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História Brasil Colonial

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Page 1: História Brasil Colonial
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História – é interpretação de certosacontecimentos do passado, de suasrelevâncias para o entendimento de certasdinâmicas sociais, de certas estruturaseconômicas, de certos processos quemarcam as dimensões política, social,econômica e cultural dos povos e de suasinterações no tempo e no espaço.

Alguns trabalhos da historiografia do Brasila apresentam a partir da chegada dosportugueses, dando pouca importância àspopulações pré-existentes, pois teriamperdido suas tradições num processo dedesenvolvimento capitalista.

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1ª perspectiva – acredita-se que o marco inicial

da história do povo brasileiro seja no ano de

1500 e que o interesse lusitano em explorar as

terras e os grupos humanos atingidos pela

expansão ultramarina tenha dado sentido da

história do Brasil, dando a impressão que a

história brasileira está terminantemente ligada à

história da Europa, sem que haja qualquer

elaboração mais complexa acerca da

contribuição dos nativos na constituição da

sociedade brasileira.

2ª perspectiva – usa o ano de 1500 como

referência, ou seja, interpreta-o como o

processo de conquista de interação de

portugueses, indígenas, africanos e seus

descendentes, ou seja, do achamento e

da construção do Brasil.Essa perspectiva

trabalha com a contribuição dos demais

povos que participam da formação da

sociedade brasileira contemporânea:

nativos americanos, negros africanos e as

levas de imigrantes (inicialmente os

portugueses, seguido de outros europeus

e grupos asiáticos).

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A exploração capitalista é fundamental para a compreensão dasespecificidades do Brasil no quadro do mundo globalizado junto damescla de culturas distintas vindas das várias partes do mundo.

Tratar da história do Brasil é compreender diversos grupos humanos esuas interações a partir do século XVI. Alguns desses grupos passarampor acomodações e intervenções dos portugueses e dos povosafricanos.

Esses primeiros habitantes foram chamados de índios, nativos eaborígenes. Contudo não eram originários dessa terra, pois chegaramde outras partes do mundo em migrações oriundas, principalmente, daÁsia. Há diversas linhas de explicação de seus deslocamentos para ocontinente americano como:

A linha mais aceita trata-se da passagem de grupos pelo Estreito deBering, ligando a área que corresponde à Rússia e aos Estados Unidosatualmente.

Comunicação entre a área da Malásia e da Polinésia com as terrasamericanas por meio de navegação.

E movimentações marítimas originárias da Austrália que teriamproduzido certo povoamento da América.

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Todas essas correntes levam em consideração a Era Glacial

(28.000 a 10.000 anos) que teria congelado mares e diminuído o

nível das águas do oceano Pacífico, permitindo passagens

provisórias por ilhas que atualmente estão submersas e por

conjuntos de água solidificados.

Pesquisas de datação de ossadas humanas informam, de

forma inquestionável, a presença de comunidades humanas na

América desde pelo menos 13.000 anos.

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Na área que corresponde ao Brasil, encontramos debates em torno da

presença das primeiras comunidades humanas e suas origens. O

antropólogo Walter Neves desenvolveu uma teoria em que afirma a

precedência de caracteres negroides nos primitivos habitantes do país. O

crânio de uma mulher, denominada Luzia, seria a prova definitiva dessa

anterioridade. O crânio foi datado em 11.500 anos, o mais antigo

encontrado em terras brasileiras.

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Boa parte dos estudos genéticos a respeito dos chamados povosindígenas os aproxima de grupos asiáticos, indicando outraspossibilidades de entendimento da presença humana no Brasil. Issopoderia contribuir para a defesa de outras linhas de interpretação dachegada dos homens à América.

O que podemos afirmar é a existência de uma diversidade significativa depovos de organizações sociais e de estágios de desenvolvimento técnicono continente americano. Sinais dessa diversidade anterior à presençaeuropeia podem ser demonstrados nos estudos sobre as civilizaçõesmaia, asteca e inca, além dos povos nômades( atrelados a caça, pesca ecoleta) e seminômades, que desenvolviam a agricultura de subsistência.

No Brasil a diversidade foi significativa, tinha a presença de um troncohumano conhecido por tupi, várias comunidades falavam variações daestrutura linguística tupi. Dentre tais comunidades destacaram-se oscarijós, os potiguaras entre outros. Existiam grupos também que naptinham a estrutura da fala calcada tupi esses eram chamados de tapuias(bárbaros).

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As comunidades indígenas se organizavam em tribos que secomunicavam mas mantinham sua autonomia.

