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Avaliações educacionais: múltiplas perspectivas Guilherme Veiga Rios DAEB/INEP/MEC Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação Mesa Redonda: Avaliações de produção e compreensão de (hiper)texto na educação básica Recife, 14 de novembro de 2012.

Hipertexto 2012 - Slides da palestra de Guilherme Veiga Rios (INEP/MEC)

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MESA-REDONDA AVALIAÇÕES DE PRODUÇÃO E COMPREENSÃO DE (HIPER)TEXTO NA EDUCAÇÃO BÁSICA Palestra: AVALIAÇÕES EDUCACIONAIS: MÚLTIPLAS PERSPECTIVAS Prof. Dr. Guilherme Veiga Rios (INEP/MEC)

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Avaliações educacionais: múltiplas perspectivas

Guilherme Veiga RiosDAEB/INEP/MEC

Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação

Mesa Redonda: Avaliações de produção e compreensão de (hiper)texto na educação básica

Recife, 14 de novembro de 2012.

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Avaliações internas e avaliações em larga escala Objetivos das avaliações em larga escala Alguns resultados das avaliações e indicadores Qualidade nas escolas e as políticas públicas

Roteiro

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Características das avaliações internasNa sala de aula- É parte do processo formativo;- Constitui o trinômio ensino-aprendizagem-avaliação, sob orientação do professor.Na escola:- É uma avaliação institucional realizada pelo corpo de professores,

direção, supervisão e representação discenteNas secretarias de educação municipais e estaduais A avaliação interna pelos órgãos centrais do sistema é imprescindível, para fins de acompanhamento e reorientação dos procedimentos, se for o caso, além de constituir-se em fonte de desenvolvimento de competências e de apropriação de novas tecnologias por parte do pessoal do próprio sistema.

Características das avaliações em larga escala - Quase sempre realizadas por proposta dos órgãos diretivos do sistema

(Ministério da Educação; Secretarias de Estado da Educação) - Trazem uma visão de fora e supostamente isenta em relação a possíveis idiossincrasias próprias dos sistemas educacionais.

Avaliações internas e avaliações em larga escala

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Avaliações internas - Podem não abranger determinados aspectos devido a que quem avalia

também é quem planejou e executou a atividade pedagógica.

Avaliações em larga escala- Podem não abranger determinados conteúdos devido à fixidez da matriz de

referência que não contempla a possibilidade de uma seleção flexível sobre toda a carga curricular; tais matrizes precisam ser periodicamente revistas, o que demanda esforços em escala nacional.

- Há aspectos que não são passíveis de serem medidos: como medir processos mentais, valores, atitudes, dentre outros?

- “Representam um problema, quando abrangem regiões com grande amplitude de variação nas suas condições sociais, econômicas e culturais, (...) tendo em vista as diversidades apontadas que deveriam ser levadas em consideração na constituição de escores compósitos com valores agregados que traduziriam a maior ou menor influência da escola no desempenho educacional dos estudantes avaliados.” (Vianna, Heraldo. Avaliações nacionais em larga escala: análises e propostas. Estudos em Avaliação Educacional, 2003)

Limitações

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Avaliações internas - geram indicadores primários e de acesso imediato para o

professor em relação a sua turma, para o diretor em relação às turmas e para os gestores das secretarias estaduais e municipais em relação as suas escolas de jurisdição;- permitem o acompanhamento do progresso dos alunos de forma individualizada por um período de tempo continuado.

Avaliações externas em larga escala- representam um trabalho não comprometido com a administração educacional de outra esfera de governo e com as políticas que as orientam;

- geram indicadores abrangentes sobre redes municipais e estaduais, até o território nacional.

Vantagens

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Responsabilização (accountability): diz respeito às preocupações públicas em realizar controle gerencial em relação ao sistema educacional por meio da avaliação de competências de estudantes. Essas avaliações são frequentemente traduzidas em exames, para fornecer informações sobre escolas específicas, iniciativas nas escolas, programas e professores. Avaliações em larga escala impactam sobre o estudante, os programas educacionais e as decisões em nível de sistema.

Classificação:seleção e certificação: é utilizada para admissão a um cargo ou posto de trabalho, a um nível educacional, por exemplo para um curso de graduação, a um programa de estudos ou concessão de benefícios como bolsas de estudo.

