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Kant Bruna Costa e Luis Oliveira

Immanuel Kant

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Aqui está um trabalho que eu fiz sobre Kant no 10º ano e sobre a sua doutrina. Espero que gostem e partilhem. Versão inglesa disponível. P.S.: Na biografia fizémos uma pequena representação em que fizémos uma entrevista do Alta Definição ao filósofo em que um dos elementos deve fazer de Kant e o outro de entrevistador enquanto que as fotografias do powerpoint passam atrás. Enquanto fizémos a entrevista usamos as seguintes músicas/vídeos: - Os primeiros 6s deste vídeo https://www.youtube.com/watch?v=iT2Lanigpss da intro do alta definição; - U Can't Touch This (durante a maior parte da entrevista) - É isso Aí (quando pergutam a Kant o que é que dizem os seus olhos) O guião da entrevista está no powerpoint.

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Apresentao do PowerPoint

Kant

Bruna Costa e Luis Oliveira1IntroduoKant foi um filsofo alemo cujo sistemtico trabalho em epistemologia e tica influenciou a filosofia e as vrias escolas do Kantianismo e idealismo. Foi um dos maiores filsofos de sempre.

Biografia

http://www.youtube.com/watch?v=iT2Lanigpss

K KantJ Jornalista

K: Ol. O meu nome Immanuel Kant, Manel pros amigos e estou sem maquilhagem no Alta Definio. (Fazer gestos com a cabea).J: Que est a fazer?K: Estava a fazer expresses e coisas pra depois vocs porem aquelas coisas vermelhas a passar.

Gosto de pras, mas no gosto de presso. Gosto de caminhar. Gosto da minha famlia. Gosto do meu co apesar de no ter a certeza que tenho um. Gosto de rock. No gosto de msica clssica. Gosto de gelados. Gosto de pessoas moralmente boas com boas intenes. Odeio Stuart Mill e no me importo com as consequencias dos meus actos.

J: Bem Comeo por lhe perguntar como foi a sua infncia?K: aqui que comeo a chorar?J: S se quiser Voc que sabeK: ento eu choro depois adiante ento qual foi a pergunta?J: Como foi a sua infncia?K: Bem Daniel.. Posso o tratar por Daniel?J: No, por Bruna.K. OK, Daniel! Nasci a 22 de Abrill de 1724 na Prssia numa pequena cidade que eu no consigo pronunciar e fui o 4 filho por isso quando nasci os meus irmos teantaram-me afogar porque eu estava sempre a roubar a ateno. Vivi sempre segundo uma educao muito austera, regular e punitiva. Levantava-me sempre s 5 da manh fosse Vero ou Inverno e deitava-me sempre s 10 em ponto.

J: Com essa vida to cronometrada e rigorosa a sua vida escolar tambm deve ter sido assim.K: Sim sim, sempre me dei bem com a escola e sempre fui um bom aluno e apesar de no gostar de tarte entrei aos 8 no Colgio Fredericianum onde aprendi classisismo e aos 16 entrei na Universidade de Knigsberg e fi a que me interessei em filosofia mas tambm em matemtica e fsica sempre com o meu str Martin Knutzen e comecei a ler sobre Isaac Newton e desenvolvi o meu 1 livro Ideias sobre a Maneira Verdadeira de Calcular as Foras Vivas". E fiquei l at aos 21 anos.

J: Porque que desistiu?K: Porque.. A minha inteno era continuar os meus estudos mas infelizmente o meu pai morreu e isso afectou-me muito.

J: Como eram os seus pais?K: A minha me Regina era uma grande mulher admirada pelo seu carcter e inteligncia natural apesar de no ter estudos. E o meu pai Johanne trabalhava o couro e fazia selas e sempre trabalhador, uma grande influencia para mim e foi por isso que me custou muito quando ele morreu e comeei a trabalhar como tutor privado e fiz isso durante 9 anos o que permitiu estar em contacto com a sociedade.

