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A África Negra na Antiguidade Kush e Méroe A) A Núbia, terra de exploração B) Kush à conquista do Egipto C) Kush depois do Egipto

História de África - parte 3

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Reinos de Kush e Méroe

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A África Negra na Antiguidade

Kush e Méroe

A) A Núbia, terra de exploraçãoB) Kush à conquista do EgiptoC) Kush depois do Egipto

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A África Negra na Antiguidade2. Kush e Méroe

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A África Negra na Antiguidade2. Kush e Méroe

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A África Negra na Antiguidade2. Kush e Méroe

Kush (ou Cuxe),  foi    uma  civili-zação que  se  desenvolveu  na região norte-africana da Núbia, localizada  no  que  é  hoje  o norte  do Sudão,  a  partir do século XXXII a.C. Uma  das  primeiras  civilizações a  surgir  no  vale  do rio  Nilo,  os Estados Kushitas controlaram a região  antes  do  período  das incursões egípcias na área.

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A África Negra na Antiguidade2. Kush e Méroe

O  nome  dado  a  esta  civilização  é  proveniente  do  Velho Testamento, que registra um personagem bíblico, Kush (ou Cuxe, ou Cus), que se estabeleceu no nordeste da África. Kush na Idade Antiga  e  na  Bíblia,  correspondia  a  uma  grande  região  que abrangia o norte do Sudão, o sul do Egipto e partes da Etiópia, Eritreia e Somália.Esta zona do vale do Nilo, conhecida genericamente por Núbia, era, em termos agrícolas, bem menos favorecida pela natureza:

• Zona mais seca;• Inúmeras cataratas;• Pouca influência do regime de inundações.

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As primeiras sociedades a se desenvolver na área surgiram na Núbia antes  da Primeira Dinastia do  Egipto  (3100-2890  a.C.).  Em  cerca de 2500 aC., os egípcios  começaram a avançar na direcção  sul  e é por meio  deles  que  a  maior  parte  das  informações  sobre  Kush  ficou conhecida.  Mas  esta  expansão  foi  detida  pela  queda  do  Médio Império no Egipto.A expansão egípcia recomeçou em aproximadamente em 1500 a.C., mas desta vez encontrou resistência organizada. Os historiadores não têm  certeza  se  esta  resistência  foi  oferecida  por  cidades-Estado múltiplas ou por um império unificado, e debatem se o conceito de Estado surgiu ali de modo independente ou se foi tomado do Egipto. 

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A África Negra na Antiguidade

Devido à sua proximidade, a Núbia vai tornar-se num território, por excelência, de exploração para o Egipto.

Seguidamente  e  aproveitando  essa  mesma  proximidade,  Kush aproveitará o declínio  egípcio para dominar todo o Vale.

Zona  de  cobiça  para  os  povos  vizinhos,  Kush  (tal  como  todo  o Vale  do  Nilo),  sofrerá  ataques  e  invasões,  acabando  por  ser conquistada por povos vindos da Ásia.

2. Kush e Méroe

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A África Negra na Antiguidade2. Kush e Méroe

As  riquezas desta  zona,  que  se estendia  até quase  ao Equador, eram bem conhecidas pelos egípcios:As pedreiras para satisfazer os construtores do Norte;As peles, o marfim, o incenso, o ébano;

Para  garantir  o  controlo  de  todas  estas  riquezas  e  o  seu escoamento  em  segurança para Norte,  os  egípcios  construíram inúmeros fortes e postos avançados.

Foram feitas, inclusivamente, grandes obras de engenharia, para desobstruir  os  passos  dos  rápidos  e  permitir  a  navegação  ao longo do Nilo.

A Núbia, terra de exploração

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A Núbia, terra de exploração

Altos  funcionários  instalados  nas cidades do Sul (Assuão e Elephantine), organizavam  o  comércio,  aproveita-vam-se  da  1ª  catarata,  abrindo  aí canais para permitir a passagem de bar cos.O comércio era  intenso entre o Egipto e a Núbia.Os  seus  contactos  com  a  zona mais  a Sul  estendiam-se  até  El  Fasher  (no Darfur).

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A Núbia, terra de exploração

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À  volta  de  Kerma  desenvolve-se  uma civilização  Kushita  que  era  bem  mais  do que um reflexo da cultura egípcia.A  produção  maciça  de  jóias  e  artigos decorativos  ultrapassou  a  dos  maiores centros egípcios.Os governadores são egípcios assimilados, são enterrados segundo os  rituais núbios (deitados  de  lado  com  uma  ou  duas mulheres e um carneiro, para além de um sem número de pessoas, enterradas vivas, para acompanharem o chefe. 

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A África Negra na Antiguidade

A  partir  da  5ª  dinastia  o  exército  egípcio  era,  na  sua  maioria, constituído por soldados núbios.Os  faraós  do  Império  Novo  fizeram  da  Núbia  um  vasto  posto comercial avançado em direcção aos países situados ainda mais a Sul, como Punt (Somália ou Quénia) ou o Sudão central. Os túmulos dos altos funcionários  estão cheios de amostras da vida luxuosa em que viviam:  escravos, penas de avestruz, gado, animais selvagens, peles, perfumes e gomas, girafas, ouro, etc.Certos traços culturais dos núbios seguiam a rota das caravanas e  numerosos  deuses  e  deusas  do  Sul  (como  o  deus  carneiro Khnun  que  modelou  os  homens  na  roda  de  oleiro),  iriam integrar-se no panteão egípcio.