Diagnóstico de instrução: o objetivo é determinar o que os estudantes efetivamente sabem a partir de resultados de

aprendizagem

Objetivos das avaliações em larga escala

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Classificação – seleção: Enem

Classificação – certificação: Encceja

Diagnóstico de instrução – Saeb e Prova Brasil, por meio das médias e da escala

Exemplos de avaliações com seus objetivos

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Responsabilização: Prova Brasil e Ideb, que é a combinação de dois indicadores:

• O desempenho obtido pelos alunos nos testes padronizados (Prova Brasil ou Saeb);

• A taxa de aprovação.

Quanto melhor o desempenho dos alunos nos testes e maior a taxa de aprovação, mais elevado será o Ideb.

Para melhorar o Ideb, as redes de ensino e as escolas têm que trabalhar nas duas dimensões do indicador, simultaneamente.

O Ideb varia de 0 a 10.

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METAS IDEB NO PROJETO DE LEI DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO APROVADO NA CÂMARA DOS DEPUTADOS EM JUNHO DE 2012

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TotalQue alcançaram a

Meta de 2009Que NÃO alcançaram

a Meta de 2009

Brasil 22.609 73,7% 26,3%

Fonte: MEC/Inep

Distribuição do Número de Escolas que Alcançaram a Meta do Ideb em 2009 4ª série (5º ano) - Rede Municipal

Unidade Geográfica

Número de Escolas com Ideb calculado em 2007 e em 2009

O que mostra o Ideb

Em 2009, 74% das escolas alcançaram a meta para os anos iniciais do ensino fundamental;

Há disparidades regionais, intra-regionais, entre redes de ensino e entre escolas;

O Ideb para o Brasil, em 2005, foi de 3,8. Em 2007, de 4,2 e, em 2009, 4,6. A meta para 2021 é chegar a 6,00;

O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) fixa metas para todos os municípios brasileiros;

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Alguns resultados do IdebAnos iniciais do ensino fundamental – rede municipal

Brasil 2005

Até 3,7

De 3,8 a 5,9

6,0 ou mais

Sem Ideb

Brasil 2007

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Brasil 2009Brasil 2007

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Ideb 2011 Nos anos iniciais (primeiro ao quinto), o Ideb nacional alcançou 5,0.

Ultrapassou não só a meta para 2011 (de 4,6), como também a proposta para 2013, que era de 4,9. O Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental da rede municipal foi calculado em 5.222 municípios. A meta para 2011 foi alcançada por 4.060 deles (77,5%).

Nos anos finais (sexto ao nono) do ensino fundamental, o Ideb nacional atingiu 4,1 em 2011 e ultrapassou a meta proposta, de 3,9. Considerada tão-somente a rede pública, o índice nacional chegou a 3,9 e também superou a meta, de 3,7.

De todos os municípios submetidos ao cálculo do Ideb para os anos finais do ensino fundamental (cerca de 4,3 mil), 62,5% atingiram as metas, que foram superadas também em todas as regiões do país.

Em termos nacionais, incluídos ensino público e particular, foi igualada em 2011 a meta para o ensino médio, de 3,7.

Na edição de 2011 da Prova Brasil participaram da avaliação 4.286.276 de estudantes matriculados no 5º e 9º anos do Ensino Fundamental em 56.222 escolas públicas de todo o Brasil.

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“É na tensão entre as políticas públicas centrais e as necessidades e os projetos locais que se constrói a qualidade das escolas, a partir de indicadores publicizados e assumidos coletivamente, articulados no projeto pedagógico da escola.”

“Não nos parece que seja viável introduzir mudanças nas redes de ensino se estas não estiverem inseridas em um desafio que deve ser feito a cada escola no sentido de ela pautar suas demandas por condições de trabalho e, ao mesmo tempo, comprometer-se com o repasse aos seus alunos dos benefícios de tais condições adicionais. Este é o sentido da proposta de qualidade negociada.”

Freitas, Luiz Carlos. Qualidade Negociada. Educação e Sociedade,

2005.

Qualidade nas escolas e as políticas públicas

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“Porém, as mudanças não poderão ser exportadas desde um ponto central difusor. É fundamental mobilizar e motivar cada escola para que ela construa o seu caminho de melhoria e, com isso, promova maior organização dos trabalhadores da educação e sensibilize todos os servidores para a importância do seu trabalho. Cada escola deve tornar-se um centro de reflexão sobre si mesma, sobre o seu futuro. Este desafio poderá ser mediatizado pelos especialistas existentes nas redes e pelas universidades, mas não poderá ser concretizado por estes se em cada escola não houver um processo interno de reflexão conduzido pela sua comunidade interna de forma participativa. Neste sentido, os gestores têm um importante papel mobilizador a cumprir.”