J: Depois nunca acabou os seus estudos?K: No, depois com a ajuda do meu BFF pude fazer o douturamento no ano seguinte.

J: E depois?K: Depois ? Depois o qu? Mas queres problemas ? Desculpe, s vezes exalto-me. Depois fiquei na universidade durante 15 anos a ensinar matemtica e fsica.

J: Mas eu sei que no ensinou s isso tambm ensinou gradualmente metafsica, lgica, filosofia moral e chegou a um ponto que ensinou fogo de artificio e fortificaes Isto atraiu vrios alunos certo?K: Sim No para me gabar mas todos adoravam-me, as minhas teses e livros, ideias. Sim para eles eu era o Super Kant.

J: Mas o que o impediu de continuar?K: Oh. Eu tinha ideias muito firmes e no ortodoxas sobre religio mas vivia numa sociedade muito cortes e ento aparece o Rei e o tipo diz-me p no podes ensinar mais o maninho mas 5 anos depois o sacana morreu e voltei.

J: Estou a ver.. Bem aqui h uma coisa que eu no percebo. Diz aqui que morreu.K: Sim. verdade.

J: Como?K: O p! Aqui estou eu um gajo de metro e meio com o peito deformado e claro que a minha sade entrou em declnio o que foi muito doloroso para os meus migos e acabei por morrer a 12 de Fevereiro de p agora fazia falta o Memofante. 1804 de uma doena degenerativa.

J: O qu? OK como queira. Ento quando morreu quais foram as suas ltimas palavras?K: Isto bom.

J: Isto bom?K: Isto bom

J: Porque raio?K: O menina eu sei l. Tava cheio de analgesicos e claro eu estava marado da cabea e disse isto bom. Fiz um like. No acha? H? No acha? Eu acho que sim minha senhora, eu ach que sim

J: Bem, enfim. Como que ser considerado o pensador mais influente dos tempos modernos?K: fixe e tal mas o que eu gostava mesmo de ser era o mais bem pago filsofo de sempre ou o com mais style. Mas fixe ter a ateno, as fs malucas, Olha aqui vem uma.

J: O que que gosta de fazer nos tempos livres?K:No sei, no estava no Wikipdia

J: OK Por ltimo. O que dizem os seus olhos?Dizem que apesar de estar morto ainda tenho muito pra dar e quero lutar e talvez tornar-me melhor. As batatas no fritam at ao meio dia como diz o ditadodo e YOLO LOL seria a coisa retirar da vida.

J: ObrigadoK; Obrigado, Daniel.

J: O p tirem me daqui que este gajo maluco.

3Biografia

K KantJ Jornalista

K: Ol. O meu nome Immanuel Kant, Manel pros amigos e estou sem maquilhagem no Alta Definio. (Fazer gestos com a cabea).J: Que est a fazer?K: Estava a fazer expresses e coisas pra depois vocs porem aquelas coisas vermelhas a passar.

Gosto de pras, mas no gosto de presso. Gosto de caminhar. Gosto da minha famlia. Gosto do meu co apesar de no ter a certeza que tenho um. Gosto de rock. No gosto de msica clssica. Gosto de gelados. Gosto de pessoas moralmente boas com boas intenes. Odeio Stuart Mill e no me importo com as consequencias dos meus actos.

J: Bem Comeo por lhe perguntar como foi a sua infncia?K: aqui que comeo a chorar?J: S se quiser Voc que sabeK: ento eu choro depois adiante ento qual foi a pergunta?J: Como foi a sua infncia?K: Bem Daniel.. Posso o tratar por Daniel?J: No, por Bruna.K. OK, Daniel! Nasci a 22 de Abrill de 1724 na Prssia numa pequena cidade que eu no consigo pronunciar e fui o 4 filho por isso quando nasci os meus irmos teantaram-me afogar porque eu estava sempre a roubar a ateno. Vivi sempre segundo uma educao muito austera, regular e punitiva. Levantava-me sempre s 5 da manh fosse Vero ou Inverno e deitava-me sempre s 10 em ponto.

