III. ARTROLOGIA

A artrologia (do grego ártron = “juntura”) ou sindesmologia é a parte da anatomia que estuda as articulações.

Articulação é o conjunto de partes moles e duras que servem como meio de união entre 2 ou mais ossos próximos. São as uniões funcionais entre os diferentes ossos do esqueleto.

As articulações são divididas em:

Sinartroses ou Fibrosas (Articulações Imóveis): onde as superfícies ósseas estão quase em contato direto, reunidas por tecido conjuntivo. Não há movimento. Podem ser: sutura, sindesmose, sincondrose e gonfose.

Sutura: há pequena quantidade de tecido fibroso interposto. Principalmente nas articulações da cabeça. Há 4 tipos:

- Serrátil: quando as superfícies são como um serrote. Ex.: entre os parietais

- Escamosa: como escamas de peixes. Ex.: entre parietal e temporal- Plana: superfícies lineares. Ex.: entre os nasais- Esquindilese: uma crista se encaixa numa goteira. Ex.: vômer no

esfenóide

Sincondroses: os elementos esqueléticos estão unidos por uma cartilagem do tipo hialina, como por exemplo, as articulações condrocostais. Uma forma temporária de articulação, onde a cartilagem é convertida em osso antes da idade adulta. Ex.: entre o occipital e o esfenóide; entre as epífises e os corpos dos ossos longos.

Gonfose: há inserção de um processo cônico em uma cavidade. Ex.: raízes dos dentes com os alvéolos das mandíbulas e maxila.

Anfiartroses ou Cartilagíneas (Articulações Semimóveis): são de dois tipos:

Sindesmose: são unidas por ligamentos interósseos, há grande quantidade de tecido conjuntivo entre as superfícies ósseas. Ex.: articulação tibio-fibular distal.

Sínfise: as superfícies ósseas são unidas por amplos discos fibrocartilagíneos. Ex.: entre os corpos vertebrais ou nos ossos púbicos.

Sinoviais ou Diartroses (Articulações Móveis): apresentam uma membrana serosa (sinovial), que secreta líquido viscoso.

Esferóide (enartrose): uma superfície esférica articulando-se numa cavidade correspondente. Ex.: articulação do ombro e do quadril.

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Condilar (condilartrose): articulação de um côndilo (superfície saliente alongada) com a cavidade correspondente. Ex.: articulação temporomandibular, do joelho, metacarpofalangeanas.

Gínglimo (dobradiça ou trocleartrose): uma tróclea (sulco) articulando-se com os acidente correspondentes. Ex.: úmero-ulnar ou interfalangeanas.

Trocóide (pivô): um cilindro dentro de um anel osteofibroso. Ex.: rádio-ulnar proximal.

Selar: várias superfícies côncavas e convexas. Ex.: calcâneo e cubóide. Plana (Planartrose ou artródia): 2 superfícies planas. Ex.: processos

articulares das vértebras cervicais, junturas cárpicas (exceto capitato e hamato), junturas do tarso (exceto entre talo e navicular).

Componentes das articulações móveis (diartroses)

Superfícies ósseas articulares: são as superfícies ósseas, em contato, com o osso vizinho.

Cartilagem articular: tecido cartilagíneo do tipo hialino que reveste a superfície óssea. Desaparece nos ossos secos, e é elástica.

Meniscos: elementos anatômicos que proporcionam ajuste das superfícies ósseas. Constituídos de tecido fibroso e fibrocartilagem, encontrados em articulações onde, além dos movimentos normais, há deslizamento que modifica as relações ósseas.

Meios de União: mantêm unidas as extremidades ósseas.- Cápsula articular: é um envoltório nas junturas de movimentos amplos.

Tem dois extratos (externo – fibroso; e, interno – sinovial, membrana sinovial). A cápsula articular é a cápsula fibrosa + a membrana sinovial)

- Ligamentos: são constituídos sobretudo de fibras colágenas dispostas paralelamente ou intimamente entrelaçadas umas às outras. Eles são maleáveis e flexíveis para permitir perfeita liberdade de movimento, mas também são fortes, resistentes e inextensíveis para não ceder facilmente à ação de forças. Podem ser:

Extracapsulares: de reforço ou acessórios, que são os que se justapõem à cápsula; e à distância, estão longe da cápsula e inserem-se nos ossos em articulação.

Intra-articulares: estão por dentro da cápsula, curtos e resistentes, prendem-se nas duas extremidades ósseas.

Meios de Deslizamento: as articulações móveis realizam seus movimentos graças à existência de uma membrana serosa que forra a cavidade articular e secreta um líquido.

Essa membrana é a membrana sinovial, que reveste toda a cavidade, com exceção das superfícies ósseas articulares, que são recobertas pela cartilagem articular.

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O líquido secretado é a sinóvia ou líquido sinovial, com consistência viscosa e cuja função é a de lubrificar a articulação e nutrir a cartilagem articular.

Bainha Sinovial: revestimento equivalente à membrana sinovial e é lubrificada por um líquido semelhante. Facilita o deslizamento dos tendões que passam em túneis fibrosos e ósseos.

Movimentos Articulares

As articulações sinoviais apresentam 6 movimentos fundamentais:

Flexão: ocorre quando o ângulo entre dois ossos é diminuído. É realizada no sentido ântero-posterior.

Extensão: ocorre quando o ângulo entre dois ossos é aumentado. É também realizada no sentido ântero-posterior.

Abdução: é o movimento onde o membro se afasta da linha mediana.

Adução: é o movimento onde o membro se aproxima (ou retorna) à linha mediana.

Rotação: é o movimento onde o membro gira em torno de um eixo num sentido ou em outro. Pode ser rotação externa ou interna.

Circundução: é a combinação de flexão, abdução, extensão e adução. A extremidade do membro executa verdadeiros círculos.

# Pronação e supinação: são outros dois movimentos articulares, que ocorrem à nível de antebraço.

Pronação: a palma da mão está voltada para frente e volta-se para trás. O rádio é rodado diagonalmente em frente à ulna.

Supinação: a palma da mão volta-se de trás para frente.

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