Registro de Atividades” anteriormente detalhadas que compõe o anexo 01. Formas de Registro e de Controle: Definição e descrição da forma como o procedimento será controlado e registrado para posterior evidência objetiva, de forma a facilitar a rastreabilidade. Identificação do local físico e eletrônico. Exemplo de Lista de Controle e Registro de Atividades (Anexo 2): Procedimento___________________________________________ Atividade Executor Data Observ. Interfaces Identificação de outros documentos complementares ou correlatos Referências Identificação do respectivo ítem da norma e referências bibliográficas. Distribuição Definição da forma e dos critérios de distribuição, bem como relação com nome e sigla dos departamentos/setores/seções que devem possuir cópia (física ou eletrônica). ANEXOS Incluir anexos de documentos que auxiliem na visualização, controles e registros. Os anexos poderão ser disponibilizados física ou eletrônicamente e devem estar referenciados.

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163

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