J: Com essa vida to cronometrada e rigorosa a sua vida escolar tambm deve ter sido assim.K: Sim sim, sempre me dei bem com a escola e sempre fui um bom aluno e apesar de no gostar de tarte entrei aos 8 no Colgio Fredericianum onde aprendi classisismo e aos 16 entrei na Universidade de Knigsberg e fi a que me interessei em filosofia mas tambm em matemtica e fsica sempre com o meu str Martin Knutzen e comecei a ler sobre Isaac Newton e desenvolvi o meu 1 livro Ideias sobre a Maneira Verdadeira de Calcular as Foras Vivas". E fiquei l at aos 21 anos.

J: Porque que desistiu?K: Porque.. A minha inteno era continuar os meus estudos mas infelizmente o meu pai morreu e isso afectou-me muito.

J: Como eram os seus pais?K: A minha me Regina era uma grande mulher admirada pelo seu carcter e inteligncia natural apesar de no ter estudos. E o meu pai Johanne trabalhava o couro e fazia selas e sempre trabalhador, uma grande influencia para mim e foi por isso que me custou muito quando ele morreu e comeei a trabalhar como tutor privado e fiz isso durante 9 anos o que permitiu estar em contacto com a sociedade.

J: Depois nunca acabou os seus estudos?K: No, depois com a ajuda do meu BFF pude fazer o douturamento no ano seguinte.

J: E depois?K: Depois ? Depois o qu? Mas queres problemas ? Desculpe, s vezes exalto-me. Depois fiquei na universidade durante 15 anos a ensinar matemtica e fsica.

J: Mas eu sei que no ensinou s isso tambm ensinou gradualmente metafsica, lgica, filosofia moral e chegou a um ponto que ensinou fogo de artificio e fortificaes Isto atraiu vrios alunos certo?K: Sim No para me gabar mas todos adoravam-me, as minhas teses e livros, ideias. Sim para eles eu era o Super Kant.

J: Mas o que o impediu de continuar?K: Oh. Eu tinha ideias muito firmes e no ortodoxas sobre religio mas vivia numa sociedade muito cortes e ento aparece o Rei e o tipo diz-me p no podes ensinar mais o maninho mas 5 anos depois o sacana morreu e voltei.

J: Estou a ver.. Bem aqui h uma coisa que eu no percebo. Diz aqui que morreu.K: Sim. verdade.

J: Como?K: O p! Aqui estou eu um gajo de metro e meio com o peito deformado e claro que a minha sade entrou em declnio o que foi muito doloroso para os meus migos e acabei por morrer a 12 de Fevereiro de p agora fazia falta o Memofante. 1804 de uma doena degenerativa.

J: O qu? OK como queira. Ento quando morreu quais foram as suas ltimas palavras?K: Isto bom.

J: Isto bom?K: Isto bom

J: Porque raio?K: O menina eu sei l. Tava cheio de analgesicos e claro eu estava marado da cabea e disse isto bom. Fiz um like. No acha? H? No acha? Eu acho que sim minha senhora, eu ach que sim

J: Bem, enfim. Como que ser considerado o pensador mais influente dos tempos modernos?K: fixe e tal mas o que eu gostava mesmo de ser era o mais bem pago filsofo de sempre ou o com mais style. Mas fixe ter a ateno, as fs malucas, Olha aqui vem uma.

J: O que que gosta de fazer nos tempos livres?K:No sei, no estava no Wikipdia

J: OK Por ltimo. O que dizem os seus olhos?Dizem que apesar de estar morto ainda tenho muito pra dar e quero lutar e talvez tornar-me melhor. As batatas no fritam at ao meio dia como diz o ditadodo e YOLO LOL seria a coisa retirar da vida.

J: ObrigadoK; Obrigado, Daniel.

J: O p tirem me daqui que este gajo maluco.

4Teoria tica

5Teoria ticaUma aco boa ou tem valor moral quandoO agente tem como inteno cumprir o dever pelo dever.