Horticultores se estabeleceram entre 6.000 e 5.000 anos atrás,chegaram a desenvolver produtos de cerâmica para armazenaralimentos e água.

Tapuias e tupis produziam com materiais orgânicos suas malocas , é acasa indígena, geralmente é grande e abriga todo o grupo tribal, apartir de algodão, balaios, etc.

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O padre Antônio Vieira chegou a afirmar que osíndios viviam com uma árvore, pois elesaproveitavam cada pedaço dela, como com ascascas eles faziam suas casas e aproveitavamo fruto para se alimentar.

Normalmente as mulheres cuidavam dascrianças e dos idosos, preparavam alimentos etrabalhavam na coleta e na agricultura.

Já os homens cabiam a defesa da comunidade,caçar, pescar e preparar ervas parafestividades da aldeia.

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Em meio de constantes guerras surgiu alguns rituaisantropofágicos.

Esses rituais consistiam em comer partes de um ser humano,pensando que, assim iria adquirir as habilidades e forças daspessoas que comiam, como no caso de algumas guerras elesfaziam isso com seus inimigos.

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Formação de Portugal:

Idade média;Guerreiros cristãos se dirigem paraa península Ibérica,interessados em combateros islâmicos e conquistar terras;Campanhasmilitares nos reinos cristãos na partesetentrional da península origina Portugal;

Pela ruptura do condado Portucalense e o reinode Leão (1139).

A primeira dinastia portuguesa foi constituídapela família Borgonha ,que continuou a guerracontra os mouros (islâmicos),sendo estascampanhas justificadas pelas campanhascruzadistas da época. Entre 1139 e 1383 , adinastia Borgonha constituiu o territórioportuguês e assistiu o incremento da atividadecomercial em seus domínios ,pois suas terrasparticipavam de um circuito comercial que tinhacomo força gravitacional o mar Mediterrâneo .

Lisboa já se tornava entreposto da rotacomercial que se dirigia para Europasetentrional.

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O Estado moderno (monarquia centralizada ), se estruturou em Portugal após aRevolução de Avis** (1383 – 1385).

Com isso passou a apoiar a atividade comercial, pois estava com interesse emcontrolar rotas comerciais no norte da África,como foi o caso da tomada de Ceutapelos lusitanos(1415).

** A Revolução de Avis combateu a rainha dona Leonor Teles(Aliada de Leão-Castela) ,queagia contra interesses da nobreza lusitana e dos mercadores.D.João ,mestre da ordem deAvis,apoiado pelos mercadores e nobres ,liderou o movimento sendo aclamadorei(1385),iniciando a dinastia de Avis, responsável pela expansão ultramarina lusitana.

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Com a inauguração da dinastia Avis representou um abandono na políticade expansão na península Ibérica e uma estria aliança com o mundo dosnegócios mantendo a pressão em direção aos limites estritos do Reino.

Com dimensões pequenas de território nem sempre bom para agriculturano final do século XVI havia um super lotamento.

A revolução teve apoio popular ,contudo, não representou os interessesdas camada populares mas ganharam alguns direitos para isso a elitepolítica e econômica teve que renunciar alguns do seus .

Na burguesia o Estado garantia asatividades comerciais ,que eraabastecido de mais recursos como bom desenvolvimento dosmercadores ; O Estado promoviaações para atender demandasmercantis.

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Inicia-se assim o Périplo Africano , aventura portuguesana costa da África que buscava uma rota comercialalternativa para conseguir os produtos valorizados daEuropa, que eram produzidos no oriente e controladospelo mercadores das cidades do norte da Itália ,comoGenôva e Veneza. Aos poucos ,os lusitanos exploraramo litoral ocidental africano , construindo feitorias eentabulando relações em vários grupos daquelecontinente com esses ganhos se financiavam novasexpedições .

O marco da conquista portuguesa foi a cidade Ceuta queestava associada a passagem marítima ente norte e sulda Europa.

Próximo passo superar o medo do cabo Bojador.Dificultada pelo hemisfério norte para o sul .

Cada vez que avançavam na costa africana construíamfeitoria e pontos comerciais que fortificavam que osnavegadores prosseguirem as conquistas ganhassemdinheiro para financiar as expedições.

Em 1487-88 , Bartolomeu Dias , a serviço de Portugal,conseguiu transpor o cabo das Tormentas para oextremo ul do continente africano, rebatizado de Boaesperança abrindo caminha para as índias .