Freitas, Luiz Carlos. Qualidade Negociada. Educação e Sociedade, 2005.

Qualidade nas escolas e as políticas públicas

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“Note-se que não é apenas o professor que deve ser reflexivo – é a escola que precisa ser reflexiva. Isso inclui gestores, professores, funcionários, alunos e pais. O individual e o coletivo complementam-se na medida em que é pelo coletivo que o individual também se forma.”

“A proposta implica mobilizarmos as escolas com processos de avaliação institucional participativos, mais conhecidos por avaliar as universidades (avaliação institucional). Os conceitos e procedimentos já estão disponíveis, bastando agora que sejam exercitados nesse nível de ensino. Esse processo deve ser alimentado por diferentes dados procedentes da realidade da escola, entre eles por ações que acompanhem o desempenho do aluno de forma contínua e sistemática de maneira que se garanta que as melhorias introduzidas nas escolas também tenham como destinatário final o aluno.”

Freitas, Luiz Carlos. Qualidade Negociada. Educação e Sociedade, 2005.

Qualidade nas escolas e as políticas públicas

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“A qualidade não é um dado de fato, não é um valor absoluto, não é adequação a um padrão ou a normas estabelecidas a priori e do alto. Qualidade é transação, isto é, debate entre indivíduos e grupos que têm um interesse em relação à rede educativa, que têm responsabilidade para com ela, com a qual estão envolvidos de algum modo e que trabalham para explicitar e definir, de modo consensual, valores, objetivos, prioridades, ideias sobre como é a rede (...) e sobre como deveria ou poderia ser.”

Bondioli, Ana, O projeto pedagógico da creche e a sua avaliação: a qualidade negociada. Campinas: Autores Associados, 2004, p. 14.

Qualidade Negociada

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“Os indicadores não são, portanto, padrões, isto é, normas impostas do alto, às quais devemos nos adequar. Não representam, nem mesmo, um ‘valor médio’ de exeqüibilidade de aspectos da qualidade. São, ao contrário, significados compartilhados (...). São, portanto, como indica o próprio termo, sinalizações, linhas que indicam um percurso possível de realização de objetivos compartilhados. (...) aquilo que os diferentes atores sociais (...) se empenham em buscar, contribuindo, para isso, cada um de acordo com o próprio nível de responsabilidade.”

Bondioli, O projeto pedagógico da creche e a sua avaliação: a qualidade negociada. Campinas: Autores Associados, 2004, p. 18-19.

Indicadores educacionais

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- Pesquisas qualitativas complementares, com base nos resultados dos testes, realizadas por pesquisadores universitários, professores-pesquisadores da Educação Básica de Escolas de Aperfeiçoamento da SEDUC, em grupos de pesquisa, envolvendo professores das próprias escolas onde os testes foram aplicados;

- Oficinas simultâneas para analisar os resultados em cada escola de uma rede de ensino; discussão dos resultados, com autonomia para verificar sua confiabilidade e validade, com vistas ao planejamento pedagógico nos distintos níveis;

- Planejamento e oferta de cursos de formação continuada- para professores/as.

Possibilidades de usos dos resultados das avaliações em larga escala para a prática pedagógica em sala de aula Antes de tudo, implica: 1) o compromisso com o projeto político-pedagógico da escola e a busca pela qualidade; 2) evitar as ações que impactam negativamente o trabalho pedagógico.

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Bauer, A. (2010). Usos dos resultados das avaliações de sistemas educacionais: iniciativas em curso em alguns países da América. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 91(228), 315-344.

Bondioli, Ana. O projeto pedagógico da creche e a sua avaliação: a qualidade negociada. Campinas: Autores Associados, 2004.Freitas, Luiz Carlos. Qualidade negociada. Educação e Sociedade, (26), 92, 911-

933, 2005. Gatti, Bernadete. Números vazios. Entrevista concedida à Revista Escola Pública,

número especial sobre Avaliação Educacional.Iaies, Gustavo y Santos, Alejandra. Ejes del debate. In: Texto-base para o

seminário ¿Cómo devolver los resultados de las evaluaciones a las escuelas para lograr la mejora educativa? Brasília, 10 e 11 de novembro, 2011.

Vianna, Heraldo. Avaliações nacionais em larga escala: análises e propostas. Estudos em Avaliação Educacional, 2003.

Apresentação sobre o Ideb para o Todos pela Educação, Agosto de 2012.Comentários dos(as) pesquisadores(as) da Diretoria de Avaliação da Educação

Básica e da Diretoria de Estudos Educacionais do Inep. Site do Inep.

Referências