AgenteacoConsequnciasIntenes3. A TEORIA TICA DE KANTQuando que a inteno tem valor moral ou boa?Quando o propsito do agente cumprir o dever pelo dever.O cumprimento do dever o nico motivo em que a aco se baseia.Ex: No roubar porque esse acto errado e no porque posso ser castigado.Cumpre o dever sem segundas intenes6

Aces contrrias ao deverAces em comformidade com o deverAco por deverNo respeitam o dever e so absolutamente erradas moralmente.Esto de acordo com o que devemos fazer mas interiormente influenciada por outros motivos perdendo o valor moral genuno.So aces em que o cumprimento do dever um fim em si mesmo. Agir correctamente o nico motivo subjacente aco.

Calvin: Eu j no acredito na tica. Quanto a mim, os fins justificam os meios. Conseque o que podes enquanto o que consegues bom o que eu digo. um mundo muito cruel por isso fao o que fao e deixo os outros discutirem se correcto ou no. HeyPorque fizeste isso?

Hobbes. Estavas minha frente. Agora no ests. Os fins justificam os meios.

8Imperativos A lei moral segundo KantO que O que no Um imperativo categrico- Ordena que se cumpra o dever sempre por dever, ou seja, ordena que a vontade cumpra o dever exclusivamente motivada pelo que correcto fazer.- Ordena que se aja por dever.- Ordena que sejamos imparciaisUm imperativo hipottico- O cumprimento do dever uma ordem condicionada pelo que de satisfatrio pode resultar.- As aces que nele se baseiam so aces conformes ao dever.- As aces que cumprem o dever baseadas em interesses seguem mximas que no podem ser universalizadas.

Imperativo CategricoFrmula da Lei Universal

Age apenas segundo uma mxima tal que possas querer ao mesmo tempo que se torne lei universal

Frmula da Humanidade

Age de tal maneira que uses a humanidade sempre e simultaneamente como fim e nunca apenas como meio.

PARA QUE SERVEM?Para sabermos, em cada circunstncia da vida, se a aco que queremos praticar est, ou no, de acordo com a moral, temos de perguntar se aquilo que nos propomos fazer poderia servir de modelo para todos os outros e se no os transforma em simples meios ao servio dos nossos interesses. Se faltar a uma promessa, no algo que todos possam imitar e viola os direitos dos outros, ento temos a obrigao de no o fazer, por muito que isso nos possa custar; se mentir no serve de modelo para os outros e os reduz a meios que usamos para satisfazer o nosso egosmo, ento no temos o direito de abrir uma excepo apenas para ns.10Autonomia vs HeteronomiaUma vontade autnoma uma boa vontade cumprindo o dever pelo dever obedecendo razo e ignorando factores externos.Uma vontade heternoma no uma boa vontade pois no cumpre o dever pelo dever submetendo-se a factores que no a razo.

2. Para Kant o homem um ser com uma dupla natureza: - uma dimenso animal e natural, sujeita ao determinismo natural, condicionada. - e uma dimenso racional, independente dos sentimentos e dos instintos animais, incondicionada, verdadeiramente livre.11Boa Vontade uma vontade que age de forma moralmente correcta; cumpre o dever; age segundo mximas universalizveis; podem ser seguidas por todos; autnoma.

1.independentemente das consequncias da aco2. Respeitando absolutamente a lei moral, ou seja, cuja nica inteno cumprir o dever. 5.porque decide cumprir o dever por sua iniciativa e no por receio de autoridades externas ou da opinio dos outros.

12Legalidade e MoralidadeO valor moral de uma aco reside na inteno. Surge, portanto, a necessidade de distinguir moralidade de legalidade. Se a moralidade caracteriza as aces relizadas por dever, a legalidade caracteriza as aces que esto em comformidade com o dever, mas que podem ter sido realizadas com fins egostas. Segundo Kant o sentimento do dever, o respeito pela lei moral, que nos deve determinar a agir.