Vasco da gama atingiu Calicute ,cidade localizada nosubcontinente indiano, conseguindo preços baixos emrelação trazidos por meio das rotas mediterrânicas .Apartir daí Lisboa se tornou rival de Veneza, superando-a.

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1498 – Outra expedição financiada pela Coroa lusitana é financiadacomandada por um dos maiores cosmógrafos europeus, Duarte PachecoPereira.

Esmeraldo de Situ Orbis – relatório sobre a existência de uma terra,apresentando características de sua com fauna e flora além de gruposhumanos ali localizados. Primeiro documento com referência a um território docontinente americano.

Marco da inauguração dos contatos portugueses com o Brasil.

A expedição foi sigilosa por haver concorrência entre Portugal e Espanha.

1492 – Os espanhóis iniciaram sua expansão ultramarina com CristovãoColombo. Embora Colombo afirmasse ter atingido as Oriente, asdesconfianças eram várias e Portugal exigiu um acordo com a Espanha paradefinição de áreas exclusivas de exploração marítima.

Bula Intercoetera – estabelecida pelo papa Alexandre VI. Seriam contadas100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde e traçado um meridiano de polo apolo. O acordo foi recusado.

Tratado de Tordesilhas – estabelecia o meridiano de 370 léguas a oeste dasilhas de Cabo Verde.

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A expedição oficial foi

conduzida por Pedro Álvares

Cabral, em 22 de abril de

1922. Inicia-se os primeiros

contatos com os nativos em

uma história de integrações e

intolerâncias, com base em

interesses econômicos e

religiosos lusitanos.

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Nos primórdios desse contatos , os portugueses nãoalteraram a logica da vida tribal indígena . Faziamcontatos amistosos e pautados pelo escambo entrelusitanos e índios . Começaram com a construção defeitorias ao longo do litoral e negociavam com os índiosatravés da troca de espelhos , correntes ,machados ,facas ,entre outros, por Pau-Brasil madeiraavermelhada que era utilizada para as tinturariaseuropeias onde se extraia um corante naturalvermelho-purpuro , muito valorizado na época.

Em 1501 , a Cora portuguesa decretou o monopólioreal da exploração da madeira , onde apenas pessoasautorizadas por ela poderiam retirar a madeiramediante pagamento de tributo . Esses primeirosmomentos da presença portuguesa no Brasil nãoimplicaram o povoamento lusitano, assim ficouconhecido como fase pré-colonial de nossa história1500-1532 .

Assim o território entrou na rota de exploraçãoeconômica portuguesa marcando uma logica quepautou a visão europeia sobre a terra e o homem queantes a habitava , qual seja , a Logica da Exploração .

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Razões do povoamento

O primeiro momento da exploração portuguesa na América coincidiu com o daconcorrência entre os Estados modernos que se organizavam na Europa. O reida França chegou a perguntar, ironizando o acordo entre Portugal e Espanha(Tratado de Tordesilhas), onde é que se encontrava o testamento de Adão e Evadizendo que as terras do “Novo Mundo” pertenciam àqueles dois países. Dessaforma, A França entrava na expansão ultramarina moderna como concorrente doPortugal. Não só os franceses, mais os ingleses entravam nessa disputa eencontravam na prática do corso e da pirataria expedientes práticos e nãoonerosos de exploração econômica. Nesse sentido, incursões, principalmente defranceses, na pólio lusitano da madeira.Portugal, preocupado com a possibilidade

de perda de controle sobra a área na

América, ordenou expedições guarda -

costeiras que pouco ajudaram nesse

sentido. Depois de frustradas tais

expedições, a Coroa decidiu-se pela

transferência de população para essas

terras do além-mar, ou seja, optou pela

colonização.

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A representação indica algumas das

áreas que sofreram incursões de

países europeus que se interessavam

em explorar terras que pertenciam a

Portugal pelo Tratado de Tordesilhas.

Alguns desses ataques ocorreram já

com a colonização portuguesa em

curso, como é o caso das áreas

francesas e do domínio holandês no

Nordeste.

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O primeiro esforço portuguêsnesse sentido foi a expediçãoconduzida por Martin Afonsode Souza, em 1532. O nobretinha três tarefas, a saber:defesa da costa, busca deriquezas e povoamentodaquele espaço. Fundou aprimeira vila portuguesa noBrasil, São Vicente, no litoralde São Paulo naquele mesmoano. Iniciava-se a colonizaçãoportuguesa na América,contudo a expedição custoumuito a Portugal.

