20
HISTÓRIA CULTURAL ANDRÉ THEOPHILO RAIOMARA LOPES WAGNER PIRES

História cultural seminário[1]

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: História cultural seminário[1]

HISTÓRIA CULTURALANDRÉ THEOPHILO

RAIOMARA LOPESWAGNER PIRES

Page 2: História cultural seminário[1]

O QUE É CULTURA? O conceito de cultura foi construído através dos

séculos. Inicialmente utilizado para se referir a atividades e técnicas agrícolas, no entanto a partir do século XIX, o termo cultura passou a ser associado ao processo geral de desenvolvimento “íntimo”, em oposição ao “externo”. Cultura passou a ser ligada às artes, religião, instituições, práticas e valores distintos e às vezes até opostos à civilização e à sociedade. No entanto, a velha idéia de cultura relacionada aos cultivos agrícolas, permaneceu.

Page 3: História cultural seminário[1]

CULTURA X CIVILIZAÇÃO De acordo com Nobert Elias: O conceito de civilização refere-se a uma grande

variedade de fatos: ao nível da tecnologia, as idéias religiosas, aos costumes. Pode se referir a maneira como homens e mulheres vivem juntos, a forma de punição determinada, dentre outros.

Cultura alude basicamente a fatos intelectuais, artísticos e religiosos e apresenta a tendência de traçar uma nítida linha divisória entre fatos deste tipo, por um lado, e fatos políticos, econômicos e sociais, por outro.

Assim civilização é bem mais abrangente, expressa o resultado de um processo, enquanto cultura expressa uma relação diferente com o movimento.

Page 4: História cultural seminário[1]

DEFININDO HISTÓRIA CULTURAL

Toda a historiografia voltada para o estudo da dimensão cultural de uma determinada sociedade historicamente localizada.(José D’Assunção Barros)

Seria decifrar a realidade do passado por meio de suas representações, tentando chegar àquelas formas, discursivas e imagéticas, pelos quais os homens expressaram a si próprios e o mundo. (Sandra Jatahy Pesavento)

Page 5: História cultural seminário[1]

HISTÓRIA CULTURAL X

HISTÓRIA DA CULTURA Diferente da História da Cultura, a

História Cultural não se limita a examinar estilisticamente certos objetos culturais, como se esses objetos pudessem ser abordados de maneira autônoma, desvinculados da sociedade que os produziu.

Page 6: História cultural seminário[1]

FASES DA HISTÓRIA CULTURAL

Para Peter Burke pode-se dividir a História cultural nas seguintes fases:

HISTÓRIA CULTURAL CLÁSSICA – 1800 A 1950

HISTÓRIA SOCIAL DA ARTE – 1930 A 1940

HISTÓRIA CULTURAL POPULAR – 1950 A 1960

NOVA HISTÓRIA CULTURAL – A PARTIR DOS ANOS 70

Page 7: História cultural seminário[1]

INFLUÊNCIAS SOCIOLOGIA

FOLCLORE

GEOGRAFIA

ARQUEOLOGIA

ECOLOGIA

ANTROPOLOGIA

Page 8: História cultural seminário[1]

CAMPOS DE INVESTIGAÇÃO

HISTÓRIA CULTURAL

MEMÓRIA E HISTORIOGRAFIA

IMAGENS

CIDADES

HISTÓRIA DO TEMPO

PRESENTE

IDENTIDADES

HISTÓRIA E LITERATURA

Page 9: História cultural seminário[1]

FONTES RELATÓRIOS/CORRESPONDÊNCIAS

OFICIAIS, LEGILAÇÕES, CÓDIGOS DE POSTURAS E PROCESSOS CRIMINAIS

CRÔNICAS DE JORNAIS, ALMANAQUES E REVISTAS

LIVROS DIDÁTICOS, ROMANCES, POESIAS, PEÇAS TEATRAIS

CARTAZES DE PROPAGANDA, PUBLICIDADE, ANUNCIOS, FOTOGRAFIAS, PINTURAS, FILMES;

Page 10: História cultural seminário[1]

ORIGENS DA NOVA HISTÓRIA CULTURAL

Foi de dentro da vertente neomarxista inglesa e da história francesa dos Annales que veio o impulso de renovação, resultando na abertura desta nova corrente historiográfica a que chamamos de história cultural ou mesmo de nova história cultural.