CrticasAs regras morais no so absolutas;H situaes de conflito;Liberdade;Diversidade de objectos;Diversidade de sujeitos;Alteridade.

Apresento aqui uma srie de primeiras crticas tica Kantiana. Os textos so da autoria de Lus Rodrigues e pertencem ao seu manual de Filosofia, para o 10 ano, publicado na Pltano sendo um dos melhores manuais disponveis para ensinar e aprender filosofia. Agradeo ao autor a autorizao para publicao destes excertos.

1 As regras morais no so absolutasKant defende que para agirmos moralmente temos de respeitar de forma incondicional um conjunto de algumas regras morais (deveres ditados pela nossa razo). Para Kant, essas regras morais so absolutas, so para serem respeitadas de forma incondicional, sem excepes, em todas as situaes do nosso quotidiano.Uma dessas regras o nosso dever de no mentir. Para Kant, no devemos mentir em toda e qualquer situao. Mas quererei eu que este princpio de aco se aplique universalmente a todos os casos possveis de aco? Vamos ver um caso em que prefervel mentir a dizer a verdade, ou seja, em que moralmente mais correcto mentir a dizer a verdade, sendo o caso de termos de mentir com vista a salvarmos a vida de uma pessoa (lembre-se de que Kant admitira que no existiam excepes para a violao ou desobedincia a estas regras morais).Imagine que vai na rua e de repente v um rapaz a correr aflito na sua direco, entrando, logo de seguida, numa casa abandonada que se encontrava ao seu lado. Poucos segundos depois, quando retomava o seu percurso, avista um homem com uma pistola na mo que lhe pergunta de relance se viu algum rapaz a correr, percebendo de imediato, naquele momento, que o homem teria a inteno de disparar contra o rapaz e, provavelmente, de mat-lo. O que diz ao homem? Tem duas possibilidades de aco.Uma das possibilidades dizer a verdade ao homem, dizendo-lhe que o rapaz se encontra mesmo ali ao vosso lado, no interior da casa abandonada, sabendo que as consequncias do que afirmou podero eventualmente resultar na morte do rapaz.A outra das possibilidades mentir, dizendo ao homem que o rapaz seguiu em frente. Mentir? Mas isso Kant no o permitiria, diria. Exacto, no o permitiria. Mas o que que para si moralmente mais correcto, dizer a verdade e pr em causa a vida de uma pessoa ou mentir e provavelmente salvar a vida de uma pessoa? De acordo com uma das formulaes do imperativo categrico de Kant, como irias querer que todas as pessoas agissem quando confrontadas com essa situao:1 Que mentissem e no pusessem em causa a vida de um jovem2 Que dissessem a verdade e pusessem em causa a vida de um jovem.Vamos colocar as duas na balana da deciso tica. Tenho a certeza de que a maioria das pessoas concordaria com a primeira das hipteses. claro que Kant iria afirmar que, dizendo a verdade ou pura e simplesmente mentindo, as consequncias so imprevisveis. Portanto, o melhor sempre dizermos a verdade, aquilo que a nossa razo nos ordena. Mas isto absurdo, porque um caso como este pe em causa a vida de uma pessoa e, neste sentido, podemos dizer que as consequncias daquilo que afirmamos podero provavelmente resultar na morte de um jovem.Ora, este exemplo revela que nem sempre moralmente correcto termos de respeitar de forma incondicional as regras morais da nossa conscincia racional, tal como Kant nos tinha dito. Logo, conclumos que as regras morais no so absolutas.2 A situao dos casos de conflitoUma certa pessoa tem de optar entre duas possibilidades de aco (fazer A ou fazer B). Verifica-se que fazer A moralmente incorrecto e fazer B moralmente incorrecto. O que faria o defensor da teoria tica de Kant perante esta situao?Atente na seguinte situao: Durante a Segunda Guerra Mundial, os pescadores holandeses transportavam, secretamente nos seus barcos, refugiados judeus para Inglaterra e os barcos de pesca com refugiados a bordo eram por vezes interceptados por barcos patrulha nazis. O capito nazi perguntava ento ao capito holands qual o seu destino, quem estava a bordo, e assim por diante. Os pescadores mentiam e obtinham permisso de passagem. Ora, claro que os pescadores tinham apenas duas alternativas, mentir ou permitir que os seus passageiros (e eles mesmos) fossem apanhados e executados. No havia terceira alternativa.Os pescadores holandeses encontravam-se ento na seguinte situao: ou mentimos ou permitimos o homicdio de pessoas inocentes. Os pescadores teriam de escolher uma dessas opes. De acordo com Kant, qualquer uma delas errada, na medida em que as regras morais no devemos mentir e no devemos matar (ou permitir o assassnio de inocentes, no caso do exemplo dado) so absolutas. O que fazer ento?Verificamos que a teoria tica de Kant no saberia responder perante uma situao de conflito, porque probe ambas as possibilidades de aco por estas se revelarem moralmente incorrectas. Mas a verdade que, perante uma situao destas, a qual por acaso se passou na realidade, teramos de optar por uma dessas duas possibilidades. Se a teoria tica de Kant nos probe de optar por uma delas, mas na realidade somos forados a optar por uma, a teoria tica de Kant revela-se incoerente. Incoerente porque aquilo que conclumos (existem casos em que temos de mentir) contradiz aquilo que Kant defende (no devemos mentir nunca e em qualquer situao e isto porque para Kant as regras morais so absolutas).