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A tarefa de colonização era custosa,diferentemente do sistemas defeitorias, e a Coroa optou por transferirtal empreitada para a iniciativaparticular, concedendo vantagens aquem se dispusesse a deslocarpopulação para os territóriosamericanos que cabiam a Portugalpelo Tratado de Tordesilhas. Assim, foicriado o sistemas de capitaniashereditárias.

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Em 1534 o rei de Portugal decidiu repartir o Brasil em lotes (15) -

as capitanias hereditárias, que iam do litoral até o limite estipulado

pelo Tratado de Tordesilhas, doando-os em caráter vitalício e hereditário aos

cidadãos da pequena nobreza portuguesa, os donatários, comandantes

dentro de sua capitania. Eles tinham por obrigação governar, colonizar,

resguardar e desenvolver a região com recursos próprios.A ligação jurídica

existente entre o rei de Portugal e cada um dos donatários era fundamentada

por dois documentos capitais:

Carta de Doação: atribuía ao donatário a posse hereditária da capitania, a

dimensão do território, poder judicial dos donatários, também os deveres dele,

como distribuir terras aos que quisessem cultivá-las.

Carta foral: Comtemplava a parte de exploração de terras e dos indígenas,

estabelecendo o sistema de tributação da Coroa e a possibilidade de

participação do donatário nas riquezas que fossem descobertas. Ex: metais

preciosos – 20% p Coroa, outras atividades- donatário tinha direito a 10% do

que fosse desenvolvido em sua administração.

As dificuldades para se governar as capitanias eram incomensuráveis, os

recursos financeiros eram mínimos, Portugal encontrava-se à grande distância,

sem falar nos ataques indígenas, que eram constantes; Somente duas

capitanias prosperaram graças à lavoura canavieira, Pernambuco e São

Vicente, as outras malograram pelos motivos acima citados.

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Alcançaram-se os objetivos esperadossomente do ponto de vista político, navisão da metrópole, ou seja, a preservaçãodas terras e sua possibilidade deexploração.

Diante dos maus resultados das CapitaniasHereditárias, o Rei Dom João III, em 1548,resolveu centralizar a administração,criando o Governo-Geral, cujo dirigente, oGovernador-Geral, possuía autoridadesuperior à dos capitães-donatários edeveria ajudá-los naquilo quenecessitassem. A localização dessa novaadministração deveria ser a Capitania daBahia, por situar-se no centro do litoralbrasileiro. O Regimento de 1548 criou,ainda, os cargos de Ouvidor-Mor (justiça),Provedor-Mor (finanças), Capitão-Mor(defesa).

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Principais Governadores- Gerais:

Tomé de Sousa (1549 -1553)

- Construção da cidade de Salvador, na Bahia, primeira capital do Brasil.

- Chegada dos primeiros jesuítas, liderados pelo padre Manuel da Nóbrega.

- Instalação do primeiro bispado do Brasil, em Salvador, sendo nomeado Dom Pero Fernandes Sardinha.

- Introdução da criação de gado bovino, trazido das ilhas africanas.

Duarte da Costa (1553 – 1558)

- Chegada do padre jesuíta José de Anchieta, que fundou o Colégio de São Paulo (1554), que deu origemà Vila de São Paulo.

- Morte de Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha (devorado pelos índios caetés).

- Invasão francesa na Baía de Guanabara, na região do Rio de Janeiro, em 1554, sob a chefia de NicolasDurand de Villegaignon e com o apoio dos índios tamoios.

Mem de Sá (1558 – 1572)

- Os jesuítas, comandados por Nóbrega e Anchieta, convenceram os índios temininós, sob a liderança docacique Araribóia, a apoiar a luta contra os franceses.

- Fundação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (1565) por Estácio de Sá.

- Expulsão dos franceses em 1567.

- Consolidou, com sua excelente administração, o Governo-Geral.

- Permaneceu no cargo até sua morte em 1572, pois Dom Luís de Vasconcelos, que deveria substituí-lo,foi morto por corsários franceses.

Em 1642, foi criado o Conselho Ultramarino, para centralizar a administração das colônias e reduzirainda mais a autoridade dos capitães-donatários, este órgão fiscalizava a contabilidade das colônias eos contratos comerciais feitos com o governo português.

Desde a criação da primeira vila, a administração dos municípios era exercida pelas CâmarasMunicipais, compostas pelos “homens bons”; Mas sua autonomia passou a ser limitada pelaintrodução de um funcionário metropolitano, *o juiz de fora*, responsável por representar os interessesda coroa portuguesa.