Page 11: História cultural seminário[1]

OBJETOS DA HISTÓRIA CULTURAL Os objetos estudados pela História Cultural

vão desde imagens que o homem produz de si mesmo, da sociedade em que vive e do mundo que o cerca, até as condições sociais de produção e circulação de objetos de arte e literatura, englobando ainda objetos de cultura material e ainda oriundos da cultura popular.

A História Cultural interessar-se-á, ainda pelos sujeitos produtores e receptores de cultura.

As visões de mundo, os sistemas de valores, os modos de vida dos diversos grupos sociais.

Page 12: História cultural seminário[1]

EIXOS FUNDAMENTAIS OBJETOS CULTURAIS

SUJEITOS

PRÁTICAS

PROCESSOS

PADRÕES

Page 13: História cultural seminário[1]

MÉTODO PARADIGMA INDICIÁRIO – GINZBURG: o

historiador como um detetive

MÉTODO DA MONTAGEM – BENJAMIN: nas múltiplas combinações que se estabelecem revelam-se novas explicações para a leitura do passado

DESCRIÇÃO DENSA – ANTROPOLOGIA: explorar as fontes nas suas possibilidades mais profundas.

Page 14: História cultural seminário[1]

PETER BURKE A trajetória da história cultural ainda esta em

progresso. Historiadores culturais e sociais ampliam

seus territórios. Não há uma defesa de que a história

cultural é a melhor forma de história, mas necessárias são as suas contribuições.

Qualquer que seja os resultados não se pode voltar a pura visão positivista dos documentos históricos de uma compreensão literal onde não se destacam os simbolismo

Page 15: História cultural seminário[1]

ROGER CHARTIER Condenação, junto com Michel de Certeau,

da pretensão de se estabelecer em definitivo relações culturais que seriam exclusivas de formais culturais específicas e de grupos sociais particulares.

Elaboração das noções complementares de “práticas” e “representações”. Assim a cultura poderia ser examinada no âmbito produzido pela relação interativa entre esses dois pólos.

Page 16: História cultural seminário[1]

EDWARD THOMPSON Ao romper com o Partido Comunista e organizar a

Nova Esquerda com outros intelectuais oriundos do PC, questionou os rumos do pensamento marxista e postulou que a classe social não poderia ter apenas fundamento econômico, mas cultural.

A experiência daria a classe uma dimensão histórica. Experiência seria, então, uma espécie de solução prática para que se pudesse analisar os comportamentos, os valores, as condutas, os costumes, enfim, a cultura. Ou melhor, as culturas, no sentido de que “cultura” se refere a uma realidade específica.

Page 17: História cultural seminário[1]

CARLO GINZBURG É preciso não tomar o mundo – ou as suas

representações – na sua literalidade, como se elas fossem o reflexo e a cópia mimética do real. Ir além daquilo que é dito, ver além daquilo que é mostrado é a regra de ação desse historiador detetive, que deve exercitar seu olhar para os traços secundários, para os detalhes, para os elementos que, sob um olhar menos arguto e perspicaz, passariam despercebidos.

O historiador explica como foi, como aconteceu e, com a autoridade da fala e o controle da estratégia metodológica, faz valer sua representação sobre o passado como o discurso do acontecido.

Page 18: História cultural seminário[1]

HISTÓRIA CULTURAL NO BRASIL

Primeiros trabalhos na década de 1980. Destacam-se os trabalhos da Laura de Mello

e Souza sobre feitiçaria nos tempos coloniais a partir dos processos da Inquisição; os de Mary Del Priori sobre história das mulheres, da infância, das festas, do cotidiano no período colonial; os de Nicolau Sevcenko sobre história e literatura, cultura e cotidiano no século XX; e os de Fernando Novais, que migrou da História Econômica para os temas relacionados ao cotidiano e à vida privada.

Page 19: História cultural seminário[1]

HISTÓRIA CULTURAL NO BRASIL

Também tornaram-se referência as pesquisas de vários outros autores sobre família, vida doméstica, relações de gênero. Somam-se ainda os trabalhos de outros historiadores que redimensionaram os estudos sobre a escravidão no Brasil, a partir do estudo das relações entre senhores e escravos.

Page 20: História cultural seminário[1]

HISTÓRIA CULTURAL NO BRASIL

Uma análise do conjunto dos trabalhos acaba por demonstrar como o foco sobre cultura, civilização e costumes – cujo débito aos trabalhos de Norbert Elias é mais que evidente – trouxe a emergência de novos temas e sujeitos da História, com destaque para amplas abordagens sobre o cotidiano de vários grupos sociais pertencentes ao mundo dos trabalho, antes excluídos dos trabalhos históricos.