1. Liberdade - Pergunta-se: por que s livre a vontade quando segue o imperativo categrico? No seria igualmente livre qualquer escolha isenta de injunes, ainda que voltada para uma finalidade? Ter a razo como critrio da moralidade j representa uma escolha moral. E esta, pergunte-se, foi feita com base em qual critrio?

2. Diversidade de sujeitos - Com sua perspectiva de universalizao de condutas, o imperativo categrico prescreve aes iguais para pessoas diferentes. Assim, despreza as diferenas subjetivas, excluindo especificidades que levem a um destino individualizado. Pergunta-se: Jesus teria expulsado os vendilhes do templo ou se deixado crucificar se pautasse sua conduta pelo imperativo categrico? Scrates teria tomado cicuta? A moral kantiana insatisfatria para aes e homens extraordinrios.

3. Diversidade de objetos - Uma vez que a conduta prescrita pelo imperativo categrico vale por si mesma, despreza-se o resultado efetivo que dela possa advir. Isso pode acarretar resultados equivocados e at mesmo desastrosos, pois o rgido raciocnio kantiano se d com base numa elaborao artificial, qual seja, antecipar o que ocorreria se todos agissem conforme a lei universal.

Lancemos mo de um exemplo. Dar esmolas a um pedinte est conforme o imperativo categrico? Se todos os que tivessem renda dessem esmola, seria possvel para muitos viver sem trabalhar, ainda que fossem fortes e potencialmente produtivos, o que contrariaria a razo. Assim, a melhor concluso a de incompatibilidade dessa conduta com o preceito kantiano. Entretanto, o fato de eu dar esmola em um momento especfico no far com que outras pessoas, como regra, passem a faz-lo. Assim, na verdade eu poderia me sentir livre para dar esmola de vez em quando, sem medo de que o resultado pernicioso (renda sem trabalho) viesse a ocorrer.

4. Alteridade - O imperativo categrico no considera o outro concretamente. O outro pura abstrao, presente na reflexo acerca da possibilidade de universalizar a conduta. Portanto, a tica kantiana desconhece a compaixo, a solidariedade, o afeto, tratando prximos e distantes, vtimas e algozes da mesma forma.14

HomenagensLivrosO que o iluminismo?;Crtica da Faculdade do Juzo;Crtica da razo prtica;Crtica da razo pura;Fundamentao da metafsica dos costumes;Fundamentos metafsicos da cincia natural;Histria Natural Universal e teoria do Cu.

Citaes

17

Reflexo/Opinio

FIM