2. Kush e MéroeA Núbia, terra de exploração

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A Núbia, terra de exploração

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A Núbia, terra de exploração

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A África Negra na Antiguidade2. Kush e Méroe

O longo período de trocas (entre a 10ª e a 20ª dinastias), mais ou menos pacífico, reforçou o poder de Kush.A partir de 1100 aC. há uma fase de perturbações e de guerras civis no Egipto, em que os Líbios intervêm.O caos ameaça o Egipto e os vice-reis de Kush, apoiados nas suas riquezas e nos seus exércitos, intervêm ao lado dos sacerdotes , e a partir de 1085 aC. passam a controlar a maior parte do Egipto.Em 950 aC. com o aparecimento da dinastia Líbia, Kush torna-se o refugio da legitimidade egípcia, perante os estrangeiros do Norte.

Kush à conquista do Egipto

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Em  Kurru  veem-se  ainda  os túmulos  dos  quatro  primeiros  reis de Kush e o progresso na qualidade e  na  amplitude  destes  monumen-tos  traduz,  ao  fim  e  ao  cabo,  o crescente poderio deste reino.Em 750  aC,  o  rei  Khasta,  repeliu  o faraó  para  uma  estreita  zona situada no delta do Nilo.

Kush à conquista do Egipto

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Kush à conquista do Egipto

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Kush à conquista do Egipto

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Kush à conquista do Egipto

O  rei  Piankhy,  sucessor  de  Khasta, apaixonado  por  cavalos,  mandou construir  dezenas  de  sepulturas pomposas,  frente  à  necrópole  das rainhas , em Kurru.

Este  rei,  após  um  conjunto  de incursões  ao  Norte  do  Egipto, instaurou a 25ª dinastia, chamada a dinastia etiópica.

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A África Negra na Antiguidade

O  rei  Shabaka  (716  a  701  aC.),  irmão  e  sucessor  de  Piankhy, transferiu  a  capital  de  Napata  para  Tebas  e  instaurou  uma rigorosa administração sobre todo o conjunto do Egipto.Foi um dos três maiores soberanos da época e usava o título de Rei de Kush e do Egipto.Alguns  anos  mais  tarde,  Taharqa  (690  a  664  aC.),  foi  um  dos maiores reis desta dinastia. Fez-se sagrar rei em Menfis.Vivia  na  zona  do  delta  do  Nilo  para,  de  perto,  poder  vigiar  os movimentos dos seus  inimigos externos (sobretudo os assírios). Mandou  construir  uma  enorme  estátua  de  granito  preto  perto de Djebel Barkal.

2. Kush e MéroeKush à conquista do Egipto

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Kush à conquista do Egipto

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Kush à conquista do Egipto

Cerca  de  671  aC.  os  Assírios,  sob  o  comando de  Assurbanipal,  iniciam  uma  vasta  ofensiva para  a  conquista  do  Egipto.  Em  666  aC. Taharqa e o  seu sobrinho  (Tanwetamani),  são derrotados. Tebas é vencida.Os  Assírios  deviam  a  sua  supremacia  à utilização de armas de ferro e à sua disciplina muito rigorosa.Kush, que durante muito tempo fora o escudo do  Egipto,  acaba  por  ter  que  se  vergar  à superioridade  dos  assírios,  potência  mais jovem,  mais  bem  equipada  e  furiosa-mente mais dinâmica. 

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Os  descendentes  de  Tanwetamani continua-ram a intitular-se reis do Alto e do Baixo  Egipto,  mas  na  realidade  apenas dominavam a zona a Sul das cataratas.Entre 660 aC. e 350 dC. o reino de Napata vai  conhecer  uma  evolução  bastante isolada, sobretudo a partir do momento em que o  faraó Psametik  I  (colocado no  trono pelos  assírios  e  vassalo  destes),  colocou contin-gentes  de  soldados  estrangeiros  ao nível  da  2ª  catarata.  Foi  devido  a  esta pressão  do Norte  que,  cerca  de  500  aC.  a capital é mudada de Napata para Méroe. 

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O  declínio  de  Kush  é  um  assunto  altamente  controverso.  Após  o século  II,  os  túmulos  reais  começam  a  reduzir-se  em  dimensões  e esplendor  e  a  construção  de  grandes  monumentos  cessou.  Os sepultamentos  reais  em  pirâmides  cessam  a  partir  de  meados  do século IV.Segundo  a  teoria  tradicional,  Kush  teria  sido  destruída  por  uma invasão  do  reino  etíope  de  Axum,  por  volta  de  350.  Entretanto, alguns pensam que o relato axumita parece descrever a repressão a uma  revolta  em  terras  que  os  etíopes  já  controlavam.  Ademais, refere-se  apenas  aos  nubas  (um  povo  dos montes  Nuba,  no  actual Sudão), sem mencionar os governantes de Méroe.

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Méroe  era  independente  mas decrépita.  Os  dias  de  glória tinham acabado. O Egipto passa-va sucessivamente pelo domínio dos  Assírios,  dos  Persas,  dos Gre-gos,  dos  Romanos  (que deitaram  fogo  aos  tesouros  da Biblioteca  de  Alexandria),  dos Bizantinos e dos Árabes.Mas Kush e Méroe tinham pres-tado  serviços  relevantes  à  civili-zação Egípcia.

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O último rei de Méroe chamava-se Sect Lie; pouco mais é conhecido a seu respeito.Por  volta  do  século  VI,  novos  Estados  se  haviam  formado  na  área antes  controlada  por  Méroe.  Ao  que  parece,  os  nobatas (mencionados  em  fontes  romanas  anteriores  e  que  alguns estudiosos associam com os nubas) evoluíram para formar o Estado da Nobácia  (um reino cristão africano na Baixa Núbia) e outros na região.  Os  outros  dois  Estados  da  área,  Makúria  e  Alodia,  eram similares.  Falavam  núbio  antigo  e  escreviam  com  uma  versão  do alfabeto  copta.  A  língua  meroítica  e  sua  escrita  parecem  ter desaparecido.

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